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Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia

Transferência de Calor

TRANSFERÊNCIA DE CALOR

Sempre que existir uma diferença de temperatura em um meio ou entre meios diferentes,
haverá, necessariamente, transferência de calor. A transferência de calor é o trânsito de
energia provocado por uma diferença de temperatura, no sentido da temperatura mais alta
para a mais baixa. O ramo da ciência que trata da relação entre calor e outras formas de
energia é a termodinâmica. Seus princípios são baseados em observações e foram
generalizados em leis julgadas verdadeiras para todos os processos que ocorrem na natureza:
1a Lei da Termodinâmica: A energia não pode ser criada ou destruída, mas apenas
transformada de uma forma para outra.
2a Lei da Termodinâmica: É impossível existir um processo cujo único resultado seja a
transferência de calor de uma região de baixa temperatura para outra de temperatura mais alta.
Todos os processos de transferência de calor envolvem a transferência e a conversão de
energia. Dessa forma, eles devem obedecer à primeira e à segunda leis da termodinâmica. A
literatura reconhece três modos distintos de transferência de calor: condução, convecção e
radiação.

Condução
Transferência de calor que ocorre em um meio estacionário, que pode ser um sólido ou um
fluido.
A condução pode ser vista como a transferência de energia de partículas mais energéticas para
partículas de menor energia, devido às interações que ocorrem entre elas. Temperaturas mais
altas estão associadas a energias moleculares mais altas. Quando moléculas vizinhas colidem
entre si, há transferência de energia das moléculas de maior energia para as moléculas de
menor energia. Na presença de um gradiente de temperatura, a transferência de energia por
condução ocorre, portanto, no sentido da diminuição de temperatura. Em sólidos, as
moléculas apresentam menor espaçamento. As interações moleculares são, portanto, mais
fortes e mais freqüentes que nos fluidos. A transferência de calor por condução é, portanto,
maior em materiais sólidos do que em materiais fluidos, em condições semelhantes.
Convecção
Transferência de calor que ocorre entre uma superfície e um fluido em movimento, quando
estiverem em temperaturas diferentes.
A convecção abrange dois mecanismos distintos. Além da transferência de energia devido ao
movimento molecular aleatório (condução), a energia também é transferida através do
movimento global ou macroscópico do fluido (advecção). Este movimento, na presença de
um gradiente de temperatura, contribui para a transferência de calor.
A transferência de calor por convecção pode ser classificada de acordo com a natureza do
escoamento do fluido. Ela é dita convecção forçada (Fig. 1a) quando o escoamento é causado
por meios externos (como um ventilador ou uma bomba) ou quando o escoamento é de ventos
atmosféricos. Na convecção natural ou livre (Fig. 1b), o escoamento dos fluidos é induzido
por forças de empuxo, originadas a partir de variações de densidade causadas por diferenças
de temperatura no fluido. Na prática, podem ocorrer situações nas quais ambas as formas de
convecção ocorrem simultaneamente. Diz-se, neste caso, que há convecção mista.

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Figura 1 – Transferência de calor por convecção. (a) Convecção forçada. (b) Convecção natural

Radiação
Energia emitida na forma de ondas eletromagnéticas por uma superfície a uma temperatura
não nula.
A radiação térmica é a energia eletromagnética propagada na velocidade da luz, emitida pelos
corpos em virtude de sua temperatura. Os átomos, moléculas ou elétrons são excitados e
retornam espontaneamente para os estados de menor energia. Neste processo, emitem energia
na forma de radiação eletromagnética. Uma vez que a emissão resulta de variações nos
estados eletrônico, rotacional e vibracional dos átomos e moléculas, a radiação emitida é
usualmente distribuída sobre uma faixa de comprimentos de onda. Estas faixas e os
comprimentos de onda representando os limites aproximados são mostrados na Fig. 2.
O processo de transferência de calor por radiação ocorre de um corpo a alta temperatura para
um corpo a baixa temperatura, quando estes corpos estão separados no espaço, ainda que
exista vácuo entre eles.

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Figura 2 – Espectro de Radiação Eletromagnética

Exemplo 1 – Modos de Transferência de Calor


Uma garrafa térmica tem o objetivo de manter a temperatura de seu conteúdo constante ao
longo do tempo, independendo das condições ambientes externas. Identifique os processos de
transferência de calor que contribuem para o resfriamento de café quente colocado em seu
interior e discuta sobre as características que minimizam as trocas de calor com o ambiente
externo.
As garrafas térmicas são constituídas basicamente de um vaso de vidro com paredes duplas,
distanciadas entre si de 1 cm, como mostrado na figura a seguir.
Considerando-se que o fluido no interior da garrafa térmica seja café quente, as trocas de calor entre o
café e o ambiente são: convecção natural do café para a primeira parede; condução através da primeira
parede; convecção natural da primeira parede para o ar no interior da garrafa; convecção natural do ar
para a segunda parede (invólucro plástico); troca líquida por radiação entre as paredes; condução
através do invólucro plástico; convecção natural do invólucro plástico para o ambiente externo; troca
líquida por radiação entre a superfície externa do invólucro plástico e a vizinhança.

No processo de fabricação, grande parte do ar é retirado do espaço entre as paredes através de um


orifício, que a seguir é selado. Com este vácuo parcial, as trocas de calor por condução e convecção

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são minimizadas. As superfícies das paredes são revestidas por materiais aluminizados (baixa
emissividade), fazendo com que elas se tornem espelhadas, provocando a reflexão da radiação para o
interior do recipiente, evitando a transmissão de calor para o exterior. A tampa que fecha a garrafa
geralmente é oca e feita de borracha ou plástico (materiais isolantes), minimizando a perda de calor
para o exterior.

EQUAÇÕES DE TAXA
Todos os processos de transferência de calor podem ser quantificados através da equação de
taxa apropriada. A equação de taxa pode ser usada para se calcular a quantidade de energia
transferida por unidade de tempo.
A taxa de energia é denotada por q, e tem unidade de W (Watt) no SI. Outra maneira de se
quantificar a transferência de energia é através do fluxo de calor, q " , que é a taxa de energia
por unidade de área (perpendicular à direção da troca de calor). No SI, a unidade do fluxo é
W/m2.
Condução
Lei de Fourier
dT
q "cond  k
dx
onde q "cond : Fluxo de calor por condução na direção x (W/m2)
k: Condutividade térmica do material da parede (W/mK)
dT
: Gradiente de temperatura na direção do fluxo de calor
dx
A taxa de calor pode ser obtida multiplicando-se o fluxo de calor pela área perpendicular à
direção da transferência de calor,
dT
q cond  kA
dx
O sinal negativo aparece porque o calor está sendo transferido na direção da temperatura
decrescente. A Lei de Fourier se aplica a todos os estados da matéria (sólidos, líquidos e
gases), desde que estejam em repouso.
Convecção
Lei de Resfriamento de Newton

Figura 3 – Transferência Convectiva de Calor

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q "conv  hTS  T  , se TS > T

q"conv  hT  TS  , se T > TS


onde q”conv: Fluxo de calor por convecção (W/m2)
h: Coeficiente convectivo de calor (W/m2K)
TS: Temperatura da superfície
T: Temperatura do fluido
Assumindo-se um fluxo de calor por convecção constante, a taxa de transferência de calor por
convecção é dada por

q conv  q "convA ou

q conv  hATs  T  , se TS > T

q conv  hAT  Ts  , se T > TS

A Tabela 1 apresenta valores típicos do coeficiente convectivo h


Tabela 1 – Valores de h (W/m2.K)
Gás Líquido
Convecção Natural 5-25 50-1.000
Convecção Forçada 25-250 50-20.000
Ebulição ou Condensação 2.500-100.000

Radiação
Lei de Stefan-Boltzmann
A radiação com comprimento de onda de aproximadamente 0,2m a 1000m é chamada
radiação térmica e é emitida por todas as substâncias em virtude de sua temperatura. A
máxima energia térmica emitida por uma superfície é

q"max  Ts4
onde q”max: Energia emitida por unidade de área da superfície (W/m2)
: Constante de Stefan-Boltzmann (5,67x10-8 W/m2K4)
Ts: Temperatura absoluta da superfície (K)
Se a energia emitida for uniforme ao longo da superfície, a taxa máxima de calor emitida pode
ser dada por:
q max  Ts4 A
onde A: área da superfície
Uma superfície capaz de emitir esta quantidade de energia é chamada um radiador ideal ou
um corpo negro. Um corpo negro pode ser definido também como um perfeito absorvedor de
radiação. Toda a radiação incidente sobre um corpo negro (independentemente do

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comprimento de onda ou da direção) será absorvida. Embora um corpo negro não exista na
natureza, alguns materiais se aproximam de um. Por exemplo, uma camada fina de carbono
preto pode absorver aproximadamente 99% da radiação térmica incidente.
O fluxo de calor emitido por uma superfície real é menor do que aquele emitido por um corpo
negro à mesma temperatura e é dado por

q"real   Ts4

onde  é a emissividade da superfície. Esta propriedade indica a eficiência de emissão da


superfície em relação a um corpo negro 0    1 . A Tabela A.5 apresenta a emissividade de
algumas superfícies selecionadas, a 300K.
Se o fluxo de calor for uniforme ao longo da superfície, a taxa total de calor emitida pode ser
dada por:
q real   Ts4 A
onde A: área da superfície
Análises experimentais mostram que os metais, em geral, apresentam baixa emissividade. No
entanto, a sua oxidação provoca um aumento nesta propriedade. Ao contrário dos metais, os
materiais não condutores apresentam alta emissividade.
Quando uma energia radiante atinge a superfície de um material, parte da radiação é refletida,
parte é absorvida e parte é transmitida, como mostrado na Fig. 4. A refletividade  é a
propriedade radiativa que representa a fração refletida, ou seja, a razão entre a parcela
refletida pela superfície e a radiação incidente sobre ela. Da mesma forma, a absortividade  é
a fração absorvida e a transmissividade  é a fração transmitida através da superfície. Como a
soma das parcelas absorvida, refletida e transmitida pela superfície deve ser igual à radiação
incidente sobre ela, pode-se perceber que a soma das propriedades radiativas deve ser igual à
unidade, ou seja,
     1

Figura 4 – Radiação Incidente sobre uma Superfície


O cálculo da taxa líquida na qual a radiação é trocada entre duas superfícies é bastante
complexo e depende das propriedades radiativas das superfícies, de seu formato e de seu
posicionamento geométrico. Por exemplo, a troca de calor por radiação entre duas placas
negras paralelas de 1 m x 1 m, distanciadas de 1m, é de 1,13 kW. Se estas mesmas placas
estivessem distanciadas de 2 m, a troca de calor por radiação seria de 0,39 kW. Um caso
especial que ocorre com freqüência envolve a troca líquida de radiação entre uma pequena

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superfície a uma temperatura TS e uma superfície isotérmica bem maior que a primeira, que a
envolve completamente (Fig. 5).

Figura 5 – Troca Radiativa Líquida entre duas Superfícies


Considerando-se a superfície menor cinzenta     , o fluxo líquido de transferência de
calor por radiação a partir da superfície é dado por

q "rad   Ts4  T4 
A taxa líquida de troca de calor é

q rad   A Ts4  T4 
onde A: área da superfície menor
TS: Temperatura da superfície menor
T∞: Temperatura da superfície maior
Manipulando-se a equação anterior, pode-se escrever a taxa líquida como

q rad  ATs  T Ts  T  Ts2  Tviz
2

Definindo-se

h r   Ts  T  Ts2  T2 
a equação da taxa de calor por radiação pode ser escrita como
q rad  h r ATs  T 
Deve ser ressaltado que o resultado independe das propriedades da superfície maior, já que
nenhuma parcela da radiação emitida pela superfície menor seria refletida de volta para ela.
As superfícies mostradas na Fig. 3 podem também, simultaneamente, trocar calor por
convecção com um fluido adjacente. A taxa total de transferência de calor é dada, portanto,
pela soma da taxa de calor por radiação com a taxa de calor por convecção,
q  q rad  q conv
A Tabela 2 apresenta um resumo das equações de taxa dos diferentes modos de transferência
de calor.

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Tabela 2 – Equações de Taxa


Taxa Fluxo
Condução dT dT
q cond  kA q "cond  k
dx dx
Convecção q conv  hATs  T  q "conv  hTS  T 
Radiação 
q rad   A Ts4  T4  
q "rad   Ts4  T4 

Exemplo 2 – Taxas de calor: radiação e convecção natural


Uma tubulação de vapor sem isolamento térmico passa através de uma sala onde o ar e as
paredes se encontram a 25oC. O diâmetro externo do tubo é de 70 mm, a temperatura de sua
superfície é de 200oC e sua emissividade é de 0,8. O coeficiente associado com a transferência
de calor por convecção natural da superfície para o ar é de 15 W/m2.K. Determine a taxa de
calor perdida pela superfície do tubo, por unidade de comprimento.
A perda de calor da tubulação para o ar da sala se dá por convecção e, para as paredes, por radiação. A
taxa total de calor perdida é, portanto, a soma da taxa perdida por convecção com a taxa perdida por
radiação.
q  q conv  q rad
A taxa de calor perdida por convecção é calculada pela lei de resfriamento de Newton,
q conv  hATs  T 
onde A é a área de troca de calor, ou seja, a área superficial do tubo,
A  dL
q conv  dLh Ts  T 
A taxa de calor perdida por radiação para as paredes pode ser calculada, considerando-se a superfície
do tubo cinzenta, pela lei de Stefan-Boltzmann,

q rad   A Ts4  T4 
onde
A  dL

q rad   dL Ts4  T4 
A taxa total de troca de calor é dada, portanto, por
q  dLhTs  T    dL Ts4  T4 
A taxa de calor por unidade de comprimento pode ser obtida dividindo-se a equação anterior por L,
q
L

 dhTs  T    d Ts4  T4 
q
L
W
m .K
W
m .K

 .0,07 m.15 2 200  25o C  0,8.5,67 x10 8 2 4 .0,07 m. 473,15K 4  298,15K 4 
Deve ser observado que a temperatura pode ser escrita em oC quando se avaliam diferenças de
temperatura em processos de transferência de calor por condução ou por convecção (diferença linear

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de temperatura). No entanto, a temperatura deve ser escrita em K em processos de transferência de


calor por radiação (temperaturas elevadas à quarta potência).
q
 577 W / m  421 W / m
L
q
 998 W / m ◄
L
Na situação deste exemplo, as taxas de transferência de calor por radiação e convecção possuem
magnitudes comparáveis, pois o valor da temperatura superficial é grande quando comparado ao valor
da temperatura das vizinhanças e o coeficiente associado à convecção natural é pequeno.

Exemplo 3 – Taxas de calor: radiação e convecção forçada


Um cilindro oco de madeira, de 2 cm de diâmetro e 1 m de comprimento, é aquecido pela
passagem de uma resistência elétrica. A temperatura superficial externa do cilindro é mantida
constante em 40oC. Ele é exposto a uma corrente de ar a temperatura de 15oC, sendo o
coeficiente convectivo associado de 100 W/m2.K. Determine e compare as taxas de calor
trocadas entre o cilindro e o ambiente
a) por convecção
b) por radiação.
a) A taxa de calor perdida por convecção é dada por q conv  hATs  T 

como A  dL
q conv  dLh Ts  T 

q  .0,02 m.1 m.100


W
40  15o C
m2K
q  157,08 W ◄
b) A taxa de calor perdida por radiação é dada por

q rad   A Ts4  Tviz
4

ou

q rad   dL Ts4  T4 
Da Tabela A.5, a emissividade da madeira a 300K varia entre 0,82 e 0,92. Assumindo-se um valor
médio,   0,86

q  0,86.5,67 x10 8
m .K
W
2 4

.0,02 m.1 m. 313,15K 4  288,15K 4 
q  8,34 W ◄
Percebe-se que a taxa de calor perdida por radiação representa apenas 5% da taxa total de calor,
podendo ser desprezada em cálculos de engenharia. Isto pode ser explicado pelo alto valor do
coeficiente convectivo e pelos valores próximos de temperatura ambiente e da superfície do cilindro.

