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AULA 2
Ciclo da Refrigeração
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CICLO DA REFRIGERAÇÃO
AULA 2
O CICLO DE REFRIGERAÇÃO
INTRODUÇÃO
Conforme foi estudado nas aulas anteriores, o processo de refrigeração é necessário quando dese-
jamos retirar o calor existente em um ambiente, no caso do ar condicionado, ou retirar calor de um
produto, no caso de uma geladeira, balcão frigorífico ou câmaras frias, ou retirar o calor de um proces-
so industrial, no caso de uma usinagem de peças ou até mesmo na fabricação de alimentos como no
caso do chocolate, por exemplo.
Esse calor deverá ser enviado para outro local que não sofra objeções à presença desse calor. Para que
todo esse processo de refrigeração seja possível, necessitamos de um equipamento adequadamente
construído com peças que executem funções específicas, tais como evaporação, compressão, con-
densação e expansão.
• COMPRESSÃO – Processo onde a pressão será elevada, para que este aumento de pressão,
haja movimentação do gás refrigerante.
O ponto de partida para a remoção de calor está diretamente relacionado com a evaporação de um
líquido. A rejeição desse calor está relacionada com a liquefação(condensação) de um vapor.
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Alguns fluidos quando submetidos à pressão atmosférica evaporam com temperaturas extremamen-
te baixas, como por exemplo o R22, que evapora à –40°C. Portanto, se o sistema está instalado num
ambiente cuja temperatura seja superior a –40°C, o fluido refrigerante R22 começará a evaporar.
No processo acima descrito podemos observar que obtemos um sistema de refrigeração porém, como
alguns inconvenientes tornam-se presentes, como por exemplo o custo do fluido que estará sendo jo-
gado fora e o problema do impacto ambiental devido a liberação do cloro na atmosfera, sem contar
que é necessário que todo o processo seja controlado manualmente e que acaba tornando-se inviável
para determinadas aplicações de refrigeração.
Para que esse fluido se condense,é necessário então que o ambiente esteja numa temperatura abaixo da
temperatura do vapor que sai da serpentina. O que fazer então?
Deve-se aumentar a temperatura desse vapor para que esteja acima da temperatura ambiente.
É instalado então um compressor entre o evaporador e o condensador, que succionará o vapor do evapo-
rador e após comprimí-lo, aumentando sua pressão e temperatura, bombeará esse vapor para o conden-
sador.
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Com um conjunto de peças devidamente montadas, é criado um sistema de refrigeração, onde é possível
absorver o calor de um ambiente ou produto e ainda ser aproveitado o mesmo fluido para esse fim.
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O CICLO DE REFRIGERAÇÃO
Observe que para completar o ciclo, é inserido um dispositivo de expansão entre o condensador e evapo-
rador, que será estudado em outro tópico. O fluido refrigerante partindo desse dispositivo, entra no evapo-
rador onde acontece a transformação da fase líquida para a fase de vapor, absorvendo calor do ambiente
ou produto onde está instalado. O vapor que sai do evaporador é succionado pelo compressor gerando
baixa pressão no evaporador, a qual chamamos de pressão de baixa. Esse vapor à baixa pressão é com-
primido e sua pressão passa agora para níveis de alta pressão, a qual denominamos de pressão de alta.
Nestas condições sua temperatura também é aumentada e o fluido é bombeado pelo compressor até o
condensador, o qual fará com que o vapor superaquecido seja transformado em líquido devido à troca de
calor ocorrida nessa serpentina com o ar que passa por ela.
Na transformação de vapor superaquecido em líquido, ocorre a dissipação do calor que foi absorvido pelo
evaporador, somado com o calor gerado pelo compressor no processo de compressão. O líquido agora
entra no dispositivo de expansão, onde ocorre uma queda brusca de temperatura e pressão e vai para o
evaporador, onde se reinicia o processo de absorção de calor.
Sabe-se que quando variamos a pressão de um fluido mudamos algumas propriedades físicas, tais como,
sua temperatura de ebulição e de condensação (ou liquefação) por exemplo. No sistema de refrigeração, o
compressor faz com que haja diferença de pressão entre o evaporador e o condensador.
O evaporador assume um nível de pressão baixo que corresponde à temperatura que o líquido refri-
gerante começa evaporar na presença de uma fonte de calor (ar ou água com carga térmica), a qual
chamamos de fonte quente.
