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Disciplina: Concreto Armado I

Introdução ao Concreto Estrutural

Prof. Roldão Araújo


Materiais de Construção

 Concreto Estrutural: armado e protendido,


 Alvenaria: tijolos e blocos,
 Aço,
 Alumínio,
 Madeira,
etc...
Cimento

 cimento de endurecimento normal:


 cimento Portland - CP25, CP32, CP40

 cimentos de endurecimento lento:


 AF - cimento de alto forno - AF25, AF32
 POZ - cimento pozolânico - POZ25, POZ32
 ARS - cimento de alta resistência a sulfatos
 MRS - cimento de moderada resistência a sulfatos

 cimentos de endurecimento rápido:


 ARI - cimento de alta resistência inicial
Concreto

 material composto, preparado por ocasião de sua aplicação;

 mistura de um aglomerante hidráulico (cimento) com materiais


inertes (agregados) e água;

 traço do concreto: proporção entre os diversos componentes;

 fator água/cimento (a/c): parâmetro importante para a resistência


do concreto;

 aditivos: acentuar características específicas, como: acelerador


de pega, super fluidificante, etc.
Agregados

podem ser de origem natural (areia e pedregulho) ou artificial


(areia, pedrisco e pedra britada)
 Agregado miúdo: quando é retido menos do que 5% do total na
peneira com malha de abertura de 4,8mm;
 Agregado graúdo: quando passa menos do que 5% do total na
peneira com malha de abertura de 4,8mm.
 Pedra britada: é classificada Brita diâmetro nominal
(mm)
pelo seu diâmetro máximo 0 4,8 a 9,5

nominal, normalmente são 1 9,5 a 19


2 19 a 25
utilizadas as britas 1 e 2.
3 25 a 50
4 50 a 76
5 76 a 100
Concreto Simples
Características Principais:

 Boa resistência à compressão: tensão normal de ruptura variando


de 20 a 50MPa;
 Pouca resistência à tração: tensão de ruptura da ordem de 1/10 em
relação a de compressão;
 Retração do concreto: diminuição de volume no decorrer do
tempo, independente da solicitação, em ambiente normal. Depende
de vários fatores: umidade do meio ambiente, espessura das
peças, etc.;
 Fluência do concreto: incremento adicional de deformação ao
longo do tempo, quando solicitado permanentemente.
Concreto Simples
Características Principais:

 Módulo de deformação longitudinal:

Ec  5600 fck (MPa)

 Coeficiente de Poisson:  = 0,2

 Coeficiente de dilatação térmica:  = 10-5 oC-1


Concreto Simples
Classificação:

 Quanto ao local de fabricação


 in loco
 pré-moldados
 Quanto a maneira de execução
 socado
 vibrado
 jateado
 bombeado
 Quanto ao peso próprio
 pesado - proteção de raios X  entre 2,8 e 5,0 t/m3
 normal  entre 2,0 e 2,8 t/m3 (NBR 6118)
 leve - isolamento térmico  entre 0,7 e 1,6 t/m3
Concreto Simples

Classificação:
 Quanto à classe de resistência cilíndrica aos 28 dias
 C20, C25, ..., C50 – resistência normal
 C55, ... – alta resistência
 C20  resistência à compressão em corpo de prova cilíndrico aos 28
dias de 20MPa.

Propriedades:
 resistência
 durabilidade
 trabalhabilidade
Concreto Simples

 Fatores que alteram a resistência


 fator água/cimento
 tipo de cimento
 granulometria – a resistência é inversamente proporcional ao diâmetro
do agregado, quanto maior o diâmetro menor a resistência.
 umidade do ambiente – responsável pela retração, ou não, do concreto.
 temperatura
 velocidade de aplicação do carregamento
 a carga, para romper um corpo de prova, será menor quando se
aumentar o tempo de carregamento;
 a NBR diz que t = 2min.
Concreto Simples
Resistência:

Geralmente este termo refere-se a resistência medida em testes de corpos de


prova cilíndricos (padrão). A resistência à tração do concreto é aproximadamente
10% da resistência à compressão.

