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Teoria da

Universidade Eduardo Mondlane


Faculdade de Engenharia
Departamento de Engenharia Química
Licenciatura em Engenharia Química

Disciplina:

Transferência de Calor

Tema: Ebulição e Condensação

Estudante: Docente (s):

Mabote, Márcio Atanásio Prof. Doutor Miguel Uamusse, Engº

Prof. Doutor Alberto Tsamba, Engº

Maputo, Junho de 2022


Indice
1.Introdução
No presente trabalho irá abordar-se acerca da teoria da ebulição e condensação. A
condensação ocorre quando um vapor incide sobre uma superfície que está a uma
temperatura abaixo da temperatura de saturação correspondente onde o vapor se
condensa imediatamente numa fase líquida. A ebulição ocorre quando um liquido está
em contacto com uma superfície mantida a uma temperatura acima da temperatura de
saturação do líquido. Caldeiras e condensadores são tipos importantes, e muito
empregados, de trocadores de calor com características únicas de mecanismo de
transferência de calor no lado da ebulição e condensação, respectivamente.

Neste trabalho far-se-á a apresentação das varias correlações para determinar o


coeficiente de transferência de calor na condensação pelicular sobre uma superfície
plana e vertical. Far-se-á também a apresentação dos regimes de ebulição e suas
características de transferência de calor assim como as relações pertinentes a
transferência de calor.

2.Objectivo Geral
 Estudar as correlações para determinação dos coeficientes de transferência de
calor na condensação assim como na ebulição.

2.1.Objectivos Específicos
 Determinação do coeficiente de transferência de calor na condensação sobre
superfícies verticais, inclinadas, num tubo horizontal e sobre bancos de tubos
horizontais
 Determinação do número de Reynolds no escoamento do condensado.
 Determinação do coeficiente de transferência de calor na condensação pelicular
turbulenta;
 Estudo da condensação goticular e condensação na presença de gás não-
condensável;
 Estudo dos regimes de ebulição em vaso aberto e suas correlações;
 Determinação do coeficiente de transferência de calor de ebulição na convenção
forcada no interior de tubos.

1
3.Teoria da Condensação Pelicular
A condensação pelicular ocorre quando um liquido molha a superfície, fazendo com
que a condensação ocorra na forma de uma película regular, que escorre sobre ela ,
arrastada pela acção da gravidade. A presença de uma película liquida sobre a superfície
constitui uma resistência térmica ao fluxo de calor. Dai a necessidade de determinação
do coeficiente de transferência de calor na condensação pelicular sobre as superfícies.

3.1. Teoria de Nusselt sobre Condensação pelicular sobre superfícies verticais


.Condensação pelicular sobre superfícies verticais

Considerando a condensação de um vapor sobre superfícies verticais como ilustrado Na


Fig.1, o problema de condensação foi analisado por Nusselt com as seguintes hipóteses:

 A placa é mantida a uma temperatura uniforme Tw, menor que a temperatura de


saturação Tv do vapor.
 O vapor está no estado estacionário (não arrasta o condensado)
 O escoamento é laminar
 A aceleração do fluido na camada condensada é desprezível pois a velocidade de
escoamento associada à película condensada é baixa;
 As propriedades do fluido são constantes
 A transferência de calor através da camada condensada ocorre por condução
pura e portanto a distribuição de temperaturas no liquido é linear.

Figura 1- Nomenclatura da condensação pelicular sobre uma


superfície vertical

2
O coeficiente de transferência de calor na condensação sobre superfícies horizontais é
determinado pela seguinte dedução:

A espessura da camada da camada do condensado em funcao da posicao x ao longo da


placa é dada por:

[ ]
1
4 μ0 k l ( T v −T w ) x 4
δ ( x)= (3.1)
9( ρ L −ρV )ρ L h fg

Onde: δ ( x )−¿espessura do condensado; Tw- temperatura da superficie da parede

kl- condutividade térmica do liquido ρ L- densidade de líquido

Tv- temperatura de saturação do vapor ρ v- densidade do vapor

hfg=hLv- entalpia de vapor

hfg=hg - h

Assumindo um coeficiente local:

kl
h(x)= (3.2)
δ (x )

