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CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO DO

CONCRETO DAS ESTRUTURAS


Engº Rubens Curti
Supervisor Técnico do Laboratório de Concreto da ABCP
MATERIAL

MISTURA AMOSTRAGEM ENSAIOS

RESULTADOS
EXECUÇÃO

ANÁLISE

CONTROLE
TECNOLÓGICO

CONTROLE DE
QUALIDADE
Critérios de Aceitação do Concreto das Estruturas

A resistência dos materiais admite, segundo uma distribuição normal “gaussiana”,


que o valor característico “fk” seja obtido por:

fk = fm - t . s

onde:

fm = é a resistência média dos resultados do ensaio;

t = valor da variável reduzida admitindo a probabilidade de 5% dos resultados


estarem abaixo do menor valor admissível “fk” (1 em 20 resultados );
S = desvio padrão dos resultados do ensaio.
Critérios de Aceitação do Concreto das Estruturas
A aceitação do Concreto das Estruturas é feita Segundo a ABNT NBR 12655:2022

• Concreto de cimento Portland


 material formado pela mistura homogênea de cimento, agregados miúdo e
graúdo e água, com ou sem a incorporação de componentes minoritários
(aditivos químicos, metacaulim ou sílica ativa), que desenvolve suas
propriedades pelo endurecimento da pasta de cimento (cimento e água). Para
efeitos desta Norma, o termo “concreto” se refere sempre a “concreto de
cimento Portland”.
• Concreto fresco
 concreto que está completamente misturado e que ainda se encontra em
estado plástico, capaz de ser adensado por um método escolhido.
• Concreto endurecido
 concreto que se encontra no estado sólido e que desenvolveu resistência
mecânica.
Definições segundo ABNT NBR 12655:2022

• Concreto preparado por empresa de serviços de concretagem


 Concreto preparado em central por empresa que assumirá as
responsabilidades pelo serviço de fornecimento do concreto observando o
disposto na ABNT NBR 7212.

• Concreto preparado pelo executante da obra


 Quando o ajuste e a comprovação do traço, além da elaboração do concreto
são realizados no canteiro de obras pelo usuário.

• Betonada
 Menor quantidade de concreto dosado e misturado, que pode ser considerada
como unidade de elaboração.
Definições segundo ABNT NBR 12655:2022

• Relação água/cimento
 Relação em massa entre o conteúdo efetivo de água e o conteúdo de cimento
Portland.

• Resistência característica à compressão do concreto (fck)


 Definida como o valor de resistência acima do qual se espera ter 95% de todos
os resultados possíveis de ensaio.

• Resistência média à compressão do concreto (fcmj)


 Corresponde ao valor da resistência média à compressão do concreto, a j dias.
Quando não for indicada a idade, refere-se a j = 28 dias.
Definições segundo ABNT NBR 12655:2022

• Amostra de concreto
 Volume de concreto retirado do lote com o objetivo de fornecer informações,
mediante realização de ensaios, sobre a conformidade desse lote para fins de
aceitação.

• Exemplar
 É um elemento da amostra constituído por dois ou mais corpos-de-prova da
mesma betonada, moldados no mesmo ato.
Definições segundo ABNT NBR 12655:2022

Profissional responsável pelo projeto estrutural


• Cabem a este profissional as seguintes responsabilidades:
a) registro da resistência característica à compressão do concreto, fck, em todos
os desenhos e memórias que descrevem o projeto tecnicamente

b) especificação de fckj para as etapas construtivas, tais como: retirada de


cimbramento, aplicação de protensão ou manuseio de pré-moldados

c) especificação dos requisitos correspondentes à durabilidade da estrutura e


elementos pré-moldados, durante sua vida útil, incluindo a classe de
agressividade adotada em projeto (tabelas 1 e 2).
Definições segundo NBR 12655:2015

• Especificação dos requisitos correspondentes às propriedades especiais do


concreto, durante a fase construtiva e vida útil da estrutura, tais como:

 módulo de elasticidade mínimo na idade de desforma, movimentação de


elementos pré-moldados ou aplicação da protensão;

 outras propriedades necessárias à estabilidade e à durabilidade da estrutura.


