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SELECIONAMENTO DE COMPRESSORES

AULA 4

Selecionamento
de Compressores

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DIAGRAMAS DE PARTIDA PARA MOTORES


MONOFÁSICOS (COMPRESSORES)
Muitos equipamentos de refrigeração são construídos com motores monofásicos, como por exemplo, os
aparelhos de janela os splits e as unidades condensadoras para câmaras frias ou outras aplicações que
possuem um motor monofásico. Esse tipo de motor normalmente precisa de componentes adicionais
em seu kit elétrico de partida, como por exemplo, os capacitores e os relés de partida. Na sequência se-
rão apresentados os diagramas de alguns tipos de ligação monofásica.

Existem pelo menos quatro tipos de motores monofásicos. O tipo ideal de motor depende principalmen-
te do tipo de torque exigido na partida do motor e o torque pode ser classificado como torque normal de
partida e alto torque de partida. O torque é selecionado de acordo com o tipo de expansão utilizado no
sistema de refrigeração, ou seja, se for tubo capilar, será classificado como um motor de torque normal
de partida, se for válvula de expansão, será classificado como alto torque de partida.

TIPOS DE MOTORES MONOFÁSICOS

MOTOR RSIR
• MOTORES COM TORQUE NORMAL DE PARTIDA – RSIR

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MOTOR CSIR
• MOTORES COM ALTO TORQUE DE PARTIDA - CSIR ( relê amperométrico)

MOTOR CSR
• MOTORES COM ALTO TORQUE DE PARTIDA – CSR

MOTOR CSR
• MOTORES COM ALTO TORQUE DE PARTIDA – CSR

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Compressor RECÍPROCO / ALTERNATIVO (Pistão)

(MIM - alto torque partida) – CSR (relé Volt. e capacitor


marcha e partida)

(MIM – normal torque partida) – RSIR (relé Amp.)

(MIM – normal torque partida) – CSCR (relé PTC e ca-


pacitor marcha)

(MIM – alto torque partida) – CSIR (relé Amp. e capa-


citor partida)

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Compressor SCROLL (MIM - alto torque partida) - CSR

Atenção: Alimentação trifásico não pode inverter o sentido de ro-


tação.

MIM – Motor indução monofásico

MIT – Motor indução trifásico

Relé Amp. – Amperométrico

Relé Volt. – Voltimétrico

Relé PTC – Amperométrico

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IDENTIFICAÇÃO DAS BOBINAS DO


COMPRESSOR MONOFÁSICO
O compressor monofásico é constituído de dois tipos de bobinas, sendo, uma de partida e uma de mar-
cha. Se o profissional da refrigeração estiver com um compressor monofásico e não tem um diagrama
correspondente aos pinos do compressor, terá dificuldades para liga-lo.

Na sequência será demonstrado o bobinado


e como identificar os seus terminais elétricos.

Como exemplo será considerado que o valor da resistência da bobina de partida é de 9 e a bobina de
marcha é de 3. Com o alicate amperímetro na escala menor de resistências, deve-se medir as bobinas
entre cada pino e montar uma tabela para identificar os terminais. Aleatoriamente deve ser dado nomes
aos terminais, como por exemplo, X, Y e Z.

Supondo que nas medições das resistências elétricas entre os terminais sejam encontrados os valores:

• Entre X e Y, 12Ω;

• Entre X e Z, 9Ω;

• Entre Y e Z, 3Ω.

Atenção: cada fabricante disponibiliza o


contato C/S/R conforme o projeto interno
da indústria, sendo assim, procure o
manual técnico do compressor ou siga o
passo a passo de como identificar cada
bobina no motor elétrico do compressor
monofásico.

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O valor de 12 corresponde a soma dos valores entre as duas bobinas ligadas em série, ou seja, a medida
entre os terminais R e S do compressor. Como no exemplo não se sabe exatamente quem são os termi-
nais R e S, deve ser observado que os terminais X e Y apresentam o valor de maior resistência, o que está
indicando uma soma entre as duas bobinas. Isto não revela qual dos terminais é R ou S, mas uma coisa
fica certa, o terminal que sobra corresponde ao terminal C do compressor.