[ ]
1
g ρl ( ρl − pv )h fg k 3l 4
h(x)= (3.3)
μ l ( T v −T w ) X

[ ]
1
h(x) ∙ X g ρl ( ρl− p v ) hfg k 3l 4
Nux= − (3.4)
kl μl ( T v −T w ) X

L
1
hm= ∫ h dx= 43 h x (3.5)
L0 x

Introduzindo (3.3) em (3.5), obtemos:

[ ]
1
k 3l 4
W/(m2 ∙ ° C) g ρl (ρl− p v ) hfg(3.6)
hm¿ 0,943
μl ( T v −T w ) L

As propriedades físicas, incluindo hfg, da Equação 3.1 devem ser estimadas a


temperaturas pelicular:

3
T
f=
T w+T v (3.7)
2

Condensação sobre superfícies inclinadas

[ ]
1
g ρ1( ρ1− pv )h fg k 3l 4
hm¿ 0,943 sin φ W/(m2 ∙ ° C) (3.8)
μ1 ( T v −T w ) L

Figura 2-Nomenclatura da condensação pelicular sobre uma superfície inclinada

Condensação num tubo horizontal

O coeficiente de transferência de calor na condensação sobre superfícies inclinadas é


determinado pela seguinte fórmula:

[ ]
1
g ρ1 ( ρ1− p v ) hfg k 3l
W/(m 2 ∙ ° C) (3.9) 4
hm=0,775
μ1 ( T v −T w ) D

Onde D é o diâmetro externo do tubo

Condensação num tubo horizontal

O coeficiente de transferência de calor na condensação no feixe de tubos horizontais é


determinado pela seguinte fórmula:

[ ]
1
) hfg k 3l 4 1 [ h ]
W/(m 2 ∙ ° C) g ρ1 ( ρ1− p v(3.10)
hm=0,775 = 14 m
μ1 ( T v −T w ) D ∙ N N

4
Número de Reynolds num escoamento Condensado

D h ∙ U m ∙ ρl 4
Re= (3.10) , com Dh¿ A (3.11)
μl P c

Dh- diâmetro hidráulico

Um- velocidade média do condensado

Onde: P é πD numtubo vertical de diametro D

2L num tubo horizontal de comprimento L

w em placas verticais ou inclinadas de largura w

3.2. Comparação entre a teoria de Condensação Pelicular e Experiencia


A comparação entre o coeficiente de transferência de calor médio nas superfícies
verticais , dado pela equação (3.6), e o determinado experiencialmente, mostra que o
coeficiente de transferência medido é cerca de 20% maior do que a teoria sugere. Por
isso McAdams recomenda que a educação de Nusselt para h m sobre uma superfície
vertical seja multiplicada pelo factor de 1,2; A equação 3.6 deve substituída por:

[ ]
1
g ρl ( ρl− pv ) hfg k 3l 4 (3,12)
hm¿ 1,13
μl ( T v −T w ) L

Geralmente ρ v < ρ l, sendo a euqcao reduzida à:

[ ]
1
g ρ2l h fg k 3l 4
hm¿ 1,13
μ l ( T v −T w ) L (3.13)

Que pode ser reordenada na forma:

(3.14) μ 2 1 −1
l 3
hm( 3 2 ) =1,76 ℜ 3
k l ρl g

Com Re<1800

5
3.2.1.Condensação Pelicular Turbulenta

As correlações determinadas anteriormente são para o regime laminar. Para o regime


turbulento, o coeficiente de transferência de calor é dado por:

2 1
(3.15)
μl 3 0,4
hm( 3 2
) =0,0077(ℜ)
k l ρl g

Valida para Re>1800 e as suas propriedades determinadas a temperatura pelicular


Tw +T l
Tf=
2

Figura 3-Coeficiente de transferência de calor médio na condensação pelicular sobre


uma superfície vertical, nas regiões de escoamento laminar e turbulento

3.3, Condensação Pelicular no interior de tubos horizontais


Nas correlações anteriores admitiu-se que o vapor estivesse estacionário, ou tivesse
velocidade desprezível. Nas aplicações praticas, como em condensadores ou sistemas de
refrigeração, o vapor se condensa dentro dos tubos e desta forma tem velocidade
significativa. Sendo assim, na condensação de vapor em baixa velocidade dentro de
tubos horizontais, o coeficiente de transferência de calor é determinada pela seguinte
correlação:

Equação de Chato:

[ ]
1
g ρl (ρ l− p v ) h’ fg k 3l 4
hm¿ 0,555
μ l ( T sat −T w ) D
(3.16)

3
Onde: h ’ fg =h fg + C p , l (Tv−Tw) (3.17)
8

6
A equação 3.16 é valida para Re<35000, onde Re deve ser estimado nas condições de
entrada e D é o diâmetro interno do tubo.