Tabela 1 – Classes de agressividade ambiental

1) Pode-seadmitir um microclima com uma classe de agressividade mais branda (um nível acima) para ambientes
internos secos (salas, dormitórios, banheiros, cozinhas e áreas de serviço de apartamentos residenciais e conjuntos
comerciais ou ambientes com concreto revestido com argamassa e pintura).
2) Pode-seadmitir uma classe de agressividade mais branda (um nível acima) em: obras em regiões de clima seco, com
umidade relativa do ar menor ou igual a 65%, partes da estrutura protegidas de chuva em ambientes predominantemente
secos, ou regiões onde chove raramente.

Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia, branqueamento em indústrias de celulose e


3)

papel, armazéns de fertilizantes, indústrias químicas.


Tabela 2 - Correspondência entre classe de agressividade e qualidade do concreto

Classe de Agressividade
Concreto Tipo
I II III IV
CA ≤ 0,65 ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,45
Relação
água/cimento CP ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,50 ≤ 0,45

CA ≥ C20 ≥ C25 ≥ C30 ≥ C40


Classe do concreto
ABNT NBR 8953 CP ≥ C25 ≥ C30 ≥ C35 ≥ C40

Consumo de CA
≥ 260 ≥ 280 ≥ C320 ≥ C360
cimento por m³ CP
CA – Concreto Armado
CP – Concreto Protendido
PATOLOGIAS
Definições segundo ABNT NBR 12655:2022

Profissional responsável pela execução da obra


• Cabem a este profissional as seguintes responsabilidades:
a) Escolha da modalidade de preparo do concreto

b) Escolha do tipo de concreto a ser empregado e a sua consistência, dimensão máxima do


agregado e demais propriedades conforme projeto

c) Cuidados requeridos pelo processo executivo e pela retirada dos escoramentos, levando
em consideração as peculiaridades dos materiais (em particular do cimento) e as
condições de temperatura ambiente
Requisitos para concreto exposto a soluções contendo sulfatos

Sulfato (SO4)
Condições de Sulfato solúvel em
presente na água Máxima relação Mínimo fck (1)
exposição em água (SO4)
em contato com o água/cimento, em
função da presente no solo
concreto (3) massa * MPa
agressividade % em massa
% em massa

Fraca 0,00 a 0,10 0 a 150 -- --

Moderada (2) 0,10 a 0,20 150 a 1.500 0,50 35

Severa (3) Acima de 0,20 Acima de 1.500 0,45 40

1) Baixa relação água/cimento, elevada resistência podem ser necessárias para a obtenção de baixa
permeabilidade do concreto e proteção contra a corrosão da
Armadura.
2) Água do mar.
3) Não se trata de água de amassamento.
Requisitos para o concreto, em condições especiais de projeto

Mínimo valor de fck


Máxima relação
(para concreto com
água/cimento, em massa,
Condições de exposição agregado normal ou
para concreto com
leve)
agregado normal
MPa
Condições em que é necessário um concreto de
0,50 35
baixa permeabilidade à água

Exposição a processos de congelamento e


descongelamento em condições de umidade ou 0,45 40
a agentes químicos de degelo

Exposição a cloretos provenientes de: agentes


químicos de degelo, sais, água salgada, água do 0,40 45
mar, ou respingos ou borrifação desses agentes.
Teor máximo de íons cloretos para proteção das armaduras do concreto

Tipo de estrutura Teor máximo de íons cloreto (Cl) no


concreto % sobre a massa de cimento

Concreto protendido 0,06

Concreto armado exposto a cloretos nas


0,15
condições de serviço da estrutura

Concreto armado em condições de exposição


não severas (seco ou protegido da umidade nas 0,40
condições de serviço da estrutura)

Outros tipos de construção com concreto


0,30
armado
Características para concreto exposto a soluções aquosas agressivas

CO2 Agressivo

Íon Magnésio
Condições de

Sólido (mg/l)
Íon Amônia
(ABNT NBR

relação a/c
Exposições

Máxima
16937-7

Sulfatos
Resíduo

mínimo
(mg/l)