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Essa pressão está presente no sistema entre o dispositivo de expansão e a válvula de sucção dentro do
compressor e deve ser medida com um manômetro instalado na linha de baixa pressão, de preferência na
saída do evaporador. Não devemos esquecer que a pressão medida e lida pelo manômetro corresponde à
temperatura do processo de ebulição do fluido refrigerante, que está acontecendo dentro do evaporador
e não corresponde à temperatura do tubo de sucção na maioria das vezes, pois no tubo de sucção não
temos ebulição e sim super aquecimento do vapor gerado pelo evaporador.
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A ferramenta que o profissional da refrigeração deve instalar no sistema frigorífico chama-se manifold,
o qual tem um sistema de duas válvulas (registros) que permitem o uso independente ou simultâneo
dos manômetros de baixa e alta pressão e um ponto comum onde será conectada a bomba de vácuo
ou o cilindro de fluido refrigerante.
Na figura acima está sendo usado somente o lado de baixa pressão do manifold, instalado no tubo de
sucção do sistema de refrigeração. Com o mesmo manifold pode ser medida a pressão do lado de alta,
usando o manômetro de alta. A alta pressão tem início na válvula de alta pressão localizada no interior
do compressor e vai até o dispositivo de expansão, onde ocorre a queda brusca da pressão. Como o
vapor superaquecido é comprimido e sua pressão é elevada, a temperatura desse vapor passa agora a
níveis superiores à temperatura do ar que faz troca térmica com o condensador. O ar passa a ser uma
fonte fria de calor que, em contato com os tubos contendo fluido refrigerante superaquecido a alta
temperatura e alta pressão, faz uma troca térmica que abaixa a temperatura desse fluido até o ponto
em que começa a condensação do vapor do fluido do sistema. Nessas condições o calor contido no
interior dos tubos é transportado para o ar, ou seja , ocorre a dissipação de calor.
As pressões devem ser medidas com o equipamento em funcionamento, onde além das pressões,
podem-se também medir as temperaturas de vários pontos do ciclo de refrigeração, as quais nos
fornecem para o profissional da refrigeração a informação da condição de funcionamento do siste-
ma frigorífico. As temperaturas devem ser medidas com um termômetro que permita a medição de
vários pontos simultâneos nos tubos do sistema e devem estar devidamente isolados termicamente,
para que não ocorram interferências nas leituras dos sensores do termômetro. Os tubos frigoríficos
recebem nomes de acordo com o que acontece em seu interior. Entre o evaporador e o compressor
temos o tubo de sucção e chamamos de linha de sucção. Entre o compressor e o condensador te-
mos a descarga do fluido do compressor e chamamos de linha de descarga.
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Entre condensador e evaporador, temos a linha de líquido que é dividida pelo dispositivo de expan-
são, sendo linha de líquido antes do dispositivo de expansão e linha de líquido após o dispositivo de
expansão.
Na linha de sucção instalamos o sensor de temperatura para medir a temperatura do vapor supera-
quecido após ferver todo o líquido do evaporador. Na linha de líquido instalamos o sensor de tempera-
tura para medir a temperatura do líquido subresfriado após condensar todo o vapor do condensador.
A figura anterior mostra os valores para efeito didático e de referência, pois os valores podem mudar de
acordo com o tipo de fluido refrigerante. Será usado como fluido no exemplo o R-22.
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Para que se obtenha melhor desempenho de certos equipamentos, são inseridos alguns componentes
no ciclo de refrigeração. Esses componentes serão chamados de acessórios e não são obrigatórios em
todos os equipamentos, somente em alguns. A remoção desses acessórios não impedem que haja a
compressão, a condensação, a expansão e a evaporação, porém, dependendo da máquina, o desempe-
nho poderá estar comprometido.
As peças (acessórios) abaixo descritas são consideradas as mais importantes de um ciclo mais completo,
porém, dependendo do equipamento, poderá ser encontrado outro componente que seja diferente dos
aqui descritos devido a aplicação do equipamento. Para mais detalhes o profissional da refrigeração de-
verá consultar catálogos, manuais ou até mesmo a engenharia de aplicação do equipamento específico.
ACUMULADOR DE SUCÇÃO
Quando o fluido refrigerante sai do evaporador, o mesmo deve estar na fase de vapor superaquecido.
