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DE
MADEIRA
ÍNDICE
5 - VIGAS
2
6 - LIGAÇÕES DE PEÇAS ESTRUTURAIS
7 - PEÇAS TRACIONADAS
8 - TABELAS
3
1 – PROPRIEDADES FÍSICAS E MECÂNICAS DA MADEIRA
As madeiras utilizadas em construção são obtidas de troncos de árvores. Distinguem-se duas categorias
principais de madeiras:
a) Madeiras duras ou madeiras de lei – provenientes de árvores frondosas, de crescimento lento, como
peroba, ipê, aroeira, carvalho etc.
b) Madeiras macias – provenientes em geral das árvores coníferas (com sementes agrupadas em forma
de cones), de crescimento rápido, como pinheiro-do-paraná e pinheiro-bravo ou pinheirinho,
pinheiros europeus, norte-americanos etc.
A seção transversal de um tronco de árvore revela as seguintes camadas, de fora para dentro:
a) Casca – Proteção externa da árvore
b) Alburno ou branco – camada formada por células vivas que conduzem a seiva das raízes para as
folhas (não tem interesse comercial);
c) Cerne – tem a função de sustentar o tronco (parte aproveitada):
d) Medula – tecido macio
Casca
Alburno
Cerne
Medula
4
Radial
Tangencial
Longitudinal
Pn − P0
O grau de umidade é medido pela relação: h= sendo:
P0
Uma madeira é considerada seca quando aquecida numa estufa (100oC a 105oC) permanece com o seu
peso constante.
Face ao efeito da umidade nas outras propriedades da madeira, é comum referirem-se estas
propriedades a um grau de umidade padrão; no Brasil adota-se 15%..
A madeira é considerada verde quando o seu teor de umidade estiver acima de 35%.
ξR 3% a 6%
ξT 7% a 14%
ξL 0,1% a 0,4%
5
2 – MADEIRAS DE CONSTRUÇÃO – PRODUTOS COMERCIAIS
a) madeiras maciças:
b) madeiras industrializadas:
A madeira bruta ou roliça é empregada em forma de tronco, servindo para estacas, escoramento, postes,
colunas, etc. A madeira roliça é utilizada com mais freqüência em construções provisórias, como
escoramento. Os roliços de uso mais freqüente no Brasil são o pinho-do-paraná e os eucaliptos.
A madeira falquejada é obtida de troncos por corte com machado. Dependendo do diâmetro dos
troncos, podem ser obtidas seções maciças falquejadas de grandes dimensões, como por exemplo, 30
cm x 30 cm ou mesmo 60 cm x 60 cm. No falquejamento do tronco, as partes laterais cortadas
constituem a perda. A seção retangular inscrita que produz menor perda é o quadrado de lado
b=d 2.
6
2.3 – MADEIRA SERRADA
O comprimento das toras é limitado por problemas de transporte e manejo, ficando em geral na faixa de
4 m a 6 m.
As madeiras serradas, são vendidas em seções padronizadas, com bitolas nominais em polegadas,
obedecendo à nomenclatura da ABNT (Padronização PB-5):
Vigas; Pranchões; tábuas; caibros, sarrafos e ripas.
7
A madeira laminada apresenta, em relação à madeira maciça, as seguintes vantagens:
A desvantagem mais importante das madeiras laminadas é o seu preço, mais elevado que o da madeira
serrada.
Através de ensaios, estabeleceu-se uma correlação entre a incidência dos principais defeitos e a redução
de resistência. A avaliação da incidência dos defeitos se faz por inspeção visual, obedecendo às regras
deduzidas dos citados ensaios.
a) Primeira categoria. – Madeira de qualidade excepcional, sem nós, retilínea, quase isenta de
defeitos.
b) Segunda categoria. – Madeira de qualidade estrutural corrente, com pequena incidência de nós
firmes e outros defeitos.
c) Terceira categoria – Madeira de qualidade estrutural inferior, com nós em ambas as faces.
8
3.2 – ENSAIOS EM PEÇAS ESTRUTURAIS DE MADEIRA
Os ensaios em peças estruturais são feitos em corpos de prova de dimensões normalizadas e sem
defeito.
Nu
fc = sendo: fc – resistência à compressão paralela às fibras
A
Nu – carga de ruptura;
(pag. 231) A – seção transversal da peça
M u 6M u
fb = = sendo: fb – módulo de ruptura à flexão estática
W bh 2
Mu – Momento de ruptura
bh2
W =
6
Fu
Fu
fv = sendo
A
fv – resistência ao Cisalhamento paralelo
às fibras
Fu – Carga de ruptura 6,4
A - seção transversal da peça
5,0
5,0
5,0
9
3.3 – TENSÕES ADMISSÍVEIS BÁSICAS EM PEÇAS ESTRUTURAIS DE MADEIRA
BRUTA OU SERRADA
Os ensaios disponíveis indicam que as peças estruturais classificadas como de 2a categoria têm
resistências mecânicas da ordem de 60% dos valores obtidos com corpos de prova isentos de defeitos.
As peças estruturais classificadas como de 1a categoria têm o percentual acima elevado para 85%.
As normas brasileiras fornecem tensões admissíveis válidas para peças de 2a categoria, que são as
correntemente utilizadas. Nos casos especiais de peças de 1a categoria, as tensões admissíveis podem
ser aumentadas, multiplicando-as pela relação 85/60 = 1,40.
3.3.1 – Compressão simples. A tensão admissível a compressão simples, sem flambagem, é obtida
multiplicando-se a resistência experimental média fc pelos seguintes fatores:
3.3.3 – Cisalhamento paralelo às fibras. Para Cisalhamento paralelo às fibras, existe maior
probabilidade de redução de resistência devido a defeitos, como, por exemplo, rachas, fendas.