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INTRODUÇÃO À CONDUÇÃO
A Lei de Fourier é uma lei fenomenológica, ou seja, desenvolvida a partir de fenômenos
observados, e não deduzida a partir de princípios fundamentais.
dT
Para a condução unidimensional, q cond,x  k
"
dx
O fluxo de calor é uma grandeza vetorial, dado por q"  kT
onde  é o operador gradiente. A Tabela 3 apresenta, para os três sistemas de coordenadas, a
lei de Fourier.
Tabela 3 – Lei de Fourier

Sistema de
Lei de Fourier Forma compacta
coordenadas
 T ˆ T ˆ T 
Cartesianas q"  k  i j kˆ  q"  q"x iˆ  q" y j  q"z kˆ
 x y z 
 T ˆ 1 T ˆ T ˆ 
q"  k  i j k q"  q"r iˆ  q" ˆj  q"z kˆ
z 
Cilíndricas
 r r 
 T ˆ 1 T ˆ 1 T ˆ 
q"  k  i j k q"  q"r iˆ  q" ˆj  q" kˆ
r sen   
Esféricas
 r r 

PROPRIEDADES TÉRMICAS DA MATÉRIA


A condutividade térmica (k) representa a capacidade de um corpo transferir calor. Ela
depende da estrutura física da matéria, a níveis atômico e molecular. Para uma taxa de calor
fixa, um aumento na condutividade térmica representa uma redução do gradiente de
temperatura ao longo da direção da transferência de calor. Para uma diferença fixa de
temperatura, um aumento na condutividade térmica representa um aumento da taxa de calor
transferida. Em geral, a condutividade térmica de um sólido é maior que a de um líquido que,
por sua vez, é maior que a de um gás. Esta tendência se deve, em grande parte, às diferenças
de espaçamento intermolecular nos estados da matéria, mas também se deve às diferenças
entre as estruturas moleculares dos materiais. As moléculas de um metal são compactadas e
bem ordenadas, permitindo uma melhor transferência de calor do que em um material não
metálico, que possui as moléculas mais esparsas. Os elétrons livres, presentes nos materiais
metálicos, são em parte responsáveis pela elevada condutividade térmica destes materiais.
Assim, bons condutores elétricos geralmente possuem altas condutividades térmicas. Os
sólidos inorgânicos com estrutura cristalina menos ordenada que os metais apresentam
menores condutividades térmicas. Materiais orgânicos e fibrosos como a madeira têm
condutividades ainda menores. No Sistema Internacional, a unidade de k é W/(m.K). A
Tabela A.6 apresenta valores da condutividade térmica para alguns materiais, a 300 K.
O produto cp (densidade * calor específico), comumente chamado de capacidade calorífica,
mede a capacidade de um material de armazenar energia térmica. No Sistema Internacional, a
unidade da capacidade calorífica é kg.K/(m3.s2).
A difusividade térmica  é definida como sendo a razão entre a condutividade térmica e a
capacidade calorífica

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k

c p

Esta propriedade mede a capacidade do material de conduzir a energia térmica em relação à


sua capacidade de armazená-la. Materiais com valores elevados de  responderão
rapidamente a mudanças nas condições térmicas a eles impostas, enquanto materiais com
valores reduzidos de  responderão mais lentamente, levando mais tempo para atingir uma
nova condição de equilíbrio. Em geral, os sólidos metálicos têm maiores difusividades
térmicas, enquanto os sólidos não metálicos apresentam menores valores desta propriedade.
No SI, a unidade de  é m2/s.

EQUAÇÃO DA DIFUSÃO DE CALOR


Coordenadas Cartesianas
Um dos objetivos principais da análise da condução de calor é determinar o campo de
temperaturas em um meio, ou seja, a distribuição de temperaturas em seu interior. Assim,
pode-se determinar o fluxo de calor por condução em qualquer ponto do meio ou em sua
superfície utilizando-se a lei de Fourier. Seja o volume de controle infinitesimal de dimensões
dx, dy e dz mostrado na Fig. 6. E g representa a geração interna de calor que pode existir no
volume de controle, ou seja, a conversão de outras formas de energia em energia térmica. Esta
conversão pode ser através de uma reação química exotérmica ou o aquecimento do volume
de controle por uma resistência elétrica. E a é o acúmulo de energia que pode existir no
volume de controle ao longo do tempo. q x , q y e q z são as taxas de calor por condução nas três
direções.
Fazendo-se um balanço de energia no volume de controle

E e  E s  E g  E a

q x  q y  q z   q xdx  q ydy  q zdz   q dxdydz  c p Tt dxdydz

Figura 6 – Volume de Controle Infinitesimal (Coordenadas Cartesianas)

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q : Taxa de geração de energia por unidade de volume do meio (W/m3)


T
c p : Taxa de variação de energia térmica do meio, por unidade de volume (W/m3)
t
Fazendo-se uma expansão em série de Taylor nas 3 direções,
q x q y q z
q x dx  q x  dx q ydy  q y  dy q z dz  q z  dz
x y z
Assim,
 q q y q  T
q x  q y  q z   q x  x dx  q y  dy  q z  z dz   q dxdydz  c p dxdydz
 x y z  t

q x q y q T
 dx  dy  z dz  q dxdydz  c p dxdydz
x y z t



x y
 
q x dx   q y dy   q z dz  q dxdydz  c p T dxdydz
z t
As taxas q x , q y e q z podem ser determinadas utilizando-se a Lei de Fourier

T T T
q x  k dydz q y  k dxdz q z  k dxdy
x y z
  T    T    T  T
  k dydzdx    k dxdz dy    k dxdy dz  q dxdydz  c p dxdydz
x  x  y  y  z  z  t

  T    T    T  T
k dxdydz   k dxdydz   k dxdydz  q dxdydz  c p dxdydz
x  x  y  y  z  z  t
Dividindo-se todos os termos pelo volume infinitesimal dxdydz,
  T    T    T  T
 k    k    k   q  c p
x  x  y  y  z  z  t
Muitas vezes, no entanto, é possível operar com versões simplificadas desta equação,
adotando-se algumas hipóteses:
 Condutividade térmica constante (k constante):

 2T  2T  2T q c p T
   
x 2 y 2 z 2 k k t
Sabendo que a difusividade térmica é
k

c p

A equação anterior pode ser reescrita como:

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 2T  2T  2T q 1 T
   
x 2 y 2 z 2 k  t

 Regime Permanente T  t
0 : 
  T    T    T 
 k    k    k   q  0
x  x  y  y  z  z 
 Condução unidimensional de calor em regime permanente, sem geração interna de calor
d  dT 
k 0
dx  dx 
d
 q"X   0
dx
ou seja
q"X  constante
Em condições de transferência de calor unidimensional em regime permanente, sem geração
interna de energia, o fluxo de calor é constante.

Exemplo 4 – Distribuição de temperaturas em uma parede plana – k variável


Uma parede plana tem a superfície interna (x = 0) mantida a 300 K, enquanto a superfície
externa (x = 0,5 m) é mantida a 550 K. Dada a grande diferença de temperatura entre as
extremidades, a condutividade térmica do material da parede não pode ser considerada
1
constante, sendo dada pela expressão k  . Determine a
1.2965x  0.246x  0.06711
2

distribuição de temperaturas no interior da parede e o fluxo de calor na posição x = 0,3 m,


considerando a condução unidimensional em regime permanente, sem geração de calor.
A equação da difusão de calor, em coordenadas cartesianas, é dada por
  T    T    T  T
k    k    k   q  c p
x  x  y  y  z  z  t
Considerando-se a condução unidimensional, em regime permanente, sem geração interna de calor,
esta equação se reduz a
d  dT 
k   0
dx  dx 
Como a condutividade térmica do material da parede não é constante, variando com a posição x, ela
deve ser incluída na equação antes que a integração da equação seja feita. Assumindo-se
1 1
k 
1.2965x  0.246x  0.06711
2
ax  bx  c
2

d  dT  d  1  dT 
k   2  0
dx  dx  dx  ax  bx  c  dx 

Integrando-se uma vez a equação, obtém-se

140
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

 1  dT
 2   C1 (1)
 ax  bx  c  dx
ou
dT
dx

 C1 ax 2  bx  c 
Integrando-se a equação uma segunda vez,
 ax 3 bx 2 
T  C1    cx   C 2 (2)
 3 2 
 
ou
 1,2965x 3 0,246x 2 
T  C1    0,06711x   C 2
 3 2 
 
Para a determinação das constantes de integração, é necessário aplicar as condições de contorno.
Tx  0  300 K (3)

Tx  0,5 m  550 K (4)


Substituindo-se a condição de contorno (3) na equação (2),
 1,296503 0,24602 
300  C1    0,06711.0   C2
 3 2 
 
C2  300 K
Substituindo-se a condição de contorno (3) na equação (2),
 1,29650,53 0,2460,52 
550  C1    0,06711.0,5   300
 3 2 
 

C1  4399 W / m 2
Substituindo-se os valores encontrados para as constantes,

T  1901x 3  541x 2  295 x  300 ◄


O fluxo de calor pode ser obtido através da lei de Fourier,
dT
q"  k
dx

Como k dT  C1 (Equação 1)
dx
q"  C1

q"  4399 W / m 2 ◄

Coordenadas Cilíndricas
Efetuando-se uma análise similar à realizada para coordenadas cartesianas, pode-se escrever a
equação da difusão de calor em coordenadas cilíndricas e esféricas.

141
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

Figura 7 – Volume de Controle Infinitesimal (Coordenadas Cilíndricas)

1   T  1   T    T  T
 kr   2  k    k   q  c p
r r  r  r     z  z  t
Coordenadas Esféricas

Figura 8 – Volume de Controle Infinitesimal (Coordenadas Esféricas)

1   2 T  1   T  1   T  T
2 r 
kr  2 2  k   2  ksen   q  c p
r  r  r sen      r sen     t
Condições de Contorno e Condição Inicial
A solução das equações que governam um problema depende ainda das condições físicas que
existem nas fronteiras do meio (condições de contorno) e, quando a situação for dependente
do tempo, também das condições que existem em um certo instante inicial (condição inicial).
Como a equação da condução de calor é uma equação de segunda ordem nas coordenadas
espaciais, são necessárias 2 condições de contorno para cada coordenada espacial que
descreve o sistema. Como a equação é de primeira ordem no tempo, basta apenas uma
condição inicial. As figuras a seguir mostram as 3 espécies de condições de contorno
comumente encontradas na transferência de calor. Elas ilustram a situação para um sistema
unidimensional, especificando a condição de contorno na superfície em x = 0, com a
transferência de calor ocorrendo no sentido positivo do eixo x.
1) Temperatura da Superfície Prescrita

142
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

T (0, t )  Ts

2) Fluxo de Calor Prescrito na Superfície


T
k  q "x (0)
x x 0

a) Fluxo de Calor Diferente de Zero

T
k  q S"
x x 0

b) Fluxo de Calor Nulo (Parede Isolada ou Adiabática)

T
0
x x 0

3) Condição Convectiva na Superfície

T
k  hT  T 0, t 
x x 0

Exemplo 5 – Fluxo e taxa de calor em uma casca esférica


Uma casca esférica, com os raios interno e externo ri e ro, respectivamente, contém
componentes que dissipam calor. Se a distribuição de temperatura na casca é da forma
C
T(r )  1  C 2 , determine as expressões para o fluxo térmico e a taxa de calor em função do
r
raio r.
O fluxo e a taxa de calor podem ser calculados através da lei de Fourier,
dT
q"  k
dr
Derivando-se a temperatura em função do raio da casca esférica,
dT C
  21
dr r
 C 
q"  k  21 
 r 

143
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

C1 ◄
q"  k
r2
A taxa de calor pode ser obtida multiplicando-se o fluxo de calor pela área superficial da esfera,
A  4r 2
C1 C1
q  q" A  kA 2
 k.4r 2
r r2
q  4kC1 ◄

CONDUÇÃO UNIDIMENSIONAL EM REGIME PERMANENTE


Seja uma parede plana separando dois fluidos em temperaturas diferentes (Fig. 9). Considere
a condução unidimensional de calor através da parede, em regime permanente, sem geração
interna. A temperatura é função somente de uma coordenada espacial (no caso x) e o calor é
transferido unicamente nesta direção. A transferência de calor ocorre por convecção do fluido
quente a T1 para a superfície da parede a TS1 em x = 0, por condução através da parede e por
convecção da superfície da parede em x = L a TS2 para o fluido frio a T2.

Figura 9 – Transferência de Calor através de uma Parede Plana


A determinação da distribuição de temperaturas no interior da parede é feita através da
solução da equação de calor. Em coordenadas cartesianas, esta equação é dada por
  T    T    T  T
 k    k    k   q  c p
x  x  y  y  z  z  t
Hipóteses:

 Condução unidimensional  T  T  0 
 y z 
 Sem geração interna q  0

 Regime permanente T  t
0 
A equação se reduz, então, a

144
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

d  dT 
k 0
dx  dx 
Considerando-se a condutividade térmica do material constante,
d 2T d 2T
k 0 ou 0
dx 2 dx 2
Integrando-se 2 vezes em x,
dT
 C1 T  C1x  C 2
dx
Para se determinar as constantes de integração C1 e C2, aplicam-se as condições de contorno:
T0  TS,1 TL  TS,2
Assim,
TS, 2  TS,1
C1  C 2  TS,1
L
 TS, 2  TS,1 
Tx     x  TS,1
 L 
Na condução unidimensional em regime permanente numa parede plana sem geração de
calor e com condutividade térmica constante, a temperatura é uma função linear de x.
A taxa de calor por condução no interior da parede é dada pela lei de Fourier
dT
q x  kA
dx
Derivando-se a equação encontrada para o perfil de temperaturas na direção x,

qx 
kA
TS,1  TS,2 
L
O fluxo de calor é dado por

 TS,1  TS,2 
qx k
q "x 
A L
Percebe-se, portanto, que, no interior da parede, a taxa e o fluxo de calor são constantes.
Resistência Térmica
Da mesma maneira que uma resistência elétrica se opõe à passagem de corrente em um
circuito, uma resistência térmica se opõe à passagem de calor. Definindo-se a resistência
como sendo a razão entre o potencial motriz e a correspondente taxa de transferência, a
resistência térmica assume a forma
T
Rt 
q
Assim, para a condução unidimensional através de uma parede plana

145
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

L
R t ,cond 
kA
Para a convecção
1
R t , conv 
hA
Para a radiação

R t ,rad 
1
hrA
onde 
h r   TS  T  TS2  T2 
Deve-se ressaltar que as resistências térmicas à convecção e à radiação assumem a mesma
forma para qualquer sistema de coordenadas, variando-se apenas a expressão utilizada para a
área. No entanto, a resistência à condução assume diferentes expressões para os diferentes
sistemas de coordenadas.
No exemplo da parede plana, toda a energia transferida do fluido quente para a superfície é
conduzida através da parede e, por sua vez, para o fluido frio, ou seja, a taxa de calor é
constante.
q x  q conv1  q cond  q conv2
ou

q x  h1AT,1  TS,1   TS,1  TS,2   h 2 ATS,2  T,2 


kA
L
Reescrevendo-se a equação anterior,
T,1  TS,1  TS,1  TS,2  TS,2  T,2 
qx   
1 L 1
h 1A kA h 2A
Utilizando-se o conceito de resistência térmica,
T,1  TS,1  TS,1  TS,2  TS,2  T,2 
qx   
R conv1 R cond R conv2
Pode-se então fazer um circuito térmico, análogo a um circuito elétrico, com a forma

146
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

Figura 10 – Circuito Térmico


Pode-se, da mesma forma, fazer um circuito térmico equivalente, em função da diferença
global de temperatura, definindo-se a resistência térmica total Rtot.
T,1  T,2
qx 
R tot
Como as resistências térmicas condutiva e convectivas estão em série,
R tot  R conv1  R cond  R conv2
1 L 1
R tot   
h 1A kA h 2 A

Parede Composta
Seja a condução de calor unidimensional, em regime permanente, através de uma parede
composta, constituída por materiais de espessuras e condutividades térmicas diferentes (Fig.
11).

