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Introdução

Nos já vimos até aqui como definir uma viga e como resolve-la pelo método das
integrais e pelo método do equilíbrio, agora, vamos analisar o caso que ocorre,
na maioria das vezes, em pontes.

Algumas estruturas de pontes possuem trechos que permitem a rotação de parte


da estrutura da ponte. Geralmente esses trechos são apoiados no que chamamos
de dentes Gerber, e costumamos representar esses dentes através de rótulas,
como mostra a figura abaixo, em que trocamos os dentes Gerber da ponte, por
uma representação unifilar.

Figura 01 – Ponte Rio Niterói – exemplo real de uma Viga Gerber.

Pontes

São denominadas como pontes as obras que são destinadas a permitir a transposição de
obstáculos ou a continuidade de uma via de comunicação qualquer. Esses obstáculos podem
ser rios, vales profundos, braços de mar ou outras vias.

São chamadas de pontes aquelas estruturas que têm como obstáculos rios ou outras vias
aquáticas, quando o obstáculo é um vale são denominados viadutos. Também pode acontece
casos em que o curso aquático a ser transposto seja muito grande e a ponte precise de um
trecho externo antes de atravessar o curso d’água, esse trecho é chamado de viaduto de
acesso.

Ponte em Viga

      Esse é o tipo de ponte mais barato é mais simples de se construir. Nelas


a plataforma é levantada por umas ou mais vigas (as vigas podem ser de
aço reforçado, madeira, concreto protendido ou armado), os esforços de
flexão são aplicados nessas vigas e elas distribuem as cargas para os pilares
que as suportam em ambas as extremidades.
Figura 2 – ponte em viga

Figura 3 – Componentes de ponte em


viga.

Pontes de Treliças

      Muito populares no Estados Unidos entre 1870 e 1930, as pontes de


treliças são aquelas cuja a superestrutura de sustentação de cargas é
constituída por treliças (elementos conectados que compõem uma
estrutura com formatos triangulares).

      Esses elementos suportam os esforços de tensão e compreensão que


são aplicados sobre eles, geralmente as treliças são de aço ou madeira,
sendo a madeira mais utilizada em casos de esforços de compressão e o
aço mais utilizado quando os esforços são de tensão.

Figura 4 – Ponte de treliças


Pontes de Arco

      A ponte de arco tem esse nome devido a sua forma. O arco apresenta
um comportamento estrutural que reduz muito os esforços de flexão, essa
redução acarreta um aumento nos esforços de compressão, por isso o
material mais utilizado é concreto, pois possui uma grande resistência a
compreensão, fazendo com que não seja necessária uma quantidade muito
grande de material, mas também são utilizados outro materiais como
pedras ou aço.

      Elas podem ser projetadas com tabuleiro superior, tabuleiro inferior ou


um sistema misto chamado de arco intermediário.

Figura 5 – Pontes em arco.

Figura 6

Pontes Suspensas

      Também chamada de Ponte Pênsil, esse tipo de estrutura tem seu peso
e as cargas aplicadas sobre ela suportadas por torres localizadas nas
extremidades e cabos de aço que distribuem o peso da ponte.

      Os cabos são conectados ao maciço rochoso das extremidades da ponte


e em seguida encordoadas sobre os pilares. A plataforma da ponte é ligada
ao cabo principal através de cordas ou varas verticais e o peso da
plataforma é transferido como esforços de tensão para esses cabos. Essas
cargas aplicadas nos cabos principais são transferidas para os pilares e nas
extremidades do cabo esses esforços são equilibrados pelo esforço de
ancoragem do solo.
Figura 7 – Ponte Golden Gate

Pontes Estaiadas

      A ponte esaiada são semelhantes as pontes suspensas, a sua principal


diferença está na quantidade de cabos utilizada, nesse tipo de ponte as
torres de suporte usadas para cabos são mais curtas, requerendo uma
menor quantidade de cabos quando comparamos as pontes suspensas.

      Diferentemente da ponte suspensa, a ponte estaiada não possuem


ancoragens e cabos presos aos pilares e se estendendo por todo o
comprimento da ponte, nelas os cabos são ligados aos pilares, geralmente
de forma simétrica, segurando a seção da ponte anexa ao pilar.

