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Trocadores Bitubulares

(double-pipe heat exchangers)

Prof. Silvio A. B. Vieira de Melo


sabvm@ufba.br

Engenharia Química
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Trocadores Bitubulares
Características

1. São largamente empregados quando a superfície necessária para


troca térmica é relativamente pequena (até 50 m2)

2. Normalmente, são dispostos em conjuntos com comprimentos


efetivos de 1,5 a 12 m e são modulares (arranjos em série-
paralelo)

3. São convenientes quando um ou ambos os fluidos estão a alta


pressão, devido ao diâmetro dos tubos ser pequeno (50-400mm
para tubo externo e 19-100mm para tubo interno)

4. São de fácil limpeza e manutenção

5. Têm custo relativamente alto por unidade de área superficial de


troca de calor
18/02/2021 Engenharia Química
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Grampo (hairpin)

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Grampo (hairpin)

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Grampo (hairpin)

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Método de Kern
Projeto Térmico e Hidráulico de Trocadores de Calor
Bitubulares

Sequência de Cálculo:
1) Levantamento dos dados do processo
2) Cálculo da carga térmica
3) Cálculo da ∆TML
4) Cálculo das temperaturas calóricas
5) Levantamento das propriedades físicas dos fluidos
6) Alocação dos fluidos (tubo interno e anular)
7) Cálculo do coeficiente convectivo para o fluido do tubo interno
8) Cálculo do coeficiente convectivo para o fluido do anular
9) Cálculo do coeficiente global de polimento
10) Cálculo do coeficiente global de projeto
11) Cálculo da superfície de troca necessária
12) Cálculo do comprimento do tubo
13) Cálculo da queda de pressão Engenharia Química
18/02/2021
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Método de Kern

1) Levantamento dos Dados do Processo

- Temperaturas de entrada e saída dos fluidos

- Vazões mássicas

- Capacidades caloríficas (obtidas nas temperaturas


médias tm e Tm de cada fluido)

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Método de Kern

2) Cálculo da carga térmica

q = m hCP ,h (Th ,e − Th, s ) = m cCP ,c (Tc , s − Tc ,e )

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Método de Kern

3) Cálculo da ∆TML

T1 − T2
TML =
ln (T1 T2 )

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Método de Kern

4) Cálculo das temperaturas calóricas

Tm e tm podem ser usadas, em vez de Tc e tc, para obter as


propriedades físicas dos fluidos apenas se as 3 condições
abaixo forem atendidas simultaneamente:
a) Se ambos os fluidos não forem muito viscosos (µ < 1 cp)
na extremidade fria
b) Se ∆T1< 100 oF e ∆T2 < 100 oF, onde

T1 = Th ,e − Tc , s T2 = Th , s − Tc ,e
c) Se (∆T2 - ∆T1) < 50 oF
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Método de Kern

5) Levantamento das propriedades físicas dos


fluidos nas temperaturas calóricas, se for o
caso, ou nas temperaturas médias

- Viscosidade (µ)

- Capacidade calorífica (CP)

- Condutividade térmica (k)

- Massa específica ()

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Método de Kern

6) Alocação dos fluidos (tubo interno e anular)

O fluido de maior vazão deve passar pela seção de


escoamento que for maior:

- Seção de escoamento do tubo interno: Dii2


St =
4

 (Die2 − Dei2 )
- Seção de escoamento do anular: Sa =
4
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Método de Kern

7) Cálculo do coeficiente convectivo para o fluido


que passa no tubo interno (hi) e o corrigido (hie)
k Ai Dii
hi = NuD hie = hi = hi
Dii Ae Dei
4m
Escoamento laminar ou turbulento? Re D =
Dii 

- Para escoamento turbulento: Nu = 0,023.(Re )0,8 (P )0, 4


D D r

- Para escoamento laminar: Nu = 3,66


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Método de Kern

7) Cálculo do coeficiente convectivo para o fluido


que passa no tubo interno (hi) e o corrigido (hie)