Uma vez identificado o terminal C (comum), fica uma dúvida sobre quem é R ou quem é S. Para sanar
esta dúvida deve ser observado que restam ainda dois valores de resistência para serem analisados:

• Entre X e Z, 9Ω;

• Entre Y e Z, 3Ω.

Como o terminal Z corresponde ao terminal comum, é só comparar os valores das resistências e fica
óbvio que o terminal X é correspondente ao terminal S, pois seu valor é maior que o encontrado entre
aos terminais Y e Z. O terminal Y corresponde ao terminal R, pois seu valor corresponde ao menor en-
contrado nas medições.

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TESTE DE CAPACITOR DE MARCHA


PARA COMPRESSOR MONOFÁSICO

Para realizar teste em um capacitor de marcha, deve ser aplicada uma tensão em seus terminais no
máximo em 5 (cinco) segundos, deve ser medida a sua corrente e aplicar os valores na fórmula abaixo.
O resultado corresponde ao valor de capacitância do capacitor.

COMO TESTAR UM CAPACITOR

• Desconecte o compressor do sistema elétrico.

• Descarregue o capacitor utilizando um resistor de 150K ohms.

• Pegue um capacímetro e coloque na escala igual ou maior informado na descrição do capacitor.

• Com as pontas de provas conecte em cada borne e anote a leitura.

• Se o valor obtido está de acordo coma as descrições do capacitor está ok. Se não, troque o
capacitor.

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CICLO DE COMPRESSÃO

O sistema de refrigeração e os pontos neles assinalados estão correlacionados com os pontos marcados
no diagrama P-H.

O processo 1
Representa o vapor superaquecido na sucção do compressor submetido a uma pressão P1: é então
comprimido até o ponto 2, quando é descarregado a uma pressão P2. Neste ponto, o vapor está consi-
deravelmente superaquecido. Houve ganho de calor, e a entalpia do refrigerante passou de H1 para H2.

Processo 2 – 3
Representa o refreamento do vapor superaquecido até o ponto 3, onde inicia-se a condensação. Neste
ponto, não há superaquecimento, encontrando-se 100% vapor saturado. Houve perda de calor, e a
entalpia passou de H2 para H3.

Processo 3-4
Representa a condensação do refrigerante. Quanto mais nos aproximamos do ponto 4, maior a por-
centagem de liquido na mistura. No ponto 4, houve a completa condensação estando presente 100%
liquido saturado. Verifique que a condensação ocorre a uma temperatura e pressão constantes. Neste
processo, houve perda de calor, e a entalpia do refrigerante passou para H3 para H4.

Processo 4-5
Representa a perda de calor liquido (subresfriamento) até atingir a entrada do elemento de controle
do fluxo de refrigerante. Este processo tem por objetivo garantir que apenas liquido esteja presente na
entrada do capilar, bem como aumentar a quantidade de calor trocada pelo evaporador. houve perda
de calor, e a entalpia passou de H4 para H5.

Importante: ressaltar que todo o processo 2 – 5 (descarga do compressor –


entrada do capilar) ocorre sob pressão constante (pressão de condensação),
sendo definido como lado de alta pressão.

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Processo 5-6

Representa a restrição do refrigerante conforme flui ao longo do capilar, ou seja, há redução na pressão
de P2 (entrada capilar) até P1 (entrada do evaporador). Verifique que uma porcentagem do refrigerante
liquido evapora-se para resfriar a porcentagem de liquido restante até a temperatura de evaporação. A
entalpia permanece constante H5 igual H6 (processo isoentálpico).

Processo 6-7

Representa a evaporação do liquido no evaporador até a saída do evaporador (ponto 7), onde só há pre-
sença de vapor 100% saturado. Neste processo houve ganho de calor, e entalpia passou de H6 para H7.
Verifique que este processo ocorre a uma pressão e temperatura constantes.

