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CENTRO TECNOLÓGICO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
PROFESSOR: ROBERTO C. A. PINTO
ECV 5261
ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO I
1
1. PRINCÍPIOS BÁSICOS DO MATERIAL CONCRETO ARMADO
2
Viga de concreto simples: devido à baixa resistência à tração a ruptura se dá de modo
frágil. A ruptura frágil se caracteriza por uma ruptura rápida, brusca, sem um prévio
aviso (ocorrência de fissuras).
b) comportamento a flexão no caso do aço sem c) comportamento a flexão no caso de aço com aderência
aderência ao concreto, aço mantêm seu comprimento ao concreto, aço aumenta seu comprimento sofrendo
alongamento
3
Figura 1.3 – Fissuração esquemática no ensaio flexão
4
1.6 NORMAS TÉCNICAS APLICÁVEIS A ESTRUTURAS DE CONCRETO (ABNT)
5
2. CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DO CONCRETO
• Consistência - slump
• Trabalhabilidade
• Homogeneidade
• Adensamento
• Pega – início do endurecimento
• Cura
95%
5%
f ck 1.65 Sn f cj f c (Resistência)
Figura 2.1 - Distribuição normal mostrando a resistência média (fcj = fm) e a resistência característica
do concreto à compressão (fck).
6
N (Freqüência)
A B
f ck f c (Resistência)
Figura 2.2 - Distribuição normal de dois concretos com a mesma resistência característica
N (Freqüência)
f cj f c (Resistência)
Figura 2.3 - Distribuição normal de dois concretos com a mesma resistência média
= + 1,65. (2.1)
com:
fcmj é a resistência média do concreto à compressão, prevista para a idade de j
dias, em MPa)
7
fckj é a resistência característica do concreto à compressão, aos j dias, em MPa;
Sd é o desvio padrão da dosagem, em MPa.
No início da obra, ou se não for conhecido o desvio padrão Sd, o mesmo será dado em
função das condições de preparo (NBR 12655 - item 5.6.3.3) (Tabela 6 da NBR 12655):
8
2.2.2 Resistência à Tração
A resistência à tração pode ser obtida por um ensaio de tração uniaxial, similar ao de
compressão uniaxial. Entretanto, este ensaio é difícil de ser realizado sem a introdução
de excentricidade no carregamento. Além disso, o corpo de prova necessita estar preso
nas suas extremidades ao mecanismo que aplica a força de tração. As garras
necessárias para fixar o corpo de prova introduzem um esforço de compressão em suas
extremidades, o que pode afetar o resultado final do ensaio.
, = (2.2)
ℓ
Figura 2.4 - Esquema do ensaio de tração por compressão diametral e distribuição de tensões normais
9
No ensaio de tração na flexão, um prisma de concreto é ensaiado a flexão a quatro
pontos. A distribuição de tensões na região central é assumida como sendo linear. A
resistência à tração é dada pela seguinte expressão:
ℓ
, = (2.3)
A resistência do concreto à tração indireta fct,sp e a resistência à tração na flexão fct,f tem
seus valores característicos estimados da mesma maneira que o concreto à
compressão.
= − 1,65. (2.4)
N (Freqüência)
95%
5%
f tk 1.65 Sn f tj f c (Resistência)
Figura 2.6 Distribuição normal mostrando a resistência média (ftj) e a resistência característica
do concreto à tração (ftk).
10
As estimativas de resistência à tração fornecida por estes ensaios indiretos não
fornecem o mesmo resultado. No ensaio de tração na flexão, a hipótese de distribuição
linear de tensões não é verificada, com tensões efetivas na ruptura menores que às
sugeridas pela equação 2.3. Adicionalmente, a maior tensão de tração ocorre
inicialmente somente na fibra mais extrema. Já no ensaio por compressão diametral,
há uma maior região com tensão de tração constante, embora ainda ocorram tensões
de compressão nas regiões próximas ao ponto de aplicação de carga.
O seu valor médio, fct,m, na falta de ensaios de tração, pode ser relacionado à resistência
característica do concreto fck de acordo com as seguintes expressões (NBR 6118):
, ( = 1,3 ,
11
2.2 FATORES QUE INFLUEM NA RESISTÊNCIA DO CONCRETO
2.2.1.1 Água
2.2.1.2 Agregados
Concretos executados com seixos ou com britas de maior diâmetro produzem concretos
com menor exigência de água e, consequentemente, mais resistentes. Para concretos
de elevada resistência se dá preferência para agregados de menor diâmetro. Os
agregados devem estar isentos de impurezas para não prejudicar a aderência com a
pasta, apresentar resistência mecânica superior a pasta (para concretos convencionais)
e uma granulometria contínua, diminuindo o volume de pasta de cimento.
2.2.1.3 Cimento
12
2.2.1.4 Aditivos
A evolução da resistência à compressão com a idade deve ser obtida através de ensaios
especialmente executados para tal. Na ausência de dados experimentais, em caráter
orientativo, pode-se adotar os valores indicados na NBR 6118 item 12.3.3.
)
= *+
13
Onde: *+ = ,-./011 − (28/3)+/ 45
14
Figura 2.8 - Curva de Abrams que indica a variação da resistência em função da relação
água/cimento.
2.3 DEFORMAÇÕES
• retração
• variação de temperatura
• variação de umidade
2.3.1.1 Retração
15
necessária à hidratação do cimento. A pega é o processo de endurecimento do
concreto.