Para vazões maiores aplica-se a Equacao de Akers, Deans e Crosser:

[ ]
1 1 0,8 (3.18)
hm D ρl 2
=0,026 Prl3 ℜl+ ℜv ( )
kl ρv

4 Mt 4 Mv
Onde Rel= Rev=
πD μ1 πD μv

Esta equação concorda com os dados experimentais com aproximação de 50% no


intervalo Rev.>20000 e Rel>5000.

3.4.Condensaçao Gotícular
Nas experiencias, se no vapor estiverem presentes traços de óleo e se a superfície
condensadora for altamente polida, a película do condensado se divide em gotículas.
Este tipo de condensação designa-se condensação goticular. Uma vez que toda
superfíciecondensadora não esta coberta por uma camada continua de película liquida, a
transferência de calor na condensaçãogoticcular é muito mais alta do que no caso da
condensação pelicular do vapor de agua. E por sua vez, o coeficiente de transferência de
calor pode ser 5 ou 10 vezes maior, mas o coeficiente de transferência de calor global,
entre o vapore o refrigerante, numa superfície condensadora típica, pode ser cerca de 2 à
3 vezes maior no caso gotícular do que na condensação pelicular.

É improvável que a condensação goticular de longa duração possa ser produzida em


condições praticas por um tratamento único de qualquer dos promotores disponíveis
correctamente. Embora seja possível provocar condensação goticuar durante até um ano
pela injecção de pequena quantidade do promotor no vapor de agua a intervalos
regulares, o sucesso da operação depende da quantidade e do custo do promotor e do
grau do efeito cumulativo do promotor injectado que pode ser tolerado mo restante da
planta. Por isso, na analise de um trocador de calor envolvendo a condensação de
vapor de agua é recomendável que se admita a condensação pelicular na superfície
condensadora.

7
Figura 4-Condensacao goticularde vapor de agua em condicoes ideias ( De Hampson e
Ozisik

3.5. Condensação na Presença de Gás Não-Condensável


Um gás não-condensável (ex.: ar) presente no vapor, reduz sensivelmente o coeficiente
de transferência de calor na condensação, porque quando há condensacao de vappor
contendo gás na0-condensável, este gás fica junto a superfície, e o vapor condensável
chegante tem que difundir através da mistura de gás e vapor, nas vizinhanças da
superfície condensadora, antes de o vapor atingir a superfície fria para condensar-se. Por
isso, a presença do gás não-condensável adjacente a superficie condensadora actua
como resistência térmica a transferência de calor.

Resultados analiticos e experimentais demonstram que o coeficente de transferência de


calor é muito dependente do fluxo de vapor na vizinhança da superficie condensadora.
Por exemplo, altas velocidades sobre superficie condensador tendem a reduzir o
acúmulo de gas não-condensável e a aliviar o efeito adverso deste gás sobre a
transferência de calor. Podendo haver aumulo de gas não-condensavel sobre a superficie
condensadora, pode ocorrer redução significativa do coeficiente de transferência de
calor. Dependendo do tipo de escoamento do vapor na vizinhaça da superficie
condensadora, e da quantidade de gás não condensavel na mistura bruta, o coeficiente
de transferência de calor pode ser reduzido de muitas vezes. Nos condensadores de
vapor de agua para aplicacoes industriais, entretanto, o tipo de escoamento do
vapor é tão complicado que nehuma análise de situações idealizadas, nem os dados
obtidos por simples experiências de laboratorio, pode representar as situações

8
reais; ajudam, porém, a demonstar a importância dos vários factores. Por isso, a
práctica geral no projecto de condensadores ainda é a de eliminar, tanto quanto
possível, o gás não-condensável.