(mg/l)

(mg/l)

(ppm)
pH (a)

fck
Conforme Conforme
Fraca 7a6 < 30 < 100 < 100 < 150 < 150
a Tabela 2 a Tabela 2
Moderada 6 a 5,5 30 a 45 100 a 200 100 a 150 150 a 50 150 a 1500 0,50 35

Severa < 5,5 > 45 > 200 > 150 < 50 > 1500 0,45 40

(a) Propriedade adimensional


NOTA: Esta tabela não é exaustiva e, para casos em que as soluções aquosas apresentam movimentação,
temperatura elevada, maior mobilidade iônica, valores de pH diferentes ou outros, recomenda-se consultar a
literatura aplicável aceita pela comunidade tecnocientífica internacional, como as constantes na Bibliografia
desta Norma (ABNT NBR 12655).
Definições segundo ABNT NBR 12655:2015

Responsável pelo recebimento do concreto

• Os responsáveis pelo recebimento do concreto são o proprietário da obra e o


responsável técnico pela obra, designado pelo proprietário.
CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO DO CONCRETO DAS ESTRUTURAS

• A aceitação das estruturas de concreto é feita segundo a ABNT NBR 12655 e com
base no controle da resistência do concreto recebido ou produzido na obra.

• Esta atividade, chamada de CONTROLE TECNOLÓGICO, abrange as seguintes


etapas:
CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO DO CONCRETO DAS ESTRUTURAS

CONTROLE TECNOLÓGICO
DO CONCRETO

Estado Fresco Estado Endurecido

Recebimento Resistência à compressão

Trabalhabilidade Formação de lotes


Critérios de Aceitação do Concreto da Estrutura
Controle de Recebimento é feito através do ensaio de
abatimento pelo tronco de cone ABNT NBR 16889:2020
Concreto produzido na obra
 Nas primeiras amassadas e até obter constância;
 Sempre que ocorrer alteração na umidade do
Medida do abatimento em
agregado;
(mm)
 Na troca de operadores;
 Sempre que forem moldados corpos de prova
CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO DO CONCRETO DA ESTRUTURA

Concreto dosado em central


 Em todos caminhões betoneira
logo após o termino da
homogeneização

Abatimento (A)
Classe
(mm)
S10 10 ≤ A < 50 Abatimento Tolerâncias
S50 50 ≤ A < 100 (mm) (mm)
S100 100 ≤ A < 160 20 < a ≤ 90 ± 10
S160 160 ≤ A < 220 90 < a ≤ 150 ± 20
S220 A ≥ 220 a ≥ 160 ± 30
ABNT NBR 7212 (Antiga)
ABNT NBR 7212:2021 (atual)
CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO DO CONCRETO DA ESTRUTURA

Formação de Lotes ABNT NBR 12655:2022


• Lote de concreto
 volume definido de concreto produzido e aplicado sob condições uniformes
(mesma classe, mesma família, mesmos procedimentos, mesmo
equipamento).

• Cada lote é formado a partir de 6 exemplares de modo a atender um dos seguintes


limites: (o mais exigente para cada caso)
 por andar;
 por volume de concreto aplicado;
100m3 compressão e flexão
 50m3 quando aplicado somente em pilares, compressão;
 tempo de concretagem 3 dias podendo ser de 7 dias com interrupções.
CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO DO CONCRETO DA ESTRUTURA

• Há 2 tipos de controle de resistência do concreto (fck,est) a serem executados:

• Controle por amostragem parcial


 Moldagem de corpos de prova de betonadas alternadas e de modo aleatório, para a
formação dos lotes. Cada lote deve ser composto por no mínimo 6 exemplares por
idade.

• Controle por amostragem total


 Pode ser aplicado somente para concretos dosado por centrais, e a moldagem dos
corpos de prova deve ser feita para todos os caminhões betoneiras.