εcs (‰)
εcs∞
L
Concreto simples:
∆ℓ´cs = ε´cs L
∆ℓ´cs
L
Concreto armado:
∆ℓcs = εcs L
∆ℓcs
εcs < ε´cs
16
Valores de εcs de acordo com NBR 6118:2014
Item 8.2.11 – Tabela 8.2 – valores de ε´cs entre -0,15 a -0,53 ‰ dependendo da umidade
média do ambiente, geometria do elemento e da idade do 1º carregamento.
Para concreto armado, (item 11.3.3.1) casos correntes com peças com dimensões entre
10 e 100 cm em ambientes com Ur ≥ 75 %):
Valores mais precisos de εcs do concreto, consultar a NBR 6118 anexo A da norma.
678 = 9 . 7
17
• para peças cuja menor dimensão esteja entre 50cm e 70cm será feita
interpolação linear entre os valores acima citados.
67 = 9 . 7
67 = : . 6;. 7
2.3.2.1 Imediata
Observada no ato de aplicação das cargas externas, onde o esforço interno é absorvido
parte pelo esqueleto sólido do concreto e parte pela água confinada nos poros. A
deformação imediata será:
67% = 9 % . 7
com:
εci = deformação imediata unitária
67 = 67% + 67
9 =9 %+9
εc
εcc
εcc εcc∞
εci
to Tempo
Instante de aplicação
da carga
Figura 2.11 - Deformação unitária x tempo para um concreto, mostrando a deformação imediata no
momento da aplicação do carregamento externo e a fluência, que progride com o tempo.
O concreto a ser especificado nos projetos, de acordo com a NBR 6118, deverá
apresentar uma resistência característica fck não inferior a 20 MPa. O concreto pré-
misturado deverá ser fornecido com base na resistência característica.
19
Figura 2.12 – Exemplos de diagramas tensão-deformação para concreto de alta e baixa resistências
εc2 = 2,0‰
εcu = 3,5‰;
20
Para concretos de classes C50 até C90:
Para tensão máxima, a NBR 611814 utiliza o valor de 0,85 fcd. A resistência de cálculo
fcd é calculada minorando-se a resistência característica fck a partir do coeficiente de
ponderação da resistência, < , parte integrante do critério de segurança (visto com mais
detalhe no Capítulo 4), tal que:
= =>
?=
O coeficiente 0,85 utilizado pela NBR 6118 de redução da resistência de cálculo, fcd,
leva em consideração as dimensões do corpo de prova padrão, o crescimento da
resistência com a idade e principalmente o efeito das cargas de longa duração.
21
Figura 2.14 - Influência do tipo de carregamento na resistência do concreto (RÜSCH, 1960)
Figura 2.15 - Influência da intensidade de carga e sua duração na resistência e deformação do concreto
(RÜSCH, 1960)
22
60
50
90
40
80
tensão (MPa)
70
30
60
50
20
40
30
10
20
0
0 0.001 0.002 0.003 0.004
deformação
Figura 2.16 - Curvas tensão-deformação de cálculo da NBR 6118 para concretos de diversas classes
A relação entre tensão e deformação pode ser considerada como linear apenas no início
do carregamento, com o concreto se comportando como um material elástico. Com o
acréscimo de carga, esta relação deixa de ser linear, o comportamento do concreto se
modifica e deformações permanentes ocorrem caso o carregamento seja retirado. A
extensão da fase inicial elástica é maior quanto maior for a resistência do concreto.
23
Figura 2.17 - Módulo de elasticidade tangente na origem (Eo) e módulo secante (Ecs)
A NBR apresenta a seguinte tabela com valores arredondados que podem ser utilizados
no projeto estrutural considerando agregado graúdo granítico
24
Tabela 2.4 – Valores estimados de módulo de elasticidade em função do fck com
agregado graúdo granítico
Classe de C20 C25 C30 C35 C40 C45 C50 C60 C70 C80 C90
@ % (GPa)
resistência
25 28 31 33 35 38 40 42 43 45 47
@ (GPa) 21 24 27 29 32 34 37 40 42 45 47
:% 0,85 0,86 0,88 0,89 0,90 0,91 0,93 0,95 0,98 1,00 1,00
2.4 Durabilidade
25
3. AÇO
3.1 INTRODUÇÃO
Os aços para concreto armado são fornecidos sob a forma de barras e fios de seção
circular, com propriedades e dimensões padronizadas pela norma NBR 7480 da ABNT.
O aço é uma liga metálica de ferro e carbono, com um percentual de 0,03% a 2,00% de
participação do carbono, que lhe confere maior ductilidade.
3.1.1 Classificação
Os aços para concreto armado são classificados de acordo com a sua bitola, sua
resistência característica e o processo empregado em sua fabricação. A bitola
representa o diâmetro nominal (φ), em milímetros da seção transversal do fio ou da
barra.
O aço pode ser encontrado em barras de diâmetro nominal 6,3 mm ou superior, obtidas
exclusivamente por laminação a quente.; em fios com diâmetro nominal 10,0 mm ou
inferior, obtidos por laminação a quente com posterior processo de deformação a frio; e
em telas formadas por fios soldados nos pontos de cruzamento.
26
Tensão
B
fm
C
f yk A
Deformação
Os fios, obtidos geralmente por trefilação, não apresentam nos ensaios patamar de
escoamento bem definido. O limite de escoamento é estabelecido convencionalmente
como sendo a tensão que produz uma deformação permanente de 0,2 %.