Se o fluido refrigerante do sistema de refrigeração estiver com o superaquecimento muito baixo, caso
ocorra obstrução das serpentinas por algum motivo, a tendência é que de vapor superaquecido se tor-
ne em vapor saturado, isto é, contendo uma porcentagem considerável de fluido refrigerante na fase
líquida. Caso o problema persista, a quantidade desse líquido pode aumentar, vindo a gerar uma quebra
mecânica no compressor por golpe de líquido na câmara de compressão.
O acumulador de sucção devidamente calculado ficará responsável em receber esse líquido e evaporá-
-lo antes que o mesmo entre no compressor. O acumulador de sucção é o componente responsável em
garantir que vá somente vapor para o compressor.
Existe um tubo dentro do acumulador de sucção onde foi feito um orifício calibrado, cuja finalidade é
auxiliar no retorno do óleo para o compressor através da injeção de pequenas porções de líquido mistu-
rado com o óleo acumulado no acumulador.
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RESISTÊNCIA DO CÁRTER
Quando um equipamento de refrigeração fica desligado, a temperatura do óleo do carter do compres-
sor tende a ficar igual à do ambiente. Se o equipamento permanecer desligado por muito tempo, no
momento da partida do compressor o óleo poderá estar numa temperatura muito baixa a ponto de
impedir uma boa lubrificação do compressor nessa partida podendo gerar um travamento no motor
do compressor e até mesmo uma possível quebra mecânica. Para que isso na aconteça é necessário
que a temperatura do óleo do compressor permaneça num valor aceitável. Alguns compressores ne-
cessitam da instalação de uma resistência elétrica no cárter. A resistência elétrica instalada no cárter
do compressor serve para manter o óleo aquecido, sendo desligada após o compressor entrar em
funcionamento.
SEPARADOR DE ÓLEO
O separador de óleo é um componente instalado na linha de descarga entre o compressor e o conden-
sador.
O óleo lubrificante localizado dentro do compressor, é enviado para a tubulação frigorífica devido ao
arraste pela alta pressão gerada na compressão, misturado com o fluido refrigerante circula por todo o
ciclo de refrigeração e retorna novamente para o compressor.
O óleo mistura-se bem com o fluido na fase líquida, porém, tem dificuldade em se misturar com o fluido
na fase de vapor.
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A tubulação frigorífica deve ser bem dimensionada para manter as velocidades adequadas no sistema
para que o óleo seja arrastado juntamente com o vapor no tubo desucção.
Alguns fatores podem influenciar para que o óleo não retorne para o compressor, o que lhe causará
quebra por falta de lubrificação. Para resolver problemas desse tipo, é inserido na linha de alta pressão
o separador de óleo.
VÁLVULA DE SERVIÇO
O profissional da refrigeração algumas vezes deverá executar intervenções na máquina frigorífica. Por
exemplo: para trocar um compressor onde se deseja manter o fluido refrigerante dentro do sistema
de refrigeração. Se o compressor possuir uma válvula de serviço na sucção e outra na descarga, sim-
plesmente fecham-se as válvulas e isola-se o compressor das linhas, permitindo a retirada do mesmo,
perdendo pouco fluido refrigerante ou quase nada.
Se o profissional desejar somente executar uma medição de pressões do sistema, poderá conectar o
manifold na válvula de baixa pressão e na válvula de alta pressão, monitorando todo o sistema. Existem
uma infinidade de válvulas de serviço com particularidades diferentes.
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TANQUE DE LÍQUIDO
Localizado entre o condensador e a válvula de expansão, temos instalado o tanque de líquido. Do con-
densador deve sair líquido subresfriado e nessas condições entrar na válvula de expansão. Para que a
válvula funcione bem, não devemos ter a presença de vapor, que pode ser gerado por qualquer motivo
que dificulte a condensação no condensador, como por exemplo: condensador obstruído por sujeira ou
com as aletas amassadas.
O tanque de líquido serve para garantir que entre somente líquido na válvula de expansão.
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Quando é utilizado um sistema de refrigeração com compressores de grande capacidade, devese tomar
o devido cuidado em relação à carga inicial na partida do motor elétrico. Nesses casos, é montado um
sistema elétrico onde o termostato ambiente comanda a bobina da válvula solenóide, fechando-a, quan-
do a temperatura atingir o valor ajustado no set point.