τ = 0,10fv
No caso de Cisalhamento paralelo às fibras, nas ligações, a inspeção visual reduz o perigo
de rachas, daí ser o mesmo coeficiente de segurança à flexão:
τ = 0,15fv
10
3.3.4 – Flambagem elástica e inelástica. Em peças de elevado índice de esbeltez, a flambagem é
realizada em regime elástico, isto é, com tensões inferiores ao limite de proporcionalidade. As
peças curtas atingem a resistência à ruptura por compressão, sem efeito de flambagem. Nas
peças intermediária, verifica-se flambagem inelástica, isto é, com tensões superiores ao limite
de proporcionalidade.
- Flambagem elástica
2 EI
Carga crítica de flambagem - N fl =
2fl
N fl I 2E
Tensão crítica - σfl = ; i= ; σfl =
A A ( i )
fl
2
fl 2E
= ; σfl =
i 2
Para a tensão admissível à compressão com flambagem na fase elástica adota-se o coeficiente de
segurança global γ = 4.
2E
σfl = 0,25σfl = 0,25 Esta fórmula é válida somente em regime elástico, isto é,
2
para σfl fel
- Flambagem inelástica.
c = fl índice de esbeltez correspondente ao limite de aplicabilidade da fórmula elástica.
i c
2
Quando λ = λc σfl = σc
3
2 E 2 __ 3 E
0,25 = c c =
2c 3 8 __
c
11
A fórmula elástica também pode ser escrita em função de σc e λc
2
__
2 E 2 __
fl = 0,25 2 = c c Flambagem elástica
3
__ __ 1 − 40
fl = c 1 − x
3 c − 40
__ __ 1 − 40
σc fl = c 1 − x
3 c − 40
2 __
c
3
2
__
2 __
fl = c c
3
40 λc λ
RESUMO
Quando λ 40 σfl = σc
__ __ 1 − 40
Quando 40 < λ < λc fl = c 1 − x
3 c − 40
2
__
2 __
Quando λ > λc fl = c c
3
12
3.3.5. – Compressão normal às fibras. A tensão de compressão normal às fibras é tomada igual a 6%
da resistência à compressão paralela às fibras, quando a extensão da carga, medida nesta direção, é
igual ou superior a 15 cm. Para valores menores da extensão da carga, a tensão admissível é dada pela
fórmula a seguir, exceto no caso de apoios distantes menos de 7,5 cm da extremidade da viga:
σcn = 6%knfc
Sendo kn o coeficiente que leva em conta a maior resistência da madeira para esforços aplicados em
pequena área.
b + b b + 3 8!!
kn =
b b
b
σcn = 6%knfc
b < 15 cm
kn > 1
a > 7,5 cm
a σcn
Os acréscimos de tensões do quadro acima não se aplicam às áreas de apoio nos extremos da viga
(distância à extremidade inferior a 7,5 cm).
13
3.3.6 – Compressão inclinada em relação às fibras. A tensão normal admissível σcβ numa face,
cuja normal está inclinada do ângulo β, em relação à direção das fibras, é dada pela fórmula
empírica de Hankinson:
__ __
__
c cn
c =
__ __
c sen 2 + cn cos2
900 - β
σcb
σt = σb = 0,15fb
14
4 – PEÇAS COMPRIMIDAS AXIALMENTE – FLAMBAGEM
As peças de madeira, comprimidas na direção das fibras, podem ser constituídas de seções transversais
simples ou compostas:
Em estruturas de madeira, devido à natureza deformável das ligações, geralmente se despreza o efeito
favorável do engastamento nas extremidades, tomando-se para comprimento de flambagem o próprio
comprimento da coluna ( fl = ) .
15
4.2.2 – Limites de esbeltez. Há interesse na fixação de limites superiores do índice de esbeltez, para se
evitar estruturas muito flexíveis. A Norma Alemã fixa os seguintes valores de esbeltez máxima:
- peças de contraventamento ou
peças tracionadas com pequenos
esforços de compressão eventuais - 200
fl 3 E
σc = N σfl; = ; c = x
A i 8 c
__ __
40 fl = c = 0,20 f c
__ __ 1 − 40
40 c fl = c 1 − x
3 c − 40
2
__
2 __
c 150 fl = c c
3
I
b i=
A
b h3
I= A=hxb
12
h
h b3 b
i= =
12 h b 12
16
fl b
40 fl 40 = 11,5b 12b sendo
b 12
12
b - menor dimensão transversal da peça.
4.3 - EXERCÍCIOS
4.3.1 – Calcular a carga admissível a compressão para um caibro (7,5 cm x 7,5 cm) de pinho-do-
paraná.
a) sem flambagem
b) fl = 300 cm.
fl
a) 40 ℓfl 12b = 12 x 7,5 = 90 cm
i
__ __ __
fl = c = 0,20 f c pinho-do-paraná c = 5,0MPa = 0,5kN / cm2
__
N = c A = 0,5 7,5 7,5 = 28,13kN
b) fl = 300 cm.
b
Seção retangular - i =
12
fl 300
= 140
i 7,5
12
3 E
c = pinho-do-paraná λc = 87
8 __
c
2 2
__
2 __ 2 87
87 150 fl = c c = 0,5 = 0,13kN / cm
2
3 3 140
__
N = fl A = 0,13 7,5 7,5 = 7,31kN
17
4.3.2 - Calcular a carga admissível de colunas de madeira laminada com seções indicadas na figura
abaixo, sendo o comprimento de flambagem fl l = 8,50 m. Adotar as tensões admissíveis da
peroba-rosa.
