Você está na página 1de 40

Profa. MSc.

Letícia Araújo Vasconcellos


4ª Aula

Bento Gonçalves, 23 de Agosto de 2010.


 Q= taxa de energia transferida Watt (W) = (J/s)
 k= condutividade térmica [W/(m·K)]
 A= área (m²)
 ΔT= diferença de temperaturas (K)
 L= espessura (m)

 As unidades acima estão no Sistema Internacional de unidades


onde o k é expresso em W/(m·K). No sistema Inglês usa-se
Btu/(hr·ft· F). Note que o sistema Inglês possui o tempo em sua
unidade, já o Sistema Internacional a unidade de tempo junto a
unidade de energia, ou seja usa a unidade de potência W (Watt) = J
(Joule) / s (segundo).

2
 Dois sistemas são análogos quando eles obedecem a equações
semelhantes;

 Isto significa que a equação de descrição de um sistema pode ser


transformada em uma equação para outro sistema pela simples
troca dos símbolos das variáveis;

 A equação abaixo que fornece o fluxo de calor através de uma


parede plana pode ser colocada na seguinte forma:

3
4
5
 Consideremos um sistema de paredes planas
associadas em série, submetidas a uma fonte
de calor , de temperatura constante e
conhecida, de um lado e a um sorvedouro de
calor do outro lado, também de temperatura
constante e conhecida;

 Assim, haverá a transferência de um fluxo de


calor contínuo no regime permanente através
da parede composta.

6
 Como exemplo, analisemos a transferência de calor através da
parede de um forno, que pode ser composta de uma camada
interna de refratário ( condutividade k1 e espessura L1), uma
camada intermediária de isolante térmico ( condutividade k2 e
espessura L2) e uma camada externa de chapa de aço (
condutividade k3 e espessura L3).

k1 k2 k3
T1
T2
T3 .
q
T4

L1 L2 L3
7
 O fluxo de calor que atravessa a parede
composta pode ser obtido em cada uma das
paredes planas individualmente :

k1 . A1 k 2 . A2 k 3 . A3
q .( T1 T2 ); q .( T2 T3 ); q .( T3 T4 )
L1 L2 L3

8
 Colocando em evidência as diferenças de
temperatura em cada uma das equações e
somando membro a membro, obtemos:
q . L1
( T1 T2 )
k 1 . A1
q . L2
( T2 T3 )
k 2 . A2
q . L3
( T3 T4 )
k 3 . A3
q . L1 q . L2 q . L3
T1 T2 T2 T3 T3 T4
k 1 . A1 k 2 . A2 k 3 . A3

q . L1 q . L2 q . L3
T1 T4
k1 . A1 k 2 . A2 k 3 . A3
9
 Colocando em evidência o fluxo de calor e
substituindo os valores das resistências
térmicas em cada parede na equação, obtemos
o fluxo de calor pela parede do forno :

T1 T4 q.( R1 R2 R3 )

T1 T4
q
R1 R2 R3
10
 Portanto, para o caso geral em que temos uma
associação de paredes n planas associadas em
série o fluxo de calor é dado por :

n
T total
q ,ondeRt Ri R1 R2 Rn
Rt i 1

11
12
 Consideremos um sistema de paredes planas
associadas em paralelo, submetidas a uma
fonte de calor , de temperatura constante e
conhecida, de um lado e a um sorvedouro de
calor do outro lado, também de temperatura
constante e conhecida, do outro lado;

 Assim, haverá a transferência de um fluxo de


calor contínuo no regime permanente através
da parede composta.

13
 Analisemos a transferência de calor através da parede
de um forno, que pode ser composta de uma metade
inferior de refratário especial (condutividade k2) e uma
metade superior de refratário comum (condutividade k1),
como mostra a figura.

14
Faremos as seguintes considerações :

 Todas as paredes estão sujeitas a mesma diferença de


temperatura;

 As paredes podem ser de materiais e/ou dimensões


diferentes;

 O fluxo de calor total é a soma dos fluxos por cada


parede individual.

15
 O fluxo de calor que atravessa a parede
composta pode ser obtido em cada uma das
paredes planas individualmente :
k1 . A1 k2 . A2
q1 .( T1 T2 ); q2 .( T1 T2 )
L1 L2
 O fluxo de calor total é igual a soma dos fluxos
da equação:
k1. A1 k2 . A2 k1. A1 k2 . A2
q q1 q2 .(T1 T2 ) .(T1 T2 ) .(T1 T2 )
L1 L2 L1 L2

16
 A partir da definição de resistência térmica para
parede plana, temos que :

L 1 k. A
R
k. A R L

1 1 (T1 T2 ) 1 1 1
q .(T1 T2 ) onde,
R1 R2 Rt Rt R1 R2

17
 Portanto, para o caso geral em que temos uma
associação de n paredes planas associadas em
paralelo o fluxo de calor é dado por :

n
T total 1 1 1 1 1
q , onde
Rt Rt i 1 Ri R1 R2 Rn

18
19
20
 Em uma configuração em paralelo, embora se
tenha transferência de calor bidimensional, é
freqüentemente razoável adotar condições
unidimensionais.

21
 Nestas condições, admite-se que as superfícies
paralelas à direção x são isotérmicas.
Entretanto, a medida que a diferença entre as
condutividades térmicas das paredes (k1 - k2)
aumenta, os efeitos bidimensionais tornam-se
cada vez mais importantes.