Processo 7-1

Representa o superaquecimento do vapor até entrada no compressor, evitando o retorno de liquido ao


compresso. O processo a partir de então repete-se tornando-se um ciclo.

Verifique que o processo 6-1 ocorre a uma pressão constante, sendo comumente chamado de lado de
baixa pressão. Na análise acima, observamos um ciclo ideal onde não são consideradas perdas de carga
no condensador e evaporador, a compressão é isoentrópica (adiabática e reversível), e a expansão iso-
entápica.

Tendo em vista que:

Q=M x DH Onde:
Q : taxa de transferência de energia (calor) em kJ/h;
M : fluxo de massa em kg/h;
DH : diferença de entalpia entre dois pontos em kJ/kg;

Poderemos calcular:

Quantidade de calor a ser transferido na condensação. Q= M x (H2 – H5)


(H1 –– H6)
Q= M x (H2 H5)
Quantidade de calor a ser transferido na evaporação. W =MMxx(H2
Q= (h2–––H6)
(H1 H1)
H5)
W =MMxx(H1
Q= (h2––H6)
H1)
Trabalho realizado pelo compressor W = M x (h2 – H1)

Deve-se ressaltar que cada refrigerante possui um diagrama P-H especifico, haja visto que possuem
propriedades termodinâmicas e físicas distintas. Para obter os diagramas, recomendamos contactar os
fabricantes dos mesmos.

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O compressor é o responsável pela circulação do fluído refrigerante pelo sistema, e para termos con-
densação é necessário que o gás de descarga seja mais quente que a água ou o ar usado para o seu
resfriamento. Como vimos na aula dois os compressores podem ser do tipo hermético, semi-hermético
ou aberto, nossa apostila irá se limitar aos compressores do tipo hermético, pois são os compressores
mais utilizados em refrigeração comercial.

APLICAÇÃO – BAIXA, MÉDIA OU ALTA


O primeiro passo que o técnico deve considerar na substituição de um compressor é quanto ao seu regi-
me de operação, isso só é possível de posse do envelope do compressor que é fornecido pelo fabricante.
O primeiro cuidado na analise do envelope do compressor é o tipo de fluído refrigerante utilizado (gás)
e a frequência de operação (Hz) que no Brasil é fornecido em 60 Hz.

Inversores de frequência são utilizados para justamente variar a frequência


e consequentemente a rotação e capacidade de refrigeração do compres-
sor, nosso curso irá só tratar dos sistemas fixos em 60 Hz.

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O envelope estabelece os limites operacionais que permitem uma operação segura do compressor; in-
dicando limites para pressão e temperatura de evaporação, pressão e temperatura de condensação e
superaquecimento total.

O Superaquecimento útil é necessário para se ter conhecimento que o siste-


ma está operando em situação normal e entregando a troca térmica neces-
sária para o correto rendimento do equipamento, já o Superaquecimento
total é determinante para não termos a quebra do compressor.

Ao analisarmos o envelope da figura 2 temos: eixo y com as temperaturas de condensação do fluído e o


eixo x com as temperaturas de evaporação, o ponto verde no meio do envelope indica uma operação de
temperatura de condensação de +45ºC e uma temperatura de evaporação de -10°C, a linha na diagonal
vermelha significa que para direita dessa linha se pode operar esse compressor com até 30 Kelvin (30°C)
de superaquecimento total. Caso o ponto verde fique entre a linha diagonal vermelha e a linha diagonal
azul o superaquecimento total não pode exceder 11,1 Kelvin (11,1°C).

Quando temos uma diferença de valor de temperatura as escalas Kelvin e


Celsius se equivalem.

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Quanto mais ao centro do envelope o ponto de operação (ponto verde da figura 4.2) melhor, pois a ope-
ração do equipamento não se dá de maneira estática, esse ponto de operação irá se mover para cima
no eixo y se:

• A temperatura ambiente aumentar;

• Falha do ventilador ou da bomba de circulação de água;

• Condensador sujo, obstruído.

• Recirculação de ar quente

O ponto irá se mover para baixo no eixo y se:

• A temperatura ambiente abaixar;

• Falta de atuação do elemento de controle de condensação;

• Falta de fluído refrigerante.