Tensão
C
fm
D
f yk B
f yp A
0,2%
Deformação
Figura 3.2 - Diagrama tensão x deformação de fios. “A” representa o limite de proporcionalidade, “B”
o limite escoamento, “C” o limite de resistência, e “D” o limite de ruptura.
A designação dos aços para concreto armado segue a sigla CA (iniciais de concreto
armado), seguida da resistência característica de escoamento em kN/cm2.
27
3.2 Massa, Comprimento e Tolerância
A massa real das barras deve ser igual à sua massa nominal obtida multiplicando-se o
comprimento da barra ou do fio pela área da seção nominal e pela sua massa específica
(7850 kg/m3).
28
Figura 3.3 – Barras CA 25
β = ângulo entre o eixo da nervura oblíqua e o eixo da barra, 45º < β < 74º
e = espaçamento entre nervuras, de 50% a 80% do diâmetro nominal
29
3.4 RESISTÊNCIA CARACTERÍSTICA
95%
5%
f yk 1.65 Sn f yj f y (Resistência)
Figura 3.7 - Distribuição normal para a resistência do aço, mostrando a resistência média (fym) e a
resistência característica (fyk).
f yk f yck
f yd = (tração) e f ycd = (compressão)
γs γs
No cálculo pode-se utilizar o diagrama simplificado para os aços com ou sem patamar
de escoamento. Este diagrama é válido para intervalos de temperatura entre –20o C e
150o C e pode ser aplicado para tração e compressão.
f yd
ε yd = com Es = 210.000 MPa
Es
31
4. CONCEITOS DE SEGURANÇA
O cálculo de uma estrutura deve garantir que ela suporte de forma segura, estável e
sem deformação excessivas, todas as solicitações a que estará submetida durante sua
execução e utilização.
32
• Atendimento ao controle de execução da obra (NBR 14931).
Rd ≥ Sd
Rd – resistência de cálculo
Sd – solicitação última
Neste método os valores das cargas, das resistências dos materiais são considerados
fixos e, portanto, este método é considerado como um método determinístico.
Esse método fornece pouca informação sobre a capacidade real da estrutura.
33
Baseados na probabilidade de ruína. O valor da probabilidade de ruína (p) é fixado por
normas e embutido nos parâmetros especificados, levando em consideração aspectos
técnicos, políticos, éticos e econômicos.
Segundo a NBR 6118, as estruturas de concreto devem atender aos seguintes requisitos
mínimos de qualidade:
Quando uma estrutura não preenche os requisitos de qualidade anteriores, diz-se que a
mesma atingiu um “ESTADO LIMITE”. As normas atuais são baseadas no conceito de
Estados Limites. Quando uma estrutura ou elemento estrutural não mais atende ao seu
uso projetado, é dito que atingiu o seu Estado Limite. No dimensionamento da estrutura
considerando os E.L., as ações, os efeitos das ações e as resistências são quantidades
aleatórias cujos valores reais são conhecidos somente através da distribuição de
probabilidades das quantidades aleatórias individuais que constituem suas partes
componentes.
35
A condição de segurança pode ser exigida em relação aos Estados Limites Últimos ou
aos Estados Limites de Utilização.
Este estado Limite está relacionado com durabilidade, aparência, conforto, boa
utilização.
• deformações excessivas,
• fissuração excessiva ou prematura,
• vibrações excessivas.
Exemplos:
ELS-F: inicia a formação de fissuras
ELS-W: fissuras com aberturas iguais a valores máximos especificados
ELS-DEF: deformações atingem limites para utilização normal da estrutura.
4.5 AÇÕES
36
• Diretas: peso próprio da estrutura, pesos dos elementos construtivos fixos
(revestimentos, alvenarias, etc), peso das instalações permanentes, empuxos
permanentes
• Indiretas: deformações impostas por retração, fluência do concreto,
deslocamentos de apoio, imperfeições geométricas, protensão.
As ações variáveis são as cargas acidentais das construções em função do seu uso
(pessoas, veículos, mobiliário etc), assim como os efeitos do vento, das variações de
temperatura, etc.
Além destas, há ainda as ações ditas como excepcionais que são as decorrentes de
explosões, choques de veículos, incêndios, enchentes, terremotos excepcionais.
37
4.5.2 Ações Variáveis
Para a combinação E.L.U., utilizam-se a totalidade das cargas permanentes com seus
valores majorados pelos coeficientes de ponderação respectivos, uma ação variável
38
principal majorada pelo coeficiente de ponderação, enquanto as outras ações variáveis
tem seus valores reduzidos (ID J ) de forma a considerar a baixa probabilidade de
ocorrência simultânea de duas ou mais ações variáveis de natureza diferentes.
&
com:
J = combinação de ações;
JL%, = valor característico da carga permanente i;
JM+, = valor característico da carga acidental 1 (carga acidental preponderante);
39
4.5.3.2 Estado Limite de Serviço
Neste caso todas as ações variáveis são consideradas com seus valores quase
permanentes ψ2Fqk
&
J , R8 = K JL%, + K I . JM ,
%O+ O
Neste caso, a ação variável principal JM+ é tomada com seu valor frequente
J , R8 = K JL%, + I+ JM+ + K I . JM ,
%O+ O
Neste caso, a ação variável principal JM+ é tomada com seu valor característico
J , R8 = K JL%, + JM+ + K I+ . JM ,
%O+ O
40
A tabela a seguir apresenta os coeficientes I
41
5 DURABILIDADE
A vida útil dos projetos é em geral de 50 anos. Durante a vida útil não são esperadas
intervenções significativas, porém há necessidade de manter os requisitos de uso e de
manutenção, conforme NBR 5674 – Manutenção de edificações – Requisitos gerais para
o sistema de gestão de manutenção.