y y
7,5
x x 30 x x 15
7,5
y y
30 10 10 10
fl 850
= 98
i 30
12
3 E __
c = Peroba-rosa λc = 64 c = 8,3MPa = 0,83kN / cm2
8 __
c
2 2
__
2 __ 2 64
64 150 fl = c c = 0,83 = 0,24kN / cm 2
3 3 98
__
N = fl A = 0,24 30 30 = 216kN
30 303 20 153
Ix = − = 61875cm4
12 12
15 303 15 103
Iy = + = 35000cm4
12 12
A = 30 x 15 + 10 x 15 = 600 cm2
18
Iy 35000
iy = = = 7,64cm
A 600
fl 850
= 111
iy 7,64
2 2
__
2 __ 2 64
64 150 fl = c c = 0,83 = 0,18kN / cm 2
3 3 111
Ix 61875
Ix = = = 10,16cm
A 600
fl 850
= 84
ix 10,16
2 2
__
2 __ 2 64
64 150 fl = c c = 0,83 = 0,32kN / cm2
3 3 84
Comparando-se as tensões admissíveis acima, conclui-se que a seção I trabalha com maior eficiência
que a seção retangular cheia de mesmas dimensões externas, quando a flambagem da seção I se dá no
plano da alma.
4.3.3. – As escoras de um assoalho de edifício são constituídas de peças de peroba-rosa, com seção
transversal de 3” x 9” (7,5 cm x 23 cm), e comprimento de flambagem de 3 m, nas duas direções
principais.
3,00 m
19
a) Como as peças podem flambar com o mesmo comprimento de flambagem, nas duas direções
principais, as peças podem ser orientadas com a maior dimensão na direção longitudinal ou na
transversal. A carga axial admissível será a mesma, nos dois casos.
b) A carga axial admissível é determinada pela flambagem em torno do eixo mais fraco (eixo paralelo
ao maior lado).
b 7,5
i= = = 2,17cm
12 3,46
fl 300
= = 138,6
iy 2,17
3 E __
c = Peroba-rosa λc = 64 c = 8,3MPa = 0,83kN / cm2
8 __
c
2 2
__
2 __ 2 64
64 150 fl = c c = 0,83 = 0,12kN / cm2
3 3 138,6
A carga axial vale:
1,5 m
1,5 m
9”
3”
Solução. a) A melhor orientação da peça é a que situa o eixo mais fraco no plano normal ao
contraventamento mais eficaz, como indicado na figura.
20
b) A carga admissível deverá ser calculada separadamente nas duas direções principais.
b 23
i= = = 6,64cm
12 3,46
fl 300
= = 45
i 6,64
3 E __
c = Peroba-rosa λc = 64 c = 8,3MPa = 0,83kN / cm2
8 __
c
__ __ 1 − 40 1 45 − 40
40 64 fl = c 1 − x = 0,831 − x = 0,77kN / cm
2
3 c − 40 3 64 − 40
b 7,5
i= = = 2,17cm
12 3,46
fl 150
= = 69,1
i 2,17
2 2
__
2 __ 2 64
64 150 fl = c c = 0,83 = 0,47kN / cm2
3 3 69,1
N = 7,5 x 23 x 0,47 = 81 kN
A carga admissível da escora é o menor dos dois valores calculados acima, sendo determinante a
direção do menor lado (Nfl = 81 kN)
21
5 – VIGAS
a) b) c)
d) e)
e)
22
5.2. CRITÉRIOS DE CÁLCULO
No dimensionamento das vigas de madeira, são utilizados dois critérios básicos, a saber:
- limitação de tensões;
- limitação de deformações.
M _
b = b
W
Em peças de grande altura , os desvios da Lei de Navier são corrigidos por coeficientes de forma. Em
peças compostas, leva-se em conta a ineficiência das ligações através de valores reduzidos dos
momentos de inércia ou dos momentos resistentes.
5.2.2. - Limitação de deformações. As limitações de flechas das vigas visam a atender a requisitos
estéticos ou de conforto dos usuários.
A Norma Brasileira NB-11 (Item 69) adota como flecha admissível, sob carga total:
350
Sendo vão teórico da viga. As flechas são calculadas com as seções brutas das vigas. Para as flechas
devido a carga permanente, considera-se um módulo de elasticidade igual a 2/3 do módulo da madeira
verde.
Havendo incidência de cargas permanentes (g) e de cargas acidentais (q), pode-se adotar o valor
tabelado do módulo de elasticidade, considerando-se a carga:
3
g+q ou seja:
2
q1 = g + q
5 4 3
MAX = x g + q
384 EI 2 350
23
5.3. – VIGAS DE MADEIRA MACIÇA, SERRADA OU LAVRADA
As vigas de madeira maciça são as que têm maior utilização na prática. Em geral, o produto é
disponível em forma de madeira serrada, em dimensões padronizadas e comprimentos limitados a cerca
de 5m. As vigas de madeira serrada são empregadas na construção de telhados, assoalhos, casas,
galpões, treliças etc.