Além disso, a ponte estaiada também se diferencia pelos serem angulados,


ou seja, existem forças horizontais e verticais sobre a pista, portanto ela
precisa ser forte para suportar os esforços horizontais. As pontes suspensas
são sustentadas por forças verticais logo são aparentemente mais leves,
em contrapartida as estaiadas são mais rígidas e possuem menos balanço e
oscilações na pista.

Figura 8 – Ponte estaiada

Ponte em Balanço

      Também conhecidas como pontes cantiléver, são pontes que são


apoiadas em estruturas sólidas em uma única extremidade. O tabuleiro das
pontes em balanço se apoia em vigas para dissipar a energia gravitacional
e cinética proveniente do tráfego de veículos. Elas não costumam precisar
de cabos para sustentar os tabuleiros, mas em casos de grandes pontes
desse tipo faz-se necessário o uso de treliças em aço estrutural.

      Assim como nos outros tipos de pontes com tabuleiro suspenso, é


necessário utilizar um sistema de protensão com aço para evitar que evitar
o aparecimento de fissuras e trincas na estrutura.

Figura 9 – Ponte em balanço

VIGAS GERBER
Conceito: A viga Gerber se constitui num caso particular de estruturas compostas. Consta de
uma associação de vigas com estabilidade própria, com outras, sem estabilidade própria
apoiadas sobre as primeiras, dando estabilidade ao conjunto.

A interligação entre as partes se dá por intermédio das articulações (rótulas). Nesta associação,
as vigas com estabilidade própria suprem as outras dos vínculos que lhes faltam, ficando o
conjunto estável, portanto, as primeiras são acrescidas de cargas que lhes são transmitidas
pelas rótulas.

O aparecimento das vigas Gerber deu-se para resolver problemas de ordem estrutural e
construtiva.

As vigas Gerber tem lugar de grande importância na engenharia estrutural e a tendência é de


cada vez mais serem utilizadas, tendo em vista o desenvolvimento das técnicas de pré-
fabricação e montagem de estruturas.
Rótula de uma viga gerber(dente gerber), utilizada em uma estrutura pré-fabricada de
concreto.

Cálculo das reações de apoio


Método Algébrico

Constitui-se na aplicação pura das condições de estabilidade.

No exemplo acima temos 4 reações externas a determinar e 3 equações de estática.

A rótula nos dá outra condição de equilíbrio pois o momento em relação à ela deve ser nulo.

∑ Fx = 0 ; ∑ Fy =0; ∑ Mz =0; ∑ Mr esq = 0; ∑ Mr dir = 0


Podemos então, dispor de 5 equações algébricas com 4 incógnitas o que se constitui em um
sistema algebricamente possível.

Observações:
1. A escolha adequada das equações a serem utilizadas pode facilitar ou não a solução do
problema.
2. Para vigas Gerber com maior número de apoios e rótulas este método pode não ser
muito interessante pela dificuldade algébrica da resolução.

Método Direto

Como o nome já diz, no método direto é feita a decomposição da viga nas partes que à
constituem.

Esta decomposição é feita nas articulações, portanto nenhum momento é transmitido entre as
partes.

A ação de uma parte sobre a outra que lhe serve de apoio corresponde à reação igual e
contrária desta sobre a primeira (princípio da ação e reação), portanto cada força de ligação
deve ser indicada nas duas partes correspondentes com sentidos opostos.

Quando são desfeitas estas ligações com o meio externo e nas articulações, a estrutura se
transforma para fins de cálculo, num conjunto de corpos livres e em cada um são aplicáveis as
3 equações da estática.

O cálculo deve seguir uma sequência lógica, sendo calculados primeiro os trechos sem
estabilidade própria, para então, após a transmissão das cargas, calcularmos os com
estabilidade própria.

OBS: Numa viga Gerber pelo menos 1 dos apoios deve ser capaz de absorver forças horizontais
que irão diretamente para ele através das rótulas.

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Referências

Khalil El Debs, Mounir. Takeya, Toshiaki. Introdução às pontes de


concreto. Universidade de São Paulo. São Carlos. 2019.

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