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COMO SE COMPORTAM OS

INVERSORES SUNGROW EM
OVERLOAD?

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DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS
Ao dimensionar um sistema FV sempre devem ser levadas em conta as limitações dos dispositivos que serão utilizados. No
caso dos inversores Sungrow, para fins de dimensionamento do lado CC dos equipamentos, devem ser considerados os
seguintes pontos:

• Quantidade de MPPTs
• Quantidade de entradas por MPPT
• Máxima corrente dos conectores de entrada
• Máxima corrente de curto-circuito por MPPT
• Máxima tensão de entrada por MPPT

De maneira resumida, os inversores Sungrow apresentam as seguintes características por MPPT:

Residenciais G2 Linha RS Linha RT Linha CX SG125HV SG250HX


• 600V de entrada • 600V de entrada • 1100V de entrada • 1100V de entrada • 1500V de entrada • 1500V de entrada
• 15A de curto-circuito • 20A de curto-circuito • 16/32A de curto-circuito • 40A de curto-circuito • 240A de curto-circuito • 50A de curto-circuito

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CORREÇÃO DOS PARÂMETROS DOS MÓDULOS
FV
É importante que os parâmetros de operação dos módulos FV sejam corrigidos durante o dimensionamento dos
sistemas. Recomenda-se o dimensionamento sempre para os piores casos de operação, que seriam para máxima
tensão de circuito aberto e máxima corrente de curto-circuito.

Todo datasheet de módulo FV contém os parâmetros de operação em STC (Standard Test Conditions – operação a 25°C
ambientes, com irradiância de 1000W/m²) e os coeficientes de correção de tais parâmetros em função da temperatura:

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CORREÇÃO DOS PARÂMETROS DOS MÓDULOS
FV

A tensão e corrente dos módulos FV são afetadas de maneiras distintas pela temperatura ambiente. Em baixas
temperaturas, temos um ganho na tensão de circuito aberto dos módulos, representado pela seguinte
equação:
𝑉𝑜𝑐 = 𝑉𝑜𝑐𝑆𝑇𝐶 (1 + 𝛽 𝑇𝑚í𝑛 − 25 )

Assim, para correção da tensão de circuito aberto, devemos considerar o cenário de mínima temperatura
ambiente.

Já a corrente de curto-circuito apresenta variação positiva com o aumento da temperatura. Desta forma, o pior
caso acontece no cenário de máxima temperatura ambiente. A equação que representa o comportamento da
corrente de curto-circuito em função da temperatura ambiente é dada por:

𝐼𝑠𝑐 = 𝐼𝑠𝑐𝑆𝑇𝐶 (1 + 𝛼 𝑇𝑚á𝑥 − 25 )

No caso, α e β são os coeficientes de variação da corrente de curto-circuito e tensão de circuito aberto em


função da temperatura, respectivamente.

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EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO

Por exemplo, utilizando o módulo de 500Wp exibido anteriormente, junto a um inversor SG5.0RS, que possui 2 MPPTs:

Para temperaturas máximas e mínimas ambientes de 40°C e 5°C, respectivamente, temos:

𝑉𝑜𝑐 = 𝑉𝑜𝑐𝑆𝑇𝐶 (1 + 𝛽 𝑇𝑚í𝑛 − 25 )

0,25
𝑉𝑜𝑐 = 51,7(1 + − 5 − 25 = 54,5
100

Assim, podemos ter a seguinte quantidade de módulos em série por string:

𝑉𝑐𝑐𝑖𝑛𝑣𝑒𝑟𝑠𝑜𝑟 600
𝑁𝑠é𝑟𝑖𝑒 = 𝑉 = 54,5 = 11,008 = 11 (o valor deve sempre ser arredondado para baixo)
𝑜𝑐𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑜

Ou seja, o inversor comporta strings de até 11 módulos em série.

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EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO

Avaliando agora a compatibilidade quanto à corrente de curto-circuito:

𝐼𝑠𝑐 = 𝐼𝑠𝑐𝑆𝑇𝐶 (1 + 𝛼 𝑇𝑚á𝑥 − 25 )

0,04
𝐼𝑠𝑐 = 12,28 1 + 40 − 25 = 12,45
100

Assim, o número máximo de strings em paralelo por MPPT é dado por:

𝐼𝑠𝑐𝑖𝑛𝑣𝑒𝑟𝑠𝑜𝑟 20
𝑁𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜 = = = 1,61 = 1 (o valor deve sempre ser arredondado para baixo)
𝐼𝑠𝑐𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑜 12,45

Ou seja, o inversor comporta 1 string por MPPT.

Portanto, neste caso, poderíamos ter strings de até 11 módulos por MPPT, totalizando 2 strings conectadas ao inversor,
resultando em um overload de:

𝑊𝑝 𝑚ó𝑑𝑢𝑙𝑜 500
𝑂𝑣𝑒𝑟𝑙𝑜𝑎𝑑 = 𝑁𝑠é𝑟𝑖𝑒 × 𝑁𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜 × = 11 × 2 × = 2,20, 𝑜𝑢, 120%
𝑃𝑠𝑎í𝑑𝑎𝑖𝑛𝑣𝑒𝑟𝑠𝑜𝑟 5000

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EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO

Percebe-se que é possível alcançar valores elevados de sobrecarga para os inversores. Os equipamentos estão
totalmente cobertos pela garantia desde que todos os limites mencionados sejam respeitados, e que o
dimensionamento do sistema considere as premissas corretas. Quando se trata dos inversores Sungrow, não há
limitação de overload.