CORREÇÃO DA VISCOSIDADE

Se o fluido for viscoso (µ > 1 cp), deve-se corrigir hi


t = (  p )
fazendo-se onde
hi = hi t
* n

n = 0,11, para o fluido em aquecimento


n = 0,25, para o fluido em resfriamento
µ é a viscosidade na temperatura calórica
µp é a viscosidade na temperatura da parede
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Método de Kern

8) Cálculo do coeficiente convectivo para o fluido


que passa no anular (he)

he = NuD
k Die2 − Dei2
Deq =
Deq Dei
m Dh D = D − D
Escoamento laminar ou turbulento? Re D = h ie ei
Sa 
- Para escoamento turbulento:
NuD = 0,023.(Re D ) (Pr )0, 4
0 ,8

- Para escoamento laminar: Nu é obtido na Tab. 8.2 do


Incropera, conhecendo-se Di/De
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Método de Kern

Observação (Deq e Dh)


4.S a
O diâmetro hidráulico do anular é dado por Dh =
Pw
onde Pw é o perímetro molhado dado por
Pw =  (De + Di )
No entanto, para fins de troca térmica, apenas a
superfície externa do tubo interno é computada e por isso
define-se um perímetro para troca térmica Ph dado por
Ph = Di e um diâmetro equivalente 4.S a
Deq =
Ph
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Método de Kern

Observação (Deq e Dh)

Para o cálculo do número de Reynolds, usa-se o diâmetro


hidráulico
4m h
Re D =
 (De + Di )

Mas para o cálculo do número de Nusselt utiliza-se o


diâmetro equivalente, embora o ReD usado na expressão
de NuD seja o mesmo calculado com o diâmetro
hidráulico, conforme expressão acima.

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Método de Kern

8) Cálculo do coeficiente convectivo para o fluido


que passa no anular (he)

CORREÇÃO DA VISCOSIDADE

Se o fluido for viscoso (µ > 1 cp), deve-se corrigir he


fazendo-se
he = he t
* onde
t =   p n
( )
n = 0,11, para o fluido em aquecimento
n = 0,25, para o fluido em resfriamento
µ é a viscosidade na temperatura calórica
µp é a viscosidade na temperatura da parede
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Método de Kern

9) Cálculo do coeficiente global de polimento (UC)

hie he
Uc =
hie + he

10) Cálculo do coeficiente global de projeto (UD)

1 1
= + RD
U D UC

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Método de Kern

11) Cálculo da superfície de troca necessária


q
A=
U D TML

12) Cálculo do comprimento do tubo


A
L=
a'
a’ é a superfície externa por unidade de comprimento
(especificação do fabricante do tubo)
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Método de Kern

13) Cálculo da queda de pressão (∆P < 10 psi)

No tubo interno

2
4 f .L  m t 
Pt =  
2  2 g.Di  St 

onde 0,264
f = 0,0035 +
f é o fator de atrito (Re D )0, 42
g é a aceleração da gravidade
 é a massa específica g = 4,18x108 ft h 2
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Método de Kern

13) Cálculo da queda de pressão (∆P < 10 psi)

No anular

Pa =
(Fa + Ft ) 4 f .L  m a 
2
 v2 
Fa =   Ft = 3 
144 2  g.Dh  S a 
2
 2g' 

[∆Fa] = ft 0,264
f = 0,0035 +
[Ft] = ft
[v] = ft/s
(Re D )0, 42 g ' = 32,2 ft s 2
[] = lb/ft3 OBS: 1 ft de fluido pode ser convertido em
psi multiplicando-se por  /144
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Método de Kern - Exercício
Deseja-se aquecer 9820 lb/h de benzeno de 80 a 120
oF usando-se tolueno, que é resfriado de 160 a 100
oF. As densidades relativas a 68 oF são 0,88 e 0,87,

respectivamente. Um fator de inscrustação de 0,001


é esperado para cada corrente e a queda de
pressão permitida em cada corrente é de 10 psi.
Dispõe-se de um trocador bitubular com certo
número de grampos, cada um com 20 ft e tubo IPS
de 2 x 1 ¼ polegadas. Quantos grampos são
necessários? Avalie a queda de pressão no tubo
interno e no anular.
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