A pressão do sistema começa a elevar-se e o pressostato sente. Uma vez sentida a pressão ajustada no
setpoint do pressostato, o compressor começa a funcionar, porém com carga reduzida na partida. A vál-
vula solenóide da linha de líquido serve para ajudar no recolhimento do fluido refrigerante do sistema
de refrigeração.
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FILTRO SECADOR
O sistema de refrigeração trabalha com temperaturas muito baixas no dispositivo de expansão e com
pressões acima da pressão atmosférica. A presença de água nessas duas condições faz com que ocorra
uma solidificação dessa água, ocasionando a obstrução na linha de líquido. A água também tem a pro-
babilidade de reagir com alguns elementos químicos dentro do sistema, gerando a formação de ácidos.
O profissional da refrigeração antes de executar uma carga de fluido refrigerante no equipamento, deve
instalar uma bomba de vácuo no sistema e retirar toda a umidade contida nele. Após a execução do
vácuo, o profissional deve fazer a carga do fluido refrigerante, obedecendo os critérios de superaqueci-
mento e/ou subresfriamento do fluido refrigerante no sistema.
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VISOR DE UMIDADE
O sistema de refrigeração deve funcionar preferencialmente sem a presença de umidade, pois sua pre-
sença ocasiona o problema de congelamento da água na linha de líquido e da formação de ácidos no
sistema frigorífico. Durante a vida do equipamento acontece formação cumulativa de umidade no siste-
ma devido as várias condições de trabalho, como pressão, temperatura, descargas elétricas, a presença
de produtos químicos e possivelmente, os resíduos de umidade deixados no sistema quando carregado
com o fluido refrigerante.
Como o sistema é fechado, fica difícil o monitoramento da presença de umidade. Foi criado um com-
ponente capaz de medir o teor de umidade dentro do sistema e através de variação de cores ou to-
nalidades indica a presença de água, o visor de umidade. Existe no mercado pelo menos dois tipos de
visores de umidade, sendo o primeiro tipo utilizando as cores verde e amarelo, onde a cor verde indica
que o sistema está “seco” (sem umidade ou com baixo teor de umidade). Á medida que o sistema vai
saturando (aumentando o teor de umidade), o elemento indicador vai variando sua cor, tendendo ao
amarelo. Quando o visor está na cor amarela o sistema está “úmido”, onde temos a indicação que o nível
de umidade está em torno de 130ppm (parte por milhão) e está na hora do profissional da refrigeração
executar uma intervenção no sistema, como por exemplo, a substituição do filtro secador ou do elemen-
to filtrante.
O segundo tipo de visor de umidade apresenta três tipos de cores, sendo o azul o indicador do sistema
“seco” (sem umidade ou com baixo teor de umidade), a cor púrpura indicando baixo teor de umidade
(aproximadamente 80ppm) e a cor rosa que indica alto teor de umidade (em torno de 130ppm).
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EXEMPLO DE COMPONENTES EM
UMA UNIDADE CONDENSADORA
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DISPOSITIVO DE EXPANSÃO
Uma vez executada a carga correta de fluido refrigerante no sistema frigorífico, acredita-se que o sistema
vai operar normalmente. Muitas vezes mudanças externas no clima poderão influenciar num perfeito
funcionamento do equipamento, gerando variações de pressão no sistema devido as variações de tem-
peraturas externas. Quando o equipamento de refrigeração está trabalhando com um sistema de ex-
pansão do tipo capilar (tubo com diâmetro muito reduzido), o sistema não consegue manter-se estável
na presença das variações de temperaturas externas, pois o tubo capilar ou o restritor tem diâmetro e
comprimento fixos, não permitindo um controle proporcional ou mais preciso da quantidade de fluido
refrigerante dentro do evaporador conforme as variações externas de temperatura.
A válvula de expansão termostática ou o tubo capilar tem a função de medir e controlar a quan-
tidade de fluido refrigerante dentro do evaporador.
Com a introdução da válvula de expansão no sistema frigorífico, obtém-se um melhor controle, pois, a
válvula possui um sensor (transdutor termodinâmico) que sente a variação de temperatura do vapor
superaquecido no tubo de saída do evaporador (linha de sucção), gerada pela mudança de temperatu-
ras externas do equipamento. Quando a linha de sucção está com a temperatura muito baixa, o sensor
envia um sinal para a válvula indicando que tem muito fluido refrigerante dentro do evaporador.
A válvula começa a fechar para reduzir a quantidade de fluido dentro do trocador de calor (evaporador).