4. Teoria da Ebulição
4.1. Regimes Ebulição em caso aberto

Figura 5-Principais regimes de ebulição em vaso aberto com água a pressão atmosférica
e temperatura de saturação Tv, obtidos com um fio de platina aquecido electricamente.
a) Regime de Ebulição livre

Neste regime, a transferência de energia da superfície do calefator para o líquido


saturado ocorre por convecção livre (natural) e as correlações de transferência de calor
analisadas no capítulo de convecção natural, tem a forma:

Nu= f (Gr , Pr) (3.19)

E o fluxo térmico no regime de convecção livre é determinado por: q=h(Tw-Tsat).(3.20)

b) Regime de ebulição nuclear

Neste regime formam-se bolhas na superfície do calefator e ele pode ser dividido em
duas regiões distintas conforme a figura 5. Na região II, as bolhas começam a se formar
em superfícies privilegiadas na superfície do calefator, mas imediatamente depois de as
bolhas se destacarem da superfície, dessipam-se no líquido. Na região III, os sítios de

9
nucleação são numerosos e a taxa de geração das bolhas é tão alta que aparecem colunas
contínuas de vapor. Por isso, podem ser obtidos fluxos de calor muito altos nesta região,
daí ser o regime mais desejado nas aplicações práticas.

Neste regime, o fluxo de calor aumenta rapidamente com a elevação da diferença da


temperatura até que se atinge o máximo fluxo de calor que é o ponto crítico da ebulição
nuclear ou ponto de queima do calefator ou ponto da crise hidrodinâmica.

O regime de ebulição nuclear envolve dois processos separados, nucleação ( formação


de bolhas na superfície) e o crescimento e movimento das bolhas. A transferência de
calor é afectada pelo processo de nucleação, pela distribuição de sítios activos de
nucleação na superfície, e pelo crescimento e desprendimento das bolhas. As
propriedades do fluido e as propriedades mecânicas e materiais da superfície afectam a
transferência de calor neste regime.

Figura 6- Fluxo de Calor na ebulição de agua saturada sobre um fio de platina horizontal de
0,61mm de diâmetro

Equação de Rohsenow para o fluxo de calor em todo regime de ebulição nuclear:

[ √ ]
0,33
¿
Cp l ∆T q gc σ (3.21)
=C sf
hfg Pr
n
l
μ1 h fg g( ρl −ρv )

10
Onde: Cpl – calor específico do líquido saturado, em J/(Kg•°C) ou Btu/(lb•°F)

Csf- constante a ser determinada pelos dados experimentais dependendo da


combinação superfície de aquecimento -fluido.

hfg - calor latente de valorização, J/Kg ou Btu/lb

g- aceleração de gravidade, em m/s² ou ft/h²

gc- factor de conversão de aceleração de gravidade, 1 Kg•m/(N•s²) ou


lb•ft/(lbf•h²)

Prl- número de Prandtl do líquido saturado

q- fluxo de calor na ebulição, W/m² ou Btu/(h•ft²)

∆T= Tw-Ts, diferença de temperatura da parede e temperatura de saturação, com


°C ou °F

μl - viscosidade do líquido saturado, kg/(m•s) ou lb/(h•ft)

ρl , ρv - densidade do líquido e do vapor saturado, respectivamente, kg/m³ ou lb/ft³

σ *- tensão superficial da interface líquido-vapor, N/m ou lb/ft

Os valores de Csf são determinados na tabela 10.1; O valor n deve ser tomado 1 para a
agua e 1,7 para todos os outros líquidos referidos na tabela 10.1. Os valores da tensão
superficial-liquido-vapor (σ *) para diversos liquidos são retirados da tabela 10.2. A
figura 7 mostra a correlacao dos dados experimentais de Addon, referidos na figura 6,
com a Eq.(3.21), para a agua, com Csf = 0,013, numa larga faixa de condicoes. Mostra
um desvio no fluxo de calor da ordem de 100%, mas o erro típico na ∆ T é cerca de
25%. A razão é que, de acordo com a Eq.(3.21), q ∆ T 2, por isso, um grande erro em
que q corresponde a um pequeno erro em ∆ T .