• Nota: cada exemplar deve ser composto por no mínimo 2 corpos de prova, e toma-se como
resistência do exemplar o maior dos valores obtidos no ensaio resistência à compressão do
exemplar.
CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO DO CONCRETO DA ESTRUTURA

Retirada de Amostras
Para cada lote, as amostras devem
ser coletadas aleatoriamente
durante a operação de
concretagem
CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO DO CONCRETO DA ESTRUTURA

• PARCIAL
 As amostras retiradas devem corresponder a no mínimo:

6 exemplares, para concretos do Grupo I (classes até 50 MPa)

12 exemplares, para concretos do Grupo II (classes superiores a 50 MPa).

• Exemplar
 É um elemento da amostra constituído por dois ou mais corpos de prova da
mesma betonada, para uma mesma idade, moldados no mesmo ato.
CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO DO CONCRETO DA ESTRUTURA

Ensaio de resistência à compressão


Para cada lote, os exemplares devem ser coletados aleatoriamente durante a operação
de concretagem

Os corpos de prova devem ser moldados conforme o que estabelece a ABNT NBR
5738:2015 e podem ter as seguintes dimensões : 10 x 20 cm (mais usual) ou 15 x 30 cm.
Novo método de
moldagem de
corpos de
prova??????
FORMAÇÃO DO LOTE

Lote com 6 exemplares


(dois corpos-de-prova
para cada série) para
ensaio aos 28 dias

1 3 5 7 9 11

Exemplar 1 Exemplar 2 Exemplar 3 Exemplar 4 Exemplar 5 Exemplar 6

2 4 6 8 10 12
Resistência à Compressão do Concreto

Câmara úmida

Retifica ou capeamento

Ensaio de compressão
Determinação da resistência á compressão

Corpos de prova tratados com Utilização de neoprene para a


retifica ou capeados com enxofre execução do ensaio de compressão –
ABNT NBR 5739:2018 ASTM C 1231:2012
Controle por amostragem parcial

Para lotes com exemplares entre 6 ≤ n < 20 f1 + f 2 + f 3 +.......+ f m−1


o cálculo da resistência característica fck ,est = 2( ) − fm
estimada (fck,est) é dado por: m −1
Onde:  n = nº de amostras
 m = n/2
 f1, f2, f3.... fm-1, fm = valor de resistência dos exemplares em ordem crescente

Não se tomar para valor de fck,est valor menor que Ψ6 x f1

Valores de Ψ6
Número de exemplares
Desvio Padrão
2 3 4 5 6 7 8 10 12 14 16
A 0,82 0,86 0,89 0,91 0,92 0,94 0,95 0,97 0,99 1,00 1,02
B ou C 0,75 0,80 0,84 0,87 0,89 0,91 0,93 0,96 0,98 1,00 1,02
Os valores de n entre 2 e 5 são utilizados para casos excepcionais
Calculo do desvio padrão

O desvio padrão é determinado a partir


dos resultados obtidos nos ensaios de
compressão.

Σ i x)
( x − 2

sd = i =1

n −1
ABNT NBR 12655:2021
Controle Estatístico por Amostragem – PARCIAL (exemplo)

TABELA Nº38 - RESULTADOS DOS ENSAIOS DE RESISTÊNCIA À COMPRES-


SÃO AXIAL DOS CONCRETOS UTILIZADOS NA EXECUÇÃO DO ARCO INVER-
TIDO DEFINITIVO DAS OBRAS DO TÚNEL DA ALÇA SENA MADUREIRA

DATA
DA
fck ÍNDICE DE
CONSISTÊNCIA
Resistência à compressão
(MPa) na idade de
Fornecedor
e
RELATÓRIO