_
a) Tensão admissível à flexão b , válida para bordos comprimidos e tracionados:
M _
b = b
W
bh2
Para seção retangular de base “b” e altura “h” W = obtém-se
6
6M _
b = b
bh2
_
As tensões admissíveis à flexão ( b ) de pendem da forma da seção. Para se poder adotar o mesmo
_
valor de b em todos os casos, a fórmula acima é generalizada, multiplicando-se o módulo de
resistência (W) por um coeficiente de forma (kb):
M _
b = b onde
kbW
- seção retangular h 30 cm kb = 1
kb = (30 h )
19
- seção retangular h > 30 cm
- seção circular kb = 1,18
- seção quadrada com carga
no plano da diagonal kb = 2
Para seções retangulares, observa-se um decréscimo de tensões admissíveis quando h > 30 cm, como se
pode ver nos seguintes valores:
H <30 35 40 45 50
24
b) Tensão admissível de compressão normal à fibra, no ponto de atuação da reação de apoio ou de
cargas concentradas:
R _
cn = cn sendo
bxa
R = reação de apoio
a e b = dimensões da superfície de apoio
5.4. – EXERCÍCIOS
5.4.1. – Uma viga de 15 cm x 30 cm de Ipê Preto trabalha sob as cargas g = 2,0 kN/m (permanente) e
q = 5,0 kN/m (acidental). Verificar a viga, considerando as limitações de tensões e de
deformações. Supõe-se a viga contraventada, de modo a evitar flambagem lateral.
q1
h = 30 cm
5,0 m b = 15 cm
_
Ipê Preto - b = 22,6 MPa
_
= 1,4 MPa
Em = 16169 MPa
_
cn = 4,1 MPa
25
Solução. Solicitações:
7,0 x52
M = = 21,875kN.m
8
7 ,0 x 5
V = = 17 ,50 kN
2
6M _
6 x 2187 ,50 _
b = b b = = 0,97 kN / cm 2
= 9,7 MPa < b = 22,6 MPa OK
bh2 15 x30 2
b) Cisalhamento
3 V _
3 x17 ,50 _
= x = = 0,06 kN / cm 2 = 0,6 MPa < = 1,4 MPa OK
2 bh 2 x15 x30
c) Flecha
5 4 3 15 x303
MAX = x g + q sendo I= = 33.750cm4
384 EI 2 350 12
5 5003 3 1 1
= x 0,02 + 0,05 = OK
384 1616,9 x33750 2 420 350
R _
cn = cn
bxa
axb
R 17,50
axb= _
= = 43cm2 a = b = 7 cm
0,41
cn
26
5.4.2. – Verificar a estabilidade de uma viga de ipê-amarelo, de seção retangular, serrada, 18 x 36 cm,
com vão de 5,0 m, para cargas: g = 2,5 kN/m (permanente) e q = 7,5 kN/m (acidental). Supõe-
se a viga contraventada de modo a evitar a flambagem lateral.
g+q
36
5,0 m 18
_ _ _
b = 21,5MPa ; = 1,3MPa; cn = 3,6MPa; E = 15090 MPa.
A = 18 x 36 = 648 cm2
bh 2 18 x362
W= = = 3888cm3
6 6
bh3 18 x363
I= = = 69984cm4
12 12
c) Esforços Solicitantes
M=
(q + g )x 2 =
10 x5
= 31,3kNm
8 8
(q + g )x = 10 x5 = 25 kN
V=
2 2
kb = (30 h )
19
d) Tensão de flexão: como h > 30 cm
h = 36 cm kb = 0,98
M 3130 _
b = = = 0,82kN / cm2 = 8,2MPa b = 21,5MPa
kb xW 0,98x3888
27
e) Tensão de cisalhamento
3 V 3 25 _
= x = x = 0,06kN / cm2 = 0,6MPa = 1,3MPa
2 bh 2 18x36
f) Flecha
5 4 3
MAX = x g + q
384 EI 2 350
5 5004
= x (1,5 x0,025 + 0,075) = 0,87cm
384 1509 x69984
500
ADM = = = 1,43cm OK
350 350
g) Apoios
R _
cn = cn
bxa
a xb
R
R 25
a x b= _
= = 69,5cm 2 a = b = 8,5 cm
0,36
cn
28
5.5. – FLAMBAGEM LATERAL DE VIGAS RETANGULARES.
As vigas esbeltas apresentam o fenômeno de flambagem lateral, que é uma forma de instabilidade
envolvendo a flexão e torção. A flambagem lateral pode ser evitada por amarrações laterais
(contraventamentos) que impedem a torção da viga. Na prática, não é, em geral, possível uma completa
amarração da viga para evitar torção, sendo então necessário verificar a segurança contra a flambagem
lateral. Para vigas de seção retangular, dispõe-se de estudos teóricos comprovados experimentalmente.
__
5.5.1. – Tensões admissíveis com flambagem ( b ) de seções retangulares.
O dimensionamento à flexão das vigas retangulares, é feita com tensões admissíveis reduzidas (tensões
__
admissíveis à flexão com flambagem lateral b ), calculadas em função de um parâmetro de esbeltez
e h b2 , admitindo-se a viga com contenção lateral nos apoios.
- vigas curtas
eh __ __
0 100 b = b (sem flambagem lateral)
b2
- vigas médias
__ 2
2
eh E __
1
b = b 1 − e __
h b
100 2
0,6 __
b 3
b 0,6 E b
- vigas longas
__
E eh E
0,6 __
2500 b = 0,4
b2 eh b2
b
onde
__
b = tensão admissível à flexão sem flambagem lateral;
e = comprimento efetivo da viga, para calculo de flambagem lateral, cujos valores podem
ser encontrados no Quadro a seguir.
29
Comprimento efetivo e de vigas retangulares
Condições das extremidades das vigas e tipo de carregamento e
Viga simplesmente apoiada, carga concentrada no centro 1,61a
No Quadro acima, “a” representa a distância entre os pontos de apoio lateral, devidamente
contraventados com capacidade de impedir o deslocamento lateral e a torção da viga.
Não devem ser usadas vigas com parâmetro de esbeltez superior a 2500.
