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Profa. MSc.

Letícia Araújo Vasconcellos


7ª Aula Teórica

Bento Gonçalves, 18 de Outubro de 2010.


 Quando se quer resfriar ou aquecer um fluido, o
modo mais freqüente é fazê-lo trocar calor com
outro fluido, separados ambos por uma parede
sólida de resistência baixa (metal de pequena
espessura).

2
 Então, como exemplo, analisemos a
transferência calor entre dois fluidos separados
por uma parede cilíndrica.

O fluxo de calor entre eles pode ser calculado


assim:

Ti Te Ti Te
q
R1 R2 R3 r
ln 2
1 r1 1
hi . Ai k .2 .L he Ae
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 Os meios de elevar a transferência de calor
através da redução das resistências térmicas:

aumentar Ai necessáriomudança de dimensões


1
R1
hi . Ai
aumentar hi necessárioaumento de velocidade de escoamento

reduzir r1 necessárioreduzir a espessurada parede


ln r1 r2
r2
R1
k .2. .L
aumentar k necessário trocado material da parede

4
aumentar he necessário aumento de velocidad e de escoamento
1
R1
hi . Ai
aumentar Ae mudança de dimensões ou COLOCAÇÃO DE ALETAS

 O aumento da superfície externa de troca de calor pode


ser feito através de expansões metálicas denominadas
aletas, como mostra a figura.

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 Considerando uma aleta em formato de um barra (pino)
circular afixada em uma superfície com temperatura Ts e
em contato com um fluido com temperatura T∞ é possível
derivar uma eq. para a distribuição de temperatura. Sob as
condições de regime permanente temos:

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fluxo de calor por condução
para dentro do elemento em x
fluxo de calor por condução para fluxo de calor por convecção
para fora do elemento em x dx da superfícieentre x e ( x dx)

 Na forma simbólica esta equação torna-se:


q x q qconv
x dx

dT dT d dT
k. At . k. At . k. At . dx h. P.dx T T
dx dx dx dx

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 Onde P é o perímetro da aleta, At é a área da seção
transversal da aleta e (P.dx) a área entre as seções x e
(x+dx) em contato com o fluido. Se h e k podem ser
considerados constantes a equação pode ser
simplificada para:
d dT
h.P.dx. T T k . At . dx
dx dx

d 2T d 2T
h.P. T T k . At . m2. T T
dx 2 dx 2

h.P
onde : m , é o coeficiente da aleta (m 1 )
k . At
 A equação é uma equação diferencial linear ordinária de
segunda ordem, cuja solução geral é:
mx mx
T T C1e C2 e

 Onde C1 e C2 são constantes para serem determinadas


através das condições de contorno apropriadas. A primeira
das condições de contorno é que a temperatura da base da
barra é igual à temperatura da superfície na qual ela está
afixada, ou seja:
ms
e 0 T TS
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 De acordo com a segunda condição de contorno, que
depende das condições adotadas, teremos três casos
básicos:
 Caso (a)→ Barra infinitamente longa

A temperatura se aproxima da temperatura do fluido


quando x→T , ou T=TT em x →T . Substituindo essa
condição na equação temos:
T T 0 C1e m. C2 e m.

 Como o 2º termo da equação é zero, a condição de


contorno é satisfeita apenas se C1=0. Substituindo C1
por 0, na equação, temos :
C2 Ts T
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 E a distribuição de temperatura torna-se:
m.
T T Ts T .e

 Como o calor transferido por condução através da base da aleta


deve ser transferido por convecção da superfície para o fluido,
temos:
dT

qaleta k . A.
dx x 0

 Diferenciando a 1ª equação e substituindo o resultado para x=0 na


2ª equação, obtemos:
h.P
q aleta k . A. m. Ts T .e m .0
x 0
k . A. . Ts T
k.A

qaleta h.P.k.A. Ts T qaleta


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 A equação qaleta fornece uma aproximação razoável do
calor transferido, na unidade de tempo, em uma aleta
finita, se seu comprimento for muito grande em
comparação com a área de sua seção transversal.

 Caso (b)→ Barra de comprimento finito, com perda de


calor pela extremidade desprezível

 Neste caso, a segunda condição de contorno requererá


que o gradiente de temperatura em x=L seja zero, ou
seja dT/dx=0, em x=L. Com estas condições:
Ts T Ts T
C1 2.m.l
e C2
1 e 1 e 2.m.l 12
e m. x e m. x
T T Ts T .
1 e2.m.l 1 e 2.m.l

 Considerando que o coseno hiperbólico é definido como

cosh x ex e x
2
a eq. pode ser colocada em uma forma adimensional
simplificada :
T T coshm l x
Ts T cosh( m.l )

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 A transferência de calor pode ser obtida substituindo o
gradiente de temperatura na base:
dT 1 1 e m.l e m.l
Ts T .m. Ts T .m. m.l
dx x 0 1 e 2.m.l 1 e 2.m.l e e m.l

dT
Ts T .m.tagh m.l
dx x 0

 O calor transferido, na unidade de tempo, é então:

qaleta h.P.k.A. Ts T .tagh m.l


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 Caso (c)→ Barra de comprimento finito, com perda de
calor por convecção pela extremidade

 Neste caso, a álgebra envolvida é mais complicada,


entretanto o princípio é o mesmo e o fluxo de calor
transferido é:

senh m.l h m.k . cosh m.l


qaleta h.P.k. A. Ts T .
cosh m.l h m.k .senh m.l

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 Vários tipos de aletas estão presentes nas mais
diversas aplicações industriais. A seguir veremos alguns
dos tipos mais encontrados industrialmente.