MOLDAGEM (MPa) (mm) 3 DIAS 7 DIAS 28 DIAS (1) Consumo


DE ENSAIO

14/03/1996 130 22,5 / 22,9 25,5 / 25,8 32,7 / 33,4 CON-4276


140 20,9 / 21,5 20,9 / 22,6 30,5 / 30,8
25,0 150 22,1 / 22,6 23,2 / 24,3 29,9 / 27,6 (2)
160 21,7 / 22,1 23,4 / 23,8 30,6 / 27,2
135 26,4 / 28,0 29,0 / 29,5 35,1 / 35,2
130 27,7 / 28,9 30,0 / 31,1 40,2 / 39,6
18/03/1996 170 13,6 / 22,1 24,3 / 25,5 27,7 / 28,0 CON-4925
140 21,3 / 22,2 23,8 / 24,6 29,8 / 32,6
110 19,2 / 22,7 27,7 / 28,9 31,2 / 27,6 (2)
25,0 120 19,7 / 22,9 23,2 / 23,4 28,5 / 29,7
150 14,4 / 14,9 24,0 / 25,5 29,9 / 30,6
100 23,8 / 25,2 24,3 / 28,5 28,4 / 26,6
EVOLUÇÃO DA RESISTÊNCIA

MAIOR VALOR
DO EXEMPLAR

33,4
30,8
29,9
30,6
35,2
40,2
28,0
32,6
31,2
29,7
30,6
28,4
Determinação do fck,est

MAIOR VALOR
DO EXEMPLAR f1 + f 2 + f 3 +.......+ f m−1
ORDENADO f ck ,est = 2( )− f m
f1= 28,0 m −1
f2= 28,4

f3= 29,7 28,0 + 28,4 + 29,7 + 29,9 + 30,6


f4= 29,9
f ck ,est = 2( ) − 30,6
5
f5= 30,6 = fm-1

f6= 30,6 = fm
fck,est= 28,0 MPa
f7= 30,8
Não poderá ser tomado fck,est menor que Ψ6 •f1
f8= 31,2

f9= 32,6 fck,est ≥ 0,99 • 28,0


f10= 33,4 fck,est = 27,7 MPa
f11= 35,2

f12= 40,2
fck,est= 28,0 MPa ≥ f ck = 25,0 MPa
Controle por amostragem parcial

Para lotes com mais com n ≥ 20 o valor estimado da resistência característica é dado
por:
fck,est = fcmj – 1,65 sd
onde:
 fcmj = resistência média dos exemplares do lote, na idade de j dias;
 1,65 = valor da variável reduzida “t” de Student, correspondente à probabilidade
de 5% dos resultados ocorrerem abaixo da resistência característica fck;
 sd = o desvio padrão do lote, para n-1 resultados;

MÉDIA 31,7 MPa


∑ (x )
n
2 DESVIO PADRÃO 3,35 MPa
i −x COEF. VARIAÇÃO 10,56 %
sd = i =1
n −1 fck,est 26,2 MPa
Controle estatístico por amostragem - Total

Consiste na amostragem de 100%, ou seja, todas as betonadas são amostradas e


representadas por 1 exemplar que define a resistência à compressão daquele
concreto naquela betonada. Neste caso o valor da resistência característica à
compressão estimada fck,est é dada por :
Controle estatístico para casos excepcionais

• Pode-se dividir a estrutura em lotes correspondentes a no máximo 10 m3 e


amostrá-los com número de exemplares entre 2 e 5. Nestes casos, denominados
excepcionais, o valor estimado da resistência característica é dado por:
fck,est = Ψ6 f1
onde:
Ψ6 é dado pela Tabela, para os números de exemplares de 2 a 5

Valores de ψ6 para “n” amostras


Condição de
preparo
2 3 4 5

A 0,82 0,86 0,89 0,91

B ou C 0,75 0,80 0,84 0,87


CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO DO CONCRETO DA ESTRUTURA

• A aceitação automática do lote analisado se dá quando

fck,est ≥ fck

• Caso de não conformidade, analisar o lote, a principio, através de ensaios não


destrutivos (esclerometria, ultrassom, etc...) e complementado, se necessário,
com ensaios destrutivos, retiradas de testemunhos do lote, conforme o que
estabelece a ABNT NBR 7680:2015 Todos os ensaios complementares deve ter a
supervisão do engenheiro responsável autor do projeto estrutural.
ABNT NBR 7680
CONCRETO – Extração, Preparo, Ensaio e Análise
de Testemunhos de Estruturas de Concreto –
PARTE 1: Resistência à compressão axial
EXTRAÇÃO DE TESTEMUNHOS
A extração dos testemunhos só é confiável quando NÃO ocorrer:

Extração testemunhos em uma mesma Extração do testemunhos cortando barras de aço com
secção, principalmente se for um Pilar diâmetro > 10 mm e nem em uma mesma secção .
Extração (ABNT NBR 7680:2015)

• O diâmetro do testemunho deve ser de 15 cm, exceto quando isso não for
exequível, porém nunca menor do que três vezes a dimensão máxima
característica do agregado graúdo (conforme definida na ABNT NBR 7211).
• A relação altura (h) / diâmetro (d) do testemunho capeado deve ser igual a dois,
nunca maior.
• Sempre que isto não for possível, pode ser aplicado aos resultados obtidos os k1
da Tabela 7, sendo admitida a relação h/d < 1, somente em casos de testemunhos
de concreto retirados de pavimentação, conforme a ABNT NBR 7583.
Extração (ABNT NBR 7680:2015)
TABELA 7
h/d 2,00 1,88 1,75 1,63 1,50 1,42 1,33 1,25 1,21 1,18 1,14 1,11 1,07 1,04 1,00

k1 0,00 -0,01 -0,02 -0,03 -0,04 -0,05 -0,06 -0,07 -0,08 -0,09 -0,10 -0,11 -0,12 -0,13 -0,14

Nota
A ABNT NBR 7680:2015 – Anexo B, permite que sejam feitas montagens de
testemunhos para alcançar a relação h/d entre 1,5 e 2,0. Essa montagem
pode ser feita com dois ou mais testemunhos que serão colados entre si
com pasta de cimento ou argamassa, que deve ter espessura de no
máximo 3,0 mm e relação a/c ≤ 0,40, de preferencia trabalhar com cimento
ARI. Os corpos de prova da moldados d d
pasta deverão receber o mesmo tratamento
dos testemunhos montados e ensaiados
na mesma data.
A resistência à compressão dos corpos h h
de prova, da argamassa, tem que ser
igual ou maior que a do testemunho
montado.
Se o concreto da moldagem de corpos de prova resultar em não conforme pelo
controle tecnológico...

Os critérios estabelecidos na ABNT NBR 7680:2015


prescrevem:

Estudos prévios ligados à segurança estrutural para decisão da


real necessidade de extração;
Lotes não identificados por mapeamento durante a concretagem
podem ser mapeados por ensaios não destrutivos;
Extração dos testemunhos e determinação da resistência
potencial, com aplicação de fatores corretivos pelo laboratório:
 Relação h/d: 0 a -0,14 (k1)
 Efeito de broqueamento: 0,04 a 0,12 (k2)
 Efeito da umidade: saturado = 0; seco ao ar = -0,04 (k3)
 Direção da extração: mesmo sentido = 0; ortogonal = 0,05 (k4)

Análise dos resultados pelo projetista estrutural


Fatores corretivos

• Quando a relação altura/diâmetro de testemunhos e de corpos


de prova moldados não forem igual a 2,0 adota-se (k1);

h/d 2,00 1,88 1,75 1,63 1,50 1,42 1,33 1,25 1,21 1,18 1,14 1,11 1,07 1,04 1,00

k1 0,00 -0,01 -0,02 -0,03 -0,04 -0,05 -0,06 -0,07 -0,08 -0,09 -0,10 -0,11 -0,12 -0,13 -0,14

