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UNIVERSIDADE METODISTA DE ANGOLA

FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITECTURA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Tema:

“MUROS DE ARRIMO E SEU PROCESSO DE EXECUÇÃO”

Trabalho Acadêmico

Docente: Engº Joelson Velhinho

Luanda, Janeiro 2022


Universidade Metodista de Angola

Trabalho Acadêmico para a Discilplina de

Tecnologia de Contrução de Edifícios

Tema:

“MURO DE ARRIMO E SEU PROCESSO DE EXECUÇÃO”

Autores:

Catarina Monteiro Nº 32495

Abdul Fernando Nº30906

Cláudio Salvador Nº30878

Luanda, Janeiro 2022


ÍNDICE GERAL

Índice Geral ...................................................................................................... i

Índice de figuras .......................................................................................... ii

1. Introdução ............................................................................................. 1

2. Muro de arrimo ..................................................................................... 2

2. 1. TIPOS DE MUROS DE ARRIMO E SEU PROCESSO DE EXECUÇÃO ................................ 2


2. 1. 1. Muro de Gravidade ou Muros de Peso ............................................. 2
2. 2. FASES DO PROJETO DE UM MURO DE ARRIMO .................................................... 11
2. 3. INFLUÊNCIA DA ÁGUA ................................................................................... 12
2. 4. SISTEMA DE DRENAGEM ................................................................................ 12
2. 5. EMPUXO DE TERRA ...................................................................................... 13
2. 6. ESTABILIDADE DE UM MURO DE ARRIMO ........................................................... 15

3. Conclusão ............................................................................................ 16

4. Referências .......................................................................................... 17

i
ÍNDICE DE FIGURAS
FIGURE 1-REPRESENTAÇÃO BÁSICA DE UM MURRO DE CONTENÇÃO A GRAVIDADE EM GABIÕES ......................................... 3
FIGURE 2-MURO DE ALVENARIA DE PEDRA ............................................................................................................ 3
FIGURE 3-SISTEMA DE DRENAGEM - ALVENARIA DE PEDRA ........................................................................................ 5
FIGURE 4-MURO DE ARRIMO-BETÃO CICLÓPICO- SISTEMA DE DRENAGEM .................................................................... 6
FIGURE 5-MURO DE ARRIMO DE GABIÃO................................................................................................................ 6
FIGURE 6-CRIB WALLS DE BETÃO E MADEIRA ......................................................................................................... 8
FIGURE 7-ESTRUTURA DO MURO CRIB WALL .......................................................................................................... 8
FIGURE 8- MURO DE ARRIMO COM SACO DE CIMENTO.............................................................................................. 9
FIGURE 9- MURO DE ARRIMO COM PNEUS ........................................................................................................... 10
FIGURE 10- MURO DE FLEXÃO ........................................................................................................................... 11
FIGURE 11- SISTEMA DE DRENAGEM – MUROS ..................................................................................................... 13
FIGURE 12- MURO DE ARRIMO POR GRAVIDADE (EMPUXO ACTIVO) .......................................................................... 13
FIGURE 13- MURO DE ARRIMO POR GRAVIDADE (EMPUXO PASSIVO) ........................................................................ 14
FIGURE 14- ESCORAMENTO DE VALA (EMPUXO PASSIVO)........................................................................................ 14
FIGURE 15- CONDIÇÕES DE ESTABILIDADE ............................................................................................................ 15

ii
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho foi elaborado no âmbito da disciplina de Tecnologia de
Construção de Edifícios, com objectivo de obter noções gerais sobre Muros de Arrimo e
o seu processo construtivo.

Muros de arrimo são obras de contenção que têm como finalidade a contenção de
maciços de solo com diferentes níveis, evitando deformações excessivas e até mesmo o
colapso.

As obras de contenção estão entre as construções humanas mais antigas, foram


encontrados na região sul da Mesopotâmia, atual Iraque, entre 3200 e 2800 a.C os
registros mais antigos destas obras. Mas foi em 1776 que Coulomb desenvolveu e
publicou as regras de máximo e mínimo aplicadas às estruturas de arrimo, marco
importante neste campo de estudo. [1]

A sobreposição de pedras com grandes dimensões e massa foi uma das primeiras
soluções idealizadas pelo homem a fim de conter os maciços. Com a evolução dos
materiais e métodos construtivos surgiram outras tecnologias que podem ser empregadas
na execução de obras de contenção, como por exemplo, os muros de arrimo de flexão e,
mais recentemente, os muros de arrimo de flexão em alvenaria estrutural.

