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Fundações

Escolha do tipo de Fundação


Profª Desireé Alves
Engenharia Civil – UFERSA
Introdução

• A qualidade e o comportamento de uma fundação


dependem de uma boa escolha, que melhor concilie
os aspectos técnicos e econômicos de cada obra.
• Qualquer insucesso nessa escolha pode representar,
além de outros inconvenientes, custos elevadíssimos
de recuperação ou até mesmo o colapso da estrutura
ou do solo.
Introdução
O engenheiro de fundações, ao planejar e
desenvolver o projeto, deve obter todas as informações
possíveis referentes ao problema:
Estudar as diferentes soluções e variantes
Analisar os processos executivos
Prever suas repercussões
Estimar os seus custos
Decidir sobre as viabilidades técnica e econômica da
sua execução
Introdução

Para se escolher a fundação mais adequada, deve-se


conhecer:

● as características do solo,
● as características dos elementos estruturais que
formam as fundações,
● os esforços atuantes sobre a edificação.
Introdução
Em seguida:

● Analisa-se a possibilidade de utilizar os vários tipos


de fundação, em ordem crescente de complexidade
e custos.

Fundações bem projetadas correspondem de


3% a 10% do custo total do edifício; porém, se forem
mal concebidas e mal projetadas, podem atingir 5 a
10 vezes o custo da fundação mais apropriada para o
caso (BRITO, 1987).
Escolha da solução de fundação
• Características da construção podem impor tipo de
solução
• Alguns casos pode exigir soluções profundas como
camadas espessas de solo mole e rígido posteriormente.
• Deve-se ultrapassar a camada mole para chegar ao
rígido.
• Várias soluções podem ser adotadas em estacas.
• Existem casos em que várias soluções podem ser
adotadas, o que pode determinar deve ser escolhido
entre:
– Menor custo ou prazo de execução
Escolha da solução de fundação
• No estudo de alternativas pode se incluir mais de um
tipo de fundação superficial ou profunda.
• Alguns parâmetros avaliados para a solução
– Cortes, aterros e reaterros
– Volume de concreto e aço a ser utilizado
– Mão de obra para execução
– Lençol freático e necessidade de rebaixamento
– A escolha é portanto variável e deve-se avaliar algumas
alternativas para adotar a melhor escolha
Escolha da solução de fundação
Os fatores que influenciam na escolha do tipo de
fundação são analisados a seguir:
 Relativos à superestrutura

● Tipo de material que compõe a superestrutura

concreto armado ou protendido, estrutura pré-fabricada,


estrutura de madeira, metálica ou alvenaria estrutural
● A função da edificação

Edifício residencial, comercial, galpão industrial, ponte,


silos
● Ações atuantes

Grandeza, natureza, posição, tipo


Escolha da solução de fundação
 Características e propriedades mecânicas do solo
(investigações geotécnicas)
Tipo de solo, granulometria, cor, posição das amadas de
resistência, compressibilidade, etc.
 Posição e característica do nível d’água

● Estudo de possível rebaixamento

● Poço de reconhecimento pode ser usado para observar as

possíveis variações do nível d’água por causa das chuvas


Escolha da solução de fundação
 Aspectos técnicos dos tipos de fundações
Muitas vezes surgem algumas limitações a certos tipos
de fundações em função da capacidade de carga,
equipamentos disponíveis, restrições técnicas, tais como:
● Nível d’água, matacões, camadas muito resistentes,

repercussão dos prováveis recalques, etc.