O ponto irá se mover para esquerda no eixo x se:

• A troca térmica diminuir;

• Operador programar uma temperatura mais baixa de setpoint;

• Elemento de expansão obstruído parcialmente;

• Filtro secador saturado;

• Falta de fluído refrigerante.

O ponto irá se mover para direita no eixo x se:

• A troca térmica aumentar;

• Início de operação – start-up;

• Operador programar uma temperatura mais alta de setpoint.

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É baseado nessa análise que os fabricantes de com-


pressores utilizam os termos baixa, média ou alta,
onde geralmente os compressores têm sua capaci-
dade frigorífica com as referências de:

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TENSÃO DE ALIMENTAÇÃO

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O Sistema de energia elétrico nacional é prestado por inúmeras concessionárias regionais em todo país,
geralmente disponibilizada em 220V trifásico ou 380V trifásico, acima de uma determinada carga a ener-
gia elétrica é fornecida em média tensão e o cliente fica responsável pela cabine primária (transforma-
dor), nesse caso o cliente arbitra a tensão que irá utilizar em seu empreendimento. Como os compres-
sores herméticos em sua grande maioria não são fornecidos com a opção de dupla tensão de ligação,
o entendimento de qual a tensão correta do cliente é de fundamental importância, a compra errada do
compressor irá ocasionar diversos problemas quanto a devolução do mesmo, visto que não será possí-
vel ligar o compressor a rede de energia do cliente.

Via de regra em fornecimentos de 380V trifásico se obtém 220V monofásico com a ligação de uma das
fases e um neutro. Em fornecimento de 220V trifásico se obtém 220V monofásico com a ligação de duas
fases e 127V monofásico com a ligação de uma das fases e um neutro. Em redes de 380V trifásico não
temos a opção de 220V trifásico nem de 127V monofásico. Em redes de 220V trifásico não temos a opção
de 380V trifásico.

Lembre-se que a opção de 60Hz já foi considerada na análise do envelope.

É comum no Brasil se encontrar redes rurais onde a tensão ao invés de ser 220V é de 254V (monofásico),
nesse caso se faz necessário o uso de um transformador.

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ÓLEO LUBRIFICANTE
Na escolha do compressor é necessário saber qual o tipo de lubrificante original e qual o lubrificante do
compressor novo, geralmente é determinado pelo tipo de fluído refrigerante, mas tem outros critérios
como temperatura de evaporação que o compressor é projetado e detalhes econômicos de projeto,
logo é possível que o mesmo fluído refrigerante tenha lubrificantes diferentes quanto a sua viscosidade
e característica de produção (mineral, sintético, etc.). Nessa etapa é fundamental o suporte técnico do
fabricante do compressor de reposição, sendo possível em alguns casos se trocar o lubrificante no com-
pressor novo antes de sua aplicação.

CAPACIDADE TÉRMICA
O novo compressor deve ter a mesma capacidade térmica do anterior, quando isso não é possível se
admite uma tolerância de até 5% para mais ou para menos para fins de substituição, isso deve ser do-
cumentado no controle de manutenção do equipamento para se evitar problemas em cascata de di-
mensionamento numa possível terceira ou quarta troca de compressor. No selecionamento o técnico
deve ter ciência que o novo compressor deve estar no mesmo regime de operação de catálogo do an-
tigo compressor, com temperatura de condensação, temperatura de evaporação, superaquecimento,
subresfriamento e fluído refrigerante idêntico.

Atenção ao uso de catálogos de outros países, a capacida-


de térmica pode estar referenciada a frequência de 50Hz.

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DIMENSÕES
Os compressores são produzidos por famílias, é comum que os compressores de maior capacidade de
uma família tenham a mesma capacidade de refrigeração do menor compressor de outra família, logo
se faz necessário a análise dimensional do mesmo, não só pelo tamanho, como também por critério de
posicionamento de tubulação a ser soldado, uso ou não de válvulas de serviço.

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ANOTAÇÕES

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