Neste trabalho serão abordados mais abaixo, os diferentes tipos de muros de arrimo,
bem como as considerações que deve se ter em conta na escolha e execução dos mesmos.

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2. MURO DE ARRIMO
Estruturas de contenção ou de arrimo: são obras civis construídas com a
finalidade de prover estabilidade contra a ruptura de maciços de terra ou de rocha. São
estruturas que fornecem suporte a estes maciços e evitam o escorregamento causado pelo
seu peso próprio ou por carregamentos externos. Exemplo típico de estruturas de
contenção são os murros de arrimo, as cortinas de estacas prancha e as paredes
diafragma.

Embora a geometria, o processo construtivo e as matérias utilizados nas estruturas


citadas sejam muito diferentes entre si, todas elas são construídas para conter a possível
ruptura do maciço, suportando as pressões laterais por ele.

Os muros de arrimo podem ser de vários tipos: gravidade (construídos de alvenaria,


concreto, gabiões ou pneus), de flexão (com ou sem contraforte) e com ou sem tirantes.

2. 1. Tipos de Muros de Arrimo e seu Processo de Execução

2. 1. 1. Muro de Gravidade ou Muros de Peso

São estruturas que combatem os empuxos horizontais pelo próprio peso. O peso
próprio é combinado com parte de terras suportadas contribuindo para a estabilidade do
talude. Geralmente, são utilizadas para conter desníveis pequenos ou médios, inferiores a
cerca de 5 metros. Os muros de arrimo por gravidade podem ter perfis retangulares,
trapezoidais ou escalonados.

Os materiais utilizados e o formato da estrutura de contenção a gravidade são muito


variados. A estrutura (muro) é formada por um corpo maciço que pode ser construído em
concreto ciclópico, pedras argamassadas, gabiões ou até a combinação de vários tipos de
matérias.

Sua estabilidade frente ao empuxo exercido pelo bloco de solo contido e provida
por seu peso próprio, daí o seu nome. São mostrados os principais elementos que
compõem este tipo de estrutura e suas denominações.

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Figure 1-Representação básica de um murro de contenção a gravidade em gabiões

Uma das características mais importantes das estruturas a gravidade é o lançamento


e compactação do solo de aterro depois ou, no caso das estruturas em gabiões, durante a
construção do muro, reconstituindo ou formando um novo maciço. Isto significa que, para
a execução da estrutura é muitas vezes necessária a escavação do terreno natural. Desta
forma, o bloco de solo contido é quase sempre composto por uma parte de solo natural e
uma parte de material de aterro. Isto confere ao bloco de solo uma heterogeneidade
inevitável, e a superfície de contato entre o solo natural e o aterro poderá constituir uma
possível superfície de deslizamento. [2]

2. 1. 1. 1. Muros de alvenaria de pedra

Os muros de alvenaria de pedra são os mais antigos e numerosos. Atualmente,


devido ao custo elevado, o emprego da alvenaria é menos freqüente, principalmente em
muros com maior altura como ilustra a figura 1. [2]

Figure 2-Muro de Alvenaria de Pedra

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Estes muros possuem uma estrutura rígida, com baixa capacidade de deformação, o que
exige bom terreno de fundação, drenagem eficiente e prevenção contra tendência ao
deslizamento.

De acordo ao seu processo de execução estes muros com ser sem argamassa no caso
de taludes até 2 metros e com argamassa para taludes com alturas superiores.