42
A pasta de cimento hidratado pode sofrer expansão decorrente de reações químicas
expansivas com sulfatos presentes em água ou solos contaminados. Pode também
sofrer expansão por reação álcali-agregado(RAA): expansão decorrente das reações
entre os álcalis do cimento e certo agregados reativos.
Figura 5.2 - Estrutura afetada por RAA em Recife (BATTAGIN, I. L. da S.; BATTAGIN, A. F.; SBRIGHI
NETO, C.)
43
5.1.3 Relativo à Estrutura
44
Tabela 5.1 - Classes de Agressividade Ambiental (CAA)
Classe de Classificação geral do Risco de
Agressividade Agressividade tipo de ambiente para deterioração da
Ambiental efeito de projeto estrutura
rural
I fraca insignificante
submersa
II moderada urbana 1),2) pequeno
marinha 1)
III forte grande
industrial 1),2)
industrial 1),3)
IV muito forte elevado
respingos de maré
1) pode-se admitir um microclima com uma classe de agressividade mais branda (um nível acima)
para ambientes internos secos (salas, dormitórios, banheiros, cozinhas e áreas de serviço de
apartamentos residenciais e conjuntos comerciais ou ambientes com concreto revestido com
argamassa e pintura).
2) pode-se admitir uma classe de agressividade mais branda (um nível acima) em: obras em regiões
de clima seco, com umidade relativa do ar menor ou igual a 65%, partes da estrutura protegidas de
chuva em ambientes predominantemente secos, ou regiões onde chove raramente.
3) ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia, branqueamento em
indústrias de celulose e papel, armazéns de fertilizantes, indústrias químicas.
A NBR 6118 prevê que o projeto deve considerar um cobrimento nominal (cnom) que
corresponde a um cobrimento mínimo acrescido de uma tolerância de execução (∆c) de
valor maior ou igual a 10 mm. O cobrimento nominal (cnom) deve respeitar os valores
apresentados na Tabela 5.3.
e esgoto, condutos de esgoto, canaletas de efluentes e outras obras em ambientes química e intensamente
agressivos, devem ser atendidos os cobrimentos da classe de agressividade IV.
3) No trecho de pilares em contato com o solo junto aos elementos de fundação, a armadura deve ter
cobrimento nominal ≥ 45 mm
46
O cobrimento da armadura sempre está referido à superfície da armadura mais próxima
à forma do elemento, em geral à face do estribo, conforme figura a seguir.
c
φL
φt
47
6. ELEMENTOS LINEARES SUJEITOS A SOLICITAÇÕES NORMAIS -
E.L.U.
P(L-a)/L
P
a
Pa/L
Diagrama esforço cortante
L
Pa(L-a)/L
De acordo com a Mecânica dos Sólidos, a solicitação de momento fletor induz tensões
normais na seção transversal variando linearmente com a altura da viga, conforme
indicado abaixo. O esforço cortante induz tensões cisalhantes.
As deformações, por sua vez, também variam linearmente com a altura já que a hipótese
de seções planas permanecerem planas a pós a deformação é válida para as vigas
esbeltas.
UV
ST
σcmax
W
(6.1)
LN
y
σtmax
48
Neste item, será estudado o dimensionamento da armadura longitudinal necessária para
resistir aos momentos fletores. Mais adiante, será estudada a armadura transversal que
auxiliará na resistência aos esforços cortantes.
α ⋅ f]^,_ ⋅ I]
MY = (6.2)
y^
onde,
49
α - fator que correlaciona aproximadamente a resistência à tração na flexão com a
resistência à tração direta (valores definidos pela NBR 6118);
f]^,_ - resistência à tração direta do concreto
I] - momento de inércia da seção bruta de concreto;
y^ - distância do centro de gravidade à fibra mais tracionada.
Após o início da fissuração, admite-se que as tensões de tração nas seções fissuradas
passam a ser resistidas pelas armaduras longitudinais presentes na viga. As fissuras
tendem a se desenvolver no sentido da região comprimida da seção, o que eleva a
posição da linha neutra, diminuindo a região comprimida e aumentando as tensões na
armadura longitudinal. A relação tensão-deformação na região comprimida da seção
permanece com seu comportamento linear, a Lei de Hooke é válida.
50
De forma prática, os Estádios I e II correspondem a situações de serviços com ações
reais, enquanto o Estádio III só ocorre em situações extremas, correspondendo ao
Estado Limite Último (nesse caso, MIII = Md = γf Mk).
51
dx
dx (1+εc) εc
dx
dx
εS
52
Figura 6.5 – Diagrama tensão – deformação de cálculo
Esse diagrama pode ser substituído pelo retângulo de profundidade y = λx, onde o valor
do parâmetro λ pode ser tomado igual a:
e onde a tensão constante atuante até a profundidade y pode ser tomada igual:
αc fcd, no caso da largura da seção, medida paralelamente à linha neutra, não diminuir a
partir desta para a borda comprimida;
53
As diferenças de resultados obtidos com esses dois diagramas são pequenas e
aceitáveis, sem necessidade de coeficiente de correção adicional.