Se a linha de sucção apresentar uma temperatura elevada, o sensor envia um sinal para a válvula indi-
cando que o nível de líquido dentro do evaporador está baixo. A válvula começa a abrir aumentando a
quantidade de fluido refrigerante na serpentina do evaporador.
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EVAPORADOR
O princípio de refrigeração está relacionado com a absorção de calor através da evaporação de um fluido
líquido. O evaporador tem um papel de destaque na máquina frigorífica, pois é ele que fica responsável
pela evaporação do líquido. O evaporador é a porta de entrada do calor no sistema de refrigeração.
Existem vários tipos construtivos de evaporadores, sendo cada um com sua aplicação específica. Nesta
lista aparecem: o evaporador tipo serpentina aletada, evaporador de placas, o evaporador tipo
Shell And Tube (casco e tubo).
O evaporador tipo serpentina é construído para casos onde o fluido que faz troca térmica com o fluido
refrigerante é o ar do ambiente a ser refrigerado. Esse evaporador pode ser classificado de acordo com
o tipo de troca a ser realizada, sendo chamado de estático quando a troca térmica entre o ar e o fluido
refrigerante acontece através da convecção (ar frio desce e ar quente sobe), como no caso dos refrige-
radores domésticos, onde o fluxo de ar acontece normalmente pelo efeito termo sifão (convecção) e
ser chamado de dinâmico ou mais conhecido como ventilação forçada, quando o fluxo de ar para troca
térmica deverá ser forçado por um ventilador devidamente dimensionado para cada tipo de evaporador.
O B S E RVAÇ ÃO
O evaporador estático também pode
ser classificado como evaporador de
placas (placas conformadas).
O evaporador de placas é construído por um conjunto de placas devidamente encaixadas entre si,
onde consegue-se obter uma maior área de troca térmica com o menor espaço possível. Este evapora-
dor é indicado para aplicações onde devo usar um fluido na fase líquida que pode ser água, álcool, óleo,
leite ou outro produto conforme a necessidade do processo a ser refrigerado, para fazer troca térmica
com o fluido refrigerante do sistema de refrigeração.
Normalmente esse fluido deverá ser bombeado por uma bomba devidamente calculada para esse fim.
Com o evaporador de placas o espaço físico a ser utilizado torna-se menor, onde os equipamentos.
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O evaporador tipo Shell And Tube é construído por uma carcaça em forma de cilindro onde são inse-
ridas em suas extremidades duas placas perfuradas, chamadas de espelho, para que sejam encaixados
nesses furos os tubos que atravessam essa carcaça. E então colocado uma tampa em cada extremida-
de, devidamente desenhadas para fazer o fechamento do conjunto evaporador, onde deverá possuir
um tubo de entrada do fluido a ser refrigerado, uma saída do fluido a ser refrigerado, uma entrada de
fluido refrigerante e uma saída de fluido refrigerante. Em seu interior são colocadas chapas chamadas
de chicanas cuja função é de aumentar a superfície de troca térmica. O evaporador tipo Shell And Tube
recebe um nome particular que é cooler. O cooler pode ser de dois tipos e depende da forma que ocorre
a expansão, que pode ser seca ou inundada.
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COMPRESSOR
O vapor gerado pela evaporação do líquido no evaporador, deverá ter a sua temperatura aumentada,
pois assim esse vapor estará com a temperatura maior que a temperatura ambiente, onde é criada uma
condição para que que haja transferência do calor contido no fluido refrigerante na fase de vapor para
o ar externo (ou água de condensação) no condensador. Para que aconteça este aumento de tempe-
ratura, o fluido refrigerante deverá ser comprimido para ter a sua pressão aumentada. O compressor
comprime o vapor superaquecido vindo do evaporador, aumenta a sua pressão e a sua temperatura
e bombeia esse vapor para o condensador. Existem vários tipos de compressores, que poderão ser
classificados por vários critérios, que dependem de cada aplicação. Adotando o critério baseado no tipo
construtivo, os compressores podem ser abertos, herméticos e semi herméticos.
O compressor aberto tem como característica a ausência de motor elétrico em seuinterior, ficando o mo-
tor do lado de fora e a interação entre o motor elétrico e o compressor acontece através de acoplamento
mecânico por um conjunto de polias e correia ou correias. A vantagem desse tipo de compressor é que
poderá ser utilizado qualquer outro meio de transmissão mecânica ao eixo do compressor que não seja
a elétrica, como por exemplo, uma roda d’água, um motor a gasolina ou outro meio.