Figura 11 – Transferência de Calor através de uma Parede Plana


A taxa de transferência de calor qx é dada por

147
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

T,1  TS,1 TS,1  TS,2 TS,2  TS,3 TS,3  TS,4 TS,4  T,4 T,1  T,4
qx      
1 LA LB LC 1 R tot
h 1A kAA k BA kCA h 4A

1 L L L 1
onde R tot   R t   A  B  C 
h 1A k A A k B A k C A h 2 A
No exemplo anterior, desprezaram-se as trocas de calor por radiação entre as superfícies da
parede e os fluidos. Ao se considerar estas trocas, a taxa total de calor entre a superfície e o
fluido seria dada como a soma das taxas de calor por convecção e radiação. A resistência
térmica à radiação seria inserida no circuito térmico associada em paralelo à resistência à
convecção, já que o potencial (T) entre a superfície e o fluido seria o mesmo. O circuito
térmico, se forem consideradas as trocas de calor por radiação, é dado por

Figura 12 – Circuito Térmico Equivalente

Exemplo 6 – Circuito térmico: parede plana


A parede composta de um forno possui três materiais, dois dos quais com condutividades
térmicas conhecidas, kA = 25 W/m.K e kC = 50 W/m.K. A espessuras dos 3 materiais são LA =
0,30 m e LB = LC = 0,15 m e a área da superfície é de 1 m2. Em condições de regime
permanente, medições efetuadas revelam uma temperatura na superfície externa do forno TS4
= 20oC, uma temperatura na superfície interna TS1 = 600 K e uma temperatura no interior do
forno T = 800 K. Se o coeficiente de transferência de calor por convecção no interior do
forno é 15 W/m2.K e a emissividade do material A vale 0,7, desenhe o circuito térmico
equivalente e calcule o valor da condutividade térmica do material B.

O circuito térmico equivalente do problema é mostrado na figura a seguir

148
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

Deve ser observado que, uma vez que não foram fornecidos dados a respeito de quaisquer fluidos que
possam estar em contato com a superfície C, o circuito termina na superfície externa do material C.
Como a temperatura da superfície interna TS1 é alta, os efeitos de radiação são importantes e devem ser
considerados nos cálculos.
Sabe-se que a taxa de transferência de calor é constante através da parede.
T  TS4 T  TS1 TS1  TS4
q   (1)
R eq R eq1 R eq 2

onde
R eq  R eq1  R eq 2

1 1 1
  R eq 2  R cond1  R cond2  R cond3
R eq1 R conv R rad

As resistências térmicas são dadas por


1 1
R conv    0,0667 K / W
hA 15 W / m 2 .K.1m 2

1
R rad 
hrA
onde

 
h r   T  TS1  T2  TS21  0,7.5,67 x10 8
W
2
m K 4
600 K  800 K  600 2  800 2 K 2  55,566 W
m2K
1
R rad   0,018 K / W
55,566 W / m 2 .K.1m 2
Assim,
R eq  0,01417 K / W

LA 0,30 m
R cond1    0,012 K / W
k A A 25 W / m.K.1m 2

LB 0,15 m 0,15
R cond2   2

k B A k B .1m kB

LA 0,15 m
R cond3    0,003 K / W
k A A 50 W / m.K.1m 2

0,15
R eq 2  0,012 K / W   0,003 K / W
kB
Substituindo-se os valores e expressões das resistências térmicas na equação (1), tem-se
T  TS1 TS1  TS4 800 K  600 K 600 K  293,15 K
  
R eq1 R eq 2 0,01417 K / W 0,015 K / W  0,15 / k B

k B  22,25 W / m.K ◄

149
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

Resistência de Contato
Em sistemas compostos, a queda de temperatura nas interfaces pode ser considerável. Esta
mudança de temperatura é atribuída a uma resistência térmica de contato. A existência de uma
resistência de contato se deve principalmente aos efeitos da rugosidade da superfície (Figura
13). Assim, existem regiões vazias na interface que são, na maioria dos casos, preenchidas
com ar. A transferência de calor é, portanto, devida à condução de calor através da área de
contato real e à condução e/ou radiação através das falhas.

Figura 13 – Resistência Térmica de Contato

A resistência de contato normalmente é adicionada ao circuito térmico como uma resistência


em série com as resistências à condução através dos materiais. Para uma área de interface
unitária, a resistência térmica de contato é definida pela expressão:
T T
R"tc  A B
q"x
Para sólidos cujas condutividades térmicas são superiores à do fluido presente nas falhas, a
resistência de contato pode ser reduzida pelo aumento da área dos pontos de contato. Este
aumento pode ser obtido por um acréscimo na pressão de contato ou junção e/ou pela redução
da rugosidade das superfícies em contato. A resistência de contato pode ser reduzida pela
seleção de um fluido com elevada condutividade térmica para preencher as falhas. Duas
classes de materiais que são adequadas para este propósito são os metais macios e as graxas
térmicas. Os metais podem ser inseridos na forma de finas folhas ou películas, ou aplicados
como um fino revestimento em um dos materiais em contato. As graxas térmicas à base de
silicone (silício) são alternativas interessantes, pois preenchem completamente os interstícios
entre os materiais.

Tabela 4 – Resistência Térmica de Contato Sólido/Sólido


Interface R”tc x104 (m2.K/W)
Chip de silício/alumínio esmerilhado com ar (27 – 500 kN/m2) 0,3 – 0,6
2
Alumínio/alumínio com folha de índio (~ 100 kN/m ) ~ 0,7
Aço inoxidável/aço inoxidável com folha de índio (~ 100 kN/m2) ~ 0,04
Alumínio/alumínio com revestimento metálico (Pb) 0,01 – 0,1
2
Alumínio/alumínio, com graxa Dow Corning 340 (~ 100 kN/m ) ~ 0,07
Alumínio/alumínio, com graxa Dow Corning 340 (~ 3500 kN/m2) ~ 0,04
Chip de silício/alumínio, com 0,02 mm de epóxi 0,2 – 0,9
Latão/latão com 15m de solda à base de estanho 0,025 – 0,14

150
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

Embora várias técnicas tenham sido desenvolvidas para estimar a resistência de contato, os
valores mais confiáveis são aqueles obtidos experimentalmente. A Tabela 4 apresenta valores
para a resistência de contato entre sólidos diferentes, com vários materiais intersticiais. A
Tabela 5 apresenta valores para a resistência de contato em uma interface de alumínio, para
diferentes fluidos interfaciais.

Tabela 5 – Resistência Térmica de Contato em uma Interface de Alumínio


Fluido Interfacial R”tc x104 (m2.K/W)
Ar 2,75
Hélio 1,05
Hidrogênio 0,720
Óleo de silicone 0,525
Glicerina 0,265

Configurações do tipo Série-Paralelo


Seja a parede composta apresentada na Fig. 14. Embora neste sistema a transferência de calor
seja bidimensional, é razoável a adoção da hipótese de condições unidimensionais. Com base
nestas hipóteses, podem ser usados dois circuitos térmicos diferentes, mostrados na Fig. 15.
No caso (a), supõe-se que as superfícies perpendiculares à direção x são isotérmicas e, no caso
(b), que as superfícies paralelas a x são adiabáticas. As taxas de calor são diferentes em cada
caso, representando um intervalo dentro do qual está a taxa real de transferência de calor. As
diferenças entre os resultados relativos dos dois circuitos aumentam com o aumento da
diferença de condutividade térmica entre os materiais B e C, já que os efeitos bidimensionais
se tornam mais importantes.

Figura 14 – Parede Composta Figura 15 – Circuitos Térmicos Equivalentes numa


Parede Composta

151
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

CONDUÇÃO UNIDIMENSIONAL EM REGIME PERMANENTE – SISTEMAS RADIAIS –


CILINDRO
Seja um cilindro oco cuja superfície interna se encontra exposta a um fluido quente e a
superfície externa, a um fluido frio (Fig. 16).

Figura 16 – Transferência de Calor através de um Cilindro Oco


A equação que governa a transferência de calor no interior do cilindro é

1   T  1   T    T  T
 kr   2  k    k   q  c p
r r  r  r     z  z  t
Se forem adotadas as hipóteses de

 Condução unidimensional  T  T  0 
  z 
 Sem geração interna q  0
 Regime permanente T t  0
a equação pode ser reduzida a
1 d  dT 
 kr   0
r dr  dr 
d  dT  d  qr 
 kr   0  0
d
q r   0
dr  dr  dr  2L  dr
ou
q r  constante
A taxa de calor é, portanto, constante no interior da parede do cilindro.
Considerando-se a condutividade térmica k constante,
k d  dT 
r   0
r dr  dr 

152
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

d  dT 
r   0
dr  dr 
Integrando-se uma vez em r,
dT
r  C1 ou
dr
dT C1

dr r
Integrando-se outra vez em r,
Tr   C1 ln r  C 2
Aplicando-se as condições de contorno
Tr  r1   Ts1
Tr  r2   Ts 2 ,
podem-se obter as constantes de integração C1 e C2
Ts1  Ts 2 Ts1  Ts 2
C1  C 2  Ts 2  ln r2
ln r1 / r2  ln r1 / r2 
Assim,
Ts1  Ts 2  r 
T ln    Ts 2
ln r1 / r2   r2 
A taxa de transferência de calor é dada por
dT dT
q r  kA  k 2rL
dr dr
Deve ser ressaltado que a área a ser usada é aquela perpendicular à direção da transferência de
calor, ou seja, a área lateral do cilindro.
dT 1 Ts1  Ts 2
Como 
dr r ln r1 / r2 
Ts1  Ts 2
q r  2Lk
ln r2 / r1 
O fluxo de calor é dado por
dT
q"r  k
dr
k Ts1  Ts 2
q r "
r ln r2 / r1 
A taxa de calor, portanto, é constante para qualquer posição radial (não depende do raio r), o
que não acontece com o fluxo de calor, que é função da coordenada radial r.

153
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

A resistência térmica à condução para sistemas radiais é dada por


Ts1  Ts 2
R cond 
qr
ln r2 / r1 
R cond 
2Lk
Parede Cilíndrica Composta
Considere a condução unidimensional de calor, em regime permanente, sem geração interna,
através de uma parede cilíndrica composta, como mostrado na Fig. 17.

Figura 17 – Transferência de Calor Através de uma Parede Cilíndrica Composta


A taxa de calor é constante através do cilindro. Assim, desprezando-se os efeitos radiativos,
T1  T 4 T1  Ts1 Ts1  Ts 2 Ts 2  Ts3 Ts3  Ts 4 Ts 4  T1
qr      
R tot R conv1 R cond1 R cond2 R cond3 R conv2
onde
1 ln r2 / r1  ln r3 / r2  ln r4 / r3  1
R tot   R t     
2r1Lh1 2k A L 2k B L 2k C L 2r4 Lh 4

Exemplo 7 – Circuito térmico: cilindro


Um fluido quente escoa no interior de um tubo cilíndrico de aço AISI 304, de raio interno
igual a 10 cm e raio externo igual a 12 cm e 2 m de comprimento. O coeficiente total de
transferência de calor (convecção + radiação) entre o fluido quente e a superfície interna do
tubo é 25 W/m2.K. Para diminuir as perdas térmicas para o ambiente a 15oC, o tubo foi
revestido por uma manta de fibra de vidro (emissividade 0,85), de 2,5 mm de espessura O
coeficiente convectivo externo é igual a 20 W/m2.K. Se a superfície externa do revestimento
se encontra a 80oC, determine:
a) A taxa total de calor trocada entre o fluido quente e o ambiente externo;

154
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

b) A temperatura do fluido quente.


a) O circuito térmico equivalente do problema é mostrado na figura a seguir

A taxa de transferência de calor é dada por


TS3  T 2
q (1)
R eq 2

onde
1 1 1
 
R eq 2 R conv2 R rad 2

As resistências térmicas são dadas por


1 1 1
R conv2     0,0325K / W
h c 2 A 2 h c 2 .2r3 L 20 W / m 2 .K.2.0,1225m.2 m

É importante ressaltar que a convecção externa deve ser calculada baseando-se na área superficial
externa do cilindro, A 2  2r3L , onde r3 é o raio externo do cilindro de aço, somado à espessura do
isolamento de fibra de vidro,
r3  r2  t  0,12 m  0,0025 m  0,1225 m
1 1
R rad 2  
h r 2 A 2 h r 2 .2r3 L

onde

 
h r 2   T  TS1  T2  TS21  0,85.5,67 x10 8
W
2
m K 4
353,15 K  288,15 K  353,152  288,152 K 2

W
h r 2  6,42
m2K
1
R rad 2   0,1012 K / W
6,42 W / m .K.2.0,1225m.2 m
2

Assim,
R eq2  0,246K / W

A taxa de transferência de calor é dada pela equação (1),

q
80  15 K
0,0246 K / W

q  2644 W ◄
Para se calcular a temperatura do fluido quente, T1, é necessário calcular as resistências térmicas Req1,
Rcond1 e Rcond2.
A primeira resistência é dada por

155
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

1 1 1
R eq1     0,03183 K / W
h1A1 h1.2r1L 25 W / m .K.2.0,1m.2 m
2

As resistências térmicas à condução são dadas por


ln r2 / r1 
R cond1 
2Lk 1
Da Tabela A.6, k1 = 14,9 W/m.K
ln 0,12 m / 0,10 m 
R cond1   0,00974 K / W
2.2 m.14,9 W / m.K

ln r3 / r3 
R cond2 
2Lk 2
Da Tabela A.6, k2 = 0,038 W/m.K
ln 0,1225 m / 0,12 m 
R cond1   0,04318 K / W
2.2 m. 0,038 W / m.K
Sabendo que
T1  TS3
q
R eq  R cond1  R cond2

T1  80 o C
2644 
0,03183  0,000974  0,04318

T1  200,9 o C  554,1K ◄

Espessura Crítica de Isolamento


Suponha que se deseje resfriar um cilindro oco, com a superfície interna exposta a um fluido
quente e a superfície externa, a um fluido frio (Fig. 18). Para se aumentar ou diminuir a taxa
de calor retirada do cilindro sem alterar as condições do escoamento externo, pode-se colocar
uma camada de um segundo material sobre o cilindro, com condutividade térmica diferente
do material do cilindro.

Figura 18 – Parede Cilíndrica Composta


A taxa de transferência de calor da superfície interna para o fluido frio irá depender da
espessura de material colocado, ou seja, do raio externo do “novo” cilindro, r2. Como a
resistência à condução aumenta com o raio e a resistência à convecção apresenta

156
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

comportamento inverso, deve existir uma espessura capaz de minimizar a resistência térmica
equivalente, maximizando a perda térmica (Fig. 19).