0,85 fcd
0,002 0,0035 ε
x
Figura 6.6 – Diagrama tensão deformação para concretos de classe até C50
• A tensão nas armaduras deve ser obtida a partir dos diagramas σ-ε do aço;
fyd
εcu εyd
ε
εyd 10‰
fyd
55
A seguir o mesmo diagrama de deformações é apresentado, porém destacando-se as
regiões correspondentes a cada domínio referente a flexão simples.
εcu
x23
Dominio 2
x34 Dominio 3
d Dominio 4
10‰ εyd
Para a flexão simples, sempre haverá uma região comprimida e uma região tracionada,
ou seja, a linha neutra estrará dentro da seção. Se o momento fletor for positivo, a região
comprimida estrará junto a face superior e a região tracionada junto a face inferior, como
no diagrama acima. Para momentos fletores negativos, o mesmo raciocínio se aplica,
porém com as regiões comprimidas e tracionadas invertidas. A altura da linha neutra –
x – sempre está associada à altura da região comprimida.
As alturas da linha neutra x23 e x34 representam a altura da linha neutra limite entre os
domínios 2 e 3 (x23) e 3 e 4 (x34), respectivamente, podendo ser calculadas por
semelhança de triângulos.
56
• x23 – Limite entre os domínios 2 e 3:
x d
=
ε]d 0,001 + ε]d
εcu
x23
Dominio 2
x ε]d
Dominio 3
=
d d 0,001 + ε]d
x34
x g ε]d
=
Dominio 3 d d εhi + ε]d
Dominio 4
57
a) Estimar altura útil: d
d´
φt
d = h – d´´
d´´ c ∅^
∅m
h
d
(6.9)
φL
d´´
bw
b) Equações de Equilíbrio:
αc fcd
Rcc – Resultante de
λx compressão no concreto
Md Rcc Rst – Resultante de tração no
aço
d x – altura da região
comprimida, o mesmo que
z
altura da linha neutra
z – distâncias entre as
resultantes de compressão no
Rst concreto e tração no aço
• Equilíbrio de forças:
Rcc = Rst (6.10)
58
• Equilíbrio de momentos: o equilíbrio das forças internas em relação a qualquer
ponto deve ser igual ao momento externo de cálculo
x o1 − p1 − y
i qr
n D,s tu vur wx i
(6.14)
A{
qr
|} #i~D,sn•)
(6.16)
se domínios 2 ou 3 σs = fyd
se domínio 4 σs = Es εs < fyd
59
6.5.2 Limitação da Profundidade da Linha Neutra – x
A este valor de profundidade da linha neutra limite, denota-se por xlim. Se x/d não atender
aos limites acima, ou seja, a profundidade da linha neutra calculada x > xlim, o
dimensionamento deverá ser modificado. Nesta situação pode-se modificar a seção
transversal, geralmente aumentando-se a altura da seção ou então utilizar armadura
dupla.
Considerando as limitações dada por norma para a profundidade da linha neutra (xlim),
o maior momento fletor a que uma seção retangular pode ser dimensionada é aquele
que leva a maior região comprimida possível, ou seja, a xlim, e portanto, ao maior valor
da resultante de compressão. Nesta situação, a altura da linha neutra é conhecida, dada
por xlim. Pode-se equacionar o valor do maior momento resistido por:
Da equação 6.11:
Rcc = αc fcd λx bw = αc fcd λxlim bw
Mdlim = αc fcd λxlim bw (d - 0,5 λxlim) (6.17)
e a área de aço necessária é dada por, lembrando que para este valor de x/d o aço está
escoando:
D, D€ vur wx i
A{ = (6.19)
v•r
60
6.5.4 Cálculo do Maior Momento Fletor Resistido, Conhecida a Armadura
Longitudinal
Obtendo-se o valor de x:
‚} v•r
x= (6.20)
tu vur n wx
Verifica-se se x atende aos limites de ductilidade, ou seja se x ≤ xlim. Caso seja, então
o momento resistente é dado a partir da equação 6.15:
Mdresist = As fyd (d - 0,5 λx), com x dado pela equação 6.20
Caso o valor da altura da linha neutra obtido pela equação 6.19 seja superior ao valor
de xlim então limita-se ao valor de xlim, e calcula-se o momento resistente a partir da
equação 6.13.
Mdresist = αc fcd λx bw (d - 0,5 λx), com x = xlim
61
6.5.5 Armadura Dupla
Para a solução utilizando armadura dupla, reforça-se a região comprimida com aço, que
estará trabalhando a compressão (A´s). Nesta situação consegue-se garantir que a
altura da linha neutra não ultrapasse os valores limites de ductilidade.
Para o dimensionamento da seção, fixa-se a altura da linha neutra no valor limite dado
pelo critério de ductilidade, xlim. Desta forma, determina-se inicialmente o valor do maior
momento resistido pela seção com armadura simples, Mdlim, dado pelas equações 6.17
e 6.18, e calcula-se a área de aço necessária para equilibrar este momento (As1). Como
o valor de Md é superior, a diferença (Md2 = Md - Mdlim) será resistida por uma nova
parcela de armadura de tração (As2) e pela armadura de compressão (A´s). A armadura
final de tração é dada pela soma das duas parcelas, As1 + As2, enquanto a armadura de
compressão é dada por A´s. A seguir apresenta-se o equacionamento da resolução para
armadura dupla.
