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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Departamento de Engenharias Mecânica / Mecatrônica - IPUC


 

Transferência de Calor

Prof.: Luís Carlos Monteiro Sales, D.Sc

luiscarlos@pucminas.br
EMENTA
• Introdução à transferência de calor.
• Condução de calor em regime permanente e transiente.
• Transferência de calor por convecção natural e forçada.
• Radiação térmica.
 
METODOLOGIA DIDÁTICA
• Aulas teóricas;
• Exercícios.

PROCESSO DE AVALIAÇÃO
• 1 prova sem consulta – 35 pontos
• 1 prova sem consulta – 35 pontos
• Trabalhos - 20 pontos
• Prova Preparatório ENADE – 10 pontos
• 1 prova substitutiva sem consulta (matéria do semestre) – 35 pontos
 
BIBLIOGRAFIA
Fundamentos de Transferência de Calor e de Massa
Frank P. Incropera e David P. DeWitt
INTRODUÇÃO
 
• Na termodinâmica as interações de um sistema com sua vizinhança
são conhecidas como calor e trabalho e são avaliadas em função do
estado inicial e final.

• A termodinâmica não fornece informação relativa à natureza


da interação ou taxa de tempo na qual ela ocorre.
 
• O objetivo da disciplina Transferência de Calor é estender a análise
termodinâmica através dos meios como o calor é transferido e do
desenvolvimento das relações para determinar as taxas nas
quais ocorre a transferência.
Transferência de Calor:
Origens Físicas
e
Equações de Taxa

Capítulo 1
Seções 1.1 e 1.2
Heat Transfer and Thermal Energy

O quê é Transferência de Calor?

Transferência de Calor é a energia térmica em transito devido a uma


diferença de temperatura no espaço.

• O quê é Energia Térmica?


Energia Térmica está associada com os movimentos de translação,
rotação, vibração e estados eletrônicos dos átomos e moléculas que
compõe a matéria. Esta energia representa o efeito acumulativo de
atividades microscópicas e diretamente ligadas à temperatura da
matéria.
Heat Transfer and Thermal Energy (cont.)

NÃO confundir ou trocar os conceitos de Energia Térmica, Temperatura e


Transferência de Calor
Quantidade Conceito Simbolo Unidades
Energia Térmica+ Energia associada com o comportamento
microscópico da materia U or u J or J/kg

Temperatura Possibilidade indireta para determinar a


quantidade de energia térmica acumulada T K or °C
na materia

Transferência de Calor Energia transportada devido à diferença


de gradientes de temperatura.

Calor Quantidade de energia térmica transferida Q


em um deteminado intervalo de tempo
J
t0
Taxa de Calor Energia térmica transferida por unidade
de tempo
q W

Fluxo de Calor Energia térmica transferida por unidade


de tempo e área
q  W/m 2

+
U  Thermal energy of system
u Thermal energy per unit mass of system
 
 

Tipos, formas ou modos de transferência de calor:

• Condução: meio sólido ou fluido;


• Convecção: superfície e um fluido;
• Radiação: entre duas superfícies (ondas
eletromagnéticas)
Modos de Transferência de Calor
Modes of Heat Transfer

Condução: Transferência de Calor em um sólido ou fluido estacionário (gás ou


líquido) devido à translação e rotação e vibração dos átomos, moléculas e ou
elétrons.

Convecção: Transferência de Calor devido à combinação do movimmento


molecular aleatório e macroscópico do fluido , proporcionando a transferência de
calor entre o fluido e uma superfície.

Radiação; Energia emitida pela matéria devido à mudanças nas configurações eletrônicas dos
átomos ou moléculas, sendo transportada em forma de ondas eletromagnéticas (ou fotóns).

• Condução e convecção necessitam da presença de variação de temperaturas nos materiais.