Deve ser levado em conta que para obter uma vedação no eixo do compressor, uma vez que o eixo fica
com uma parte para fora do compressor, deve ser usado um componente de vedação adequado para
esse fim, o selo mecânico. O selo mecânico é um componente que normalmente apresenta vazamento
quando o compressor fica por muito tempo parado.
O compressor semi hermético tem em seu interior o motor elétrico instalado como ocorre no compres-
sor hermético, porém, a característica principal desse tipo de compressor é a facilidade para o refrigerista
de abri-lo e poder substituir alguns de seus componentes em campo, sem ter que substituir o compressor
por completo. O custo de manutenção desse compressor torna-se menor, pois somente partes do com-
pressor serão trocadas.
Adotando o critério baseado no tipo de compressão, podemos encontrar o compressor recíproco (alter-
nativo), o compressor rotativo, o compressor scroll, o compressor parafuso e o compressor centrífugo.
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O compressor recíproco ou alternativo é do tipo pistão, onde um cilindro é carregado de fluido refrige-
rante quando o pistão atinge o ponto morto inferior. O fluido começa a ser comprimido no deslocamen-
to do pistão até o ponto morto superior, onde as válvulas internas de sucção e de descarga permanecem
fechadas, gerando aumento de pressão e redução de volume. Quando a pressão atinge valores proje-
tados pelo fabricante, a válvula de descarga se abre, descarregando para o sistema o fluido refrigerante
em alta pressão, e fechando a válvula de descarga após o descarregamento. Partindo do ponto morto
superior, o pistão se desloca até o ponto morto inferior, onde ocorre uma expansão do resíduo de fluido
refrigerante no cilindro. A pressão é ligeiramente reduzida abaixo da pressão de sucção, onde a válvula
de sucção abre-se e começa a entrar fluido refrigerante no cilindro até que o mesmo atinja o ponto mor-
to inferior, quando a válvula fecha. Permanecem fechadas as válvulas de sucção de descarga no ponto
morto inferior, onde recomeça o processo de compressão.
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O compressor recíproco pode ser construído no tipo aberto, hermético ou semi hermético.
Se o compressor tiver o seu sentido de giro invertido, o compressor trabalha normalmente. O compres-
sor rotativo é do tipo de palhetas deslizando sobre um eixo excêntrico, onde consegue-se o processo de
sucção acontecendo no mesmo instante que ocorre a descarga, sendo, a sucção em um lado da câmara
e a descarga do outro lado da câmara. Nesse processo, a quantidade de fluido deslocado torna-se maior,
melhorando a eficiência frigorífica comparando com o compressor recíproco.
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O compressor parafuso é constituído de dois rotores, chamados de lóbulos, um macho e uma fêmea,
os quais encaixados um no outro, formam um conjunto harmônico. À medida que os eixos giram, os
lóbulos reduzem o volume do fluido deslocado entre eles e aumentam a pressão. O fluido se desloca
longitudinalmente sobre o eixo e é descarregado quando chega na outra extremidade do eixo. Normal-
mente é utilizado um cilindro descarregador dentro do compressor com o intuito de evitar sobrecargas
no compressor e controlar a capacidade de refrigeração do compressor.
O compressor parafuso é construído no tipo semi hermético. Se for mudado o sentido de giro do com-
pressor parafuso, os lóbulos serão lançados contra a carcaça do compressor, danificando-a.
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CONDENSADOR
Após ser comprimido o vapor, elevada a sua temperatura e sua pressão no compressor, agora ele está
pronto para ser condensado. No processo de condensação do fluido refrigerante, o calor absorvido pelo
fluido no evaporador somado com o calor gerado na compressão, serão agora dissipados pelo conden-
sador para o fluido de troca térmica, que poderá ser o ar ou a água. A capacidade de troca térmica do
condensador deverá ser maior que a capacidade de troca térmica do evaporador, portanto deverá ser
maior que o evaporador. Um equipamento de refrigeração pode ser classificado quanto ao seu tipo de
condensação, ou seja, pelo método como o condensador é resfriado, se é pelo ar (condensação a ar) ou
pela água (condensação a água). O condensador poderá ser do tipo serpentina aletada, do tipo Tube In
Tube, do tipo Shell And Tube, evaporativo.
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AULA 2
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