αc fcd
R´st d´ Rcc – Resultante de compressão
Rcc no concreto
Md λxlim
Rst – Resultante de tração no aço
R´st – Resultante de compressão
d no aço comprimido
xlim – altura da região comprimida
Rst
Rcc = αc fcd λx bw
Rst = As fyd
R´st = A´s σs
62
Pode-se decompor o momento de dimensionamento Md pela sua parcela Mdlim e por Md2
αc fcd αc fcd
R´st d´ R´st d´
Rcc λxlim Rcc λxlim
Md Mdlim Md2
= + d
• Cálculo da parcela de momento resistido pelo binário de forças dado pelo aço
tracionado e aço comprimido
Md2 = Md − Mdlim
63
A tensão no aço comprimido deve ser determinada a partir da semelhança de
triângulos dada por:
εc
ε] ε´{
=
d´
ε´s xƒ„_ xƒ„_ − d´
xƒ„_ − d´
xlim
ε´{ = ε]
d xƒ„_
se: ε´s ≥ εyd então σ´s = fyd
ε´s < εyd então σ´s = Es ε´s
εs
• Armadura final:
tracionada As = As1 + As2
comprimida A´s
A NBR 6118 define vigas como elementos estruturais com relação entre vão e altura ≥
2,0 para vigas isostáticas e ≥ 3,0 para vigas contínuas.
A seção transversal das vigas não deve apresentar largura menor que 12 cm,
respeitando-se um mínimo absoluto de 10 cm em casos excepcionais, sendo
obrigatoriamente respeitadas as seguintes condições:
64
• alojamento das armaduras e suas interferências com as armaduras de outros
elementos estruturais, respeitando os espaçamentos e cobrimentos
estabelecidos da Norma;
• lançamento e vibração do concreto de acordo com a ABNT NBR 14931.
O arranjo das armaduras deve atender não só à sua função estrutural, como também às
condições adequadas de execução, particularmente com relação ao lançamento e ao
adensamento do concreto.
O espaçamento mínimo livre entre as faces das barras longitudinais, medido no plano
da seção transversal, deve ser igual ou superior ao maior dos seguintes valores:
20 mm;
na direção horizontal (ah): diâmetro da barra,
1,2 dmáx
20 mm;
na direção vertical (av): diâmetro da barra, do feixe ou da luva;
0,5 dmáx
(brita 0 - dmáx = 9,5 mm; brita 1 - dmáx = 19 mm; brita 2 - dmáx = 25 mm)
U , %& = 0,8 ˆD , (
onde:
ˆD – módulo de resistência da seção transversal bruta de concreto, relativo à fibra mais
tracionada,
, ( – resistência característica superior do concreto à tração.
Estes valores de ρmin foram estabelecidos considerando o uso de aço CA-50, d/h = 0,80,
γc = 1,4 e γs = 1,15.
66
6.6.1.2 Armaduras de tração e de compressão
A soma das armaduras de tração e de compressão (As + As’) não pode ter valor maior
que 4% Ac, calculada na região fora da zona de emendas.
A mínima armadura lateral deve ser 0,10 % Ac,alma em cada face da alma da viga e
composta por barras de CA-50 ou CA-60, com espaçamento não maior que 20 cm e
devidamente ancorada nos apoios, não sendo necessária uma armadura superior a 5
cm2/m por face.
Em vigas com altura igual ou inferior a 60 cm, pode ser dispensada a utilização da
armadura de pele.
A seção transversal de uma viga nem sempre é retangular. Vigas de ponte, como
demonstrado na figura abaixo geralmente tem uma seção em forma de “I” ou de “T”. A
vantagem nesta situação é que se aumenta a região comprimida do concreto sem a
necessidade de aumentar-se a altura da viga.
67
A figura abaixo apresenta as denominações geralmente utilizadas para uma seção
transversal T
Vigas de pavimentos com lajes maciças também podem ser consideradas como vigas
de seção transversal T. Em uma planta de formas, como apresentado na Figura 6.12,
o carregamento da laje será transferido à viga que a suporta. A estrutura é monolítica,
e, portanto, o comportamento a flexão da viga é influenciado pela laje. As lajes maciças
e as vigas não são independentes uma das outras, trabalhando em conjunto. A parcela
da laje junto à viga sofre deformação devido ao carregamento da viga, comportando-se
como fosse uma parte integrante da seção transversal da viga, colaborando com sua
resistência.
68
Figura 6.12 – Planta de formas
69
6.7.1 Determinação da largura de laje colaborante (NBR 6118:2014)
A largura colaborante bf deve ser dada pela largura da viga bw acrescida de no máximo
10% da distância a entre pontos de momento fletor nulo, para cada lado da viga em
que haja laje colaborante.
0,5 b2 b4
b1 ≤ b3 ≤
0,1 a 0,1 a
b3 b1
b4 b2
Nesta situação, tudo se passa como fosse uma seção retangular com largura bf e altura
d.
70
região comprimida
0,8x x
As
a) Região comprimida na mesa (0,8x ≤ hf). A seção ainda será tratada como retangular
de largura bf.
região comprimida
0,8x x
As
b) Região comprimida corta a nervura (0,8x > hf). Esta é a situação em que o
dimensionamento se modifica com relação ao visto para seções retangulares. A
região comprimida não possui uma largura constante. A seção será calculada como
seção T. região comprimida
0,8x x
d
As
hf
0,8x x
d
= +
As
Md = Mda + Mdn
Mda - parcela de momento resistido pelas abas
Mdn - parcela de momento resistido pela nervura
Parcela da aba:
bf
bw
αc fcd
Rcc1
hf Mda
Rst1
Asa
Parcela da nervura:
Mdn = Md - Mda
O dimensionamento será como seção retangular com largura bw. Deve-se garantir o
critério de ductilidade. Pode ocorrer armadura simples ou armadura dupla.