• Embora a radiação se origine da matéria, seu transporte não requer suporte material e
ocorre mais eficientemente no vácuo
CONDUÇÃO

• Atividade atômica e molecular em um gás. Movimentação intensa na


região mais aquecida;
• Em um líquido a situação é análoga;
• No sólido ocorrem vibrações dos retículos são transferidas (ondas)
da região mais aquecida para a de menor temperatura.
Heat Transfer Rates: Conduction
Taxas de Transferência de Calor
Condução:
Forma geral vetorial da Lei de Fourier:
q   k T
Fluxo de Calor Condutividade Térmica Gradiente de Temperatura
W/m 2 W/m  K °C/m or K/m

Aplicando a condição unidimensional e estacionária através de uma


Parede plana de condutividade térmica constante:

dT T T
qx   k  k 2 1
dx L

T1  T2
q  k (1.2)

L
Taxa de Calor (W): qx  qx  A
Heat Transfer and Thermal Energy

Lei..de..Fourier
q AT
dT kA(T1  T2 )
q   kA 
dx L

sendo :
T1  T2
qcondução  taxa..de..calor..condução...(W ..ou..J / s )
k  condutividade..térmica.(W / mK )
dT  (T1  T2 )  gradiente..de..temperatura..( K ..ou..C )
A  área...(m 2 )
dx  L  distância..ou..espessura..(m)
q
fluxo..de..calor..(W / m )...  q"
2

A
Heat Transfer and Thermal Energy
Lei..de..Fourier
Exemplo 1.1 kA(T1  T2 )
q
L
taxa..de..calor.. perdido..(W )
sendo :
T1  T2
qcondução  taxa..de..calor..condução...(W ..ou..J / s)..???????
k  condutividade..térmica.(W / mK )......1, 7W / mK
T  (T1  T2 )  gradiente..de..temperatura..( K ..ou..C )
T1  1400 K ..e..T2  1150 K
A  área...(m 2 )  0,5m  1, 2m  0, 6m 2
x  L  distância..ou..espessura..(m)  0,15m

1, 7W / mK  0, 6m 2 (1400  1150) K
q
0,15m
q  1700W
q
fluxo..de..calor..(W / m 2 )...  q"
A
1700W
q" 
0, 6m 2
q"  2833,33W / m 2
Heat Transfer Rates: Convection
Taxas de Transferência de Calor
Convecção
Desenvolvimento da camada limite na transferência de calor por convecção
camadas limite de velocidade e temperatura:

Lei de Resfriameno de Newton:


q  h Ts  T  .... fluxo..de..calor..(W / m 2 )
(1.3a)
q  hA sup erficial Ts  T  .....taxa..de..calor..(W )
h : Coeficiente de transferência de calor por convecção (W/m 2  K)
Processos de transferência de calor por convecção:

forçada (a), natural (b), ebulição (c), condensação (d).


Heat Transfer Rates: Radiation
Taxas de Transferência de Calor
Transferência de calor em uma interface
gás/superfície envolve a emissão de radiação (E) da
Radiação superfície e pode também envolver a absorção de
radiação incidente (G)
Fluxo de Energia que sai devido à emissão (poder emissivo):
4
Real E   Eb   Ts
4
Corpo negro E b   T s
E : Poder..Emissivo  W/m 2  (1.5)

 : Emissividade  0    1
Eb : Poder.emissivo.de..um..corpo..negro.. (emissor perfeito)
 : Stefan-Boltzmann constante 5.67×10 -8W/m 2  K 4 

Absorção de energia que entra devido à irradiação


Gabs   G
Gabs :. Radiação incidente - Absorvida(W/m 2 )
 : Absortividade  0    1
G : Irradiação  W/m 2 
Heat Transfer Rates Radiation (Cont.)
Taxas de Transferência de Calor
Irradiação: Caso especial de uma superfície exposta a uma
grande vizinhança com temperatura uniforme Tvizinhança ou..Tsur

G  Gviz   Tviz4
Se    , o fluxo de radiação da
superfície devido à troca de calor com a vizinhaça pode ser :
   Eb Ts4    G   Ts4  Tviz4 
qrad (1.7)
Heat Transfer Rates: Radiation (Cont.)
Taxas de Transferência de Calor

Alternativamente,

  h r Ts  Tviz 
qrad (1.8)

h r : Coeficiente de transferência de calor por radiação  W/m 2  K 


h r   Ts  Tviz  Ts2  Tviz2  (1.9)

