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Resistência do concreto à

compressão

Dosagem experimental

Resistência do concreto à compressão

• Resistência característica
– fck
• Resistência de cálculo
– fcd
• Resistência de dosagem
– fcj

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Resistência característica do concreto
• Curva de distribuição normal de Gauss
Freqüência

P%
P%
fck1 fck2 fcm fc

Resistência característica do concreto

• fck = resistência característica


– Limite inferior em relação ao qual se quer que
p1% daqueles valores sejam superiores
• fcm = valor médio da distribuição
• s = desvio padrão da distribuição
• t = coeficiente de Student
– Função de p1 (%)

2
Coeficiente de Student em função de
p1 (% acima do valor mínimo)
p1(%) t
100 ∞
99 2,33
95 1,65
90 1,28
85 1,04
80 0,84

Resistência característica do concreto


Freqüência

fck= fcm – 1,65 x s

txs

P%
fck fcm fc

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CB-130 (NBR 8953) – Concreto para fins estruturais
Classificação por grupos de resistência.

Concretos do grupo I de resistência


Designação fck(MPa)
Concreto do grupo II de
C10 10
resistência
C15 15
Designação fck
C20 20
C55 55
C25 25
C60 60
C30 30
C70 70
C35 35
C40 40 C80 80

C45 45
C50 50

NBR 6118 – Projeto de estruturas de concreto


Resistência característica à compressão

• Concreto com armadura passiva: fck ≥ 20 MPa

• Concreto com armadura ativa: fck ≥ 25 MPa

• Fundações e obras provisórias: fck ≥ 15 MPa

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Classes de agressividade ambiental (NBR 6118)
Tipo de Risco de
Classe Agressividade
ambiente deterioração
Rural
I Fraca Insignificante
Submersa
II Moderada Urbana1),2) Pequeno
Marinha1)
III Forte Grande
Industrial1),2)
Industrial1),3)
IV Muito forte Respingos de Elevado
maré
1) Pode-se admitir um microclima com uma classe de agressividade mais branda (um nível

acima) para ambientes internos secos (comôdos de apartamentos residencias e conjuntos


comerciais ou ambientes com concreto revestido com argamassa e pintura)
2)
Pode-se admitir uma classe de agressividade mais branda (um nível acima) em obras
em regiões de clima seco (UR ≤ 65%), partes da estrutura protegidas da chuva em
ambientes predominantemente secos, ou regiões onde chove raramente.
3)
Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia,
branqueamento em indústria de celulose e papel, armazéns de fertilizantes, indústrias
químicas.

Correspondência entre classe de agressividade e


qualidade do concreto – NBR 6118 e NBR 12655

Classe de agressividade
Concreto Tipo
I II III IV
Relação CA ≤ 0,65 ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,45
água/cimento em
massa CP ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,50 ≤ 0,45

Classe de concreto CA ≥ C20 ≥ C25 ≥ C30 ≥ C40


(NBR 8953) CP ≥ C25 ≥ C30 ≥ C35 ≥ C40
Consumo de
CA e
cimento por m³ de ≥ 260 ≥ 280 ≥ 320 ≥ 360
CP
concreto, kg/m³

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Resistência de cálculo (design)
f ck
f cd =
γc

• γc = coeficiente de minoração da resistência


do concreto.
– Desvios desfavoráveis
• da resistência do concreto
• da geometria das peças.
– Em geral
• γc = 1,4

Resistência de dosagem (fcj)

– fcj = fcm = fck + 1,65 x s

– O concreto é dosado em laboratório para a

resistência média.

– j = idade do concreto (28 dias em geral).

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NBR 12655/06 – Concreto: preparo,
controle e recebimento

• Dosagem racional e experimental


– Obrigatória para fck > 15 MPa (C 15)

• Dosagem empírica

– Apenas para fck = 10 MPa (C 10)

–C > 300 kg/m³

Condições de preparo do concreto

• Condição A:
– Aplicável às classes C10 até C80
– Cimento e agregados medidos em massa
– A água é medida em massa ou volume
• Dispositivo dosador
• Correção em função de determinação da
umidade dos agregados

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Condições de preparo do concreto

• Condição B:
– Aplicável às classes C10 até C25
• O cimento é medido em massa
• Os agregados em massa combinada com
volume
• A água é medida em volume
– Dispositivo dosador
– Correção em função da determinação da umidade
dos agregados (pelo menos 3 vezes ao dia)