1. Aletas de Seção Retangular

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 Na figura observamos uma aleta de seção retangular
assentada longitudinalmente em uma superfície plana.
Considerando que a aleta tem espessura b e largura e (
espessura pequena em relação à largura), o coeficiente
da aleta m pode ser calculado assim:
P 2 b 2 e 2 b
h. P
m At b e
k . At

h 2 b 2 h
m
k b e
m
k e
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2. Aletas de Seção Não-Retangular

 Neste caso, temos uma aleta de seção triangular. Aletas


de seção parabólica, trapezoidal, etc, também são
comuns. O cálculo do coeficiente m pode ser feito de
modo similar ao caso anterior, considerando uma área
transversal média.
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3. Aletas Curvas

 As aletas colocadas sobre superfícies curvas podem ter


colocação radial (transversal) ou axial (longitudinal),
assentando aletas do tipo retangular;

 O assentamento radial ou axial de aletas sobre


superfícies cilíndricas depende da direção do escoamento
do fluido externo, pois a aletas devem prejudicar o mínimo
possível o coeficiente de película, ou seja, não podem
provocar estagnação do fluido.
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 O cálculo do coeficiente m para a aleta da figura
anterior é feito da seguinte forma :

h. P P 2 2 r 2 e 4 r
m At 2 r e
k . At

h 4 r 2 h
m m
k 2 r e k e

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4. Aletas Pino

 Em certas aplicações aletas tipo pino são


necessárias para não prejudicar
demasiadamente o coeficiente de película. A
figura mostra uma aleta pino de seção circular.

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O cálculo do coeficiente m é feito assim:

h. P P 2 r
m 2
k . At At r

h 2 r 2 h
m 2
m
k r k r

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 Consideremos uma superfície base sobre a qual estão
fixadas aletas de seção transversal uniforme. As aletas
tem espessura e, altura l e largura b. A superfície base
está na temperatura Ts maior que a temperatura
ambiente T∞.

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 O fluxo de calor total transferido através da superfície
com as aletas é igual ao fluxo transferido pela área
exposta das aletas (AA) mais o fluxo transferido pela
área exposta da superfície base (AR):
q R h. AR . TS T
q qR q A , onde
q A h. AA . T? T
 A diferença de temperatura para a área das aletas
(T? -T∞) é desconhecida. A temperatura Ts é da base da
aleta, pois à medida que a aleta perde calor, a sua
temperatura diminui, ou seja, AA não trabalha com o
mesmo potencial térmico em relação ao fluido.
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 Por este motivo qA, calculado com o potencial
(Ts-T∞), deve ser corrigido, multiplicando
este valor pela eficiência da aleta (η). A
eficiência da aleta pode ser definida assim:

calor realmente trocado pela aleta


calor que seria trocado se AA estivesse na temperatur a TS

 Portanto:

q A
h. AA . TS T
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 Da equação anterior obtemos o fluxo de calor
trocado pela área das aletas:
q A h. AA . TS T .
O fluxo de calor em uma aleta cuja troca de
calor pela extremidade é desprezível é obtido
através da equação obtida anteriormente:

q A h.P.k. At . Ts T .tagh m.l

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 É óbvio que desprezar a transferência de calor pela
extremidade da aleta é simplificação para as aletas de uso
industrial;

 Entretanto, como as aletas tem espessura pequena, a área


de troca de calor na extremidade é pequena;

 Além disto, a diferença de temperatura entre a aleta e o


fluido é menor na extremidade;

 Portanto, na maioria dos casos, devido à pequena área de


troca de calor e ao menor potencial térmico, a transferência
de calor pela extremidade da aleta pode ser desprezada.
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 Igualando as duas equações para o fluxo de calor,
temos:
h. AA . Ts T . h.P.k. At . Ts T .tagh m.l

 Isolando a eficiência da aleta, obtemos:

h.Pk. At
.tagh m.l
h. AA
 A área de troca de calor da aleta pode ser aproximada
para:
AA P. l
 Substituindo as equações, obtemos:
1 1
h 2 .P 2 . k . At k . At tagh m.l
.tagh m.l .tagh m.l
h. P.l h.P .l h.P
.l
k . At
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 O coeficiente da aleta (m) fornece a expressão final
da eficiência da aleta :
tagh m.l
m.l

h. P
onde, m ( coeficiente da aleta)
k . At

e m. L e m. L
tagh m.L
e m. L e m. L
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 A equação tagh m.l
m.l
mostra que a eficiência da aleta é uma função do
produto "m.l".
 Observando uma tabela de funções hiperbólicas nota-se
que a medida que o produto "m.l" aumenta a eficiência
da aleta diminui, pois o numerador aumenta em menor
proporção;

 Portanto, quanto maior o coeficiente da aleta e/ou


quanto maior a altura, menor é a eficiência. Em
compensação quanto maior a altura, maior é a área de
transferência de calor da aleta (AA).
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O fluxo de calor trocado em uma superfície
aletada por ser calculado assim:
q qR qA
q h. AR . Ts T h. AA . Ts T .
 Colocando o η e o coeficiente de película em
evidência, obtemos:
q h. AR . A A . Ts T

 A eficiência da aletas é obtida a partir das


equações e das áreas não-aletadas (AR) e das
aletas (AA) são obtidas através de relações
geométricas.
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