 Edificações na vizinhança

● Estudo da necessidade de proteção dos edifícios vizinhos,

de acordo com o conhecimento do tipo e estado de


conservação dos mesmos
● Análise de tolerância aos ruídos e vibrações
Escolha da solução de fundação
 Custo
Depois da análise técnica é feito um estudo comparativo
entre as alternativas tecnicamente indicadas.
De acordo com as dificuldades técnicas que possam elevar
os custos, o projeto arquitetônico poderá ser modificado.
Planejamento de início e execução: algumas vezes, uma
fundação mais cara garante um retorno financeiro mais
rápido.
 Limitações dos tipos de fundações existentes no mercado

Análise da viabilidade da utilização de um tipo de


fundação tecnicamente indicada, mas não existente na
região.
Escolha da solução de fundação
O problema é resolvido por eliminação escolhendo-se,
entre os tipos de fundações existentes, aqueles que
satisfaçam tecnicamente ao caso em questão.
A seguir é feito um estudo comparativo de custos dos
diversos tipos selecionados, visando com isso escolher o
mais econômico.
A escolha de um tipo de fundação deve satisfazer aos
critérios de segurança, tanto contra a ruptura (da
estrutura ou do solo), como contra recalques
incompatíveis com o tipo de estrutura.
Muitas vezes um único tipo impõe-se desde o início, e,
então, a escolha é quase automática. Outras vezes,
apesar de raras, mais de um tipo é igualmente possível e
de igual custo.
Escolha da solução de fundação

Quando o terreno é formado por uma espessa camada


superficial, suficientemente compacta ou consistente,
adota-se previamente uma fundação do tipo sapata, que é
o tipo de fundação a ser considerada.
Existe uma certa incompatibilidade entre alguns tipos de
solos e o emprego de sapatas isoladas, pela incapacidade
desses solos de suportar as ações das estruturas.
Escolha da solução de fundação
ALONSO (1983) indica que, em princípio, o emprego de
sapatas só é viável técnica e economicamente quando a
área ocupada pela fundação abranger, no máximo, de 50
% a 70% da área disponível.
De uma maneira geral, esse tipo de fundação não deve
ser usado nos seguintes casos:
● Aterro não compactado

● Argila mole

● Areia fofa e muito fofa

● Solos colapsíveis

● Existência de água onde o rebaixamento do lençol

freático não se justifica economicamente


Escolha da solução de fundação
Para a escolha de uma fundação deve-se:
● Ter em mãos as cargas a serem transmitidas ao solo

● Ter em mãos a sondagem

Encaminhamento racional para o estudo de uma


fundação:
● Escolher o tipo de fundação, se direta ou profunda

Analisa-se inicialmente a possibilidade do emprego de


fundações diretas, que sempre apresenta custo inferior ao
de fundação profunda.
A escolha é feita pelo SPT (número de golpes N) e pela
profundidade. Fundação direta é econômica para N maior
ou igual a 8 e profundidade não superior a 2 m. Caso
contrário é mais indicado o uso de fundação profunda.
Escolha da solução de fundação
● Se a opção for por fundação direta verificar se é mais indicado
o uso de sapata isolada (para cargas concentradas, os pilares)
ou de sapata corrida (para cargas linearmente distribuídas,
as alvenarias).
No caso de não ocorrer recalques devido camadas profundas
 Determinação da cota de apoio das sapatas e da tensão

admissível do terreno nessa cota


No caso de haver recalques profundos
 Examinar a viabilidade da fundação direta em função dos

recalques totais, diferenciais e diferenciais de desaprumo


Recalques diferenciais de desaprumo → Quando a resultante
das ações dos pilares não coincide com o centro geométrico da
área de projeção do prédio, ou quando há heterogeneidade do
solo.
Escolha da solução de fundação

● Sendo viável a fundação direta pode-se então compará-la


com qualquer tipo de fundação profunda para
determinação do tipo mais econômico.
● Não sendo viável o emprego das fundações diretas passa-
se então a analisar a solução em fundações profundas
(estacas ou tubulões).
● Se a fundação for profunda , optar em primeiro lugar
pela de menor custo – a broca
Escolha da solução de fundação
Para se usar a broca:
o A carga por pilar não deve ultrapassar 40 tf