Alguns datasheets de produtos possuem a seguinte informação:

É importante ressaltar que os valores são apenas uma recomendação, não uma limitação, e que como vimos ao
longo do dimensionamento, valores mais elevados de overload podem ser atingidos sem comprometimento dos
equipamentos.

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CLIPPING DE ENERGIA
Em situações de overload, os inversores operam por mais tempo à potência nominal, mas são obrigados a “jogar
fora” parte da energia disponível. Isto é conhecido como clipping, que é graficamente representado pela área acima
da linha pontilhada nas curvas:

Potência
Clipping Potência de
10% de overload saída do
inversor
Percebe-se que em
situações de elevado
overload, o clipping é
6h 9h 12h 15h 18h Horário maior, ou seja, embora o
inversor opere por mais
Potência

tempo à potência nominal,


mais energia é jogada fora.
Clipping
Potência de
saída do
50% de overload inversor

6h 9h 12h 15h 18h Horário

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CUSTO NIVELADO DE ENERGIA (LCOE)

Nem sempre um overload elevado é a melhor solução para o sistema FV, economicamente falando. A adição de
módulos FV encarece o sistema, e é importante que seja estabelecida uma relação entre energia produzida e
custos de implementação do sistema. Esta relação é chamada de custo nivelado de energia (LCOE).

R$/MWh
CC/CA
1 1.2 1.40

Graficamente, o LCOE possui formato de uma parábola com concavidade voltada para baixo. Ou seja, há sempre
um overload que nos dá um LCOE mínimo. Geralmente para sistemas residenciais, esse overload é de cerca de
30%. Para sistemas trifásicos maiores, é comum que o overload ideal fique próximo a 50%.

Ou seja, por mais que os inversores consigam operar em situações de sobrecarga muito elevada, economicamente
falando, estas situações não costumam representar as melhores soluções para os sistemas. É sempre importante
que sejam realizadas análises caso a caso para a definição do overload utilizado.
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OPERAÇÃO DO INVERSOR EM OVERLOAD

O overload é caracterizado pela razão entre a potência disponível no lado CC e a potência de saída do inversor. Quando
operando em overload, os inversores possuem mais energia disponível no lado CC do que necessitam para operar à
potência nominal. Desta forma, deve haver uma limitação da energia que entra no equipamento. O responsável pelo
controle da quantidade de energia que entra no lado CC dos inversores é o MPPT:

𝑃𝑘𝑊𝑝
𝑂𝑣𝑒𝑟𝑙𝑜𝑎𝑑 =
𝑃𝐶𝐴

Analisaremos um primeiro caso, com overload de 10% (CC/CA = 1,10):

Para esta situação, o inversor trabalhará muito próximo ao


ponto de máxima potência da curva IV de entrada, uma
vez que precisará de praticamente toda energia disponível
10% de overload em sua entrada para operar à potência nominal na saída.
Corrente

MPP

Linha de
operação à
potência nominal
de saída

Tensão 10
OPERAÇÃO DO INVERSOR EM OVERLOAD

O overload é caracterizado pela razão entre a potência disponível no lado CC e a potência de saída do inversor. Quando
operando em overload, os inversores possuem mais energia disponível no lado CC do que necessitam para operar à
potência nominal. Desta forma, deve haver uma limitação da energia que entra no equipamento. O responsável pelo
controle da quantidade de energia que entra no lado CC dos inversores é o MPPT:

𝑃𝑘𝑊𝑝
𝑂𝑣𝑒𝑟𝑙𝑜𝑎𝑑 =
𝑃𝐶𝐴

Já para um segundo caso, com overload de 50% (CC/CA = 1,50):

Nesta situação, há muito mais energia disponível na


entrada do que o inversor necessita. Desta forma, ele
não operará no MPP da curva, mas sim, ajustará seu
MPP ponto de operação para uma nova combinação de
10% de overload
tensão e corrente que forneça apenas a energia
Corrente

MPP 50% de overload


necessária para que se tenha potência nominal de
saída. Note que o novo ponto de operação recai sobre
Novo ponto de operação
a linha pontilhada em laranja.
Linha de operação à
potência nominal de
saída

Tensão 11
OPERAÇÃO DO INVERSOR EM OVERLOAD

Na segunda situação, nota-se que o inversor aumenta sua tensão de operação, de maneira a baixar a corrente drenada das
strings (pontos V2 e I2 indicados no gráfico). Desta forma, o inversor consome do lado CC apenas a energia necessária para
compensar suas perdas devido à eficiência e para operar à potência nominal na saída. Não há excesso de energia sendo
drenado pelo equipamento, nem dissipação de energia excedente em forma de calor, ou aquecimento do sistema. O
inversor é inteligente e, dentro de seus limites, extrai do arranjo FV apenas a energia que precisa.

MPP
10% de overload
50% de overload
Corrente

MPP
I1

I2 Novo ponto de operação


Linha de operação à
potência nominal de
saída

Tensão V1 V2

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