Condições de preparo do concreto

• Condição B:
– Aplicável às classes C10 até C20
• O cimento é medido em massa
• Os agregados são medidos em volume, através
do conhecimento da massa unitária
– Volume de agregado miúdo é corrigido em função da
sua curva de inchamento
• A água é medida em volume
– Dispositivo dosador
– Correção em função da determinação da umidade dos
agregados (pelo menos 3 vezes ao dia)

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Condições de preparo do concreto

• Condição C:
– Aplicável apenas aos concretos das classe C10 e C15

– O cimento é medido e massa

– Os agregados são medidos em volume

– A água é medida em volume


• Correção em função da:
– Estimativa da umidade dos agregados; e

– Determinação da consistência do concreto (slump-test)

Resistência de dosagem do concreto

• Atender às condições de variabilidade da

produção de concreto.

• O desvio padrão (Sd) mede a variabilidade.

• fcj = fck + 1,65 x Sd

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Concreto com desvio padrão conhecido
• Mesmos materiais
• Equipamentos similares
• Condições equivalentes
• Calcular Sd a partir de:
– pelo menos 20 resultados consecutivos
– obtidos em período imediatamente anterior de 30 dias

n ( f cj − f ci ) 2
Sd = ∑
i =1 n −1

– sd > 2,0 MPa

Concreto com desvio padrão desconhecido


• No início da obra
• Desvio padrão a ser adotado em função da
condição de preparo
Condição Desvio padrão (MPa)
A 4,0
B 5,5
C* 7,0
* Para a condição de preparo C, e enquanto não se
conhece o desvio padrão, exige-se para concretos da
classe C15 o consumo mínimo de 350 kg/m3

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Fundamentos da dosagem experimental
• A dosagem visa a garantir ao concreto:
– No estado fresco:
• Trabalhabilidade adequada aos meios disponíveis
para que seja transportado, lançado e adensado,
sem segregação
– No estado endurecido:
• Características compatíveis com as solicitações
impostas pela utilização e exposição da obra
(resistência, durabilidade, permeabilidade)
– Ser produzido a baixo custo (competitividade
com outros materiais alternativos)

Principais elementos considerados na dosagem


de um concreto
Resistência Processo de Seção da peça e
característica adensamento espaçamento das barras

Risco de ataque
químico no Controle de Trabalhabilidade Dimensão máxima Forma do
concreto massa qualidade requerida do agregado agregado

Idade para a
Tipo de Resistência resistência
cimento de dosagem exigida Durabilidade

Relação água/cimento (x)

Proporção Granulometria
agregado/cimento (m) dos agregados

Proporção de cada
Traço
tipo de agregado
Capacidade da betoneira
Peso dos componentes
por betonada

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Concreto fresco

• A trabalhabilidade depende de

– Fatores relativos aos materiais

– Condições de execução da obra

Concreto endurecido

• Qualidades desejáveis
– Resistência mecânica (compressão, tração,
tração na flexão, cisalhamento, abrasão)
– Aderência
– Durabilidade
– Impermeabilidade
– Aparência

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Fatores que influenciam a resistência
mecânica
• Resistência da pasta de cimento
endurecida
– Grau de hidratação
– Porosidade – relação a/c
• Resistência do agregado
• Resistência da ligação pasta/agregados
– Forma, textura superficial e natureza química
dos agregados

Durabilidade

• É a capacidade do concreto de resistir à

ação do tempo, aos ataques químicos,

abrasão ou qualquer outra ação de

deterioração

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Método de dosagem ABCP/ACI
• Considerações preliminares
– Métodos de dosagem:
• Europa - 20 métodos
• Brasil - 4 métodos
– Método ABCP/ACI:
• Desenvolvido com base nos métodos do American
Concrete Institute (ACI) e Portland Cement
Institute (PCI), adaptado às condições brasileiras
pela ABCP (utilização de agregados graúdos
britados e a areia de rio que obedecem a NBR
7211)

Fundamentos do método

• Conhecimento prévio das seguintes


informações:
– Materiais
• Tipo, massa específica e nível de resistência aos 28
dias do cimento a ser utilizado
• A análise granulométrica e massa específica dos
agregados disponíveis
• Massa unitária compactada do agregado graúdo

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Fundamentos do método

– Concreto

• Dimensão máxima característica admissível

• Consistência desejada do concreto fresco,

medida pelo abatimento do tronco de cone

• Condições de exposição ou finalidade da obra

• Resistência de dosagem do concreto

Fixação da relação água/cimento


• Critério da durabilidade
– Condições especiais de exposição
• Baixa permeabilidade
• Ciclo gelo-degelo
• Cloretos
– Exposição a sulfatos