72
bw
αc fcd
0,8x x Mdn Rcc2
Rst2
As
Armadura Final:
Para identificar se a seção se comportará como uma viga T e, portanto, deverá ser
utilizado o caso 2 de dimensionamento, basta comparar o momento de
dimensionamento Md com o maior momento resistido pela mesa inteiramente
comprimida. Caso Md for maior, haverá necessidade de compressão também da alma
e o dimensionamento se fará com o caso 2. Caso contrário, o dimensionamento será
com o caso 1.
bf
bw
αc fcd
Rccm
0,8x hf Mdm
Rst
Asa
Ž.•• “
•= S= .V
‘ .’ ’
Ž
•=
.˜
portanto:
Qualquer estado de tensões pode ser reduzido por tensões normais atuando em planos
perpendiculares, chamadas de tensões principais. Nesta situação, a tensão cisalhante
é nula.
74
Figura 7.2 - Exemplo da trajetória de tensões principais no Estádio I
75
Abaixo da linha neutra a tensão tangencial é determinada pelo momento estático da
armadura, tomada como área de concreto equivalente, admitindo-se como um valor
constante entre a linha neutra e a armadura.
S1 S2
DMf
76
No plano que contem As, aplicando-se a condição de equilíbrio a translação para a
região tracionada (desprezando a resistência do concreto à tração):
S1 S2
τw
dx
77
Figura 7.4 - Modelo de Treliça
78
Com o desenvolvimento de pesquisas experimentais constatou-se que a Treliça de
Mörsch conduzia a uma armadura transversal exagerada devido a diversos fatores,
entre eles:
• Os nós da treliça não podem ser considerados articulações perfeitas e a treliça é
hiperestática;
• O ângulo de inclinação das bielas não apresenta valor constante, sendo em
algumas regiões inferior a 45°;
• Parte da força cortante é absorvida na zona comprimida do concreto;
• Os banzos não são paralelos, sendo o banzo comprimido inclinado;
• As bielas de concreto estão parcialmente engastadas na ligação com o banzo
comprimido desta forma estão submetidas à flexo-compressão, aliviando as
diagonais tracionadas;
• As bielas comprimidas são mais rígidas que as diagonais tracionadas,
absorvendo assim uma parcela maior do esforço cortante;
• A quantidade de armadura longitudinal influi no esforço da armadura transversal,
devido ao efeito de pino.
79
7.2.2 Cálculo Armadura Transversal
Dsd
Vd
S
sendo:
Asα = área da seção transversal de uma barra
s = espaçamento entre barras
‚}§ ¨r
{ v•r ¢ #]£^¤¥ ¦ ]£^¤t${©ªt
Eq. 7.1
‚}«¬ ¨r
{ v•r ¢ ]£^¤¥
Eq. 7.2
80
7.2.3 Cálculo Esforço nas Bielas
Dcd
a z
Vd
largura da biela - a
a = S senθ = z (cotgθ + cotgα) senθ
Devido a fissuração inclinada, a resistência das vigas pode ser inferior à resistência à
flexão sendo então necessária a inclusão de armadura transversal para garantir que a
totalidade da resistência à flexão possa ser atingida.
O formato dos grãos dos agregados influencia no plano de fissuração de forma que os
agregados de formato cúbico e com arestas arredondadas geram maior engrenamento.
Um dos fatores limitantes na parcela de engrenamento dos agregados é a abertura das
fissuras.
82
O engrenamento dos agregados é o único mecanismo que depende das propriedades
do concreto, em especial a resistência e a granulometria dos agregados.
O efeito de pino é caracterizado pela restrição à abertura das fissuras gerada pelas
barras da armadura longitudinal e pela transferência de esforços diagonais pela própria
armadura.
Efeito pino
A intensidade do efeito de arco e a forma de ruptura da viga são influenciadas pela forma
com que o carregamento é aplicado, seja carga concentrada ou distribuída, pela posição
da carga e pela relação entre a altura da seção transversal da viga.
83
Figura 7.7 - Esquema do efeito arco
84
As parcelas Vcy, Va e Vd são difíceis de se quantificar independnetemente e geralmente
são somadas em uma única parcela Vc chamada de parcela resistente devido aos
mecanismos complementares ao da treliça. Portanto, o cortante resistido é dado por:
Vn = Vc + Vs Eq. 7.5
Com base nestas condições são definidos dois modelos de cálculo, com variáveis
quanto à inclinação que se adote para as diagonais de compressão (θ), que englobam
o cálculo da armadura transversal e a verificação das tensões de compressão nas bielas.
Chama-se Modelo I, o modelo de cálculo em que as bielas possuem ângulo θ de 45o,
como postulado pela Treliça clássica. Já o Modelo II possui bielas com ângulos θ entre
30º e 45o, condizentes com a treliça generalizada.