5.5.2.- Exercícios
5.5.2.1. Projetar uma viga de Aroeira para vencer um vão de 6,30 m sujeita a uma carga acidental (q)
de 8,5 kN/m e permanente (g) de 3,5 kN/m. Somente as seções do apoio estão fixadas lateralmente.
q+g
30
Solução: a) Propriedades mecânicas da Aroeira:
_ _ _
b = 22,2MPa ; = 2,0MPa; cn = 4,4MPa; E = 14895 MPa.
b) esforços solicitantes
M =
(q + g )x 2
=
(8,5 + 3,5)x6,32
= 59,54kNm = 5954kNcm
8 8
(q + g ) x (8,5 + 3,5)x6,3
V = = = 37 ,8kN
2 2
c) dimensionamento
Arbitrar b = 15 cm e admitir que não haja flambagem lateral.
6M _
6M _
b = b b = b
bh2 bh2
6M 6 x5954
h __
= = 32,8cm
15 x 2,22
bx b
c.2) Cisalhamento
3 V _
= x
2 bh
3 V 3 x37,8
h x __ = = 18,9cm
2 2 x15 x0,2
bx
c.3) Flecha
5 3 3 1
= x g + q
384 EI x 2 350
5 6303
Ix x (1,5x0,035 + 0,085)x350 = 105.194cm 4
384 1489,5
bh 3 12 x105.194
105.194 h3 = 43,8cm
12 15
d) Seção adotada 15 x 45
31
e) Verificação da estabilidade lateral
a = 630 cm
e h 1209,6 x45 E 1489,5
= = 242 0,6 __
= 0,6 = 403
b2 152 b 2,22
e = 1,92 x a = 1,92 x 630 = 1209,6 cm
__ 2
2
eh E __
1
b = b 1 − e __
h b
100 2
0,6 __
b 3
b 0,6 E b
__
2
b = 22,21 − 1 242 = 19,53MPa
3 403
__
M
b = b
kbW
6M
b =
kb bh 2
19
30
b = 45 cm kb = kb = 0,96
h
__
6 x5954
b = = 1,23kN / cm2 = 12,3MPa b OK
0,96 x15x 452
R _
cn = cn
bxa
a xb
R
R 37,8
a x b= _
= = 85,9cm 2 a = b = 9,5 cm
0,44
cn
32
5.6. – VIGAS RETANGULARES SUJEITAS À FLEXÃO OBLÍQUA.
Denomina-se flexão oblíqua a solicitação onde as cargas que produzem momentos não ficam situadas
num dos planos principais da seção.
As vigas apoiadas em elementos inclinados estão sujeitas à flexão oblíqua, como é o caso de terças de
telhado.
a) Elevação treliça
treliça
terças
b) Planta treliça
w w = carga de vento
g
g = carga permanente
gy x
gx
33
Momentos fletores:
Mx =
(g y + w ) 2
My =
g x 2
8 8
M x M y __
b = + b
Wx Wy
Esforços cortantes:
Vy = (g y + w )
1 1
Vx = g x
2 2
3 VX + Vy
2 2
__
= + =
2
x
2
y
2 bh
Flechas:
5 4 3
x = x g y + w
384 EI x 2
5 4 3
y = x gx
384 EI y 2
= x2 + y2
350
34
5.6.1. – Exercícios
3,5 m
w = carga de vento
w = 2,0 kN/m g = carga permanente
g = 3,0 kN/m
x
gy
gx
gx = 3,0 sen 200 = 1,03 kN/m
gy = 3,0 cos 200 = 2,82 kN/m
x
30
y
200 12
_ _
a) Propriedades mecânicas da peroba-de-campos: b = 13,2MPa ; = 1,2MPa; E = 11759 MPa.
A = 12 x 30 = 360 cm2
12 x302 30 x122
Wx = = 1800cm3 Wy = = 720cm2
6 6
12 x303 30 x123
Ix = = 27000cm4 Iy = 4320cm 4
12 12
35
c) Esforços solicitantes e flechas:
Mx =
(g y + w) 2
=
(2,82 + 2,0)3,52 = 7,38kNm = 738kNcm
8 8
g x 2 1,03x3,52
My = = = 1,58kNm = 158kNcm
8 8
Vy =
(g y + w) = (2,82 + 2,0)3,5 = 8,44kN
2 2
g 1,03 x3,5
Vx = x = = 1,8kN
2 2
5 4 3 5 3504
x = x g y + w = x (1,5x0,0282 + 0,02) = 0,38cm
384 EI x 2 384 1175,9 x27000
5 4 3 5 3504
y = x gx = x (1,5x0,0103) = 0,59cm
384 EI y 2 384 1175,9 x4320
M x M y __
b = + b
Wx Wy
738 158 __
b = + = 0,41 + 0,22 = 0,63kN / cm2 = 6,3MPa b = 13,2MPa
1800 720
3 VX + Vy
2 2
__
= + =
2
x
2
y
2 bh
3 1,82 + 8,442 __
= = 0,04kN / cm2 = 0,4MPa
2 12 x30
= x2 + y2
350
350
= = 1,0cm OK
350 350
36
6. – LIGAÇÕES DE PEÇAS ESTRUTURAIS
As peças de madeira bruta têm o comprimento limitado pelo tamanho das árvores, meios de transporte
etc. As peças de madeira serrada são fabricadas em comprimentos ainda mais limitados, geralmente de
4 a 5 m.
As ligações são os pontos mais perigosos das estruturas de madeira. Devem ser tomados o máximo de
cuidado tanto no cálculo quanto na execução.
Os principais tipos de ligação empregados são:
F F F
d) Conector e) Entalhe
A colagem é utilizada em grande escala, nas fábricas de peças de madeira laminada e madeira
compensada.