Figura 19 – Comportamento das Resistências Térmicas com r2

A taxa de calor é dada por


(TS1  T )
qr 
R eq
onde
ln( r2 / r1 ) 1
R eq  
2kL 2r2 hL
Assim,
2L(TS1  T )
qr 
ln( r2 / r1 ) 1

k r2 h
O máximo valor de qr é obtido fazendo-se
dq r
0
dr2

157
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

 1 1 
 2L(TS1  T )  2
 kr2 hr 
dq r
  2 
0
dr2 2
 ln( r2 / r1 ) 1 
  
 k r2 h 
Esta condição é satisfeita quando
k
r2  rc 
h
rc = Raio crítico
Como a derivada segunda de qr em relação a r2 é negativa, qr tem o seu valor máximo em r =
rc. O comportamento da resistência total é inverso, como mostrado na Fig. 19.

Exemplo 8 – Raio crítico


No Laboratório de Transferência de Calor da PUC Minas é feita uma experiência para
determinar o coeficiente convectivo associado ao escoamento de ar sobre um cilindro exposto
ao ar ambiente. O cilindro é feito de um material metálico e possui diâmetro externo de 2 in e
comprimento de 0,78 m. Ele é revestido externamente por lã de vidro (k = 0,06 W/m.K) com
1 in de espessura. A superfície interna do cilindro é aquecida pela passagem de uma corrente
elétrica (V = 30 V e i = 2,4 A). São medidas as temperaturas ambiente e da superfície interna
do revestimento.
a) Para uma temperatura ambiente de 20oC e uma temperatura interna do revestimento de
480oC, calcule o coeficiente convectivo externo;
b) Calcule o raio crítico de isolamento. A espessura do revestimento é superior ou inferior à
espessura crítica de isolamento? Determine, qualitativamente, o que aconteceria com a
temperatura interna do revestimento se a espessura do isolamento fosse tal que o raio externo
do revestimento fosse igual ao raio crítico de isolamento.
a) O circuito térmico equivalente do problema é mostrado na figura a seguir, desprezando-se os efeitos
de radiação

A energia gerada por efeito Joule é transferida por condução através do cilindro e do isolante e perdida
para o ambiente. Assim, pode-se dizer que

q  Ri 2  Vi  30 V.2,4 A  72 W
A taxa de transferência de calor é dada por
TS2  T
q
R cond2  R conv
onde a resistência à condução no isolante é dada por

158
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

ln r3 / r3 
R cond2 
2Lk 2
onde r2 e r3 representam, respectivamente, o raio interno e o raio externo do isolante térmico. O raio
externo pode ser obtido somando-se o raio interno à espessura do isolamento
d2 0,0508
r3  r2  t  t  m  0,0254 m  0,0508 m
2 2
É importante ressaltar que as unidades foram convertidas do sistema britânico (in) para unidades do
Sistema Internacional (m). Assim,
ln 0,0508 m / 0,0254 m
R cond2   2,357 W / m
2.0,78 m.0,06 W / m.K
O objetivo é determinar o coeficiente convectivo h. Para isso, deve-se determinar a resistência à
convecção externa.
Como
TS2  T
q ,
R cond2  R conv

TS2  T
R cond2  R conv 
q
ou
TS2  T
R cond2   R conv
q

480  C  20  C
R cond2   2,357 K / W  4,032 K / W
72 W
Mas
1 1
R conv  
hA h.2r3 L
Assim,
1
4,032 K / W 
h.2.0,0508 m.0,78 m

h  0,996 W / m 2 .K ◄
b) O raio crítico é dado por
k
rc 
h
0,06 W / m.K
rc 
0,996 W / m 2 .K
rc  0,060 m ◄

Para a espessura de isolante utilizada, o raio externo é menor que o raio crítico. Como a taxa de calor
perdida para o ambiente aumenta até ser atingido o raio crítico, se o raio externo fosse igual ao raio
crítico, a temperatura do isolamento seria menor.

159
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

CONDUÇÃO UNIDIMENSIONAL EM REGIME PERMANENTE – SISTEMAS RADIAIS –


ESFERA
Seja uma esfera oca cujas superfícies interna e externa se encontram, respectivamente, a
temperaturas Ts1 e Ts2 (Fig. 20), com Ts1>Ts2. Considere a transferência de calor
unidimensional, em regime permanente, sem geração interna nas paredes da esfera.

Figura 20 – Transferência de Calor através de uma Casca Esférica


Partindo-se da equação da condução do calor em coordenadas esféricas, pode-se obter o perfil
de temperaturas no interior da esfera, como feito para coordenadas cartesianas e cilíndricas.
Com o perfil de temperaturas, pode-se determinar a taxa de calor conduzida através da esfera,
dada por
4kTs1  Ts 2 
qr 
1 1
  
 r1 r2 
Assim, sabendo-se que

R cond 
Ts1  Ts2 
qr
a resistência condutiva é dada por
1 1 1
R cond    
4k  r1 r2 

TRANSFERÊNCIA DE CALOR EM SUPERFÍCIES EXPANDIDAS – ALETAS


O aumento da taxa de transferência de calor de uma superfície a temperatura constante para
um fluido externo (Fig. 21) pode ser feito através do aumento do coeficiente de convecção h
ou através da redução da temperatura do fluido T.

Figura 21 – Superfície da qual se quer Aumentar a Taxa de Transferência de Calor

160
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

Quando não é possível aumentar a taxa de calor por um destes modos, aumenta-se a área de
troca de calor, através da utilização de aletas (Fig. 22), que são elementos sólidos que
transferem energia por condução dentro de suas fronteiras e por convecção (e/ou radiação)
entre suas fronteiras e o ambiente. Elas são utilizadas para aumentar a taxa de transferência de
calor entre um corpo sólido e um fluido adjacente. Exemplos práticos de aplicações de aletas
podem ser vistos nos sistemas para resfriamento dos cilindros dos pistões de motocicletas e
nos tubos aletados utilizados para promover a troca de calor entre o ar e o fluido de operação
em um aparelho de ar condicionado.

Figura 22 – Colocação de Aletas para Aumentar a Taxa de Transferência de Calor


Tipos de Aletas
A Figura 23 ilustra diferentes configurações de aletas.

Plana, de seção reta uniforme Plana, de seção transversal não uniforme

Anular Piniforme (pino)


Figura 23 – Configurações de Aletas

161
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

Balanço de Energia para uma Aleta


Hipóteses:
 Condução unidimensional de calor
 Regime permanente
 Condutividade térmica da aleta constante
 Radiação térmica desprezível
 Sem geração interna de calor
 Coeficiente de convecção uniforme
Através de um balanço de energia, pode-se obter a equação que governa a condução de calor
através da aleta. Considerando-se um elemento infinitesimal de uma aleta de seção reta
variável (Fig. 24), pode-se afirmar que a taxa de energia que entra no volume de controle,
menos a taxa de energia que sai do volume de controle, mais a taxa de energia que é gerada,
deve ser igual à taxa de variação da energia no interior do volume de controle.

Figura 24 – Balanço de Energia em uma Superfície Expandida


Como a geração interna de calor foi desprezada e a transferência de calor ocorre em regime
permanente,
q x  q x dx  dq conv

q x  Energia transferida por condução para o volume infinitesi mal



onde q x dx  Energia transferida por condução do volume infinitesi mal
dq
 conv  Energia perdida por convecção para o fluido
A taxa de calor por condução na posição x é determinada pela lei de Fourier:
dT
q x  kA c
dx
onde Ac é a área da seção reta da aleta na posição x considerada.
Fazendo-se uma expansão em série de Taylor, pode-se determinar a taxa de calor por
condução na posição x + dx
q
q x dx  q x  dx
x
dT d  dT 
q x dx  kA c    kA c dx
dx dx  dx 

162
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

dT d  dT 
q x dx  kA c  k  Ac dx
dx dx  dx 
A taxa de calor por convecção transmitida do elemento infinitesimal para o fluido é dada por
dq conv  hdA s T  T 
onde dAs é a área superficial infinitesimal do elemento.
Substituindo-se as equações de taxa na equação do balanço de energia,
d  dT 
dx  hdA s T  T 
dT dT
 kA c  kA c  k  Ac
dx dx dx  dx 
d  dT 
dx  dA s T  T   0
h
 Ac
dx  dx  k
Como a área da seção reta Ac pode variar com x,
dT dA c d 2 T h dA s
 Ac 2  T  T   0
dx dx dx k dx

d 2T  1 dA c  dT  1 h dA s 
     T  T   0
dx 2  A c dx  dx  A c k dx 
Forma geral da equação da energia, em condições unidimensionais, em uma aleta.
Aletas com área da seção transversal constante
Quando a área da seção transversal da aleta é uniforme (Fig. 25), a equação anterior pode ser
simplificada.

Figura 25 – Aletas com Área da Seção Transversal Constante


dA c
A c  constante  0
dx
dA s
A s  Px  P
dx

163
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

d 2T
2

hP
T  T   0
dx kA c
Definindo-se a variável  (Excesso de Temperatura) como a diferença entre a temperatura da
superfície em uma posição x e a temperatura do fluido de resfriamento,
(x)  T(x)  T

d dT d 2 d 2T
 
dx dx dx 2 dx 2
d 2 hP
 0
dx 2 kA c
Definindo-se
hP
m2 
kA c

d 2
2
 m 2  0
dx
Esta é uma equação diferencial de segunda ordem, homogênea, com coeficientes constantes,
cuja solução geral tem a forma

( x)  C1e mx  C 2 e mx
Para resolver esta equação, é necessário ainda definir as condições de contorno apropriadas.
Uma condição pode ser especificada em termos da temperatura na base da aleta (x = 0)
Tx  0  Tb ou x  0  Tb  T   b
A segunda condição de contorno deve ser definida na ponta da aleta (x = L). Podem ser
especificadas quatro condições, cada uma correspondendo a uma situação física e levando a
uma solução diferente.
A. Transferência convectiva de calor na ponta da aleta
A taxa de calor que chega à extremidade da aleta por condução é dissipada por convecção
dT
 kA c  hA c (T(L)  T )
dx x L

d
k  h(L)
dx x L

Aplicando-se estas condições de contorno, chega-se a


( x ) coshm(L  x )  (h / mk )senhm(L  x )

b cosh(mL)  (h / mk )senh (mL)
A taxa de calor pode ser determinada através da aplicação da lei de Fourier
dT d
q f  kA c  kA c
dx x 0 dx x 0

164
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

Derivando-se a expressão encontrada para  (x),


senh(mL)  (h / mk ) cosh(mL)
q f  b . hPkAc
cosh(mL)  (h / mk )senh(mL)
Para simplificar a solução, define-se
M   b hPkAc ,

Assim, a equação para a taxa de calor pode ser dada por


 senh (mL)  (h / mk ) cosh(mL) 
q f  M 
 cosh(mL)  (h / mk )senh (mL) 
B. Ponta da aleta adiabática
dT
0
dx x L

ou
d
0
dx x L

Neste caso,
( x ) coshm(L  x )

b cosh(mL)

q f  M.tgh (mL)
C. Temperatura da ponta da aleta fixa e igual a TL
Tx  L  TL
ou
x  L  L

( x ) ( L /  b )senh(mx )  senhm(L  x )

b senh(mL)

 cosh(mL)  (L / b ) 
q f  M 
 senh (mL) 
D. Aleta muito longa
Neste caso, quando L  , TL  T ou  L  0
( x )
 e mx
b

qf  M
A figura 26 apresenta a distribuição de temperatura em uma aleta retangular, utilizando-se a
condição de contorno de aleta muito longa. Observa-se que, a partir de uma dada posição, a

165
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

temperatura da aleta não se altera. Isto acontece porque a aleta já alcançou a temperatura
ambiente. A partir deste ponto, como não há diferença entre as temperaturas da aleta e
ambiente, não há mais troca de calor por convecção. Percebe-se, portanto, que não haveria
necessidade de se utilizar um comprimento maior que Lmax.

Figura 26 – Distribuição de temperaturas em uma aleta muito longa

A Tabela 6 apresenta as equações de uma forma resumida.

Tabela 6 – Taxa de Calor e Distribuição de Temperatura


Condição de Distribuição adimensional de
Taxa de calor
contorno na ponta temperatura
Troca de calor ( x ) coshm(L  x )  (h / mk )senhm(L  x )  senh (mL)  (h / mk ) cosh(mL) 
 q f  M 
por convecção b cosh(mL)  (h / mk )senh (mL)  cosh(mL)  (h / mk )senh (mL) 
( x ) coshm(L  x )
Ponta adiabática  q f  M.tgh (mL)
b cosh(mL)

Temperatura fixa ( x ) ( L /  b )senh(mx )  senhm(L  x )  cosh(mL)  (L / b ) 


 q f  M 
T = TL b senh(mL)  senh (mL) 
( x )
Aleta muito longa  e mx qf  M
b

( x )  T( x )  T  b  Tb  T  L  TL  T ,
hP
m M   b hPkA c
kA c

166
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

Exemplo 9 – Aletas
Uma aleta retangular de alumínio, com 4 mm de espessura, 10 mm de largura e 12 cm de
comprimento, está acoplada a uma chapa plana cuja temperatura superficial é 85oC. O sistema
é exposto ao ar ambiente a 15oC. O coeficiente convectivo associado é 17W/m2.K. Determine
a taxa de calor dissipada pela aleta se a sua ponta for mantida a uma temperatura fixa de 20oC
e a temperatura na posição x = 5 cm.
O primeiro passo é calcular algumas grandezas que serão necessárias futuramente.
P  2 w  t   2 0,010 m  0,004 m  0,028 m

A c  wt  0,010 m.0,004 m  4x10 5 m 2

Da Tabela A.6, k = 237 W/m.K

hP 17 W / m 2 .K.0,028 m
m   7,09 m 1
kA c 237 W / m.K.4x10 5 m 2

 b  Tb  T  85o C  15o C  70 o C  70 K

 L  TL  T  20o C  15o C  5o C  5 K

W W
M   b hPkA c  70K 17 2
.0,028 m.237 .4x10 5 m 2  4,70 W
m .K m.K
A taxa total de transferência de calor pela aleta é dada por

qf  M
cosh(mL)  (L / b )
 4,70 W.
 
cosh 7,09 m 1.0,12 m  5 K / 70 K 
senh(mL) 
senh 7,09 m 1.0,12 m 
q f  6,45 W ◄
A temperatura adimensional em uma posição x da aleta é dada por
( x ) (L / b )senh (mx )  senhm(L  x )

b senh (mL)
ou
T( x )  T ( L /  b )senh(mx )  senhm(L  x )

Tb  T senh(mL)
Na posição x = 5 cm,

T  15 (5 K / 70 K)senh(7,09 m 1.0,05 m)  senh 7,09 m 1 (0,12 m  0,05 m)


85  15 senh(7,09 m 1.0,12 m)

T  54,7  C ◄

Desempenho da Aleta
As aletas são utilizadas para se aumentar a taxa de transferência de calor de uma superfície
devido ao aumento da área. No entanto, a aleta impõe uma resistência térmica à condução na
superfície original. Deve ser feita uma análise sobre o desempenho da aleta.

167
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

A Efetividade de uma aleta é definida como sendo a razão entre a taxa de transferência de
calor pela aleta e a taxa de transferência de calor que existiria sem a sua presença. A
utilização de aletas somente se justifica se f  2.
qf
εf 
hA c  b
onde Ac é a área da seção reta da aleta.
A Eficiência de uma aleta é definida como a razão entre a taxa de transferência de calor pela
aleta e a taxa máxima de transferência de calor que existiria pela aleta. Esta taxa máxima é
obtida quando toda a aleta se encontra à temperatura da base.
qf qf
ηf  
q max hA s  b
onde As = área superficial da aleta
Nas expressões anteriores, a taxa de calor qf é calculada de acordo com a condição de
contorno utilizada para a ponta da aleta.