(1.10)
Para uma combinação de convecção com radiação,

q  qconv   h Ts  T   hr Ts  Tviz 


  qrad
Exemplo 1.2 , pag. 7
Equações de Fluxo de Calor
  h r Ts  Tviz 
qrad
h r   Ts  Tviz  Ts2  Tviz2 

qconvec  h Ts  T 

E ,.....G....?
'
q ......?
4
E   Tsup erfície..tubo

E  0,8 x5, 67 x10 8W / m 2 K 4 ((200  273) K ) 4


E  2270, 40W / m 2
4
G   Tsup erfície..vizinhança

G  5, 67 x10 8W / m 2 K 4 ((25  273) K ) 4


G  447,14W / m 2
Para uma combinação de convecção com radiação,

q  qconv  qrad  hA Ts  T   hr A Ts  Tviz 


q  15W / m2 Kx( DL)  473  298  K   DL (Ts  Tviz ) T 2 s  T 2 viz  Ts  Tviz 
q  ( DL){15W / m 2 Kx  473  298  K   (Ts  Tviz ) T 2 s  T 2 viz  Ts  Tviz }
q  ( DL){15W / m 2 Kx  473  298  K   (Ts  Tviz ) T 2 s  T 2 viz  Ts  Tviz }
q
 ( D){15W / m2 Kx  473  298 K   (Ts  Tviz ) T 2 s  T 2viz  Ts  Tviz }
L
q '  998W / m
Relação com a Termodinâmica

Capítulo 1
Seção 1.3
Alternative Formulations

CONSERVAÇÃO DE ENERGIA
(1ª LEI DA TERMODINÂMICA
• Uma importante ferrramente para análise de transferência de calor
sempre auxiliando como base para determinação de
temperatura de um sistema.

• Formulações alternativas
Base no tempo:
Em um instante
ou
Em um intervalo de tempo

Tipos de sistemas:
Volume de controle
Superfície de Controle
CV at an Instant and over a Time Interval

VOLUME DE CONTROLE
 Em um instante de tempo:

Fenômenos de superfície
E in E sai :
, Energias que atravessam o volume de controle: Térmica ou mecânica (transferência de calor,
escoamento de fluido ou interações de trabalho).
Fenômenos volumétricos
E g : geração de energia térmica devido a conversões de outras formas de energia
(e.g., eletrica, nuclear ou quimica); conversões de energia que ocorrem dentro do sistema.

E acum: energia acumulada dentro do sistema.

Conservação de energia
dEacum
E entra  E sai  E g  dt  E acumulada
(1.12c)

Em cada termo existem unidades J/s ou W.


• Em um intervalo de tempo
Eentra  Esai  Eg  Eacum (1.12b)

Em cada termo existe a unidade J.


Closed System

• Casos especiais
(i) Processo transiente em um sistema fechado

Em um intervalo de tempo
Q  W  Esttot (1.12a)

Considerando desprezíveis as variações das energias cinética e potencial


Q  W  U t
Energia interna térmica

Em um instante
 dU t
q W 
dt
Sistema aberto
(ii) Regime permanente de um escoamento através de um sistema aberto sem mudança
de fase ou geração de energia.:

Em um instante 2
 u  pv  V 2  gz    •
mtempo:
 t   qm  ut  pv  V  gz   W  0 (1.12d)
 2 entra 2
  sai
•  pv   fluxo de trabalho
• Para sistemas com significante transferência de calor
ut  pv   i 
• entalpia
   
V
2
2 in
 V
2
2 out
0

•Para um gás ideal com calor específico constante:  gz in   gz out  0

ientra  isai  c p Tentra  Tsai 


W 0

• Para um líquido incompressível: m(i entrada  i saída )  q

uentra  usai  c Tentra  Tsai 


q  m(i saída  i entrada )
 pv  entra   pv  sai  0
q  mc p (T saída  T entrada )

............Esaída  qconv 
 qrad

Exemplo 1.3 E gerada  Pelétrica  RI 2


dE dU t d ( mc pT )
Eacum   
dt dt dt
d ( mc pT ) ( Vc p )dT

dt dt
( Vc p ) dT

( qconv  )  RI 2 
 qrad
dt

dT ( qconvec  qrad )  RI 2

dt ( Vc p )
( qconvec  qrad )  RI 2
dT  dt
( Vc p )
T final ( qconvec  qrad )  RI 2 t final
Tinicial
dT 
( Vc p ) t inicial
dt

Ee – Es + Eg = Eacum qconvec  h DL (Tsup T )


qrad  DL (T 4 4
Tviz )
sup

 D2
V  L
4

Outro...exemplo..de..energia..que..
pode..ser..gerada..dentro..do..volume..de..co
Q  Pci  m  (kJ / kg ) x ( kg / s )  kJ / s  W
Exemplo 1.3

Esaída  qconv 
 qrad
E gerada  Pelétrica  RI 2
dE dU t d ( mc pT )
Eacum   
dt dt dt
d ( mc pT ) ( Vc p ) dT

dt dt
( Vc p ) dT

( qconv  )  RI 2 
 qrad
dt

dT ( qconvec  qrad )  RI 2

dt ( Vc p )

qconvec  h DL (Tsup T )


qrad  DL (T 4 4
Tviz )
sup

 D2
V  L
4
BALANÇO DE ENERGIA EM SUPERFÍCIE DE CONTROLE
Ee – Es + Eg = Eacum
Ee = Es
Conservação de energia (Instante de tempo):
E entra  E sai  0 (1.13)

• Aplicação de condições de regimes permanente e transiente.