11
12
Figura 7-Correlação de Rohsenow dos dados de
Addons para ebulição da agua, com o emprego da equação 3.21

Máximo fluxo do calor

A equação 3.21 não prevê o máximo do fluxo de calor, portanto o máximo do fluxo de
calor é determinado pela seguinte correlação:

Equacao de Zuber e Tribus:

[ ]( )
¿ 1 1
π σ g g c ( ρl−ρ v ) 4 ρv (3.22)
qmax= ρv h fg 1+
2
24 Pr
2
ρl

Onde: σ ¿-- tensao superficial da interface liquido-vapor, N/m ou lbf/ft

g – aceleracao de gravidade, m/s2 ou ft/h2

gc – factor de conversão de aceleração de gravidade, 1 Kg•m/(N•s²) ou


lb•ft/(lbf•h²); não é necessário no S.I.

hfg - calor latente de valorização, J/Kg ou Btu/lb

ρl , ρv - densidade do líquido e do vapor saturado, respectivamente, kg/m³ ou lb/ft³

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qmax- máximo do fluxo de calor, W/m2 ou Btu/(h∙ft2)

Equação de Lienhard e colaboradores:


1 1
qmax= F(L’) × 0,131 ρ 2 h [ σ ¿ g g ( ρ − ρ ) ] 4 (3.23)
v fg c l v

F(L’) é um factor de correcacao para os efeitos da geometria e das dimensoes do


calefator. Este depende do comprimento característico adminensional L’ do calefator,
definido como:

L’ = L
√ g ( ρl−ρ v )
σ¿
(3.24)

Onde L é a dimensão característica do calefator e as outras grandezas definem-se como


antes. Nas equações (3.22) e (3.23), as propriedades físicas do vapor devem ser
calculadas temperatura pelicular:

1
T f = (T w + T s)
2

A entalpia da vaporizaão hfg e as propiedades do liquido devem ser calculadas à


temperatura do liquido saturado. Os valores recomendados do factor F(L’) em
geometria do calefator, como placa plana inclinada, cilindro horizontal e esfera são
apresentados na tabela 10.3. A equcaço (3.23) é preferivel à eq. (3.22), pois a Eq. (3.23),
com os valores de F(L’) especificados na tabela 10.3, correlaciona os dados
experimentais dentro de ±20%.

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c) Regime de ebulicao pelicular

Nas regiões de ebulição pelicular estável, a superfície de aquecimento é separada do


liquido por uma camada de vapor através da qual se deve transmitir o calor. Uma vez
que a condutividade térmica do vapor é baixa, evita-se fazer esta transferência, pois
envolve altas temperaturas. No exterior de um cilindro horizontal, o coeficiente de
transferência de calor médio h0 na ebulição pelicular estável é dada pela seguinte
correlação:

Equação de Bromley:

[ ]
3 1
k v ρv ( ρl−ρ v ) g hfg 0,4 Cpv ∆ T 4 (3.25)
h0= 0,62 (1+ )
μv D 0 ∆ T hfg

Onde: h0 = coeficiente de transferência de calor médio na ebulição, na ausência de


radiação, W/(m2∙ ℃ ¿ ou Btu /(h ∙ ft 2 ∙℉ )

Cpv = calor especifico do vapor saturado, J/(kg∙ ℃ ¿ ou Btu /(lb∙ ℃)

D0 = diâmetro externo do tubo, m ou ft.

g = aceleração da gravidade, m/s2 ou ft/h2

hfg = calor latente de vaporização, J/kg ou Btu/lb

kv = condutividade térmica do vapor saturado, W/(m∙ ℃ ¿ ou Btu /¿)

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∆ T = T w −T s diferença de temperatura entre as temperaturas da parede e de
saturação, ℃ ou ℉ .

Na Eq. (3.25), as propriedades físicas do vapor são estimadas a T f = ( 12 ) (T −T ) ,e a


w s

entalpia de vaporização hfg e a densidade do liquido ρl são calculadas na temperatura de


saturação Ts do liquido.

Quando a temperatura da superfície for suficientemente alta para que os efeitos da


radiação se tornem importantes, Bromley sugeriu que o coeficiente de transferência de
calor médio hm pode ser calculado a partir da seguinte relação empírica:

hm¿ h0
hm ( )
h 0 13
+ hr
(3.26)

Onde: h0 é o coeficiente de transferência de calor por ebulição dado pela Eq.(3.25), se,
os efeitos de radiação, e hr é o coeficiente de transferência de calor por radiação, que
pode ser calculado aproximadamente segundo:

hr = (3.27)
4 4
1 σ (T −T )
w s
1 1 T w −T s
+ −1
ε α
Onde: α =¿ poder de absorção do liquido

ε =¿emissividade do tubo quente

σ =¿constante de Stefan-Boltzmann

Tw = temperatura da parede

Ts = temperatura de saturação do liquido

A Eq.(3.26) é de difícil emprego, devido a iteração necessária para determinar h m.