Muro de alvenaria de pedra sem argamassa

Neste caso, a resistência do muro resulta unicamente do embricamento dos blocos


de pedras. Este muro apresenta como vantagens a simplicidade de construção e a dispensa
de dispositivos de drenagem, pois o material do muro é drenante. Outra vantagem é o
custo reduzido, especialmente quando os blocos de pedras são disponíveis no local. No
entanto, a estabilidade interna do muro requer que os blocos tenham dimensões
aproximadamente regulares, o que causa um valor menor do atrito entre as pedras. [3]

De acordo com Gerscovich (2010), os muros de pedra sem argamassa devem ser
recomendados unicamente para a contenção de taludes com alturas de até 2m. A base do
muro deve ter largura mínima de 0,5 a 1,0m e deve ser apoiada em uma cota inferior à da
superfície do terreno, de modo a reduzir o risco de ruptura por deslizamento no contato
muro-fundação. [1]

Muro de alvenaria de pedras com argamassa

Quanto a taludes de maior altura (cerca de uns 3m), deve-se empregar argamassa
de cimento e areia para preencher os vazios dos blocos de pedras. Neste caso, podem ser
utilizados blocos de dimensões variadas. A argamassa provoca uma maior rigidez no
muro, porém elimina a sua capacidade drenante. É necessário então implementar os
dispositivos usuais de drenagem de muros impermeáveis, tais como dreno de areia ou
geossintético no tardoz e tubos barbacãs para alívio de poropressões na estrutura de
contenção. [1]

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Figure 3-Sistema de drenagem - Alvenaria de Pedra

O assentamento deve ser executado com argamassa de cimento e areia no traço de


1:4, e todos os espaços internos da estrutura devem ficar preenchidos com essa massa. A
escolha das pedras do topo do muro deve ser feita de tal forma que possibilite um melhor
acabamento para a face externa do muro. A superficie do topo do muro deverá ser
revestida com uma camada de argamassa, com espessura mínima de 2cm.

O reaterro deve ser executado em camadas de 20 cm compactadas manualmente de


forma a evitar danos na estrutura. Devem ser considerados elementos da microdrenagem
para evitar descalçamentos e remoção lateral de solos e reduzir a vida útil da obra. [2]

2. 1. 1. 2. Muros de concreto ciclópico ou concreto gravidade

. O muro de betão ciclópico é uma estrutura construída mediante o preenchimento


de uma forma com concreto e blocos de rocha de dimensões variadas. Por questões
económicas estes muros são recomendados para contenção de taludes com altura máxima
entre 4 e 5 metros. [2]

A mão-de-obra para a sua execução exige alguma qualificação devido à utilização


de formas e instalação de um sistema de drenagem adequado. O betão ciclópico utilizado
na estrutura deve ser constituído por 70% de betão estrutural e 30% de pedra rachão
granítica, não intemperizada. Normalmente a secção transversal é trapezoidal, com a base
50% da altura do muro. [2]

Gerscovich (2010) afirma que a especificação do muro com faces inclinadas ou em


degraus pode causar uma economia significativa de material. Para muros com face frontal
plana e vertical, deve-se recomendar uma inclinação para trás (em direção ao retroaterro)
de pelo menos 1:30 (cerca de 2 graus com a vertical), de modo a evitar a sensação ótica

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de uma inclinação do muro na direção do tombamento para a frente. Os furos de drenagem
devem ser posicionados de modo a minimizar o impacto visual devido às manchas que o
fluxo de água causa na face frontal do muro. Alternativamente, pode-se realizar a
drenagem na face posterior (tardoz) do muro através de uma manta de material
geossintético (tipo geotêxtil). Neste caso, a água é recolhida através de tubos de drenagem
adequadamente posicionados. [2]

Figure 4-Muro de arrimo-Betão ciclópico- Sistema de drenagem

2. 1. 1. 1. Muros de Gabiões

Os muros de gabiões são constituídos por gaiolas metálicas preenchidas com pedras
arrumadas manualmente e construídas com fios de aço galvanizado em malha hexagonal
com dupla torção. As dimensões usuais dos gabiões são: comprimento de 2m e seção
transversal quadrada com 1m de aresta. No caso de muros de grande altura, gabiões mais
baixos (altura = 0,5m), que apresentam maior rigidez e resistência, devem ser
posicionados nas camadas inferiores, onde as tensões de compressão são mais
significativas.