 Resistência à Compressão:

h = 30cm Pruptura
fc cilíndrico
D = 15cm A círculo

Resistência à Tração (tração por fendilhamento - ensaio brasileiro):


Concreto Estrutural
P P
baixa resistência à tração do concreto
simples inviabiliza o seu uso em peças
como tirantes e vigas;
IDÉIA ! associação do concreto simples compressão
P P
com o aço (ótima resistência à tração)
que constitui a armadura do material
composto (concreto estrutural);
armadura
 aderência: entre o concreto e a tração
armadura, permitindo a mobilização da
armadura imersa na massa de concreto.
Aderência Perfeita.
 costura: as armaduras devem seguir a
trajetória das tensões principais de tração,
ao ocorrer a ruptura da zona tracionada
da seção, a armadura costura as partes
resultantes, restando apenas uma fissura
como registro desta ruptura.
Concreto Armado: é um material de construção composto, no
qual a ligação entre o concreto e a armadura é devido a aderência
do cimento e a efeitos de natureza mecânica.

 proteção: da armadura pelo concreto, evitando a corrosão


mesmo na presença de pequenas fissuras. Importância dos limites
para as aberturas de fissuras e de cobrimentos adequados.

 coeficiente de dilatação térmica: os dois materiais apresentam


valores muito próximos, evitando problemas relativos a diminuição,
ou até mesmo a eliminação, da aderência entre os dois materiais.
Concreto Armado
Vantagens:

 é facilmente moldável e permite adoção das mais variadas formas;


 durabilidade elevada;
 resistência à compressão aumenta com a idade;
 pode ser obtido em qualquer lugar, pois os materiais constituintes
encontram-se em abundância;
 é resistente às variações atmosféricas, ao desgaste mecânico e
ao fogo, nesta última situação com perda de aderência;
 boa resistência a choques e vibrações;
 podemos colocar aço em qualquer lugar, de acordo com o fluxo de
tensão.
 custo relativamente baixo  concreto = U$ 55,00/tonelada
aço = U$ 850,00/tonelada
Concreto Armado
Desvantagens:

 a maior desvantagem do concreto armado é a sua massa


específica elevada (2,5 ton/m³), a utilização de agregados leves
permite reduzir o peso do concreto em cerca de 40%, porém
esses agregados não são geralmente disponíveis em condições
competitivas;
 fissuração inerente à baixa resistência à tração do concreto;
 as reformas e demolições são trabalhosas;
 mau isolante térmico e acústico;
 concreto moldado no local implica em consumo elevado em
formas convencionais e execução lenta devido aos prazos de
retirada das mesmas;
 necessidade de impermeabilização de coberturas e ou superfícies
em contato permanente com água.
Concreto Armado
Utilização:
Normas Técnicas:
Para o projeto de estruturas de concreto interessam, diretamente, as
seguintes Normas Brasileiras:

NBR 6118:2014 - Projeto de Estruturas de Concreto. Esta Norma fixa as condições básicas
exigíveis para projeto de estruturas de concreto simples, armado e protendido, excluídas
aquelas em que se empregam concreto leve, pesado ou outros especiais.
 NBR 6120:2019 - Cargas para o Cálculo de Estruturas de Edificações. Fixa condições
exigíveis para determinação dos valores das cargas que devem ser consideradas no projeto de
estrutura de edificações, qualquer que seja sua classe e destino, salvo os casos previstos em
normas especiais.
NBR 6123:1988 - Forças Devidas ao Vento em Edificações. Fixa condições exigíveis na
consideração das forças devidas à ação estática do vento, para efeitos de cálculo de
edificações, e aplicável exclusivamente a edificações em que o efeito dinâmico do vento pode
ser desprezado.
Sistemas de Unidades

comprimento: m (cm, mm)


força normal: kN = 103 N ( 0,1 tf)
força cortante: kN, kN/m
momento: kN.m; kN.m/m; kN.cm/m
carga concentrada: kN
carga distribuída: kN/m; kN/m2
peso específico: kN/m3
resistência, tensão: kN/cm2,
1 MPa = 106 N/m2 = 0,1 kN/cm2 ( 10 kgf/cm2)
10 MPa = 1 kN/cm2 = 100 kgf/cm2
O Que é Dimensionar uma Estrutura de
Concreto Armado ?

Dimensionar uma estrutura de concreto armado é determinar a seção de


concreto (formas) e de aço (armadura) tal que:

 A estrutura não entre em colapso (estado limite último);


 Suas flechas não sejam objetáveis (estado limite de serviço);
 Seja econômica (estado limite de bolso do proprietário);
 Apresente boa proteção à armadura impedindo sua corrosão que poderia, a
longo prazo, levar à ruína a peça;
 Se a estrutura for deficiente, seja por causa própria, seja por excesso de
carga, ela dê sinais visíveis ao usuário antes de se alcançar sua ruína
(condição de aviso).
Tipos de Obras Quanto ao Controle e Qualidade da
Preparação do Concreto:

 Classe A:
 ocorre a assistência à obra de profissional especialista de tecnologia de
concreto.
 todos os materiais são medidos em peso, medida do uso de água e
medida da umidade dos agregados.
 Classe B:
 ocorre assistência à obra de profissional especialista em tecnologia de
concreto.
 cimento medido em peso.
 agregados medidos em volume.
 medida freqüente (e correção do teor de água) da umidade dos
agregados.
 Classe C:
 cimento medido em peso.
 agregados medidos em volume.
 umidade dos agregados simplesmente estimada.
Tipos de Obras Quanto ao Controle e Qualidade da
Preparação do Concreto:

Para os diferentes tipos de obras


Sd (desvio padrão) vale:
Tipos Sd fcm  fck  1,65Sd
Classe A 40
Classe B 55 fck  fcm  1,65Sd
Classe C 70

Exemplo: Para o caso de fck igual a 250 kgf/cm2 e uma obra de classe A
teremos que preparar um concreto com a seguinte resistência média:

fcm = 250 + 1,65  40 = 316,0 kgf/cm2


Se for de classe B:
fcm = 250 + 1,65  55 = 340,75 kgf/cm2
Se for de classe C:
fcm = 250 + 1,65  70 = 365,5 kgf/cm2
Obtenção da Resistência de
Cálculo do Concreto:

 Para se obter o valor de cálculo da resistência do concreto, fcd, ainda


devemos dividir o valor de fck do concreto pelo coeficiente de
minoração c, com valor igual a 1,4.
f f
fcd  ck  ck
 c 1,4

f ck 250
f cd    178,6  17,8MPa
c 1,4

 A norma permite o uso de coeficiente igual a 1,3 quando as peças são


fabricadas em usinas onde se pressupõe maior uniformidade e
qualidade de produção.
Obtenção da Resistência de
Cálculo do Concreto:

 O teste de compressão é feito normalmente aos 28 dias, quando já é


bem expressivo o valor final de resistência do concreto. Na tabela
abaixo pode ser visualizado o ganho de resistência do concreto ao
longo de sua idade:
Resistência a Resistência a Resistência a Resistência a Resistência a
3 dias 7 dias 28 dias 90 dias 360 dias
40% 60% 80% 90% 100%

Obs.: O concreto a 360 dias tem resistência (100/80) = 1,25 vezes


maior do que o concreto a 28 dias.
 No dimensionamento de estruturas de concreto além do coeficiente
de minoração c é necessário multiplicar fck pelo fator redutor 0,85,
devido ao efeito Rüsch, pois a resistência do concreto é menor do que
aquela medida em teste rápido na prensa.
Ações a Considerar no Cálculo de Estruturas:

 Na análise estrutural deve ser considerada a influência de todas as


ações que possam produzir efeitos significativos para a segurança da
estrutura em exame, levando-se em conta os possíveis estados limites
últimos e de serviço.
Classificação das Ações:
a) ações permanentes; Obs.: Para cada tipo de construção, as
b) ações variáveis; ações a considerar devem respeitar suas
c) ações excepcionais. peculiaridades e as normas a ela aplicáveis.

ações permanentes  são as que ocorrem com valores praticamente


constantes durante toda a vida da construção.
ações permanentes diretas: são constituídas pelo peso próprio da
estrutura e pelos pesos dos elementos construtivos fixos e das instalações
permanentes.
Ações a Considerar no Cálculo de Estruturas:

ações permanentes indiretas: são constituídas pelas deformações


impostas por:
 retração do concreto;
 fluência do concreto;
 deslocamentos de apoio;
 imperfeições geométricas;
 protensão.

ações variáveis:

ações variáveis diretas: são constituídas pela cargas acidentais previstas


para o uso da construção, e pela ação do vento e da chuva, devendo-se
respeitar as prescrições feitas.
Ações a Considerar no Cálculo de Estruturas:

ações variáveis diretas:


cargas acidentais: as cargas acidentais correspondem a:
 carga vertical de uso da construção;
 cargas móveis, considerando o impacto vertical;
 Impacto lateral;
 força longitudinal de frenagem ou aceleração;
ação do vento: deve ser determinada de acordo com o prescrito pela
NBR6123.

ação da água: reservatórios, tanques, decantadores e outros.


Ações a Considerar no Cálculo de Estruturas:

ações variáveis indiretas:


variações uniformes de temperatura: causada globalmente pela variação
de temperatura da atmosfera e pela insolação direta.
variações não uniformes de temperatura: nas peças em que a
temperatura possa ter distribuição significativamente diferente da
uniforme, devem ser considerados os efeitos dessa distribuição não
uniforme.
ações dinâmicas: quando a estrutura, pelas suas condições de uso, está
sujeita a choques ou vibrações, os respectivos efeitos devem ser
considerados na determinação das solicitações.

ações excepcionais  no projeto de estruturas sujeitas a situações


excepcionais de carregamento, cujos os efeitos não possam ser
controlados por outros meios, devem ser consideradas ações
excepcionais, com os valores definidos, em cada caso particular, por
normas específicas brasileiras.

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