o A broca deve parar onde o solo apresente SPT acima de

12
o Não pode ter comprimento superior a 6 m

o Não deve ser executada abaixo do lençol freático

● Se não for possível o uso de broca e para cargas nos

pilares até 160 tf, estudar a possibilidade de utilizar a


estaca Strauss.
A estaca Strauss faz muita sujeira e em princípio não
pode ser executada abaixo do nível d’água.
Escolha da solução de fundação
● Uma alternativa à Strauss é a estaca escavada
mecanicamente om trado espiral
Verificar a possibilidade de acesso do equipamento.
Esta estaca também não pode ser executada abaixo do
N.A.
● Uma alternativa mais limpa à estaca Strauss e às de

trado espiral, porém um pouco mais cara, é a estaca pré-


moldada de concreto.
Verificar a possibilidade de acesso do bate-estaca.
Pode ser executada abaixo do N. A.
Escolha da solução de fundação

● Estacas do tipo hélice contínua.


Para cargas nos pilares acima de 100tf.
Pode ser executada abaixo do N. A.
● Estacas Franki, estacão ou estacas barretes.

Para cargas acima de 500 tf por pilar


Estacão e estacas barretes são escavadas com lama
betonítica e podem servir como paredes diafragma
(arrimo de subsolo) e suporte de cargas verticais.
Podem ser executadas abaixo do N.A.
Escolha da solução de fundação

● Tubulão
Alternativa às estacas Franki, hélice contínua, estacões e
estacas barrete.
Pode ser viável para pequenas cargas
Quando o local não permitir o acesso de equipamentos
para execução de outros tipos de estacas.
Escolha da solução de fundação
● Tomando por base o custo por tf suportada pela broca
manual, a solução de menor custo entre as fundações
profundas, pode-se ter as seguintes relações:
o Broca: 1 unidade de custo/tf (uc)
o Estaca Strauss: 1,5 uc
o Estaca escavada com trado helicoidal: 1,5 uc
o Estaca hélice contínua: 3 uc
o Estaca pré-moldada: 4 uc
o Estaca Franki: 5 uc
o Microestaca ou estaca raiz: 8 uc
o Tubulão: 10 uc
Situações encontradas no estudo de
alternativas
Caso de fundações superficiais

• Blocos são os elementos mais simples e quando possível


adotá-los são os mais econômicos por não precisar usar
aço.
• Sapatas são apropriadas em locais de baixa resistência
do solo, independente da carga.
• Radier ajuda nas áreas molhadas pois a compressão
sobre a terra diminui a umidade, porém não são
aconselháveis em local de trânsito intenso pela falta de
rigidez. Podem ser lisos, com cogumelos, nervurados ou
caixão. Nesta ordem está sua rigidez. Ainda existe os
abóbada.
Caso de fundações profundas
• Vários tipos de soluções e sempre aparecem novidades
a) Com grandes deslocamentos
• Madeira – em pouco uso
• Concreto pré moldado ou in situ como escavadas ou
Franki
b) Com pequenos deslocamentos
• Perfis de aço
• Concreto moldadas in situ como strauss ou raiz ou pré
moldadas com pré furo
c) Sem deslocamento
• Escavadas ou diafragma
Escolha da estaca

É preciso levarem conta:


1) Esforços
– Intensidade do esforço na fundação
– Possibilidade de esforços adicionais como flexão
2) Características do solo
– Lençol freático dificulta abertura do solo sem uso de
lama bentonítica
– Solos resistentes ou com pedregulhos dificultam a
cravação de estacas pré moldadas
Escolha da estaca
– Solos com matacões impedem cravações
– Argilas moles dificultam moldagem em loco.
– Aterros não compactados devem ser ultrapassados para
garantir resistência

3) Local da obra
• Terrenos acidentados dificultam acesso de
equipamentos pesados
• Obstruções de altura dificultam acesso de
equipamentos altos
• Obras distantes de centros encarecem transportes de
materiais e equipamentos
• Ocorrência de água
Escolha da estaca

4) Construções vizinhas
• Tipo e profundidade das fundações
• Existência de subsolos
• Sensibilidade a vibrações
• Danos pré-existentes
• Possibilidade de danos pela adoção de solução

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