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É apresentada uma síntese sobre convecção e sobre coeficiente convectivo de transferência de calor, h.
A convecção é observada em fatos simples do cotidiano, tais como alguns citados a seguir.
Por exemplo, quando alguém usa um ventilador para movimentar o ar em um ambiente, transferindo calor
entre o ar e um sólido, ou entre o ar e um líquido etc.
Por exemplo, quando o ar em movimento passa acima de uma piscina (ou acima do mar) ocorre transferência
de calor por convecção entre o ar e a água contida na piscina (ou no mar). Também pode ocorrer transferência
de matéria por convecção entre o ar e a água etc.
Por exemplo, quando é aquecida água em um recipiente; ocorre convecção que inicialmente pode ser quase
imperceptível a olho nu, mas à medida que o processo continua pode se transformar em uma agitação vigorosa
etc.
É resolvido um problema.
Referências:
Bird, R.B., Stewart, W.E., Lightfoot, E. Transport phenomena, Wiley, 2002.
Cleland, A.C. Heat transfer during freezing of foods and prediction of freezing times. Ph.D. thesis, Massey
University, New Zealand, 1977.
São apresentados na figura seguinte vários exemplos simples de transferência de calor por convecção.
Uma esfera de aço aquecida a 50 ℃ é deixada cair na vertical de uma altura de 10 m no ar ambiente, que
inicialmente está a 30 ℃.
Neste fenômeno convectivo existe movimento relativo entre a esfera e o ar ambiente.
Devido ao movimento na vertical da esfera, também denominado convecção, haverá transferência de calor
da esfera para o ar ambiente.
Queda de uma esfera de aço 50 ℃ em um recipiente contendo água, com transferência de calor da esfera
para a água líquida que está inicialmente a 30 ℃.
Fig. 1. Situações simples nas quais ocorre transferência de calor por convecção.
Seja o esquema na figura seguinte de uma parede ou placa submetida a convecção em uma das suas
superfícies, no estado estacionário.
T1
T1
x=0 L
T∞
T2, hconv
T1
T∞
T2, hconv
T1
x=0 x=L
Fig. 2. Parede ou placa submetida a temperatura constante em uma superfície e a convecção em outra superfície.
Estes valores são somente ilustrativos. Se for possível, o melhor é obter o coeficiente convectivo para cada
situação analisada. Se não for possível obter o coeficiente convectivo experimentalmente, então podem ser
obtidos por correlações da literatura ou por modelagem usando métodos analíticos ou numéricos etc.
Os valores dos coeficientes convectivos (h) dependem das propriedades dos fluidos, tais como densidade
(kg/m3), calor específico Cp (J/(kg℃)) e condutividade térmica k (W/(m℃)). Além disto, os valores de (h)
dependem da geometria do objeto usado para determinar (h), assim como do tipo de fluxo do fluido sobre a
superfície do objeto (fluxo paralelo à superfície, fluxo perpendicular à superfície ou fluxo inclinado em relação
à superfície do objeto).
Tabela 1. Coeficientes convectivos de transferência de calor (Bird et al, 1960, Tabela 13.1-1, Bird et al, 2002, Tabela
14.1-1), com 1 kcal/(h.m2℃) = 1,162 W/(m2℃).
Para que serve e como pode ser obtido experimentalmente o coeficiente convectivo de transferência de
calor (h)?
O coeficiente (h) serve para cálculos quando existem convecção e transferência de calor entre uma superfície e
um fluido ou entre dois fluidos ou algo similar.
Quando deve ser obtido (h) experimentalmente?
Sempre que for possível, é preferível obter (h) experimentalmente. Se não for possível, ele pode ser obtido de
correlações ou equações simplificadas encontradas na literatura. Também pode ser obtido combinando
simulação computacional e experimento, tentando obter o melhor (h).
Em um experimento o valor de (h) pode ser obtido, por exemplo, pelo esfriamento ou pelo o aquecimento de
um sólido, a partir do movimento global de um fluido sobre a superfície interna ou externa do objeto.
2) Condução de calor em uma placa com convecção em uma das superfícies e temperatura constante na
outra superfície, no estado estacionário.
Seja o esquema apresentado na figura seguinte, destacando o coeficiente convectivo de transferência de calor
e a temperatura longe da superfície da placa .
T∞
T2, hconv
T1
x=0 x=L
Fig. 3. Placa ou parede submetida a temperatura constante em uma superfície e a convecção em outra superfície.
Resolva o problema de transferência de calor em uma placa sólida de espessura (L) partindo da e equação da
condução de calor para densidade constante ρ (kg/m3), no estado estacionário:
(1)
Obtenha o perfil de temperatura no estado estacionário T = f(x) e o fluxo de calor qx(x), admitindo que uma
placa de espessura L, no tempo t → ∞ está submetida na superfície x = 0 a (T1) e em x = +L está submetida a
uma temperatura (T2), devido a um coeficiente convectivo (hconv) em um meio a temperatura (T∞). Ou seja:
(2)
A Eq. (1) é uma equação de segunda ordem, que precisa ser integrada duas vezes para obter a sua solução.
A solução é do tipo , mas, mesmo assim, são realizados os passos para a obtenção da solução.
Ou seja, integrando duas vezes a Eq. (1), resulta:
Primeiro são multiplicados ambos membros por (-1), simplificado o termo no primeiro (3)
membro e integrada a primeira vez como integral indefinida.
Nota-se que o sinal de integral é combinado com o sinal de diferencial resultando em
no primeiro membro e uma constante de integração é obtida no segundo membro.
Integrando:
Substituindo as condições de contorno da Eq. (2) na Eq. (3), são obtidas as constantes (C1) e (C2).
Substituindo (C1) e (C2) na Eq. (3) é obtido o perfil de temperatura no estado estacionário T(x):
(4)
Ou seja, isolando :
Isolando :
Geralmente é conhecida a temperatura longe da superfície (T∞) e o coeficiente convectivo (hconv), mas a
temperatura (T2) comumente não é conhecida antes do processo de resolução do problema e deve ser
obtida durante a solução.
O fluxo de calor em qualquer posição da placa é dado por , no estado estacionário. Portanto,
para (k) constante e sem geração de energia na placa, o fluxo na superfície em x = +L é dado de maneira
simplificada no estado estacionário por:
(5)
O fluxo convectivo em x = +L entra na placa pelo lado direito, ou seja, ele é negativo, sendo dado para a
presente situação por:
(6)
(7)
(8)
O fluxo de calor pode ser calculado pela Eq. (5), do fluxo condutivo, ou pela Eq. (6), do fluxo convectivo. Mas,
também pode ser calculado substituindo a Eq. (8) na Eq. (5).
Substituindo , na equação , é obtido o fluxo
convectivo:
(9)
(10)
Os valores dos fluxos das Eqs. (10) e (11) são iguais, mesmo as equações sendo obtidas por procedimentos
diferentes.
Também pode ser confirmado através de cálculos que o valor do fluxo convectivo da Eq. (9) é igual ao fluxo
condutivo da Eq. (10) ou Eq. (11), no estado estacionário.