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MADEIRAS

1- Estruturação da madeira maciça e algumas consequências

1.1- Anéis de crescimento: : representam a idade da árvore,


através da contagem dos lenhos tardio e inicial;
Os anéis de crescimento são círculos observados no
xilema secundário do tronco de algumas plantas,
principalmente aquelas de clima temperado.
Refletem as condições de  desenvolvimento da árvore
Os anéis são formados graças a uma alteração na atividade do câmbio vascular. O câmbio
vascular é o meristema lateral responsável por dar origem ao xilema secundário. O câmbio
vascular, por ser um meristema lateral, está relacionado com o crescimento em diâmetro da
planta.

Lenho inicial:
o crescimentos do anel inicia-se na primavera e termina
no outono – é caracterizado por células de dimensões
menores, por isso a madeira composta por esse lenho é
menos densa;

Lenho tardio
fim do período – é caracterizado por células mais robustas,
portanto a madeira é mais densa e geralmente mais
resistente;

- DIFERENÇA ENTRE LENHO INICIAL E LENHO TARDIO:


- o lenho inicial possui uma cor mais clara
- as células do lenho inicial são largas com paredes finas, enquanto as células do linho tardio são mais estreitas, mas
com paredes mais grossas (ele é mais compacto)

1.2- Cerne e alburno

Cerne: (mais escuro que o alburno) - Formado por células mortas e


esclerosadas 
- Vem do espessamento das paredes das células (do alburno) provocados  por
sucessivas impregnações de lignina, resina, tanino e corante.

Alburno:
Pode ser considerado como uma madeira “inacabada” ou
“imperfeita”  - Formado de células vivas e atuantes  
- Dá resistência à árvore  
- É condutor de seiva bruta (ascendente)

- o alburno (externo) é formado de células vivas e atuantes, enquanto o cerne (interno) é formado por células mortas
e esclerosadas
o cerne (interno) tem maior densidade, compacidade, resistência mecânica e durabilidade (não é atrativo aos insetos
e outras pragas) e tem menor umidade e permeabilidade
1.3- Folhosas e resinosas;

AS RESINOSAS apresentam:
Crescimento rápido;
Densidade inferior à das folhosas (no entanto, têm boa resistência);
Baixa retração e inchamento limitado;
Facilidade de trabalho com ferramentas e maquinas;
Facilidade de tratamento de preservação.
Madeiras geralmente macias: pinheiro do Paraná (Araucária), pinus (elliottii)
pinheiros europeus e norte americanos.

Usadas em construções internamente e externamente, em laminada-


colada, pisos, revestimentos, esquadrias, portas, etc.

AS FOLHOSAS, quando comparadas com as resinosas, apresentam:


Crescimento mais lento;
Maior densidade e dificuldade de trabalho;
Resistência maior;
Retração e inchamento maior;
Maior durabilidade natural.
Exemplos: peroba, ipê, aroeira, carvalho, etc.
Usadas em construções internamente e externamente, estruturas,
elementos de construção expostos às intempéries.

1.4- Microestrutura da parede de uma célula lenhosa e suas consequências na anisotropia da


retratilidade
Uma célula lenhosa é composta por celulose, hemicelulose e lignina. As moléculas de celulose são
cristalinas, grandes, e orientadas, constituindo estruturas retas e alongadas, dispostas em cadeias.
As moléculas de hemicelulose são pequenas, semi-cristalinas. Enquanto isso, as moléculas de
lignina são grandes e amorfas (resinas), sendo impermeáveis, pouco elásticas, com boa resistência
mecânica, insensíveis à umidade e às temperaturas normais.

1.5- As três principais direções em peças de madeira;


R: Direção tangencial, direção radial e direção axial.

1.6- Desdobro radial e tangencial (consequências)

Obtenção de pranchões ou “couçoeiras” com espessura superior a 7,0 cm

e largura superior 20,0 cm.


Esse processo não é usado em larga escala devido ao seu alto custo e a perdas elevadas.
2- A água na madeira

2-1- Medição do teor de umidade (gravimétrico e resistividade);


Gravimétrico: consiste na introdução de corpos-de-prova (CPs) com dimensões padronizadas em
uma estufa com temperatura de 103 ± 2ºC, até que se obtenha uma massa constante (variação inferior a
5%).
Resistividade:  resistividade elétrica da madeira varia com o teor de umidade, especialmente abaixo do
PSF. A resistividade varia de 1014 a 1016 Ω. m para madeira seca e de 103 a 104 Ω.