22
 Um cilindro vazado submetido à uma
diferença de temperatura entre a superfície
interna e a superfície externa, como pode ser
visto na figura.

23
 Se a temperatura da superfície interna for
constante e igual a T1, enquanto que a
temperatura da superfície externa se mantém
constante e igual a T2, teremos uma
transferência de calor por condução no regime
permanente.

 Como exemplo analisemos a transferência de


calor em um tubo de comprimento L que conduz
um fluido em alta temperatura.

24
 O fluxo de calor que atravessa a parede
cilíndrica poder ser obtido através da equação
de Fourier, ou seja :

dT dT
q k . A. onde é o gradiente de temperatura na direção radial
dr dr

25
 Para configurações cilíndricas a área é uma
função do raio :

A 2. .r.L
 Levando nas equações, obtemos :

. dT
q k . 2. .r.L .
dr
26
 Fazendo a separação de variáveis e integrando
entre T1 em r1 e T2 em r2, conforme mostrado
na figura, chega-se a :
r2 dr T2
q. k .2. .L.dT
r1 r T1

. r2 dr T2
q k .2. .L. .dT
r1 r T1

27
. r2 T2
q . ln r k .2. .L. T
r1 T1

.
q . ln r2 ln r1 k .2. .L. T2 T1

28
 Aplicando-se propriedades dos logaritmos,
obtemos :
. r2
q . ln k .2. .L. T1 T2
r1

 O fluxo de calor através de uma parede


cilíndrica será então :
k .2. .L
q . T1 T2
r2
ln
r1
29
 Para melhor entender o significado desta
equação consideremos um exemplo prático:

“Suponhamos que o engenheiro responsável


pela operação de uma caldeira necessita
reduzir o consumo energético através da
redução das perdas térmicas na tubulação que
conduz vapor até uma turbina.”

30
rq2 r1

 Considerando a equação, o engenheiro tem as


seguintes opções listadas na tabela:
OBJETIVO VARIÁVEL AÇÃO
k↓ trocar a parede cilíndrica por outra de menor
condutividade térmica
q↓ L↓ reduzir o comprimento da tubulação ( menor caminho )
(r2/r1 )↑ aumentar a espessura da parede cilíndrica
∆T↓ reduzir a temperatura do vapor

31
 Trocar a parede ou reduzir a temperatura do
vapor podem ações de difícil implementação;

 Porém, a colocação de isolamento térmico


sobre a parede cilíndrica cumpre ao mesmo
tempo as ações de redução da condutividade
térmica e aumento de espessura da parede.

32
Resistência térmica na parede cilíndrica :

O conceito de resistência térmica também pode


ser aplicado à parede cilíndrica. Devido à
analogia com a eletricidade, um fluxo de calor
na parede cilíndrica também pode ser
representado como :
T
q onde, T é o potencial térmico;
R
e R é a resistência térmica da parede
33
 Então para a parede cilíndrica, obtemos :

k .2. .L T
q . T
r2 R
ln
r1

34
 Eliminado o ∆T obtemos a resistência térmica
de uma parede cilíndrica:

r
ln 2
r1
R
k .2. .L

35
 Para o caso geral em que temos uma
associação de paredes n cilíndricas
associadas em paralelo, por analogia com
paredes planas, o fluxo de calor é dado por:

n
T total
q onde, Rt Ri R1 R2  Rn
Rt i 1

36
 Exercícios:

1. Calcular o fluxo de calor na parede composta abaixo:

onde,
material a b c d e f g
k (Btu/h.ft.oF) 100 40 10 60 30 40 20

37
2. Uma parede de um forno é constituída de duas camadas: 0,20 m
de tijolo refratário (k = 1,2 kcal/h.m. C) e 0,13 m de tijolo isolante
(k = 0,15 kcal/h.m. C). A temperatura da superfície interna do
refratário é 1675 C e a temperatura da superfície externa do
isolante é 145 C. Desprezando a resistência térmica das juntas
de argamassa, calcule :
a) o calor perdido por unidade de tempo e por m2 de parede;
b) a temperatura da interface refratário/isolante.

parede de refratário :
L1 0, 20 m k1 1, 2 Kcal h. m .o C
parede de isolante :
L2 0,13 m k2 0,15 Kcal h. m .o C
T1 1675o C T3 145o C

38
3. Obter a equação para o fluxo de calor em uma parede
plana na qual a condutividade térmica ( k ) varia com a
temperatura de acordo com a seguinte função:
k = a + b.T

4. Um tubo de aço (k=22 Btu/h.ft. F) de 1/2" de espessura e 10"


de diâmetro externo é utilizado para conduzir ar aquecido. O
tubo é isolado com 2 camadas de materiais isolantes : a
primeira de isolante de alta temperatura (k=0,051 Btu/h.ft. F)
com espessura de 1" e a segunda com isolante à base de
magnésia (k=0,032 Btu/h.ft. F) também com espessura de 1".
Sabendo que estando a temperatura da superfície interna do
tubo a 1000 F a temperatura da superfície externa do
segundo isolante fica em 32 F, pede-se :

39
4. a) Determine o fluxo de calor por unidade de
comprimento do tubo.
b) Determine a temperatura da interface entre os
dois isolantes.
c) Compare os fluxos de calor se houver uma
troca de posicionamento dos dois isolantes.

40

Você também pode gostar