Quando hr for menor do que h0 a Eq.(3.26) pode ser substituída por:
3
hm = h0 + 4 hr (3.28)

3.2. Ebulição na Convecção forçada no interior de tubos

16
Para ilustrar varios regimes de escoamento envolvidos na convecção forçada ebuliente
no interior de tubos, consideremos o escoamento ascendente da agua em um tubo longo,
vertical, uniformemente aquecido em todo o seu comprimento. Vamos examinar
separadamente os casos que envolb-vem um fluxo de calor baixo e um fluxo de calor
progressivamente crescente.

Figura 8-Efeitos do aumento do fluxo de calor sobre os regimes de transferência


convectiva forcada de calor, no interior de um tubo vertical sujeito a um fluxo de calor
uniforme

17
Relações de transferência de calor

Para a região A da figura 8, o coeficiente de transferência de calor pode ser calculado


segundo a equação de Dittus-Boelter:

(3.28)

E o fluxo a partir de: q = hm(Tw – Tl)

A transferência de calor no regime B de convecção forcada (fig. 8) com ebulição sub-


resfriada plenamente desenvolvida, conforme discussão de Coller, pode ser
correlacionada pela equação (3.21)

18
Os valores de Csf para convecção forcada e natural com ebulição sub-resfriada, em tubos
cilíndricos, estão listados na tabela 10.4.

Tabela 10.4

Para as regiões de C à F (fig.8),o coeficiente de transferência de calor é bifasico,


constituído por estes dois diferentes mecanismos:

hTP =h NB + hl
(3.29)

Onde : h NB =¿ contribuição da ebulição nuclear, e hl =¿contribuição da convecção


forcada. Admite-se que a contribuicao da conveccao forcada possa ser determinada pela
equacao de Dittus-Boelter modificada na forma:

k l 0,8 0.4 (3.30)


hl =0,023( ) ℜ Prl F
D l

Onde: G ( 1−x ) D (3.31)


ℜl =
μ1

Vazao massica atraves do tubo kg


G¿ , 2
A tubo m ∙s

D = diâmetro do tubo, m

F = factor de ebulição convectiva

x = qualidade do vapor

19
Figura 9- Factor de ebulição convectiva

O coeficiente de transferência de calor na ebulição nuclear h NB é tomado como a


equação de Forster-Zuber, na forma:
0.79 0.045 0.49 0.25
kl Cp l ρl g 0,24 0.75 (3.32)
h NB =0,00122( 0,5 0.29 0,24 0,24
) ∆ T sat ∆ p ∙S
σ μ l h fg ρ v

Onde: ∆ T sat =T w −T sat , ℃

2
∆ P sat =Psat à T −Psat à T , N / m
w sat

¿
σ =¿ tensão superficial, N/m

S = factor de supressão, dado na fig.10, plotado contra o número de Reynolds


bifasico RTP, definido como:

ℜTP =F 1,25 ℜl=F 1,25


[ G ( 1−x ) D
μ1 ] (3.33)

20
Figura 10- Factor de supressão F
O parâmetro de Martinelli XM, que aparece na fig. 9, é definido como:

(3.34)
( )( )( )
0,5 0,1
1−x 0,9
ρv μl
X M=
x ρl μv

Sendo assim, o fluxo de calor é dado por: q=hTP ∆ T sat =hTP ¿ (3.35)

21
5.Conclusão
Findo o trabalho, é necessário salientar a importância do estudo da condensação e da
ebulição, dois mecanismos muito importantes nos trocadores de calor. Os
conhecimentos e correlações acima apresentados constituem uma forte ferramenta tanto
para o estudo assim como para o dimensionamento de trocadores de calor.

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6. Referências Bibliográficas
Yunus A. Çengel & Afshin J. Ghajar, Transferência de Calor e Massa, Editora Mcgraw
Hill

Frank P. Incopera & David P. DeWitt & Theodore L. Bergman & Andrienne Lavine,
Fundamentos de Transmissao de Calor e Massa, Editora LTC;

M. Necati Özisik & M.Necati Ozsk, Heat Tranfer: a basic approach, Editora Mcgraw
Hill College.

&

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