Exemplo 10 – Eficiência de uma aleta


Uma barra cilíndrica de 5 cm de diâmetro e condutividade térmica 280 W/m.K é utilizada
para aumentar a taxa de calor retirada de uma superfície mantida a 120oC, exposta a um
ambiente a 15oC, com coeficiente convectivo igual a 25 W/(m2.K). Se a aleta tem 80% de
eficiência, calcule o seu comprimento, considerando a aleta muito longa.
P  d  0,05 m  0,157 m

d 2 0,05 m2
Ac    1,963x10 3 m 2
4 4
AS  PL  0,157 m.L

hP 25W / m 2 .K.0,157 m
m  3 2
 2,673 m 1
kA c 280 W / m.K.1,963x10 m

 b  Tb  T  120 C  15 C  105 C  105 K

W W
M   b hPkA c  105 K. 25 2
.0,157 m.280 .1,963x10 3 m 2  154,3 W
m .K m.K
A taxa total de transferência de calor pela aleta é dada por
q f  M  154,3 W
A eficiência da aleta pode ser calculada por
qf qf
ηf  
q max hA s  b
154,3
0,80  2
25W / m .K.0,157.L.105 K
L  0,467 m ◄

168
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

Em geral, não são encontrados sistemas com uma única aleta. São colocadas diversas aletas
em uma superfície, com o objetivo de se retirar uma quantidade maior de calor. A taxa total
de calor perdida pelo conjunto superfície + aletas é dada pela soma das taxas de calor
individuais. Considerando-se que todas as aletas do conjunto são iguais e que a presença de
uma aleta não interfere na taxa de calor dissipada por outra aleta, a taxa total de calor é dada
por
q t  Nqf  hA b  b
onde
N = número total de aletas
qf = taxa de calor perdida por uma aleta
Ab = área da superfície exposta – área da base das aletas
A eficiência da aleta f caracteriza o desempenho de uma única aleta. A eficiência global da
superfície o caracteriza o desempenho de um conjunto de aletas e da superfície da base sobre
a qual este conjunto está montado. Ela é definida como a razão entre a taxa de calor perdida
pelo conjunto e a taxa máxima de calor que poderia ser perdida pelo conjunto,
qt qt
ηo  
q max hA t  b
onde
At = área total exposta
A t  A b  NAs
A eficiência do conjunto pode ser dada também em função da eficiência de uma única aleta.
Se f é a eficiência de uma aleta, a taxa total de calor pode ser dada por

q t  Nf hAs b  hA b b
ou
 NAs 
q t  hNf A s  (A t  NAs ) b  hA t 1  1  f  b
 At 
Assim,
NAs
o  1  (1  f )
At

Exemplo 11 – Conjunto de aletas


Considere uma superfície quadrada, de lado l = 25 cm, em contato com dois fluidos
diferentes, como mostrado na figura. O lado interno é aquecido pela passagem do fluido 1,
com coeficiente convectivo h1 = 50W/m2.K, que mantém a superfície da placa a uma
temperatura constante de 100oC. Pelo lado externo, aletado, passa um fluido frio (fluido 2), a
uma temperatura de 20oC, proporcionando um coeficiente convectivo igual a 10W/m2.K.

169
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

Foram dispostas 16 aletas circulares, de 2 cm de diâmetro e 17 cm de comprimento cada,


igualmente distribuídas pela placa. As aletas, de cobre, foram isoladas na ponta. Considerando
que a temperatura externa da placa é igual à temperatura de sua superfície interna, determine:
a) A taxa de calor dissipada por uma aleta;
b) A taxa de calor dissipada pelo conjunto superfície + aletas;
c) A temperatura do fluido quente, considerando que todo o calor fornecido pelo fluido quente
seja dissipado para o fluido frio.

a) Para o cálculo da taxa dissipada por uma aleta, devem ser calculados os parâmetros
P  d  0,02 m  0,0628 m

d 2 0,02 m2
Ac    3,142x10 4 m 2
4 4
Da Tabela A.6, k = 401 W/m.K

h 2P 10W / m 2 .K.0,0628 m
m   2,233 m 1
kA c 401 W / m.K.3,142x10 4 m 2

 b  Tb  T2  100 C  20 C  80 C  80 K

W W
M   b h 2 PkA c  80 K. 10 2
.0,0628 m.401 .3,142x10 4 m 2  22,50W
m .K m.K
A taxa total de transferência de calor pela aleta é dada por

q f  M.tgh (mL)  22,50 W.tgh (2,233 m 1.0,17 m)


q f  8,157 W ◄
b) A taxa total de calor dissipada é dada pela soma da taxa de calor dissipada pelas aletas e pela taxa
de calor dissipada pela base,
q t  16.q f  q b  16.q f  h 2 A b Tb  T2 
onde
A b  l 2  NAc  0,25 m2  16.3,142x10 4 m 2  0,0575 m 2
Assim,

q t  16.8,157 W  10
W
2
m .K

0,0575 m 2 100 C  20 C 
q t  176,5 W ◄

170
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

c) Considerando que toda a taxa de calor fornecida pelo fluido quente é dissipada pelo conjunto
superfície + aletas, pode-se dizer que
q t  h1A t T1  Tb 

q t  h1l 2 T1  Tb 


176,5 W  500,25 m2 T1  100 C 
T1  156,5 C ◄

FUNDAMENTOS DA CONVECÇÃO
Considere um fluido qualquer, escoando com velocidade u e temperatura T sobre uma
superfície de forma arbitrária e área superficial A, como mostrado na Fig. 27.

Figura 27 – Transferência Convectiva de Calor

A Camada Limite Fluidodinâmica


Quando as partículas do fluido entram em contato com a superfície, elas passam a ter
velocidade nula (condição de não deslizamento). Estas partículas atuam no retardamento do
movimento das partículas da camada de fluido adjacente que, por sua vez, atuam no
retardamento do movimento das partículas da próxima camada e assim sucessivamente, até
uma distância y   , onde o efeito de retardamento se torna desprezível (Fig. 28). A
velocidade u aumenta até atingir o valor da corrente livre, u. A grandeza  é conhecida como
espessura da camada limite e é, usualmente, definida como o valor de y para o qual
u  0,99u  .
Como pode ser visto na figura, a espessura da camada limite depende da posição x.

Figura 28 – A Camada Limite Fluidodinâmica

171
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

A Camada Limite Térmica


Da mesma forma que há a formação de uma camada limite fluidodinâmica no escoamento de
um fluido sobre uma superfície, uma camada limite térmica deve se desenvolver se houver
uma diferença entre as temperaturas do fluido na corrente livre e na superfície. Considere o
escoamento sobre uma placa plana isotérmica mostrada na Fig. 29.

Figura 29 – A Camada Limite Térmica (TS > T)


No início da placa (x = 0), o perfil de temperaturas no fluido é uniforme, com T( y)  T . No
entanto, as partículas do fluido que entram em contato com a placa atingem o equilíbrio
térmico na temperatura superficial da placa, ou seja, T(x,0)  TS . Por sua vez, estas partículas
trocam energia com as partículas da camada de fluido adjacente, causando o desenvolvimento
de gradientes de temperatura no fluido. A região do fluido onde existem estes gradientes é
conhecida como camada limite térmica, e a sua espessura é definida como sendo o valor de y
no qual
Ts  T
 0,99
Ts  T
Com o aumento da distância x, os efeitos da transferência de calor penetram cada vez mais na
corrente livre e a camada limite térmica aumenta.
A Camada Limite de Concentração
A camada limite de concentração determina a transferência de massa por convecção em uma
parede. Se uma mistura de duas espécies químicas A e B escoa sobre uma superfície e a
concentração da espécie A na superfície é diferente da concentração na corrente livre, uma
camada limite de concentração irá se desenvolver. Ela é a região do fluido onde existem
gradientes de concentração, sendo sua espessura definida como o valor de y no qual
C A,S  C A
 0,99
C A,S  C A,
O perfil de concentração na camada limite (Fig. 30) é similar ao perfil de temperatura na
camada limite térmica.

172
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

Figura 30 – A Camada Limite de Concentração (CA,S > C A,)


Em um escoamento sobre uma superfície com diferença de temperatura e concentração entre
ambos, em geral, as camadas limite fluidodinâmica, térmica e de concentração não se
desenvolvem simultaneamente, ou seja, não possuem a mesma espessura    t   c  .
O objetivo da definição das camadas limite é a simplificação das equações que governam o
escoamento. No interior da camada limite fluidodinâmica,
u  v
u u v v
 , ,
y x y x
No interior da camada limite térmica,
T T

y x
Desta maneira, as equações podem ser simplificadas e a solução do problema se torna mais
fácil.
Determinação da taxa de calor
Considere novamente o escoamento de um fluido sobre uma superfície de forma arbitrária e
área superficial A, como mostrado na Fig. 27. Se a temperatura da superfície for superior à
temperatura do fluido, haverá uma transferência de calor por convecção da superfície para o
fluido. O fluxo térmico local é dado pela lei de resfriamento de Newton
q"  hTS  T 
onde h é o coeficiente local de transferência de calor por convecção.
Como as condições variam de ponto para ponto, q” e h irão variar ao longo da superfície. A
taxa total de transferência de calor é obtida integrando-se o fluxo ao longo da superfície
q   q" dAS   hTS  T dAS
Considerando-se que as temperaturas da superfície e do fluido sejam constantes e iguais,
respectivamente, a TS e T, a taxa de calor pode ser dada por:

q  TS  T  hdAS

Pode-se definir um coeficiente médio de transferência de calor por convecção h para toda a
superfície, de maneira a representar toda a transferência de calor

173
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

q  hA S TS  T 
Igualando-se as expressões para a taxa de calor, os coeficientes local e médio podem ser
relacionados por
1
h
AS  hdA S
AS

Para uma placa plana de comprimento L e largura b (Fig. 31),

Figura 31 – Escoamento sobre uma Placa Pana


A S x   bx

1
bL A
h hbdx
S

L
1
h   hdx
L0

De maneira análoga, se um fluido com concentração molar de um componente A igual a CA,


escoa sobre uma superfície cuja concentração molar de A é mantida em um valor uniforme
CA,S  CA,, haverá transferência do componente A por convecção. A taxa e o fluxo de
transferência de massa podem ser calculados através de um coeficiente local hm.
Se CA,S > CA,,
N"A  h m C A,S  C A, 
onde N”A: fluxo molar da espécie A (kmol/s.m2)
hm: coeficiente local de transferência de massa por convecção (m/s)
CA,S: concentração molar de A na superfície (kmol/m3)
CA,: concentração molar de A no fluido (kmol/m3)
A taxa total de transferência de massa em base molar pode ser escrita na forma
N A  h m AS C A,S  C A, 

174
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

onde h m : coeficiente global de transferência de massa por convecção (m/s)


De modo análogo à transferência de calor, o coeficiente médio é relacionado ao coeficiente
local por
1
hm 
AS  h m dA S
dAS

A transferência de uma espécie química também pode ser expressa em termos da massa,
através do fluxo mássico n”A (kg/s.m2) ou da taxa de transferência de massa nA (kg/s).
Multiplicando-se a equação para o fluxo molar pela massa molecular de A,
n"A  h m  A,S   A, 

n A  h m AS  A,S   A, 
onde A,S: densidade mássica (concentração) de A na superfície (kg/m3)
A,∞: densidade mássica (concentração) de A no fluido (kg/m3)

A densidade mássica e a concentração molar da espécie A estão relacionadas pela expressão:


 A  MM.C A
MM é a massa molecular do fluido.

Parâmetros Adimensionais
Os problemas de convecção consistem, basicamente, na determinação dos coeficientes de
convecção. Com eles, pode-se então determinar as taxas de transferência de calor. Em geral,
são obtidas equações empíricas em função de parâmetros adimensionais e, através de sua
definição, calculam-se os coeficientes convectivos. Estas correlações dependem da geometria
do escoamento (escoamento interno ou externo, sobre placa plana, no interior de um tubo,
etc.), do regime do escoamento (laminar ou turbulento), se a convecção é natural ou forçada,
etc. Os parâmetros adimensionais mais importantes na análise da convecção são listados a
seguir. Deve-se observar que alguns parâmetros são definidos em função de um comprimento
característico x. Para o escoamento sobre uma placa plana, o comprimento característico é a
distância x a partir da origem.
 Número de Reynolds
ux
Re x 

 Número de Nusselt
hx
Nu x 
k
 Número de Prandtl
 C p
Pr  
 k

175
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

 Número de Sherwood
hmx
Sh x 
D AB
 Número de Schmidt

Sc 
D AB
onde DAB é a difusividade de massa (m2/s)
Os valores das propriedades da água e do ar, necessárias para se determinar os adimensionais
anteriores, encontram-se nas Tabelas A.2 e A.3, para diferentes temperaturas. A difusividade
de massa é dada na Tabela A.7.
A transição para a turbulência, no interior de tubos, ocorre para números de Reynolds de
aproximadamente 2300. Para o escoamento sobre uma placa plana, esta transição ocorre para
Re = 5x105, ou seja, o número do Reynolds crítico (ou de transição) é dado por
u  x c
Re x ,c   5x105

onde u é a velocidade da corrente livre.
Para escoamento laminar (Rex < 5x105), a espessura da camada limite fluidodinâmica, na
forma adimensional, é
 lam 5

x Re x
A espessura da camada limite térmica é dada por

 Pr1 / 3
t
A espessura da camada limite de concentração é dada por

 Sc 1 / 3
c
O número de Nusselt local é dado por
hxx
Nu x   0,332 Re1x/ 2 Pr1/ 3 , válida para Pr  0,6
k
O número de Sherwood local é dado por
h mx x
Sh x   0,332 Re1x/ 2 Sc 1 / 3 , válida para Sc  0,6
D AB
Para escoamento turbulento (Rex > 5x105) , a espessura da camada limite fluidodinâmica, na
forma adimensional, é

176
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor
1 / 5
 turb  u 
 0,37 Re x1 / 5  0,37   x 1 / 5
x   
Quando as camadas limite laminar e turbulenta são comparadas, percebe-se que a turbulenta
cresce muito mais rápido, já que sua espessura varia com x4/5, enquanto no escoamento
laminar, a espessura varia com x1/2.
Para escoamentos turbulentos, todas as camadas limite apresentam aproximadamente a
mesma espessura.
   t  c
O número de Nusselt local é dado por

Nu x  0,0296 Re 4x / 5 Pr1/ 3 , válida para 0,6  Pr  60


O número de Sherwood local é dado por
Sh x  0,0296 Re 4x / 5 Sc 1 / 3 , válida para 0,6  Sc  3000
Uma vez que a temperatura do fluido varia ao longo do comprimento (camada limite térmica),
as propriedades do fluido sofrem variações que podem ser significativas ao longo do
comprimento da placa. Esta variação pode influenciar a taxa de transferência de calor. Esta
influência pode ser tratada se as propriedades do fluido forem avaliadas na temperatura média
da camada limite Tf, conhecida por temperatura do filme, definida por:
TS  T
Tf 
2
Exemplo 12 – Escoamento laminar
Ar a 20oC escoa sobre uma superfície plana, de 2 m de comprimento e 10 cm de largura,
mantida a 60oC. A velocidade da corrente livre é igual a 1 m/s. Determine: a) o coeficiente
convectivo global e b) as espessuras das camadas limite fluidodinâmica e térmica na posição
x = 1 m.
a)
Em primeiro lugar, deve-se calcular a temperatura do filme, ou seja, a temperatura média da camada
limite, na qual serão avaliadas as propriedades do ar.
TS  T 20 C  60 C
Tf    40 C
2 2
As propriedades do ar a 40C se encontram na Tabela A.3.
Como as equações para o cálculo do coeficiente convectivo e das espessuras das camadas limite
dependem do regime de escoamento, deve-se, em primeiro lugar, calcular o número de Reynolds para
determinar se o escoamento é laminar ou turbulento. O número de Reynolds para uma posição x
qualquer é dado por
u  x 1,0453kg / m 3 .1 m / s. x
Re x    52135x
 2,005x10 5 kg / m.s

Como se deseja calcular o coeficiente convectivo global sobre a placa, é necessário saber o número de
Reynolds na posição x = L = 2 m. Assim,
Re x 2 m  52135.2  1,04x105

177
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

Como Re < 5x105, o escoamento é laminar.