As emendas de campo, isto é, as emendas realizadas na obra, não são, em geral, coladas, pois a
colagem deve fazer-se sob controle rigoroso da cola, da umidade, da pressão e da temperatura.
Os pregos são peças metálicas, em geral cravadas na madeira com impacto. Eles são utilizados em
ligações de montagem e ligações definitivas.
37
Os entalhes e encaixes são ligações em que a madeira trabalha à compressão associada a corte. Nessas
ligações, a madeira realiza em geral o principal trabalho de transmissão dos esforços, utilizando-se
grampos ou parafusos para impedir a separação das peças.
As emendas coladas são bastante rígidas. Seu dimensionamento se faz por um critério de resistência:
tensão admissível igual a tensão experimental de ruptura dividida pelo coeficiente de segurança.
Nas emendas por entalhes ou encaixes, utilizam-se as tensões admissíveis da madeira para os esforços
atuantes.
As emendas com pregos, parafusos ou conectores são dimensionadas com tensões admissíveis
determinadas em ensaios em escala natural. Tratando-se de ligação deformáveis, a tensão admissível
pode ser determinada por um critério de resistência ou de deformação. A Norma NB-11 adota para
esforço admissível o menor dos seguintes valores:
F F F F
F Fu F Fu F Fu F Fu
__ __ __ __
F F F F
__
Fu = carga de ruptura; F = carga admissível
38
6.3. – PREGOS
Os pregos são fabricados com arame de aço-doce, em grande variedades de tamanhos. As bitolas
comerciais antigas, ainda utilizadas no Brasil, descrevem os pregos por dois números: o primeiro
representa o diâmetro em fieira francesa; o segundo mede o comprimento em linhas portuguesas.
Nomenclatura comercial (22 x 48) – diâmetro em fieira francesa e comprimento em linhas portuguesas;
Padronização ABNT (54 x 100) – diâmetro em décimos de milímetros e comprimento em milímetros.
Bitolas comerciais
Bitola Diâmetro Comprimento No de pregos
comercial d em pacote
(mm) (mm) de 1 Kg
12 x 12 1,6 22 1970
13 x 15 2,0 28 1430
14 x 18 2,2 36 895
15 x 18 2,4 36 685
16 x 18 2,7 36 529
17 x 24 3,0 50 320
17 x 27 54 285
18 x 24 3,4 50 255
18 x 30 60 205
19 x 30 3,9 60 170
19 x 36 72 140
20 x 30 4,4 60 135
20 x 42 84 97
22 x 36 5,4 72 75
22 x 48 100 56
24 x 48 6,0 100 34
25 x 60 6,6 137 27
26 x 84 7,2 190 17
39
6.3.2. – Disposições construtivas
b b
Recomendação para a escolha do diâmetro do prego: d sendo
10 6
b = a menor espessura da madeira atravessada;
d = o diâmetro do prego.
b
Para evitar rachadura na madeira, recomenda-se: d .
6
Para diâmetros maiores que este valor (d > b 6 ), deverá ser feito um furo prévio, com diâmetro
aproximado de 0,85d.
Em madeiras duras, convém fazer o furo prévio para qualquer diâmetro de prego.
12d 10d 5d
5d
5d
5d
5d
12d
7d(10d), 300
5d
5d 5d 5d 5d(7d), < 300
10d(12d)
10d(12d)
5d
15d
Obs.: os valores entre parênteses se aplicam a pregos grossos (d > 4,2 mm)
40
Para os pregos cravados a partir de faces opostas de uma peça intermediária, os espaçamentos (s), na
direção da fibra, dos pregos transpassados, dependem da distância (a) entre a ponta do prego e a face
oposta à de cravação:
a
a 5d 5d 5d 5d
a 8d s=0
s = 5d
s = 5d
a 5d 5d 5d 5d
0 < a < 8d s = 5d
s s
5d 5d 5d 5d
a0 s = 10d (d 4,2 mm); s = 12d(d>4,2mm)
Sendo:
a = distância entre a ponta do prego e a face oposta à cravação;
s = espaçamento na direção da força transmitida;
d = diâmetro do prego.
41
6.3.3. – Carga admissível dos pregos.
A carga admissível dos pregos é dada por fórmulas empíricas. A norma NB-11 adota, para pregos
cravados na direção normal à fibra, a fórmula das normas americanas:
__
F = Kd 3 2 onde
__
F = força admissível (N) para um prego cravado, na direção normal à fibra, em corte simples (tensão
de corte paralela ou normal às fibras;
d = diâmetro do prego (mm).
Para pregos aplicados em madeira seca ao ar, o coeficiente “K” tem os seguintes valores:
Para pregos aplicados em madeira verde, aplica-se uma redução de 25% nos valores supra. Em
estruturas provisórias, a norma permite um acréscimo de 50% nos valores admissíveis indicados acima.
6.3.4. – Exercícios
6.3.4.1. - Projetar a emenda de uma peça de Pinho-do-paraná de 7,5 x 15 cm (3” x 6”), sujeita a um
esforço de 22 kN.