• Critério da resistência mecânica


– Conhecimento prévio da resistência normal do
cimento ou da sua estimativa

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Requisitos para o concreto em condições
especiais de exposição – NBR 12655
Máxima relação Mínimo valor de
água/cimento fck (para concreto
Condições de exposição para concreto com agregado
com agregado normal ou leve),
normal MPa
Condições em que é necessário um
concreto de baixa permeabilidade à 0,50 35
água
Exposição a processos de
congelamento e descongelamento em
condições de umidade ou a agentes
0,45 40
químicos de degelo
Exposição a cloretos provenientes de
agentes químicos de degelo, sais,
água salgada, água do mar, ou 0,40 45
respingos ou borrifação destes
agentes

Requisitos para o concreto exposto a soluções contendo sulfatos –


NBR 12655
Mínimo valor de
Sulfato Sulfato Máxima relação
Condições de fck (para
solúvel em solúvel água/cimento
exposição em concreto com
água (SO4) (SO4) para concreto
função da agregado
presente no presente no com agregado
agressividade normal ou leve),
solo, % água, ppm normal*
MPa
Fraca 0,00 a 0,10 0 a 150
150 a
Moderada** 0,10 a 0,20 0,50 35
1.500
Acima de Acima de
Severa*** 0,45 40
0,20 1500
* Baixa relação água/cimento ou elevada resistência podem ser necessários
para a obtenção de baixa permeabilidade do concreto ou proteção contra a
corrosão da armadura ou proteção a processos de congelamento e degelo.
** Água do mar
*** Para condições severas de agressividade, devem ser obrigatóriamente
usados cimentos resistentes a sulfatos (RS)

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Concreto exposto a ambiente sulfatado

Gráfico para determinação da relação água/cimento em


função das resistências do concreto e cimento aos 28 dias
60,0
Resistência à compressão do concreto requerida

55,0

50,0

45,0

40,0
aos 28 dias, MPa

35,0

30,0

25,0

20,0

15,0

10,0

5,0
0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90
Relação água/cimento, l/kg

Resistência normal do cimento aos 28 dias (MPa)


• 26 • 29 • 32 • 35 • 38 • 41 • 44

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Consumo de água no concreto (l/m³)
• Valores recomendados como ponto de
partida para o consumo de água de
concretos preparados com pedra britada,
areia natural e consumo de cimento da
ordem de 300 kg/m3
Abatimento do Dimensão máxima característica do
tronco de cone agregado graúdo (mm)
(mm) 9,5 19 25 32 38
40 a 60 220 195 190 185 180
60 a 80 225 200 195 190 185
80 a 100 230 205 200 195 190

Consumo de cimento (kg/m³)

• Determinação do consumo de cimento (C)

CA
C=
a/c

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Determinação do consumo de agregado
graúdo

• Dimensão máxima característica do


concreto
• Módulo de finura da areia
• VC=Volume compactado/m3 de concreto
• δC=Massa unitária compactada

Cb = Vcxδc

Volume compactado seco (VC) de agregado


graúdo por m3 de concreto

Dmáx (mm)
MF
9,5 19,0 25,0 32,0 38,0
1,8 0,645 0,770 0,795 0,820 0,845
2,0 0,625 0,750 0,775 0,800 0,825
2,2 0,605 0,730 0,755 0,780 0,805
2,4 0,585 0,710 0,735 0,760 0,785
2,6 0,565 0,690 0,715 0,740 0,765
2,8 0,545 0,670 0,695 0,720 0,745
3,0 0,525 0,650 0,675 0,700 0,725
3,2 0,505 0,630 0,655 0,680 0,705
3,4 0,485 0,610 0,635 0,660 0,685
3,6 0,465 0,590 0,615 0,640 0,665

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Proporcionamento de agregado
graúdo

Britas Utilizadas Proporção


B0,B1 30% B0 e 70% B1
B1,B2 50% B1 e 50% B2
B2,B3 50% B2 e 50% B3
B3,B4 50% B3 e 50% B4

Determinação do consumo de agregado


miúdo (Cm)

• Somatório dos volumes dos materiais = 1m3 de


concreto
Vc + V-a + Vb + Vm = 1m³

C Cb Ca
Vm = 1 - ( + + )
γC γb γa
Cm = Vmxγm

γ = massa específica dos materiais

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Método de dosagem ABCP/ACI

• Apresentação do traço do concreto

– Cimento (1) : areia : graúdo : relação a/c

Cm Cb Ca
1: : :
C C C

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