O coeficiente global de transferência de calor por convecção é dado por
L
1
h   hdx
L0

onde h é o coeficiente local de transferência de calor por convecção, obtido através do adimensional de
Nusselt para escoamento laminar,
hxx
Nu x   0,332 Re1x/ 2 Pr1 / 3
k
1 / 3 0,0287 W / m.K
 0,33252135x  0,703
k 1,934
h  0,332 Re 1x/ 2 Pr1 / 3  1/ 2
1/ 2

x x x
Assim,
2 2
1 1 x1/ 2
h 
2 0
1,934 x 1 / 2 dx  1,934
2 1/ 2 0

W
h  2,736 ◄
m 2 .K
b) A espessura da camada limite fluidodinâmica, para escoamento laminar, é dada por
5x

Re x

Para a posição x = 1 m, Re = 52135


5.1m

52135

  0,0219m ◄
A espessura da camada limite térmica é dada por

 Pr1 / 3
t
ou
 0,0219m
t  
Pr1/ 3
0,7031 / 3
  0,0246m ◄

Exemplo 13 – Escoamento turbulento


Água a 10oC escoa a 1m/s sobre uma superfície lisa, de 4 m de comprimento e 20 cm de
largura, mantida a 100oC. Determine o coeficiente global de transferência de calor entre a
placa e o escoamento e a taxa total de calor transferida da placa para a água.
Em primeiro lugar, deve-se calcular a temperatura do filme, ou seja, a temperatura média da camada
limite, na qual serão avaliadas as propriedades do ar.
TS  T 10 C  100 C
Tf    55 C
2 2

178
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

As propriedades da água, a 55C, podem ser interpolados a partir dos valores encontrados na Tabela
A.2.
O número de Reynolds para uma posição x qualquer é dado por
u  x 985,5 kg / m 3 .1 m / s. x
Re x    1,955x106 . x
 5,04x10  4 kg / m.s

O número de Reynolds na posição x = L é


Re x 4 m  1,955x106 .4  78,2x105

Como Re > 5x105, o escoamento é turbulento no final da placa. Considerando-se que a transição de
escoamento laminar para turbulento ocorre para Re = 5x105, a posição da placa em que o escoamento
se torna turbulento pode ser calculado por
u  x c
Re x ,c   5x105  1,955x106 x c  x c  0,256m

O coeficiente global de transferência de calor por convecção é dado por
L
1
L 0
h hdx

onde h é o coeficiente local de transferência de calor por convecção. No entanto, como no início da
placa o escoamento é laminar, o cálculo do coeficiente global deve ser feito através da seguinte
expressão

1  c 
x L

L  0 
h h lam dx  h turbdx

 xc 
onde

h lam 
Nu lam k
x
k
 0,332 Re 1x/ 2 Pr1 / 3  0,332 1,955x106 x
x
 
1/ 2
Pr1 / 3
k
x


h lam  0,332 1,955x106 x 1/ 2
3,221 / 3 0,648W / m.K  444,23 x 1 / 2
x

h turb 
Nu turb k
x
k
 0,0296Re 4x / 5 Pr1 / 3  0,02961,955x106 x
x
 4/5
3,221 / 3 0,648W / m.K  3055,86x 1 / 5
x
Assim,

1 
0, 256 4
h 
4  444,23x 1 / 2 dx   3055,86 x 1 / 5 dx 

 0 0, 256

W
h  2686,44 ◄
m 2 .K
A taxa total de calor é dada por

q  hATs  T   2686,44
W

.4 m.0,2 m. 100 C  10 C 
m 2 .K
q  193,4 kW ◄
Deve-se ressaltar que, se o coeficiente global fosse obtido pela integração do coeficiente local turbulento ao
longo de toda a placa, o erro na taxa de calor seria de aproximadamente 8%.

179
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

LISTA DE EXERCÍCIOS – TRANSFERÊNCIA DE CALOR

1)
a) Identifique os processos de transferência de calor que determinam a temperatura de
um pavimento de asfalto em um dia de verão.
b) Uma tela para lareiras com lâmina dupla de vidro é colocada entre uma lareira a lenha
e o interior de uma sala. A tela consiste em duas lâminas verticais de vidro que estão
separadas por um espaço através do qual o ar ambiente pode fluir (o espaço está aberto
no topo e no fundo). Identifique os processos de transferência de calor associados a
esta tela de lareira.
2) Uma parede de concreto, com área superficial de 20 m2 e espessura de 0,25 m, separa uma
sala com ar condicionado do ar ambiente. A superfície interna da parede é mantida a 25oC
e a condutividade térmica do concreto é 1 W/mK. Determine a taxa de calor perdida
através da parede para as temperaturas da superfície externa de -15oC e 38oC, que
correspondem aos extremos atingidos no inverno e no verão. Comente os resultados.

Exercício 2
3) A parede de um forno industrial é construída em tijolo refratário com espessura de 0,15 m
e condutividade térmica de 1,7 W/(m.K). Medições efetuadas durante a operação em
regime permanente revelaram temperaturas de 1400 K e 1150 K nas superfícies interna e
externa da parede do forno, respectivamente. Qual a taxa de calor perdida através de uma
parede com dimensões 0,5 m x 3,0 m?
4) Um aquecedor elétrico encontra-se no interior de um cilindro longo de diâmetro igual a 30
mm. Quando água, a uma temperatura de 25oC e velocidade de 1 m/s, escoa
perpendicularmente ao cilindro, a potência por unidade de comprimento necessária para
manter a superfície do cilindro a uma temperatura uniforme de 90oC é de 28 kW/m.
Quando ar, também a 25oC, mas a uma velocidade de 10 m/s está escoando, a potência
necessária para manter a mesma temperatura superficial é de 400 W/m. Calcule e compare
os coeficientes de transferência de calor por convecção para os escoamentos da água e do
ar.
5) Uma superfície com área de 0,5 m2, emissividade igual a 0,8 e temperatura de 150oC é
colocada no interior de uma grande câmara de vácuo cujas paredes são mantidas a 25oC.
Qual a taxa de emissão de radiação pela superfície? Qual a taxa radiante líquida trocada
entre a superfície e as paredes da câmara?
6) Uma tubulação de vapor sem isolamento térmico passa através de uma sala onde o ar e as
paredes se encontram a 25ºC. Considere que o coeficiente associado à transferência de
calor por convecção é de 15 W/m².K. O diâmetro externo do tubo é de 70 mm, a
temperatura de sua superfície é de 200ºC e a sua emissividade é 0,8. Para um
comprimento de tubo de 5 m, determine a taxa de emissão de radiação pela superfície e a
taxa total de calor perdida pela superfície.
7) Um circuito integrado quadrado com lado w = 5 mm opera em condições isotérmicas. O
chip está alojado no interior de um substrato de modo que suas superfícies laterais e
inferior estão bem isoladas termicamente, enquanto sua superfície superior encontra-se
180
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

exposta ao escoamento de uma substância refrigerante a temperatura de 15oC. A partir de


testes de controle de qualidade, sabe-se que a temperatura do chip não deve exceder a
85oC. a) Se a substância refrigerante é o ar, com coeficiente de transferência de calor por
convecção correspondente de 200 W/m2K, qual a potência máxima que pode ser dissipada
pelo chip? b) Se a transferência líquida de calor por radiação da superfície do chip para a
vizinhança também for considerada, qual o aumento na potência máxima que pode ser
dissipada pelo chip? A emissividade da superfície do chip é 0,9.
8) Um calefator elétrico tem a forma de um cilindro, com comprimento L = 200 mm e
diâmetro externo D = 200 mm. Nas condições normais de operação, o calefator dissipa 2
kW, imerso em uma corrente de água a 20oC, que proporciona um coeficiente de
transferência convectiva de calor h = 5.000 W/m².K. Calcule a temperatura da superfície
do calefator, Ts, desprezando a transferência de calor pelas suas extremidades. Num certo
instante, o fluxo de água é suspenso e o calefator continua a operar com a superfície
exposta ao ar, que também está a 20oC, mas que tem h = 50 W/m².K. Qual será então a
temperatura da superfície do calefator? Quais são as conseqüências da interrupção do
fluxo de água?
9) As temperaturas das superfícies interna e externa de um vidro de janela são 20oC e –12oC,
respectivamente. Se o vidro tem 80cm por 40cm, espessura de 1,6cm e condutividade
térmica k = 0,78 W/(mK), determine: a) a taxa de transferência de calor através do vidro
da janela e b) a perda de calor através do vidro durante três horas.
10) Considere uma placa de espessura L = 1,0m e condutividade térmica k = 20 W/mK, sem
geração interna de calor. A superfície em x = 0 está mantida na temperatura uniforme T 1 e
a superfície em x = L, na temperatura uniforme T2. Calcule o fluxo de calor através da
placa, em condições estacionárias, em cada um dos seguintes casos:
T1 (oC) 100 -20 -40
T2 (oC) 0 40 -10
11) A distribuição permanente de temperatura, numa parede unidimensional de condutividade
térmica k e espessura L, tem a forma T  ax 3  bx 2  cx  d . Obtenha a expressão para a
taxa de geração de calor por unidade de volume da parede e os fluxos de calor nas duas
faces da parede (x = 0 e x = L).
12) A distribuição permanente de temperatura em uma parede com 0,3 m de espessura é dada
por T(x)  a  bx  cx 2 , onde T é dado em K e x em metros, a  400K , b  400K / m e
c  300 K / m 2 . A parede possui uma condutividade térmica de 1,2 W/m.K e uma área de
2 m2 .
a) Determine a taxa de transferência de calor em x = 0 e em x = L;
b) Se a superfície externa (x = L) está exposta a um fluido a 100C, qual o coeficiente de
transferência de calor por convecção entre esta superfície e o fluido?
13) A taxa de calor em uma parede plana, de condutividade térmica k = 12 W/m.K, é dada
pela expressão q  12000 x 2  3600 x  2400 , onde x é dado em m e a taxa de calor em W.
A área transversal da parede é de 4 m2 e a sua espessura L é de 50 cm. Sabendo que a
temperatura da superfície externa (x = L) é de 450 K, determine:
a) A temperaturas da superfície interna da parede (x = 0);
b) Uma expressão para a taxa de geração de energia por unidade de volume.
14) No interior de uma parede plana com espessura L = 20 cm e condutividade térmica k igual
a 50 W/m.K, ocorre uma geração interna de 20 kW/m3. Se as temperaturas das faces
interna (x = 0) e externa (x = L) são mantidas em, respectivamente, 290 K e 325 K,
obtenha uma expressão para a distribuição de temperaturas no interior da parede.
15) Em uma parede com 0,5 m de espessura e 10 m2 de área, há uma geração uniforme de
calor, q = 10.000 W/m3. A temperatura interna da parede (x = 0) é 100oC e a externa (x =

181
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

0,5m), 250oC. Considerando condições de regime permanente, obtenha a equação da


distribuição de temperatura ao longo da espessura da parede e o fluxo de calor nas
posições x = 0 e x = 0,5 m. Considere a condutividade térmica da parede k = 20W/mK.
16) Em uma parede plana com 5 cm de espessura e condutividade térmica de 20 W/m.K, há
uma geração interna de calor uniforme q  1000 W / m . A temperatura interna da
3

superfície (x = 0) é mantida em 300 K, enquanto a temperatura da superfície externa é


mantida em 380 K.
a) Determine a distribuição de temperaturas no interior da parede;
b) Determine o fluxo de calor na superfície externa.
17) Em uma parede plana de tijolo com 20 cm de espessura e área de seção transversal de 4

m2, há uma geração não uniforme de calor, dada por q  ax  b q em W / m3 , onde
a  5000W / m 4 e b  800W / m3 . A superfície em x = 0 está exposta a um fluido
quente, mantendo sua temperatura constante em 450 K. A superfície em x = L está a
temperatura ambiente, T = 300 K. Obtenha uma expressão para a distribuição de
temperaturas ao longo de x e uma expressão para a taxa de calor ao longo de x.
18) Uma parede plana, de espessura L = 0,15 m e área de 3 m2, tem suas faces mantidas em
temperaturas constantes T(x = 0) = 300 K e T(x = L) = 400 K. Há uma geração interna de
calor no interior da parede, dada por q  30.000 x  400 (W/m3). Se a condutividade
térmica do material da parede é constante e igual a 20 W/(m.K), determine a distribuição
de temperaturas no interior da parede e o fluxo de calor em x = 0.
19) A taxa de calor em uma parede de condutividade térmica k = 0,75 W/m.K tem a forma
q  ax 2  bx  c , onde a  1000 W / m 2 , b  500 W / m e c  50 W . A parede tem
uma área transversal A = 2 m2 e uma espessura L = 0,2 m. Se a temperatura da superfície
interna da parede (x = 0) é igual a 20C, determine a temperatura da superfície externa (x
= L) e os fluxos de calor nas posições x = 0 e x = L. Considere a condução unidimensional
em regime permanente.
20) A taxa de calor em uma parede plana de condutividade térmica de 0,35 W/m.K, com 2 m 2

de área transversal e 0,15 m de espessura tem a forma q( x)  ax  bx  c , onde


3 2

a  15 000W / m3 , b  2000W / m 2 e c  150W . A temperatura da superfície interna


(x = 0) é 400K. Determine a temperatura da superfície externa (x = L).
21) Uma parede plana de 50 cm de espessura e condutividade térmica de 50 W/(m.K) tem sua
face interna mantida em uma temperatura constante de 300 K e sua face externa, em 360
K. No interior da parede há uma geração interna de calor dada por q  50.000x  5000,
onde q é dado em W/m3.
a) Obtenha a distribuição de temperaturas no interior da parede;
b) Sobre a superfície externa, escoa ar a 230C. Determine o coeficiente de troca de calor
por convecção entre a superfície e o ar.
22) No interior de uma parede plana de espessura L = 0,5 m, há uma geração interna de calor
dada por q  3.000x 2  500 (em W/m3, sendo x dado em m). A parede tem condutividade
térmica constante e igual a 50 W/m.K). Na superfície interna (x = 0), a temperatura é
mantida constante em 500 K. Na superfície externa (x = L), a temperatura é mantida em
400 K.
a) Obtenha o perfil de temperaturas no interior da parede.
b) Determine o fluxo de calor em x = L/2.
23) No interior de uma parede plana de espessura L = 0,5 m, há uma geração interna de calor
uniforme de 3 kW/m3. A condutividade térmica do material da parede varia de acordo

182
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

c
com k  , onde c = 40, a = 1, b = 1 e x é dado em m. A superfície interna da parede
a  bx
(x = 0) está em contato com um fluido aquecido, que mantém sua temperatura constante
em 80˚C. A superfície externa (x = L) é mantida em 20˚C.
a) Obtenha uma expressão para o perfil de temperaturas no interior da parede.
b) Determine o fluxo de calor em x = L. Neste ponto, a parede está ganhando ou
perdendo calor? Justifique.
24) Uma parede plana, de espessura L = 0,15 m, tem suas superfícies mantidas em
temperaturas constantes T (x = 0) = 300 K e T (x = L) = 400 K. Há uma geração uniforme
de calor de 20.000 W/m3 no interior da parede. Devido à grande variação de temperatura
entre as superfícies, a condutividade térmica do material varia de acordo com a equação
1
k , onde a e b são constantes (a = 3,33x10-4 K/W e b = 2,49x10-3 m.K/W).
ax  b
Obtenha uma expressão para a distribuição de temperaturas no interior da parede.
25) A superfície interna (x = 0) de uma parede plana tem sua temperatura mantida constante
em 300 K e a superfície externa (x = L), em 450 K. A condutividade térmica do material
c
da parede varia de acordo com k  , onde a = 12, b = -10 e c = -120. x é dado em m
ax  b
e k, em W/m.K. Considere B = 20 cm, H = 80 cm e L = 50 cm (veja figura).
a) Determine a distribuição de temperaturas na parede
b) Determine a taxa de calor em x = L/2.

