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Geografia – Recursos Hídricos

Através do ciclo hidrológico, a água está em constante


circulação entre os oceanos, a atmosfera e os
continentes. A radiação solar que incide sobre os
oceanos e os continentes provoca a evaporação da água,
que passa para a atmosfera em estado gasoso. Uma
parte da água existente na atmosfera resulta também da
evapotranspiração.

Na atmosfera, o vapor de água passa do estado gasoso


para o estado líquido – condensação – o que leva à
formação de nuvens podendo ocorrer a precipitação.

A água regressa então à superfície da Terra, caindo nos oceanos e/ou nos continentes.

O total de vapor de água que existe numa determinada porção de atmosfera designa-se por
humidade absoluta. Quanto maior for a temperatura do ar, maior será a evaporação e, por
isso, maior será a humidade absoluta.

A capacidade de o ar conter vapor de água não é infinita. Se a quantidade de vapor de água


existente num certo volume de ar, a uma determinada temperatura, igualar o máximo de vapor
de água que ele pode conter, diz-se que o ar está saturado, ou seja, que foi atingido o ponto de
saturação.

𝐻𝐴
HR = × 100 Relação entre a humidade absoluta e o ponto de saturação.
𝑃𝑠

Pressão atmosférica
A atmosfera é constituída por um conjunto de gases que exercem um peso, ou força, sobre a
superfície terrestre. A esta força chama-se pressão atmosférica. A pressão atmosférica normal
à superfície é de 1013 hectopascais (hPA) ou milibares (mbar). Quando se verifica uma pressão
atmosférica superior, diz-se que existe uma alta pressão e quando é inferior, uma baixa
pressão.

A pressão atmosférica é um elemento climático que influencia diretamente os estados do


tempo:

- Altitude – À medida que a altitude aumenta, a pressão atmosférica diminuiu.

- Temperatura - Com o aumento da temperatura, o ar expanda-se, pelo que as suas


moléculas ficam mais afastadas exercendo menor pressão. Com a diminuição da temperatura,
o ar contrai-se, as suas moléculas ficam mais próximas, o que resulta num aumento da
pressão.

- Humidade do ar - Como o ar húmido possui mais moléculas de vapor de água, que são mais
leves, o ar torna-se menos denso, pelo que a pressão atmosférica diminui.

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A pressão atmosférica média, à superfície da Terra, é de 1013, também designada por pressão
normal. Assim podemos considerar:

- Altas pressões – caso o valor de pressão à superfície seja superior a 1013 mb

- Baixas pressões – caso o valor de pressão à superfície seja inferior a 1013 mb

A cartografia dos valores da pressão atmosférica pode ser feita através de linhas que unem
pontos onde se verifica o mesmo valor de pressão, designadas por isóbaras ou linhas
isobáricas.

A partir da configuração destas linhas isobáricas, é possível identificar dois tipos de centros
barométricos, quando as isóbaras são fechadas e concêntricas: os centros de altas e baixas
pressões atmosféricas.

Centros de altas pressões (ou anticiclone):

Representado pela letra A ou pelo sinal +

Organismo isobárico fechado, em que os valores das isóbaras: são superiores à pressão
normal (1013 mb); diminuem do centro para a periferia

Centros de baixas pressões (ou depressão barométrica):

Representado pela letra B ou pelo sinal -

Organismo isobárico fechado, em que os valores das isóbaras: são inferiores à pressão normal
(1013 mb); aumentam do centro para a periferia

Em cada um dos centros barométricos, o ar desloca-se sempre das pressões mais altas para
as pressões mais baixas, à superfície e em altitude, sofrendo um desvio de direção contrária
ao movimento de rotação, devido à força de Coriólis

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A - Centros de altas pressões (ou anticiclone)

- O ar é subsidente (descendente) em altitude.

- É divergente.

- Aquece (ao descer, o ar comprime-se e a sua temperatura


aumenta)

- A sua humidade relativa diminui.

- O seu ponto de saturação não é atingido.

- Não há condensação.

- Bom tempo.

B - Centros de baixas pressões (ou depressão barométrica)

- O ar converge à superfície.