2-2- Importância de conhecer o teor de umidade;


É importante saber o teor de umidade da madeira antes da aplicação porque, como sabemos, a madeira
varia suas dimensões de acordo com a umidade, podendo sofrer retração ou expansão, dependendo das
condições

2-3- Os três tipos de água presente na madeira e os efeitos de sua saída e entrada nas variações dimensionais;
 impregnação, absorção e constituição.
A saída de água livre não interfere na estabilidade dimensional, nem nos valores numéricos correspondentes às
propriedades de resistência e de elasticidade.

2-4- Os três tipos de água presente na madeira e os efeitos de sua saída e entrada no desempenho mecânico;

2-5- Definição e importância do ponto de saturação das fibras e do teor de umidade da madeira seca ao ar;

2-6- Como se estima o teor de umidade de equilíbrio de uma peça de madeira (norma brasileira, método
alternativo);
3- Variações dimensionais
3-1- Medição/comportamento da madeira; ocorrência (quando ocorre?); causa e consequências da anisotropia;

3-2- Providencias para minimizar os efeitos negativos das variações dimensionais;


3-3- Exemplos de patologias e eventuais correções se houver possibilidade.
4- Propriedades térmicas, acústicas - Comportamento ao fogo
4-1- Comparado com outros materiais de construção e considerando as características intrínsecas do material,
porque a madeira é:
4-1-1- um bom isolante térmico?
4-1-2- um péssimo isolante acústico?
4-1-3- um bom absorvente acústico?
4-2- Como pode ser melhorado o isolamento térmico e acústico de uma parede/divisória?
4-3- Especificidade da madeira em relação ao fogo (prós e contras).

5- Propriedades mecânicas
5-1- Comportamento da madeira na compressão, tração, flexão e módulos / anisotropia – causa e consequências;
5-2- Efeito da umidade e de defeitos (nós, fendas) no desempenho;
5-3- Cisalhamento / anisotropia;
5-4- Ruptura retardada / fluência – conceito de resistência permanente da madeira;
5-5- Dureza superficial; para que uso da madeira essa medida é importante?
5-6- Resistência de cálculo em projetos de estruturas de madeira / origem dos coeficientes de modificação ou
redução;

6- Defeitos, durabilidade, beneficiamento, madeiras transformadas


6-1- Defeitos de crescimento;
6-2- Defeitos de secagem; como controlar?
6-3- Classificação das peças estruturais de madeira pela norma brasileira;
6-4- Durabilidade: classes/categorias de risco;
6-5- Processos de preservação/tratamento;
6-6- Madeiras transformadas
6-6-1- Compensada,
6-6-2- Aglomerada;
6-6-3- MDF,
6-6-4- OSB;
6-6-5- Laminada colada;
6-6-6- Laminada cruzada.
7- Considerando o que foi levantado nos itens anteriores, fazer alguns comentários sobre edifícios de grande altura
em madeira (ex.: pesquisar no google “brock commons” e/ou ver os vídeos do drive)

Dica:
Para sempre considerar no seu raciocínio:
1) Conceito: com está estruturado o material? O que se mede ou avalia? (qual é o fenômeno?)
2) Consequência(s) no desempenho ou na medição
3) Solução(ões): condições de uso, melhoramentos, uso recomendado, tratamentos etc.

Exemplo: isolamento acústico da madeira


1) Conceito
Estrutura: formada por microtubos de basicamente celulose e lignina que são materiais orgânicos. Então com
muitos vazios.
Medição: passagem do som aéreo através do material que é controlado pela lei da massa que diz que quanto
maior a massa de uma parede, maior o isolamento acústico. Então para melhorar o isolamento, basta aumentar o
peso da parede; para isso existem 2 maneiras: 1- usar materiais densos; 2- aumentar a espessura da parede

2) Consequência: a madeira, sendo menos densa (material orgânico + vazios dos tubos) que outros materiais de
construção usados para fazer paredes (Ex. tijolos, concreto), apresentará um menor isolamento acústico
(considerando a mesma espessura de material).

3) Soluções para melhorar o isolamento acústico: usar madeiras muito densas e/ou aumentar a espessura da parede
ou usar duas paredes com um espaço no meio para ter um efeito massa-mola-massa (ver figura da p 14 da apostila
Madeiras2)

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