Figure 5-Muro de arrimo de gabião

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A rede metálica que compõe os gabiões apresenta resistência mecânica elevada. No
caso da ruptura de um dos arames, a dupla torção dos elementos preserva a forma e a
flexibilidade da malha, absorvendo as deformações excessivas. O arame dos gabiões é
protegido por uma galvanização dupla e, em alguns casos, por revestimento com uma
camada de PVC. Esta proteção é eficiente contra a ação das intempéries e de águas e solos
agressivos (Maccaferri, 1990). [2]

As principais características dos muros de gabiões são a flexibilidade, que permite


que a estrutura se acomode a recalques diferenciais e a permeabilidade. [2]

Para muros muito longos, gabiões com comprimento de até 4m podem ser utilizados
para agilizar a construção. [1]

As principais vantagens dos muros com gabião [2]:

 Alta permeabilidade e grande flexibilidade, permitindo construir estruturas


monolíticas altamente drenantes e capazes de aceitar deslocamentos e
deformações sem se romperem;
 Rapidez de construção, facilidade de mão de obra e utilização direta de
material natural;
 Integração com a vegetação local.

2. 1. 1. 2. Muros em fogueira (Crib Wall)

“Crib Walls” são estruturas formadas por elementos pré-moldados de concreto


armado, madeira ou aço, que são montados no local, em forma de “fogueiras” justapostas
e interligadas longitudinalmente, cujo espaço interno é preenchido com material granular
graúdo. São estruturas capazes de se acomodarem a recalques das fundações e funcionam
como muros de gravidade. [1]

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Figure 6-Crib Walls de Betão e Madeira

Figure 7-Estrutura do muro Crib Wall

2. 1. 1. 3. Muros de Sacos de Solo de Cimento

Estes muros são constituídos por camadas formadas por sacos de poliéster ou
similares, preenchidos por uma mistura cimento-solo da ordem de 1:10 a 1:15 (em
volume).

O solo utilizado é inicialmente submetido a um peneiramento em uma malha de


9mm, para a retirada dos pedregulhos. Em seguida, o cimento é espalhado e misturado,
adicionando-se água em quantidade 1% acima da correspondente à umidade ótima de
compactação proctor normal. Após a homogeneização, a mistura é colocada em sacos,
com preenchimento até cerca de dois terços do volume útil do saco. Procede-se então o
fechamento mediante costura manual. O ensacamento do material facilita o transporte
para o local da obra e torna dispensável a utilização de fôrmas para a execução do muro.

No local de construção, os sacos de solo-cimento são arrumados em camadas


posicionadas horizontalmente e, a seguir, cada camada do material é compactada de modo
a reduzir o volume de vazios. O posicionamento dos sacos de uma camada é
propositalmente desencontrado em relação à camada imediatamente inferior, de modo a

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garantir um maior intertravamento e, em conseqüência, uma maior densidade do muro. A
compactação é em geral realizada manualmente com soquetes.

As faces externas do muro podem receber uma proteção superficial de argamassa


de concreto magro, para prevenir contra a ação erosiva de ventos e águas superficiais.

Esta técnica tem se mostrado promissora devido ao baixo custo e pelo fato de não
requerer mão de obra ou equipamentos especializados. Um muro de arrimo de solo-
cimento com altura entre 2 e 5 metros tem custo da ordem de 60% do custo de um muro
de igual altura executado em concreto armado. [2]

Como vantagens adicionais, pode-se citar a facilidade de execução do muro com


forma curva (adaptada à topografia local) e a adequabilidade do uso de solos residuais.
[3]

Figure 8- Muro de arrimo com saco de cimento

2. 1. 1. 4. Muros de Pneus

Os muros de pneus são construídos a partir do lançamento de camadas horizontais


de pneus, amarrados entre si com corda polipropileno ou arame e preenchidos com solo
compactado. Funcionam como muros de gravidade e apresentam com vantagens o reuso
de pneus descartados e a flexibilidade.

A utilização de pneus usados em obras geotécnicas apresenta-se como uma solução


que combina a elevada resistência mecânica do material com o baixo custo,
comparativamente aos materiais convencionais.