Exercício 25
26) Um cilindro oco, de raio interno r1 = 0.8 m e raio externo r2 = 1.0 m, tem as suas paredes a
temperaturas constantes Ts1 = 40oC e Ts2 = 85oC, respectivamente. Há uma geração
interna de energia entre as paredes do cilindro, dada por q = 2000r, onde r é o raio do
cilindro em uma posição arbitrária. Considerando condução unidimensional em regime
permanente e a condutividade térmica do material constante e igual a k = 10 W/mK,
determine a distribuição de temperatura na parede do cilindro e o fluxo de calor nas
posições r = 0,8 m e r = 1,0 m.
27) Um cilindro oco de ferro, de raio interno r1 = 0,5 m e raio externo r2 = 1,0 m, tem as suas
paredes mantidas a temperaturas constantes T(r1) = 450 K e T(r2) = 300K. Há uma
q  2000 / r
geração interna de calor entre as paredes do cilindro, dada por , onde r é o
raio do cilindro em uma posição arbitrária. Para condições de regime permanente,
determine a temperatura e a taxa de calor por unidade de comprimento na posição r = 0,75
m.
28) Um cilindro oco de ferro, de 80 cm de raio interno (r1) e 1 m de raio externo (r2), tem
suas paredes mantidas a temperaturas constantes T(r1) = 350K e T(r2) = 450 K. No
interior das paredes do cilindro, há uma geração uniforme q  10 kW / m3 .

183
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

a) Obtenha uma equação para a distribuição de temperaturas no interior da parede.


b) Determine a taxa de transferência de calor por unidade de comprimento, em r = 0,8 m
29) No interior de um cilindro oco de aço (k = 20 W/m.K), há uma geração interna de calor
uniforme, dada por q  5 kW / m 3 . Na superfície interna (r1 = 0,5 m), a temperatura é
mantida constante em 600K. Na superfície externa (r2 = 1,0 m), a temperatura é mantida
constante em 400 K.
a) Obtenha o perfil de temperaturas no interior da parede.
b) Determine a taxa de calor (por unidade de comprimento) em r = r2. O calor está sendo
transferido do cilindro para o ambiente ou do ambiente para o cilindro? Justifique.
30) No interior de um cilindro oco há uma geração interna uniforme de calor dada por
q  3000 W / m 3 . O cilindro tem sua parede interna (r = r1 = 50 cm) mantida em uma
temperatura de 400 K pela passagem de um fluido aquecido. A parede externa (r = r2 =
100 cm) é mantida em 300 K. A condutividade térmica do material do tubo pode ser
assumida constante e igual a 20 W/m.K. Considere condições de regime permanente.
a) Obtenha uma expressão para a distribuição de temperaturas no interior do tubo;
b) Determine o fluxo de calor na superfície interna do tubo;
c) Sabendo que o fluido escoa no interior do tubo a uma temperatura de 450 K,
determine o valor do coeficiente convectivo associado à transferência de calor entre o
fluido e a superfície interna do tubo. Despreze efeitos de radiação
31) Uma casca esférica, de raio interno r1 = 1,0 m e raio externo r2 = 1,2 m, tem suas paredes
mantidas em temperaturas constantes T(r1) = 300 K e T(r2) = 450 K. Há uma geração
interna de calor entre as suas paredes, dada por q  2000/ r 2 , onde r é o raio da casca em
uma posição arbitrária e q é dado em W/m3. A condutividade térmica do material da
casca pode ser modelada por k  50 / r 2 , onde k é dada em W/(m.K).
a) Para condições de regime permanente e condução unidimensional, obtenha uma
expressão para a distribuição de temperaturas ao longo da parede.
b) Obtenha a taxa de calor na posição r = 1,2 m.
32) Uma esfera oca, de raio interno r1 e raio externo r2, tem as suas paredes mantidas em
temperaturas T(r1) = Ts1 e T(r2) = Ts2.
a) Para condições de regime permanente, condução unidimensional e ausência de
geração interna, obtenha uma expressão para a distribuição de temperaturas ao longo
da parede, a partir da equação da difusão de calor.
b) Obtenha uma expressão para a taxa de calor conduzida através da parede.
c) Sabendo que a resistência térmica à condução é dada por R = T/q, determine a
resistência à condução para esta situação.
33) Uma casca esférica de alumínio possui uma geração interna de calor q  5000W/m 3 . A
temperatura no raio interno r1 = 0,2 m é de 200 K e a temperatura na posição
correspondente ao raio externo r2 = 0,5 m, é de 250 K. Determine a distribuição de
temperaturas ao longo do raio r e a temperatura e o fluxo de calor na posição radial r =
0,35 m.
34) Uma casca esférica de alumínio possui uma geração interna dada por q  2000/ r 2 , onde
r é o raio da casca em uma posição arbitrária. No raio interno da casca (r1 = 0,6 m), a
temperatura é de 500 K. No raio externo, r2 = 1,0 m, a temperatura é de 300K.
a) Para condições de regime permanente e condução unidimensional, obtenha uma
expressão para a distribuição de temperaturas ao longo da parede.
b) Obtenha a taxa de calor na posição r = 1,0 m.
35) A distribuição de temperaturas em uma esfera é dada por
T  475r  2200r  6700 ln r  . Determine a taxa de geração de energia por unidade
3 2

184
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

de volume em uma posição radial arbitrária r. Calcule ainda a taxa de calor em r = 1 m, se


a condutividade térmica do material da esfera é k = 50 W/m.K.
36) Uma mistura quimicamente reativa é armazenada no interior de um recipiente esférico, de
raio interno r1 = 200 mm, raio externo r2 = 220 mm e feito de um material com
condutividade térmica igual a 0,05 W/m.K. A reação exotérmica gera uma taxa uniforme
de calor, q  4000W/m 3 . As temperaturas interna e externa do reator são mantidas,
respectivamente, em 95oC e 40oC. Considerando condução unidimensional de calor em
regime permanente no interior do recipiente, determine a distribuição de temperaturas no
interior do reator.
37) Uma parede plana é um compósito de materiais, A e B, de condutividades térmicas 75
W/(m.K) e 150 W/(m.K), respectivamente e de 50 mm de espessura cada. A parede feita
do material A possui uma geração uniforme de energia dada por q  1,5x106 W / m3 .
a) Sabendo que as faces da parede constituída pelo material A possuem temperaturas T1
= 415 K e T2 = 390 K, obtenha uma expressão para a distribuição de temperaturas ao
longo da parede.
b) Obtenha o fluxo de calor na posição x = LA (ou seja, na interface entre as duas
paredes).
c) Considerando que não existe geração interna na parede feita pelo material B,
determine a temperatura do fluido de resfriamento T, para um coeficiente convectivo
de 1000 W/(m2.K).

Exercício 37
38) Um chip de silício é encapsulado de tal modo que, sob condições de regime permanente,
toda a potência por ele dissipada é transferida por convecção para uma corrente de fluido,
com coeficiente convectivo de 10000 W/m2.K e temperatura de 25C. O chip está
separado do fluido por uma placa de alumínio com 4 mm de espessura. Se a área da
superfície do chip é de 100 mm2 e sua temperatura máxima permissível é de 85C, qual é
a máxima potência que pode ser dissipada pelo chip?
39) As paredes de um refrigerador são normalmente construídas encaixando-se uma camada
de isolante entre painéis metálicos. Considere uma parede construída com isolante de fibra
de vidro com condutividade térmica 0,046 W/m.K e espessura de 50 mm e com painéis de
aço, com condutividade de 60 W/m.K e 3 mm de espessura. Se a parede separa o ar
refrigerado a 4C do ar ambiente a 25C, qual é o fluxo de calor transferido? Os
coeficientes associados à convecção natural nas superfícies interna e externa podem ser
aproximados por hi = ho = 5 W/m2.K.
40) Uma casa tem uma parede composta de madeira, isolamento de fibra de vidro e gesso,
conforme a figura. Num dia frio de inverno, o coeficiente de transferência convectiva de
calor é hi = 60 W/m2K no interior e ho = 30 W/m2K no exterior. A área superficial total da
parede é 350 m2. Se a temperatura no interior da parede é T i = 20oC, a temperatura
ambiente externa é T o = -15oC,as espessuras das camadas de gesso, fibra e madeira são,

185
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

respectivamente, Lg = 10 mm, Lf = 100 mm, Lm = 20 mm, e as condutividades térmicas do


gesso, da fibra de vidro e da madeira são, respectivamente, kg = 0,17 W/mK, kf = 0,038
W/mK e km = 0,16 W/mK, determine:
a) a resistência térmica total do sistema,
b) a taxa de calor perdida para o exterior.

Exercício 40
41) A face esquerda de uma placa plana de área transversal igual a 1,0 m2 e espessura igual a
0,25 m, de aço inox 304 (emissividade 0,4), está exposta a um ambiente determinado por
uma temperatura de 850C e coeficiente convectivo igual a 10 W/m2.K. A temperatura na
face esquerda é igual a 630C. Determine a taxa de calor trocada e a temperatura na face
direita da placa.
42) Uma parede composta é constituída por uma placa de ferro de espessura L1 = 3 cm, por
uma camada de compensado de madeira de espessura L2 = 0,5 cm e por um isolamento de
espessura L3 = 4 cm e condutividade térmica k = 0,05 W/mK. a) Calcule o fluxo de calor
através desta parede composta, com uma diferença de temperatura de 400oC entre as
superfícies interna (ferro) e externa (isolamento). b)Se a diferença de temperatura entre a
superfície externa e o ar for de 25oC, calcule o coeficiente convectivo de calor entre a
parede externa e o ar.
43) Uma parede plana de área 10 m2 separa dois ambientes. A superfície externa é mantida a
80°C pela passagem de um fluido a 30°C, com coeficiente convectivo de 5 W/m2K. A
parede é constituída por 3 materiais distintos: na superfície interna, aço (k = 15 W/mK e
espessura de 15 cm), em seguida uma parede de vidro de 10 cm de espessura (k = 1,4
W/mK) e um isolamento de fibra de vidro (k = 0,04 W/mK, emissividade 0,7 e 2 cm de
espessura) na superfície externa Determine a temperatura na superfície interna.
44) Um vidro duplo de janela é constituído por duas placas de vidro de 7 mm de espessura,
com um espaço cheio de ar entre elas, com a espessura de 7 mm. A janela separa o ar
ambiente interno, a 20oC, do ar do ambiente externo, a -10oC. O coeficiente convectivo
associado à face interna (ambiente interno) é 10 W/m2K e o associado ao lado externo
(ambiente externo) é 80 W/m2K. Pode-se admitir que o ar entre os vidros esteja parado.
Considere kvidro = 1,4W/mK e kar = 0,0263W/mK. a) Qual é a perda de calor através da
janela, com 0,8m de comprimento e 0,5m de largura? b) Calcule qual seria a taxa de calor
se a janela fosse constituída por apenas uma folha de vidro com 7 mm de espessura.
Comente o resultado.
45) O vidro traseiro de um automóvel é desembaçado pela fixação de um aquecedor em
película, fino e transparente, sobre sua superfície interna. O seu funcionamento fornece
um fluxo de calor uniforme na superfície interna do vidro. Para um vidro com 6 mm de
espessura e 2 m2 de área, determine:
a) a potência elétrica necessária para manter a temperatura na superfície interna em
15C, quando a temperatura do ar no interior do carro e o respectivo coeficiente
convectivo são de 25C e 12 W/m2.K e a temperatura e o coeficiente no lado externo
do carro são de -10C e 56 W/m2.K;
b) a condutividade térmica do vidro do carro, desprezando a espessura do aquecedor.

186
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

46) Deve ser construída uma parede com 5 cm de espessura para separar dois ambientes. A
temperatura do ambiente interno é igual a 100oC e o coeficiente de transferência de calor
associado é igual a 25 W/m2K. No ambiente externo, passa um fluido a uma temperatura
de 0oC, com um coeficiente convectivo de 60 W/m2K. Qual deve ser a condutividade
térmica do material da parede para garantir que a parede, com 3,5 m2 de área, dissipe uma
taxa de calor de 5 kW?
47) Uma parede composta, de 2 m2 de área, é utilizada para separar dois ambientes. O
ambiente interno é mantido a 25oC e o ambiente externo, a -15oC. Os materiais A e B
possuem condutividades térmicas de, respectivamente, 0,17 W/m.K e 0,1 W/m.K. A
espessura do material A é de 10 mm. Os coeficientes convectivos interno e externo são
iguais a 50 W/m2.K e 25 W/m2.K e a temperatura da superfície interna é mantida em
20oC. Desprezando efeitos de radiação, determine:
a) A taxa de calor trocada e
b) A espessura do material B

Exercício 47
48) Um aparelho de ar condicionado é programado para manter a temperatura no interior de
um recinto fixa em 20oC. Se a temperatura do ambiente externo é de –5oC, calcule a taxa
de calor transferida do ambiente interno para o externo nas situações a seguir: a) A parede
é constituída apenas por uma camada de tijolo comum com 10cm de espessura. b) A
parede é constituída por uma camada de tijolo comum com 10 cm de espessura e por uma
camada de gesso (k = 0,25 W/m.K) com 10 cm de espessura. Para ambos os casos,
considere o coeficiente convectivo interno h1 = 15 W/m2.K e o coeficiente convectivo
externo h2 = 20 W/m2.K. A área da parede é de 10m2.
49) Um ambiente a 100C deve ser separado do ambiente externo a 20C por meio de uma
parede composta formada por dois materiais. O material A tem 10 cm de espessura e
condutividade térmica de 2,5 W/m.K. Sabendo que a espessura do material B é de 10 cm,
determine a sua condutividade térmica, necessária para garantir que a temperatura da
superfície externa (Ts3) seja de 50C. Os coeficientes convectivos associados aos
escoamentos interno e externo são, respectivamente, 25 W/(m2.K) e 5 W/(m2.K).
Despreze efeitos de radiação.