Considerando uma superfície de uma parede com transferência de calor por condução, convecção
e radiação

Balanço..de....energia..sup erfície..de..controle
Eentra  Esaída  0
 )entra  (qconv
(qcond   qrad
 ) saída  0
 )entra  (qconv
(qcond   qrad
 ) saída

k
T1  T2
L

 h T2  T    T24  Tviz
4

Ee – Es + Eg = Eacum
Exemplo 1.6, pag. 15 Ee = Es

kA
T1  T2
L

 hA T2  T     A T24  Tviz
4

Ee – Es + Eg = Eacum
Exemplo 1.6, pag. 15 Ee = Es
2.)..Exposição..dentro..d ' água..não..tem..radiação.
(água..é..opaca )
Balanço..de....energia..sup erfície..de..controle
Eentra  Esaída  0
 )entra  ( qconv
(qcond  ) saída  0
 )entra  (qconv
(qcond  ) saída
qcond  q convec

1.)..Exposição..ar..ambiente...dentro..de..uma..sala,,,,
Balanço..de....energia..sup erfície..de..controle
Eentra  Esaída  0
 )entra  (qconv
(qcond   qrad
 ) saída  0
 )entra  (qconv
(qcond   qrad
 ) saída
qcond  q convec  qrad

kA
T1  T2
L

 hA T2  T     A T24  Tviz
4

kA
T1  T2
ExemploL
1.6
 hA 
T2  T     A T24  Tviz4 
T T
k 1 2  h T2  T   hr T2  Tviz
L
 

k
T1  T2
L

 h T2  T   hr T2  T  b)..Deter min e...T2 ...se..a.. pessoa..estiver...imersa...em..água..a..297 K
e..h  200W / m 2 K ... Água..é...opaca..não..tem..radiação.
kT1
 (h  hr )T qcond  qconvec
T2 sup pele / gordura  L .....(eq.1) T1  T2
k kA  hA T2  T 
 (h  hr ) L
l
(308  T2 ) K
0,3W / mK  200W / m 2 K T2  297  K
hr   (Tsup  297)(T 2sup  297 2 ) 0,003m

T2(sup pele / gordura )  300,66 K  27,66 K


297 K  Tsup  308 K

estimou...305 K

hr  5,9W / m2 K ..substituir..em..(1)

Tsup  305 K
Exercício 1.39

Volume de controle: vazão do ar


Eentra
Esai

Egerada, Eacumulada
Exercício 1.39
Eentra  Esai  Egerada  Eacumalada
V2  V2 dE
(u  pv   gz ) mentrada (u  pv   gz ) msaída  Egerada  QVC  WVC  ( )VC
2g 2g dt
Ecinética  desprezível
E potencial  desprezível
u  pv  i
  
mentrada  msaída  m
regime... permanente....
dE
( )VC  0

dt Eentra
m(ientrada  isaída )  0  Pelétrica  0  0 Esai

mc p (Tentrada  Tsaída )  Pelétrica  0

m

  Egerada, Eacumulada
se...  
       m   


  c p (Tentrada  Tsaída )  Pelétrica  0
 Pelétrica

 c p (Tsaída  Tentrada )
Pelétrica
A  Veloc 
 c p (Tsaída  Tentrada )
Pelétrica
Veloc  2
D

 c p (Tsaída  Tentrada )
4
500 J / s
Veloc  2
(0,07 m)
  (1,1kg / m3 )(1007 J / kgK (318  293) K
4
Veloc  4,7 m / s
Exercício 1.39

qconvec
qrad

b)...500W  qconvec  qrad

500W  hAsup (Tsup  T )   Asup (T 4sup  T 4viz )

500W  4W / m2 K ( x0,07 mx0,15m) x(313  293) K  0,8 x5,67 x108W / m2 x( x0,07 mx0,15m)(3134  2934
500W  5,97W .... pode..ser..considerado..desprezível

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