Sendo um muro de peso, os muros de solo-pneus estão limitados a alturas inferiores


a 5m e à disponibilidade de espaço para a construção de uma base com largura da ordem
de 40 a 60% da altura do muro. No entanto, deve-se ressaltar que o muro de solo-pneus é
uma estrutura flexível e, portanto, as deformações horizontais e verticais podem ser

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superiores às usuais em muros de peso de alvenaria ou concreto. Assim sendo, não se
recomenda a construção de muros de solo-pneus para contenção de terrenos que sirvam
de suporte a obras civis pouco deformáveis, tais como estruturas de fundações ou
ferrovias.

O posicionamento das sucessivas camadas horizontais de pneus deve ser descasado,


de forma a minimizar os espaços vazios entre pneus. A face externa do muro de pneus
deve ser revestida, para evitar não só o carreamento ou erosão do solo de enchimento dos
pneus, como também o vandalismo ou a possibilidade de incêndios. O revestimento da
face do muro deverá ser suficientemente resistente e flexível, ter boa aparência e ser de
fácil construção. As principais opções de revestimento do muro são alvenaria em blocos
de concreto, concreto projetado sobre tela metálica, placas pré-moldadas ou vegetação.
[1]

Figure 9- Muro de arrimo com pneus

2. 1. 1. 5. Muro de Flexão

Muros de Flexão são estruturas mais esbeltas com seção transversal em forma de
“L” que resistem aos empuxos por flexão, utilizando parte do peso próprio do maciço,
que se apóia sobre a base do “L”, para manter-se em equilíbrio. Em geral, são construídos
em concreto armado, tornando-se anti-econômicos para alturas acima de 5 a 7m. A laje
de base em geral apresenta largura entre 50 e 70% da altura do muro. [2]

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Figure 10- Muro de flexão

2. 2. Fases do projeto de um muro de arrimo

O projeto de um muro de arrimo obedece basicamente duas fases distintas:

1. Escolha das dimensões do muro: O projetista lança mão de sua experiencia ou


através de fórmulas empíricas. Os muros podem ter perfis retangulares,
trapezoidais, escalonados
2. Verificação da estabilidade aos esforços atuantes: Determinadas as forcas
atuantes na estrutura como o peso próprio do elemento, empuxo das terras,
cargas eventuais aplicadas no topo do muro e reações do solo podemos ter a
ideia da estabilidade.

Durante a projecção de um muro de arrimo deve-se levar em conta, os seguintes


aspectos:

 Condições da fundação;
 Tipo de solo do aterro;
 Disponibilidade de espaço e acessos;
 Sobrecarga;
 Altura do muro;
 Custos dos materiais disponíveis;
 Qualificação da mão de obra.

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2. 3. Influência da Água

Grande parte dos acidentes envolvendo muros de arrimo esta relacionada ao


acúmulo de água no maciço. A existência de uma linha freática no maciço é altamente
desfavorável, aumentando substancialmente o empuxo total. O acúmulo de água, por
deficiência de drenagem, pode duplicar o empuxo actuante. O efeito da água pode ser
direto, resultante do acúmulo de água junto ao tardoz interno do muro, ou indirecto,
produzindo uma redução da resistencia ao cisalhamento do maciço em decorrencia do
acrescimo das pressões intersticiais. A resistência ao cisalhamento dos solos é expressa
pela equação:

Onde:

O efeito direto é o de maior intesidade podendo ser elimanado ou bastante atenuado,


por um sistema de drenagem eficaz. Todo cuidado de ser dispensado ao projeto do sistema
de drenagem para dar vazão a precipitações execepcionais e para que a escolha do
material drenante para dar vazão a precipitações exepcionais e para que a escolha do
material drenante seja feita de modo a impedir qualquer possibilidade de colmatação ou
entupimento futuro.

2. 4. Sistema de drenagem

Para um comportamneto satisfatório de uma estrutura de contenção, é fundamental


a utilização de sistemas eficientes de drenagem. Os sistemas de drenagem podem ser
superficiais ou internos. Em geral, os projectos de drenagem combinam com dispositivos
de protenção superficial do taluder.

Sistema de drenagem superficial devem captar e conduzir as águas que incidem na


superficie na superficie do talude, considerando-se não só a área da região estudada como
toda a bacia de captação.
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Diversos dispositivos ( canaletas tranversais, caneletas longitudinais de descida
(escada), dissipadores de energia, caixas coletoras etc.) podem ser selecionados para o
projecto, dependendo da natureza da área (ocupação densa, com vegetação etc), das
condições geométricas do talude , do tipo de material (solo/rocha).