4,0 (b)
N/2
N = 22 kN
7,5
N/2
4,0 (b)
b b b 40
Escolha do prego: d d = = 5,0mm
10 6 8 8
d = 5,4 mm
Tabela de pregos 22 x 36 = 72 mm
F = 44,1 (5,4) = 553 N
3
42
0 < a < 8d
72 ( ) 8d = 8 x 5,4 = 43,2 mm
43 (a)
0 < a = 43 < 8d = 43,2 s = 5d
N 22000
No de pregos necessários: n = = = 40 pregos ( 20 pregos em cada face)
F 553
5d = 5 x 5,4 = 27 mm 30 mm
Cisalhamento simples: 10d = 10 x 5,4 = 54 mm 60 mm
12d = 12 x 5,4 = 64,8 mm 65 mm
95 60 60 60 60 65 A
65 60 60 60 60 95 B
30
30
30
30
30
95 60 65
A (20 pregos)
Total de 40 pregos de
22 x 36
65 60 95 B (20 pregos)
43
6.3.4.2. – Projetar a ligação indicada na figura abaixo, sabendo-se que a madeira a ser utilizada é a
Peroba-de-campos.
11,5
N = 25 kN
b b b 25
Escolha do prego: d d = = 3,2mm
10 6 8 8
d = 3,4 mm
Tabela de Pregos 18 x 30 = 60 mm
F = 73,5 (3,4)3 = 461 N
N 25000
No de pregos necessários: n = = = 55 pregos
F 461
8d = 8 x 3,4 = 27,2 mm
0 < a = 5 mm < 8d = 27,2 mm
25 mm
60 mm
40 mm
5 mm(a)
25 mm
44
5d = 5 x 3,4 = 17 mm
7d = 7 x 3,4 = 24 mm
10d = 10 x 3,4 = 34 mm
12d = 12 x 3,4 = 41 mm
70 (45) 7d
35
35
35
325 mm
35
35
35
45 (70)
23 23 23 23 23 15d = 51 (76)
45
6.4. – PARAFUSOS
Os parafusos auto-atarraxantes em geral trabalham a corte simples. Eles são instalados com furação
prévia, devendo a ponta penetrar 8d para desenvolver o esforço de corte admissível. O esforço
admissível a corte simples é dado pela expressão:
__
F = 390a1d 1670d2 onde:
__
F = esforço admissível a corte simples, em N;
a1 = espessura da peça externa, em cm;
d = diâmetro do parafuso em cm.
a1 8d
Os parafusos são instalados em furos ajustados, de modo a não ultrapassar a folga de 1 a 1,5 mm. O
aperto do parafuso se faz com a porca, transmitindo-se o esforço à madeira por meio de arruelas.
A
F/2 F/2
b
b1 b1
46
6.4.2.1. – Disposições construtivas
O diâmetro do furo deve ser apertado para o parafuso, de modo que a folga seja a menor possível. A
DIN-1052 recomenda folga máxima de 1 mm; as normas americanas adotam folga de 1/16” = 1,6 mm.
As arruelas podem ser dimensionadas para transferir à madeira uma força escolhida arbitrariamente. As
especificações americanas adotam dois tipos de arruelas:
a) arruelas leves, circulares, estampadas, calculadas para transferir à madeira, com tensão de apoio
30 Kgf/cm2, uma força de 10 a 20% da carga de tração admissível do parafuso;
b) arruelas pesadas, de chapas quadradas, calculadas para transferir à madeira, com tensão de apoio
30 Kgf/cm2, uma força igual à carga de tração admissível do parafuso.
A carga de tração admissível no parafuso, referida acima, é igual a área do núcleo da rosca An
multiplicada pela tensão admissível do aço do parafuso.
Segundo a NB-11, as arruelas devem ter espessura mínima de 9 mm (3/8”) no caso de pontes, e 6 mm
(1/4”), em outras obras. Comercialmente utilizam-se arruelas quadradas ou circulares; a espessura não
deve ser inferior a 1/8 do lado ou diâmetro da arruela, para que a mesma tenha rigidez suficiente.
47
A NB-11 especifica os seguintes diâmetros construtivos mínimos dos parafusos:
Nas ligações de peças com parafusos, utilizam-se peças auxiliares (talas) de madeira ou de chapa de
aço. As chapas de aço das ligações devem ter as seguintes espessuras mínimas:
1,5 d
4d
1,5d
4d 4d 7d
1,5d
4d
1,5d
4d 4d 4d
48
1,5d 4d 1,5d 1,5d 4d 1,5d
1,5d 1,5d
4d 4d
4d 1,5d
b a
a = F
a sendo
bd
a = tensão de apoio;
F = esforço no parafuso
b = largura da peça de madeira
d = diâmetro do parafuso
a = tensão admissível de apoio da madeira no plano diametral do parafuso.
49
Para peças expostas ao tempo, podem ser adotados os seguintes valores admissíveis para as tensões de
apoio da madeira no plano diametral dos parafusos:
an = 0,225kn c
onde
kn = coeficiente de majoração destinado a levar em conta o efeito de carregamento local, no caso
de parafusos de pequenos diâmetros.
fy
a) talas de madeira – esforço na direção das fibras: bcrit = 0,77d
a
F =bxdx a
F = 0,77d 2 f y x a
50
fy
Esforço na direção normal às fibras: bncrit = 0,51d
an
F =bxdx an
Se b > bncrit - parafusos longos
F = 0,51d 2 f y x an
b) Talas metálicas:
No caso de peças centrais com talas metálicas, os esforços admissíveis limites na direção das fibras F
podem sofrer um aumento de 25%.
6.4.2.4. – Exercícios.
6.4.2.4.1.- Uma peça, de dimensões normais 7,5 cm x 25 cm, de peroba-de-campos, está sujeita a um
esforço de tração de 35 kN. Dimensionar a emenda, utilizando talas laterais de madeira e parafusos de
aço CA-24 e diâmetro d = 19mm (3/4”).