- Ascende (sobe)

- Arrefece (ao subir, o ar expande-se e arrefece).

- A sua humidade relativa aumenta

- O seu ponto de saturação pode ser atingido.

- Pode existir condensação.

- Mau tempo

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As massas de ar, movidas por ação dos ventos, influenciam os estados de tempo, visto que
apresentam características próprias no que respeita à temperatura, humidade e pressão
atmosférica.

As massas de ar:

- Adquirem as propriedades das regiões sobre as quais se formaram durante um longo


período de tempo e transportam-nas para as regiões para onde se deslocam;

- Podem sofrer maiores ou menores alterações, de acordo com o percurso que efetuam.

Portugal:

- Menos afastado pela massa de ar ártico que os países do norte da Europa

- Sofre uma maior influência de duas massas de ar: - massa de ar frio polar, que se forma nas
altas altitude, nas regiões subpolares – massa de ar quente tropical, cuja génese se encontra
nas regiões subtropicais e tropicais

Como se forma a frente polar?

Quando duas massas de ar de características muito diferentes convergem e entram em


contacto uma com a outra…estas não se misturam ou misturam-se muito lentamente, pelo
que ficam separadas por uma faixa de transição a que se dá o nome de superfície frontal. Esta,
em contacto com a superfície da Terra, dá origem à chamada frente.

O movimento das massas de ar pode corresponder a um avanço do ar quente sobre o ar frio,


dando assim origem a uma superfície frontal quente e, consequentemente, a uma frente
quente. A massa de ar quente, mais leve, sobe mais lentamente sobre a massa de ar frio e,
assim o declive da superfície frontal é menor.

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Pelo contrário, o movimento das massas de ar, pode corresponder a um avanço do ar frio sob
o ar quente, o que dará origem a uma superfície frontal fria e, consequentemente, a uma
frente fria. A massa de ar frio, mais pesada, obriga a massa de ar quente a subir pela massar
de ar frio. O processo de ascensão da massa de ar quente é rápido pelo que o declive da
superfície frontal é acentuado.

Quando uma frente quente e uma frente fria e uma frente quente se associam a um centro
de baixa pressão.

1 – Céu muito nublado. Chuvas contínuas de longa duração

2 – Melhoria do estado de tempo (irá aproximar-se a frente fria, que agravará o estado de
tempo)

3 – Agravamento do estado do tempo. Aumento da nebulosidade (nuvens de grande


desenvolvimento vertical).

4 – Melhoria progressiva do estado de tempo.

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Quais os tipos de precipitação mais frequentes?

Para que ocorra a precipitação, é necessário que haja ascensão do ar.

No território nacional, é comum verificarem-se três grandes tipos de mecanismos responsáveis


pela ascensão do ar: frontal, convectivo e orográfico.

Após a ascensão do ar, os processos que levam à ocorrência de precipitação são os mesmos.
Conclui-se que o que distingue estes tipos de precipitação são os processos que obrigam o ar
a ascender.

1. Precipitação frontal – resulta da ascensão do ar devido ao contacto de duas massas de


ar de natureza, física e dinâmica diferente.

2. Precipitação convectiva – resulta da ascensão do ar, causado pelo seu aquecimento,


após ter contactado com uma superfície mais quente.

3. Precipitação orográfica – resulta da ascensão do ar ao longo das vertentes


montanhosas.

Como varia, no tempo, a precipitação?

Variabilidade intra-anual da precipitação

- outono e inverno – mais chuvoso

- primavera e verão – mais seco

OUTONO E INVERNO PRIMAVERA E VERÃO


Influência das baixas pressões Influência do anticiclone subtropical
Influência das massas de ar frio polar, Influência da massa de ar tropical
sobretudo marítima. continental, quente e seca.
À baixa temperatura À elevada temperatura.

Variabilidade interanual da precipitação

Com efeito, a dinâmica da atmosfera, mais precisamente ao nível da deslocação em latitude dos
centros barométricos, das massas de ar e das perturbações da frente polar, leva a que os totais
anuais de precipitação sejam variáveis ao longo dos anos, sendo possível identificar anos mais
chuvosos e anos mais secos.

