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RESFRIAMENTO EVAPORATIVO +

INÉRCIA TÉRMICA
RESFRIAMENTO + VENTILAÇÃO
NATURAL

Resfriamento Evaporativo:
O resfriamento evaporativo é um dos mais antigos e mais eficientes métodos de se
refrigerar de forma passiva uma edificação em climas secos.
O processo físico do resfriamento evaporativo baseia -se no processo de evaporação da
água que retira calor do ambiente ou do material sobre o qual a evaporação acontece.
O grau de resfriamento é determinado pela velocidade da evaporação: quanto mais
rápido o processo da evaporação maior a queda de temperatura.
A taxa de evaporação em um espaço aberto será mais rápida q uanto maior a área
superficial da água e a velocidade do ar e menor for a umidade relativa do ar. Quanto
mais seco for o clima maior será a aplicabilidade de tais sistemas. Quand o o ar se
torna saturado, o processo de evaporação cessa e consequentemente a queda de
temperatura.
O resfriamento evaporativo pode ser direto ou indireto.
No resfriamento direto o ar é umidificado enquanto sua temperatura é reduzida e o
objetivo do sistema é fazer com que a água evapore controladamente dentro do
ambiente, ou seja, adicionando a quantidade correta de água para atingir resfriamento,
umidade ou melhoria da qualidade do ar no ambiente. A utilização deste sistema deve
ser feita em concordância com os sistemas de ventilação, pois a velocidade do ar é
responsável pelo aumento da velocidade de evaporação.
Já no sistema de resfriamento evaporativo indireto o ar interno não é umidificado. Ele
pode ser resfriado evaporativamente e depois de passar por um trocador de calor
resfriado, ser introduzido mecanicamente no ambiente. Outro método é o resfriamento
de um elemento do edifício por evaporação, fazendo com que este elemento funcione
como um captador de calor.
Inércia Térmica Resfriamento:
Uma edificação de elevada inércia térmica proporcionará uma diminuição
das amplitudes térmicas internas e um atraso térmico no fluxo de calor devido a sua
alta capacidade de armazenar calor, fazendo com que o pico de temperatura interna
apresente uma defasagem e um amortecimento em relação ao externo. De fato,
componentes de alta inércia térmicafuncionam como uma espécie de bateria térmica:
Durante o verão absorvem o calor, mantendo a edificação confortável; no inverno, se
bem orientado, pode armazenar o calor para liberá-lo à noite, ajudando a edificação a
permanecer aquecida. Essa característica é particularmente benéfica em regiões de
clima mais seco onde há uma grande diferença entre as temperaturas diurnas e
noturnas externas (acima de 7ºC).
A inércia térmica total da edificação depende das características do envelope (do tipo
de piso, parede e cobertura) que devem ser compostos por materiais geralmente
densos, de elevada capacidade térmica. Além dela a admitância térmica do material vai
influenciar na sua capacidade de absorver e armazenar calor. Um material de alta
admitância térmica absorve e libera o calor rapidamente.
O uso da estratégia de alta inércia no envelope só tem efeito se a ventilação
natural através dos ambientes internos for restringida ao lo ngo do dia, uma vez que
com a ventilação a temperatura interna aumenta varia de acordo com o meio externo
diretamente, sem o atraso térmico característico do fluxo de calor através das paredes
e teto.
Deve-se ter cuidado ao usar a estratégia de alta inérci a térmica nos componentes de
cobertura e de paredes à oeste, pois a elevada exposição à radiação solar durante a
maior parte do ano, pode transformar-se em acumuladores de calor e provocar elevado
desconforto térmico interno no período de verão. Este tipo de estratégia deve ser
aplicado a estes componentes com muito critério, procurando minimizar os ganhos
solares através de isolamento térmico externo ou sombreamento no período diurno.
Materiais com capacidade térmica elevada:
O concreto e a alvenaria cerâmica são os materiais que apresentam capacidade
térmica elevada. A capacidade térmica do material e seu respectivo atraso térmico são
propriedades importantes na escolha do material a ser selecionado para os
componentes do envelope, de acordo com suas respectivas orientações solares e a
resposta térmica desejada.
No item Componentes Construtivos são apresentados a transmitância, capacidade
térmica e atraso térmico calculados para alguns componentes construtivos de parede e
cobertura.
A alta inércia térmica é particularmente benéfica em regiões de clima mais seco onde
há uma grande diferença entre as temperaturas diurnas e noturnas externas.
Em climas quentes e úmidos o resfriamento passivo é geralmente mais eficaz em
edifícios com pequena inércia térmica.
Ventilação Natural:
A ventilação pode exercer três diferentes funções em relação ao ambiente construído:
• Renovação do ar;
• Resfriamento psicofisiológico;
• Resfriamento convectivo.
Os sistemas passivos de ventilação baseiam-se em diferenças de pressão para mover
o ar fresco através dos edifícios.
As diferenças de pressão podem ser causadas pelo vento ou por diferenças de
temperatura, o que configura dois tipos principais de ventilação passiva: a ventilação
cruzada e a ventilação por efeito chaminé.
Estas estratégias também podem ser adotadas conjun tamente em diferentes ambientes
de uma mesma edificação.
Pelo chamado efeito chaminé, o ar mais frio, mais denso, exerce pressão positiva, o ar
mais quente, por tornar-se menos denso, exerce baixa pressão e tende a subir criando
correntes de convecção.
Na ventilação cruzada exploram-se os efeitos de pressão negativa e positiva que o
vento exerce sobre a edificação ou qualquer outro anteparo. Para proporcionar uma
boa ventilação natural é preciso posicionar as aberturas em zonas de pressão oposta.
A ventilação cruzada promove a remoção do calor por acelerar as trocas por convecção
e também contribui para melhoria da sensação térmica dos ocupantes por elevar os
níveis de evaporação.
A taxa na qual o ar flui através de um ambiente retirando o calor, é função da área de
entrada e saída de ar, da velocidade do vento e da direção do vento em relação às
aberturas.
A quantidade de calor removido por determinada taxa de fluxo de ar depende da
diferença de temperatura entre o interior e o exterior. Por isso a geração d e calor
interna também é decisiva no desempenho do edifício naturalmente ventilado.
Os objetivos e o projeto de sistemas passivos de ventilação devem variar de acordo
com o padrão de uso da edificação e com o clima local, considerando a variação das
condições de vento em função do relevo e obstruções vizinhas.
Na edificação a qualidade do projeto dos sistemas passivos de ventilação está
intimamente ligada ao projeto dos espaços internos e do tamanho e colocação das
aberturas. É importante salientar que a ve ntilação natural é ineficaz para reduzir a
umidade do ar que penetra no ambiente. Isto limita a eficiência da aplicação da
ventilação natural em climas de umidade relativa do ar muito elevada.

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