N/2
3,8 (b1)
7,5 (b) N = 35 kN
Dados:
Parafuso – Aço CA 24 d = 19 mm (3/4”) - fy = 240 MPa
51
Solução: b1 > b/2 (F é determinada pela espessura central)
bcrit = 0,77d
fy
sendo a = 0,72 c = 0,72 x 9,1 = 6,6 MPa = 0,66 kN/cm2
a
240
bcrit = 0,77d = 4,6 x d = 4,6 x 1,9 = 8,7 cm
6,6
b = 7,5 cm < bcrit - parafuso curto
a = F
a F a xbxd
bd
N 35
no de parafusos necessários: n= = 4 parafusos
F 9,4
14 8 14
15 25
52
6.4.2.4.2. – Resolver o exercício anterior considerando a solicitação normal ás fibras de 27 KN.
27 KN
bncrit = 0,51d
fy
sendo an = 0,225kn c d = 1,9 cm kn = 1,41
an
an = F
an F an x b x d
bd
N 27
no de parafusos necessários: n= = 7 adotado 9 parafusos
F 4,13
53
1,5d 4d 4d 1,5d
1,5d
4d
> 25 cm
4d
4d
11
10
54
6.5. – LIGAÇÕES POR ENTALHES
Os entalhes são ligações em que a transmissão do esforço é feita por apoio nas interfaces.
Ligação por dente simples, na qual a face frontal de apoio é cortada em esquadro com o eixo da
diagonal. Nessa ligação , verifica-se a tensão normal de compressão na face frontal nn e a tensão de
cisalhamento na face horizontal de comprimento “a” e largura “b”.
55
h1
N
900 b
t
a b
n
c n
- nn = t/cos
N N cos c x cn
- Tensão na face nn - c = c = c =
bxnn bt c sen + cn cos 2
2
N cos
t sendo que:
b c
1
2 cm t h para 50o
4
1
2 cm t h para 50 o
5
O comprimento “a” necessário para transmitir a componente horizontal do esforço N á peça inferior é
dado por:
N cos
a sendo = tensão admissível ao cisalhamento nas ligações.
b
56
Ligação por dente simples, na qual a face frontal de apoio nn é cortada na direção bissetriz do ângulo
180o - .
90 - /2
180 -
= 2
h
= 2
N
= 2
N1
n
N1 = N cos 2
c n
t
nn =
cos 2
N1 N cos 2 N c x cn
c = = = cos 2 ( 2) c =
bxnn bx t cos 2 bxt c sen 2 ( 2) + cn cos 2 ( 2)
N cos2 ( 2)
t
b c
N cos
O comprimento “a” será dado por: a
bx
57
6.5.2. - Exercícios
6.5.2.1.- Dimensionar uma emenda por dente simples, conforme indicado na figura abaixo.
N = 12,0 kN
= 30 o
b = 7,5 cm
900
= 30o
t
h = 22,5 cm
b = 7,5 cm
Solução:
c x cn 5,0 x1,5
c = = = 3,14MPa
c sen 2 + cn cos2 5,0 sen 2 300 + 1,5 cos 300
1
500 2 cm t h 2 cm t 5,6 cm OK.
4
58
6.5.2.2. – Dimensionar uma emenda por dente simples, conforme indicado na figura abaixo.
N = 45 kN
= 40 0
h = 30 cm
= 40 2 = 20
0 0
a b = 7,5 cm
c x cn 9,1x 2,7
c = = = 7,12MPa
c sen 2 ( 2) + cn cos 2 ( 2) 9,1x sen 2 (40 2) + 2,7 x cos 2 (40 2)
1
500 2 cm t h 2 cm t 7,5 cm OK.
4
59
7. – PEÇAS TRACIONADAS
A madeira tem boa resistência à tração na direção das fibras, podendo ser utilizada como peça sujeita à
tração axial. O ponto crítico para o dimensionamento fica nas emendas ou ligações de extremidade das
peças. O esforço admissível de tração é igual a área líquida multiplicada por uma tensão admissível.
7.1.1. – Tensões admissíveis. As peças solicitadas à tração simples são dimensionadas com a seção
líquida, utilizando-se a fórmula:
N
= t sendo t = 0,15 fb
An
7.1.2. – Área líquida nas seções de ligação. A área líquida (An) é igual a área bruta da seção
transversal subtraída de furos e entalhes.
An = Ag – 3(b x d )
B N
An = Ag – 3(b x d )
N N
Quando S 8d seção BB
An = Ag – 5(b x d )
B C
60
7.2. – EXERCÍCIOS
7.2.1. – Um pendural de pinho-do-paraná está preso por parafusos de 1” e duas talas laterais metálicas.
Calcular o esforço admissível na madeira e verificar a capacidade dos parafusos.
1) 2)
10 10 (S)
5 10 5 5 5 5 5
Cotas em centímetros
N N
20 (h)
3,8 (b)
a) Parafusos alinhados:
N
= t
An
Ag = 3,8 x 20 = 76,0 cm2
61
Talas metálicas a = 0,9 c = 0,9 x 5,0 = 4,5 MPa
fy 240
bcrit = 0,77d = 0,77d = 5,6d = 5,6 x 2,5 = 14cm
a 4,5
Com o espaçamento S < 8d, a disposição de furos não alinhados é menos favorável para a resistência
da madeira.
62
8.1 - Propriedades Mecânicas e Tensões Admissíveis de Algumas Madeiras Brasileiras
Peroba-de-campos 0,72 45,6 88,2 11759 11,5 9,1 13,2 1,2 1,73 2,7 69
ou Ipê-peroba
Peroba-rosa 0,78 41,5 88,0 9211 11,9 8,3 13,2 1,2 1,79 2,5 64
ou Peroba
Pinho-do-paraná 0,54 25,2 57,0 10289 6,2 5,0 8,6 0,6 0,93 1,5 87
63