85
7.4.1 Modelo I (θ = 45O)
A NBR 6118 assume que z seja igual a 0,90 d, e que a tensão máxima que leva ao
esmagamento das bielas σcd máx seja dada por:
vu-
com αv2 =1-
sD
com
vu®-,¯°Œ D,² D, vu- /—
fctd = = 0,15 fck 2/3
±u +,g
86
A partir da Eq. 7.5, tem-se que:
Vsw = VSd - Vc
O cálculo da armadura necessária de estribos a 90º é fornecida pela Eq. 7.2,
considerando o âgulo de 45º, e z = 0,90d:
Considerando estribos a 90º (Eq. 7.2), z igual a 0,90 d, e que a tensão máxima que leva
ao esmagamento das bielas σcd máx seja dada pela Eq. 7.6, tem-se que:
¾
• Armadura transversal mínima: ¿ 0, 2 À¼ 0,Á: =›Â
0, 3 /
•>
88
• Espaçamentos máximos
Smáx ≤ 0,6 d se Vsd ≤ 0,67 VRd2
30 cm
• Espaçamento transversal
Stmáx ≤ d se Vsd ≤ 0,20 VRd2
80 cm Stmáx
Carga Concentrada:
Considera que uma parcela do carregamento é transferida diretamente ao apoio via
efeito arco para cargas concentradas a uma distância a ≤ 2d do eixo teórico do apoio.
Carga Distribuída:
Considera que uma parcela do carregamento é transferida diretamente ao apoio via
efeito arco para cargas distribuídas localizadas na distância 0,5 d.
Estas reduções só são permitidas no caso de apoios diretos (carga e reação de apoio
aplicados em faces apostas da peça).
89
8 ANCORAGEM E ADERÊNCIA
8.1 ADERÊNCIA
ÃÄ
fwi
πφℓÅ
Æ+ Æ Æ
1,0
× G 32 ÔÔ
Æ Ç132 ×
× Ø 32 ÔÔ
100
90
/
,%& 0,7 0,7 0,3 /
0,15
< 1,4 1,4
b) Horizontais ou com inclinação menor que 45º sobre a horizontal, desde que:
• Para elementos estruturais com h < 60 cm, localizados no máximo 30 cm
acima da face inferior do elemento ou da junta de concretagem mais próxima;
• Para elementos estruturais com h ≥ 60 cm, localizados no mínimo 30 cm
abaixo da face superior do elemento ou da junta de concretagem mais próxima.
regiões de má
aderência
8.2 ANCORAGEM
“Todas as barras das armaduras devem ser ancoradas de forma que as forças a que
estejam submetidas sejam integralmente transmitidas ao concreto, seja por meio de
aderência ou de dispositivos mecânicos ou combinação de ambos” (NBR 6118 9.4.1)
91
8.2.1 Ancoragem por Aderência
Os ganchos das extremidades das barras de armadura longitudinal de tração podem ser
semicirculares, com ângulo de 45o, com ângulo reto.
92
8.2.1.2 Comprimento de ancoragem básico - ℓ
ϕ fhi
A{ fhi = ℓw π ϕ fwi ℓw ≥ 25ϕ
4 fwi
A{,]‰ƒ]
ℓw,ª©] = α ℓw ≥ ℓw,_„ª
A{,©v
O diâmetro interno da curvatura dos estribos deve seguir as dimensões dada na Tabela
8.2, podendo ser dobrados a 90º ou a 45º.
93
Tabela 8.2 – Dimensões dos diâmetros interno de curvatura dos estribos
Bitola CA-25 CA-50 CA-60
≤ 10 mm 3 φt 3 φt 3 φt
10 < φ < 20 mm 4 φt 5 φt -
≥ 20 mm 5 φt 8 φt -
94
Consideram-se na mesma seção transversal as emendas que se superpõem ou cujas
extremidades mais próximas estejam afastadas de menos que 20% do comprimento do
trecho de traspasse.
0,3 α£^ ℓw
ℓ£^,_„ª ≥ Ç 15 ϕ
20 cm
Quando a distância livre entre barras emendadas for maior que 4φ, ao
comprimento calculado deve ser acrescida a distância livre entre as barras
emendadas.
• Barras comprimidas:
0,6 ℓw
ℓ£] ℓw,ª©] ≥ ℓ£],_„ª , ℓ£],_„ª ≥ Ç 15 ϕ
20 cm
95
Com exceção das regiões situadas sobre apoios diretos, as ancoragens por
aderência devem ser confinadas por armaduras transversais ou pelo próprio
concreto, desde que o cobrimento da barra tracionada ≥ 3 φ e a distância entre
barras ancoradas ≥ 3 φ
96
8.3 DESLOCAMENTO DO DIAGRAMA DE MOMENTOS FLETORES (DECALAGEM)
¨r
representa a resultante das forças que atuam nas barras inclinadas cortadas pela
{©ª t
seção A – B
Equilíbrio de Momentos Σ Mb = 0
97
No cálculo a flexão considerou-se:
Para levar em conta este acréscimo de força na armadura, basta deslocar o diagrama
de momentos fletores do valor Èℓ no sentido mais desfavorável.
98
Deslocamento do Diagrama de Momentos – NBR 6118
• Modelo I
• Modelo II
Como o esforço é zero somente em B, segundo a norma deve-se garantir pelo menos
10φ após o ponto B.
99
8.4 ANCORAGEM NO APOIO
Os esforços de tração junto aos apoios de vigas simples ou contínuas devem ser
resistidos por armaduras longitudinais que satisfaçam a mais severa das seguintes
condições:
100
Comprimento de ancoragem nos apoios extremos:
ℓw,ª©]
ℓw©,_„ª ≥ Çr + 5,5ϕ
6 cm
A NBR 6118 estabelece que quando houver cobrimento da barra no trecho do gancho,
medido normalmente ao plano do gancho, de pelo menos 70 mm, e as ações acidentais
não ocorrerem com grande frequência com seu valor máximo, o primeiro dos três valores
anteriores pode ser desconsiderado.
101