• O processo de extração gera o que se denomina de “efeito


de broqueamento”, que ocorre em todos os casos de
extração e é mais acentuado em testemunhos de menor
diâmetro (k2);
Diâmetro dos
≤ 25 50 (a) 75 100 ≥ 150
testemunhos (mm)
Não é
k2 0,12 0,09 0,06 0,04
permitido
Neste caso o número de testemunhos deve ser o dobro do
(a)

estabelecido
Fatores corretivos

• Efeito da umidade do testemunho k3


A cura dos cps moldados é realizada em câmara úmida ou estes são imersos em água e mantidos
à temperatura controlada, até a idade de ruptura.
 Quando o concreto da região da estrutura que está sendo examinada não estiver em contato
com a água, os testemunhos devem ser mantidos expostos ao ar, em ambiente de
laboratório por no mínimo 72 h (k3 = -0,05);
 Quando o concreto da região da estrutura que está sendo examinada estiver em contato com
a água, os testemunhos devem ser acondicionados em tanques de água ou câmara úmida
por no mínimo 72 h, sendo rompidos saturados (k3 = 0).

• Direção da extração em relação ao lançamento do concreto k4


A direção da moldagem dos cps é a mesma da aplicação da carga de ruptura. No caso
de testemunhos extraídos de pilares e vigas, por exemplo, a aplicação da carga (no
ensaio) é ortogonal à direção do lançamento do concreto (na estrutura), o que implica
na correção dos resultados do ensaio (k4 = 0,05). Quando da extração for no mesmo
sentido do lançamento do concreto (k4 = 0)
Resistência FINAL corrigida dos testemunhos

fci,ext pot = [1+(k1 + k2 + k3 + k4 )]x fci,ext,inicial

Onde:

• fci,ext pot = Resistência à compressão do testemunho extraído (resistência potencial


do concreto).

• fci,ext, inicial = Resistência inicial, à compressão do testemunho extraído


Atribuições

Resultados de resistência a Laboratório de ensaios de concreto


compressão de testemunhos
extraídos fci,ext, inicial Tecnologista

Projetista
Correção dos resultados pelo
Laboratório através dos
Proprietário ou responsável
coeficientes k1 a k4
técnico da obra
Resultados
corrigidos
fci,ext pot = [1+(k1 + k2 + k3 + k4 )]x fci,ext,inicial
fci,ext pot

Avaliação da Aceitação
resistência
fc,ext pot = fci,ext (considera-se o definitiva do
potencial do Cálculo do fck ext, pot maior valor de cada lote) concreto
concreto ABNT NBR
fc,ext pot ≥ fck 12655

Avaliação da Obtenção do fcd,ext Recebimento


Cálculo do Correção por
segurança
redução do γc
para verificação do definitivo da
estrutural fck ext, seg (ABNT NBR 6118)
cálculo da estrutura estrutura
ABNT NBR 6118 ABNT NBR
14931
Aceitação final da estrutura

• O valor final obtido no ensaio de compressão do testemunho, para efeito de


garantir a estabilidade da estrutura, pode ainda se majorado de 10%, conforme
item 12.4.1 da ABNT NBR 6118:2023, “ Admite-se no caso de testemunho
extraídos da estrutura, dividir o valor de γc por 1,1”.
 fck = fcd x γc , onde:

fck = Resistência característica do concreto.


fcd = Resistência de cálculo à compressão do concreto
γc = Coeficiente de ponderação da resistência do concreto.

ESSA CONSIDERAÇÃO SÓ DEVE SER FEITA PELO


PROJETISTA
Aceitação do lote de testemunhos examinado

• Se os resultados das extrações apresentarem valor que superem o fck de projeto, o


lote será aceito.
• Caso não se comprove a segurança estrutural a partir dos resultados dos
testemunhos extraídos outras metodologias poderão ser adotadas como prova de
carga , por exemplo. Ou outros ensaios que permitam uma análise mais
aprofundada da segurança estrutural e recebimento da estrutura.

Persistindo a não conformidade, deve ser adotada uma das


alternativas, com o aval do projetista:
 Restrição de uso
 Projeto de reforço estrutural
 Demolição parcial ou total da estrutura
A estrutura de concreto deve ser aceita e recebida
desde que atendido os requisitos da ABNT NBR
14931:2022 “Execução de Estruturas de Concreto -
Procedimento” em consonância com o que está
estabelecido na norma de ABNT NBR 6118:2023
“Projeto de Estruturas de Concreto – Procedimento”

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