Como se distribui a precipitação em Portugal?

Em Portugal continental, a distribuição da precipitação, através de mapas isietas, caracteriza-


se por:

- um aumento, à medida que a altitude aumenta

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- uma diminuição, do litoral para o interior

- valores totais mais elevados a norte do rio Tejo

1. LATITUDE

A NORTE DO RIO TEJO A SUL DO RIO TEJO

Valores mais elevados de precipitação, em Valores mais reduzidos de precipitação, em


resultado: resultado:
- da maior influência das perturbações da - da menor influência das perturbações da frente
frente polar polar
- da maior influência das massas de ar frio - da maior influência dos anticiclones subtropicais e
polar da massa de ar quente e seco do norte de África
- das temperaturas mais baixas, que facilitam - das temperaturas mais elevadass, que afastam o
a saturação do ar ar do ponto de saturação

2. RELEVO

A ALTITUDE....

NORTE E CENTRO SUL

Valores mais elevados de precipitação, em Valores mais reduzidos de precipitação, em


resultado: resultado:
- do relevo mais acidentado e da maior - do relevo menos acidentado e da menor
altitude altitude

DISPOSIÇÃO EM RELAÇÃO À LINHA DE COSTA

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NOROESTE – VALORES MAIS ELEVADOS DE NORDESTE – VALORES MAIS REDUZIDOS DE
PRECIPITAÇÃO PRECIPITAÇÃO

- Montanhas concordantes (Gerês, Alvão, - Influência dos ventos secos de leste


Marvão e Penada) - Estar mais protegido dos ventos húmidos
oeste

CORDILHEIRA CENTRAL – VALORES MAIS


ELEVADOS DE PRECIPITAÇÃO

- À maior altitude

3. CONTINENTALIDADE

LITORAL INTERIOR
Valores mais elevados de precipitação, em Valores mais reduzido de precipitação:
resultado: - Menor influência dos ventos húmidos de oeste
- Da maior influência do oceano atlântico

REGIÕES AUTÓNOMAS

Arquipélego dos Açores Arquipélego da Madeira


- A precipitação vai aumentando de este - Os quantativos pluviométricos mais elevados
para oeste registam-se na vertente norte e nas áreas de
maior altitude. Mais baixos na vertente sul.

As situações meterológicas mais frequentes no verão...

- Menor obliquidade com que os raios solares atingem as latitudes a que Portugal se encontra

- Maior duração do dia natural

- Maior insolação

- Maior infuência das massas de ar quente tropical

As situações meterológicas mais frequentes no inverno...

- Maior obliquidade com que os raios solares atingem as latitudes a que Portugal se encontra

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- Menor duração do dia natural

- Menor insolação

- Maior infuência das massas de ar frio polar

A posição geográfica de Portugal determina a prevalência de duas situações metereológicas


mais comuns no inverno:

- Influência das perturbações da frente polar

- Formação de anticiclones de origem térmica na Europa Ocidental e na península Ibérica

Quais as características do clima de Portugal?

Continentalidade ALTITUDE
À medida que a continentalidade aumenta: a À medida que a altitude aumenta: os locais,
amplitude térmica vai aumentando e os sobretudo no Norte, vão registando
quantitaivos pluviométricos vão sendo temperaturas menores e quantitativos
menores pluviométricos superiores ao longo do ano.

LATITUDE
À medida qua a latitude aumenta: os
invernos vão sendo progressivamente
mais frios e mais chuvosos.

Clima temperado mediterrâneo – Regiões a sul do Tejo – Verões longos, quentes e secos, com
elevadas temperaturas médias mensais - Invernos curtos e amenos

Clima temperado mediterrâneo de influência marítima – (Norte e Açores) – Verões suaves –


Invernos moderados

Clima temperado mediterrâneo de influência continental – (Trás-os-Montes) – Verões quentes


– Invernos frios

Clima temperado com influência altitude – (Serra da Estrela) – Invernos frios e verões frescos –
Precipitação abundante

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