Figure 11- Sistema de drenagem – Muros

2. 5. Empuxo de Terra

O empuxo de terra é a principal ação exercida em obras de contenções em geral.

Chamamos empuxo de terra o esforço resultante das ações horizontais que o solo
presente no interior dos maciços gera sobre a estrutura, constituindo uma das mais antigas
preocupações da engenharia. Com isso o empuxo é classificado em três tipos:

 Em Repouso: consiste no estado em que a massa do solo, permanece em


equilíbrio perfeito, geralmente está relacionado pela continuação do maciço
em todos os sentidos, e assim não gera deformação;
 Ativo: se caracteriza pela distensão sofrida pelo solo ao reagir com a
estrutura, ou seja, é o esforço que o solo desenvolve sobre a estrutura de
contenção;

Figure 12- Muro de arrimo por gravidade (Empuxo activo)

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 Passivo: a estrutura de contenção age sobre as ações do solo, gerando uma
compressão no maciço, ou seja, é a tensão limite que é gerada pela estrutura
quanto a tendência de movimentação no sentido de comprimir
horizontalmente o solo.

Figure 13- Muro de arrimo por gravidade (Empuxo Passivo)

Figure 14- Escoramento de vala (Empuxo passivo)

Para elaboração de projetos de muros de arrimo, o dado mais importe é justamente


o cálculo da intensidade do empuxo do solo. A partir disso, diversas teorias para a
determinação de empuxos foram desenvolvidas, sendo baseadas nas teorias da
elasticidade. As mais conhecidas são as Teorias de Coulomb e Rankine.

De um modo geral, podemos definir o empuxo de um determinado solo, como


sendo:

Eq 1. 𝐸 = 1/2 . 𝑘. 𝛾. ℎ²

Onde:

E = empuxo;

K = coeficiente de empuxo (passivo ou ativo);

γ = densidade do mat erial;

h = altura do talude.

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2. 6. Estabilidade de um muro de arrimo

Uma estrutura de contenção deve satisfazer a quatro condições de estabilidade [1]:

 Tombamento;
 Deslizamento da base;
 Capacidade de carga da fundação;
 Ruptura global.

Figure 15- Condições de Estabilidade

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3. CONCLUSÃO
A construção de um muro de arrimo é indispensável quando estamos diante de um
terreno com inclinação (taludes), para evitar acidentes com deslizamentos ou perda de
sustentabilidade dos solos.

Para a execução de uma estrutura de contenção como o muro de arrimo, deve-se ter
especial atenção ao projecto, estudos devem ser feitos por profissionais habilitados, para
garantir que a estrutura seja capaz de suportar as solicitações de esforços críticos durante
toda à sua vida útil, com o máximo de segurança.

Durante muitos anos, as principais estruturas utilizadas foram as de concreto


armado e de gravidade. Todavia, a medida que a altura da contenção aumenta, os custos
crescem significativamente. Desta maneira, destaca-se a importância de sempre
considerar diferentes alternativas de estruturas de contenção na elaboração de um projeto,
com objetivo de atender a segurança necessária ao empreendimento e buscar os menores
custos possíveis. [3]

No presente trabalho procurou-se abordar sobre aspectos genéricos a se ter em conta


na escolha e na execução de um muro de arrimo, sendo necessário um aprofundamento
do tema para abordagens mais específicas.

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4. REFERÊNCIAS

[1] P. D. M. S. Gerscovich, Estruturas de Contenção Muros de Arrimo,


Faculdade de Engenharia Departamento de Estruturas e Fundações.

[2] G. d. E. d. Pernambuco, Manual de Ocupação dos Morros.

[3] M. O. Andrade, Análise comparativa de custos entre estruturas de


contenção, São Cristovão, 2018.

[4] M. P. Duarte, ESTABILIDADE DE TALUDE E MURO DE ARRIMO,


2013.

[5] A. Moliterno, Caderno de Muros de Arrimo, 1994.

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