Exercício 49
50) Uma casa está exposta a um fluxo de calor uniforme devido à radiação solar de 100W/m 2.
Deseja-se manter a temperatura no interior da casa em um valor o mais baixo possível.
Em uma dada face, tem-se a opção de utilizar uma parede de tijolo (k = 0,7 W/m.K) de 10
187
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

cm de espessura ou uma placa de vidro pyrex de 6 mm de espessura. Se a temperatura na


superfície externa da parede (vidro ou tijolo) é constante e igual a 50C, calcule a
temperatura do ar no ambiente interno para cada uma das duas situações (parede de vidro
ou parede de tijolo) e determine qual material irá permitir alcançar um menor valor de
temperatura no ambiente interno. Considere que o coeficiente convectivo associado ao
escoamento de ar no interior da casa é de 10 W/m2.K.
51) Uma janela composta separa o interior uma residência do ambiente externo. O ar interno é
mantido artificialmente a uma temperatura de 27C, enquanto o ambiente externo está a
5C. Os coeficientes convectivos associados aos escoamentos interno e externo são de,
respectivamente, 10 W/m2.K e 12,5 W/m2.K. A janela é composta por duas placas de
vidro de condutividade térmica k = 1,4 W/(m.K), com espessura L cada, entre as quais
existe um espaço de espessura L cheio de ar em repouso, com condutividade térmica k =
0,025 W/(m.K). Se a janela possui uma área de 2 m2, determine a espessura L necessária
para que a temperatura da superfície interna seja de 22C.
52) Considere uma parede composta de área transversal A = 2 m2, mantida entre dois fluidos a
temperaturas constantes T∞1 = 80C e T∞2 = 10C e coeficientes convectivos h1 = 10
W/m2.K e h2 = 20 W/m2.K, como mostrado na figura. Os materiais A, B, C e D possuem
condutividades térmicas de 20 W/m.K, 30 W/m.K, 40 W/m.K e 100 W/m.K,
respectivamente e espessuras LA = LB = LC = LD = 15 cm. A transferência de calor é
bidimensional. Em algumas situações, o problema pode ser considerado unidimensional.
Em uma primeira avaliação, considera-se que as superfícies perpendiculares a x são
isotérmicas. Em uma segunda avaliação, considera-se que as superfícies paralelas a x são
adiabáticas. Considerando-se o primeiro caso, desenhe o circuito térmico equivalente e
determine a taxa de calor trocada entre os fluidos. Despreze a radiação.

Exercício 52
53) Em um processo de fabricação, uma fonte de energia radiante é utilizada para fornecer um
fluxo de calor que é completamente absorvido pela superfície composta mostrada na
figura, de área transversal de 2 m2. Os materiais que compõem a superfície possuem
propriedades termofísicas k1  60 W / m.K, k 2  3 W / m.K, 1  0,8 e  2  0,37 e
espessuras L1 = 25 cm e L2 = 2 cm. A superfície externa do material 2 é mantida a uma
temperatura constante TS3 = 200C, através da passagem de uma corrente de fluido de
resfriamento com temperatura igual a 80oC e coeficiente convectivo de 50 W/m2.K.
a) Desenhe o circuito térmico que representa a transferência de calor em regime
permanente, indicando o sentido da transferência de calor e nomeando as temperaturas
e resistências térmicas.
b) Determine o fluxo radiante necessário para manter o sistema na condição especificada.
c) Determine a temperatura da superfície interna TS1.

188
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

Exercício 53
2
54) Uma parede plana de área A = 1,5m é composta por 2 materiais diferentes, A e B, com k A
= 100 W/m.K e kB = 50 W/m.K As espessuras são LA = 0,2 m e LB = 0,5 m. A superfície
em x = L está exposta a um ambiente a 450 K, com h = 80 W/m2.K. Se a temperatura em
x = L é TS3 = 400 K, calcule a temperatura da parede entre os 2 materiais. A emissividade
do material B é B = 0,7.
55) Um ambiente a 200C deve ser separado do ambiente externo. Para isto, deverá ser
utilizada uma parede composta por dois materiais. O material A, em contato com o
ambiente interno, possui 25 cm de espessura, condutividade térmica de 20 W/m.K e
emissividade de 0,5. O material B, em contato com o ambiente externo, possui 5 cm de
espessura e condutividade térmica de 1 W/m.K. A temperatura da superfície em contato
com o ambiente interno é de 150C e o coeficiente convectivo associado à transferência
de calor interna é de 20 W/m2.K.
a) Determine a temperatura da superfície externa do material B.
b) O coeficiente convectivo associado ao escoamento externo é dado por h  5,8  3V ,
onde V é a velocidade do ar. Determine a velocidade do ar requerida para garantir que
a temperatura do ambiente externo seja de 25C. Despreze a radiação externa.
56) Uma parede composta separa as paredes de um ambiente a alta temperatura do ambiente
externo. A parede é composta por dois materiais (A e B). A condutividade térmica e a
emissividade do material A são, respectivamente, kA = 15 W/m.K e εA = 0,2. A
condutividade térmica do material B é kB = 2 W/m.K. O ambiente interno é mantido a
uma temperatura de 250C, proporcionando um coeficiente convectivo de 15 W/m2.K. A
superfície interna de A tem temperatura TS1 = 190C.
a) Determine o fluxo de calor perdido para o ambiente externo;
b) Se os coeficientes convectivo e radiativo associados ao escoamento externo são,
respectivamente, 16 W/m2.K e 2 W/m2.K, determine a temperatura do ambiente
externo.

Exercício 56
57) A parede composta de um forno é constituída de três materiais diferentes, sendo dois com
condutividades térmicas conhecidas, kA = 400 W/(m.K) e KB = 237 W/(m.K), com
espessuras LA = LB = LC = 0,25 m e área A = 1,5 m2. A superfície externa está exposta ao
ar ambiente, com T2 = 20oC e coeficiente convectivo h2 = 400 W/(m2.K). O ar no interior
189
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

do forno está a uma temperatura de 1000oC, com um coeficiente convectivo igual a 30


W/(m2.K), fazendo com que a temperatura na superfície interna da parede (de
emissividade 0,9) seja igual a 650oC. Desprezando a radiação na face externa, determine a
taxa de calor transferida do forno para o ambiente externo e a condutividade térmica do
material C.

Exercício 57
58) Uma parede plana de 10 m2 de área separa as paredes de um forno a alta temperatura do
ambiente externo. O material da parede tem condutividade térmica k = 50 W/m.K. O
coeficiente convectivo associado à transferência de calor do interior do forno para a
parede a TS1 = 1000 K é h1 = 200 W/m2.K e o coeficiente convectivo associado à
transferência de calor da parede para o ambiente externo é h2 = 100 W/m2.K. A
emissividade do material da parede é 0,92. Se a taxa de calor por radiação do forno para a
parede interna é 175 kW, calcule as temperaturas TS2 e T2. Despreze a radiação externa.
A espessura da parede é L = 0,32 m.
59) Uma parede plana de 2,5 m2 de área possui condutividade térmica k = 50 W/m.K e
emissividade  = 0,8. A sua face interna (x = 0) está a uma temperatura TS1 = 337oC e está
em contato com um fluido a 527oC, com coeficiente convectivo h1 = 50 W/m2K A sua
face externa (x = L = 0,5 m) está em contato com um fluido frio, com coeficiente
convectivo h2 = 200 W/m2K. Desprezando a radiação na face externa, calcule as
temperaturas da face externa TS2 e do fluido frio T2.
60) A parede composta de um forno é construída encaixando-se um material isolante de
condutividade térmica k = 0,5 W/(m.K) entre duas chapas metálicas de 2,5 cm de
espessura cada e condutividade térmica k = 150 W/(m.K). O ar no interior do forno se
encontra a uma temperatura de 400C, com um coeficiente convectivo associado de 30
W/m2.K, fazendo com que a temperatura da superfície interna do forno (de emissividade
0,85) seja igual a 200C. Determine a espessura do material isolante necessária para
manter a superfície externa do forno a uma temperatura segura ao toque de 40C.
61) Um fabricante de eletrodomésticos propôs o projeto de um forno auto limpante que
envolve a utilização de um visor de compósito para separar o interior do forno do ar
ambiente, como mostrado na figura. O compósito consiste em dois plásticos resistentes a
altas temperaturas (A e B), de espessuras LA = 2 LB e condutividades térmicas kA = 0,15
W/m.K e kB = 0,08 W/m.K. Durante o processo de auto limpeza, a temperatura da
superfície interna do visor é TS1 = 385C. A temperatura do ar ambiente é T = 25C e o
coeficiente convectivo é 25 W/m2.K. Qual a espessura mínima do visor, LA + LB,
necessária para garantir uma temperatura igual ou inferior a 50C na superfície externa do
visor? Despreze as trocas de calor por radiação.

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Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

Exercício 61
62) Uma parede plana é composta por dois materiais diferentes, A e B, com condutividades
térmicas kA = 20 W/m.K e kB = 5 W/m.K, emissividades A = B = 0,75 e espessuras LA =
LB = 0,15 m. A superfície interna (material A) está exposta a um ambiente com
coeficiente convectivo de 50 W/m2.K. A superfície externa (material B), a 320C, está
exposta a um ambiente a 400C e coeficiente convectivo igual a 17 W/m2.K. Determine o
fluxo de calor trocado e a temperatura da superfície interna do material A (em contato
com o fluido no ambiente interno).
63) Um fio elétrico, com raio r1 = 5 mm e resistência por unidade de comprimento 10-4 /m,
está revestido por um isolamento plástico de 1 mm de espessura e condutividade térmica k
= 0,20 W/mK. O isolamento está exposto ao ar ambiente cuja temperatura é 300 K e o
coeficiente de convecção é h = 10 W/m2K. Se a temperatura máxima admissível no fio for
450K, qual é a corrente máxima possível que pode passar pelo fio?
64) Uma corrente elétrica de 100 A passa em um cabo de cobre com diâmetro de 10 mm e
resistência elétrica por unidade de comprimento de 5x10-4 Ω/m. O cabo se encontra em
um ambiente a 20C, com um coeficiente convectivo de 20 W/m2.K. Para reduzir o valor
da temperatura superficial do cabo, ele foi revestido com uma camada de material isolante
de 3 mm de espessura (k = 0,15 W/m.K). Determine a temperatura superficial do cabo.
Considerando que a temperatura máxima admissível no cabo é de 100C, avalie se este
isolamento seria suficiente e justifique.
65) Uma corrente elétrica de 500 A passa em um cabo de cobre com diâmetro de 5 mm e
resistência elétrica por unidade de comprimento de 6x10-4 /m. O cabo se encontra em
um ambiente a 30C, com um coeficiente de troca de calor de aproximadamente 25
W/m2.K.
a) Se o cabo estiver desencapado, qual será a temperatura em sua superfície?
b) Há preocupação em relação à capacidade do isolamento em suportar temperaturas
elevadas. Qual a espessura do isolamento (k = 0,5 W/m.K) que produzirá o menor
valor para a temperatura máxima na camada de isolamento? Qual será o valor da
temperatura máxima quando esta espessura de isolamento for utilizada?
66) Um tubo de aço inoxidável AISI 304 é utilizado para transportar resíduos de um processo.
O fluido escoa no interior do tubo com uma temperatura de 50C, com um coeficiente
convectivo associado de 10 W/m2.K. O tubo tem 50 cm de diâmetro interno e 3 cm de
espessura. O conjunto é exposto ao ar atmosférico a 20C, com um coeficiente convectivo
de 6 W/m2.K. Para um trecho de 10 m de comprimento, determine:
a) A taxa de calor perdida para o ambiente;
b) A taxa de calor perdida, se o tubo for recoberto por uma camada de 2 cm de espessura
de um material isolante (k = 0,5 W/m.K).
67) Uma tubulação de cobre tem um diâmetro interno de 10 cm e um diâmetro externo de 12
cm. Vapor saturado a 110C com coeficiente convectivo de 10.000 W/m2.K flui através da

191
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

tubulação, que está localizada em um ambiente a 30C com coeficiente convectivo de 15


W/m2.K. O isolamento disponível para reduzir as perdas de calor tem uma espessura de 5
cm e condutividade térmica de 0,20 W/m.K. Desprezando a radiação, calcule as perdas de
calor por unidade de comprimento para a tubulação com isolamento e sem isolamento.
68) Um tubo de aço inoxidável [k = 14 W/(m.K)], utilizado para transportar um produto
farmacêutico resfriado, possui um diâmetro interno de 36 mm e uma espessura de parede
de 2 mm. O produto farmacêutico e o ar ambiente estão a temperaturas de 6C e 23C,
respectivamente. Os correspondentes coeficientes de convecção interna e externa são de
400 W/m2.K e 6 W/m2.K, respectivamente.
a) Determine a taxa de transferência de calor por unidade de comprimento do tubo;
b) Qual seria a taxa de transferência de calor por unidade de comprimento do tubo se
fosse aplicada, na superfície externa do tubo, uma camada de 10 mm de espessura de
isolante de silicato de cálcio (condutividade térmica de 0,050 W/(m.K)?
69) Nitrogênio líquido é armazenado em um contêiner cilíndrico de aço (k = 15 W/m.K) com
diâmetro interno de 60 cm e diâmetro externo de 80 cm, mantendo a temperatura interna
do contêiner em 77,3 K. Sobre a superfície do tanque, existe uma camada de 25 cm de um
isolamento térmico com k = 0,05 W/m.K. O coeficiente de convecção externo é de 50
W/m2.K para um ambiente a 15C. O cilindro tem 3 m de altura. Desprezando as trocas de
calor pelo topo e pelo fundo do cilindro, determine a taxa de calor fornecida para o
nitrogênio.
70) Um cilindro oco de ferro é utilizado para transportar vapor d'água a 300oC. Sobre a
superfície externa, escoa ar com um coeficiente convectivo de 6 W/(m2.K). A temperatura
da superfície interna do cilindro é de 270 oC. Se o coeficiente convectivo associado ao
escoamento de vapor d´água é de 50 W/(m2.K), determine a taxa de calor (por unidade de
comprimento) perdida para o ambiente e a temperatura do ar externo. São dados: raio
interno do cilindro: 75 cm, espessura da parede: 5 cm.
71) Uma barra cilíndrica de cobre, com diâmetro D = 5 cm, é aquecida pela passagem de uma
corrente elétrica. A superfície externa da barra é mantida a uma temperatura de 175oC
enquanto está dissipando calor por convecção para um ambiente a 25oC, com um
coeficiente de transferência de calor de 100 W/m2K. Se a barra, mantida à mesma
temperatura, for recoberta por uma película de 6mm de espessura e condutividade térmica
k = 0,6 W/mK, a sua perda de calor irá aumentar ou diminuir? Quais os valores da taxa de
calor por unidade de comprimento perdida para o ambiente, com e sem a película?
72) Vapor de água, na temperatura de 250oC, passa por um tubo de aço AISI 1010 (k = 58,7
W/mK) de 60 mm de diâmetro interno e 75 mm de diâmetro externo. O coeficiente total
de transferência de calor (convecção + radiação) entre o vapor de água e a superfície
interna do tubo é 500 W/m2K e o coeficiente convectivo, na superfície externa do tubo, é
25 W/m2K. Se a temperatura ambiente é 20oC, determine a quantidade de calor perdida
(por unidade de comprimento do tubo). Despreze os efeitos de radiação na superfície
externa.
73) Um tubo de aço AISI 304 é utilizado para transportar vapor d’água. O vapor d’água está a
uma temperatura de 300C, com coeficientes convectivo e radiativo de, respectivamente,
10 W/m2.K e 6 W/m2.K. O tubo de aço, com 33 cm de raio interno e 5 cm de espessura, é
recoberto com uma camada de isolante de 2 cm de espessura. No ambiente externo, escoa
ar a 20C, proporcionando um coeficiente convectivo de 15 W/m2.K. Determine qual deve
ser a condutividade térmica do isolante para manter a temperatura externa do isolante em
40C. Despreze a radiação externa. Considere L = 50 m
74) Uma tubulação de aço inoxidável (k = 14,9 W/m.K e ε = 0,17) é utilizada para transportar
vapor d’água a 200C. O diâmetro interno da tubulação é de 30 cm e o diâmetro externo,
36 cm. A tubulação é revestida com um isolante (k = 0,5 W/m.K) de 5 cm de espessura. A

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Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

temperatura da superfície interna da tubulação é igual a 150C. O coeficiente convectivo


associado ao escoamento interno é de 25 W/m2.K. Determine a temperatura da superfície
externa do isolante.
75) Um fluido quente, a uma temperatura de 200C, escoa no interior de um tubo de aço
(condutividade térmica de 50 W/m.K e emissividade 0,8), com 60 cm de diâmetro interno
e 2,5 cm de espessura. A temperatura na superfície interna do tubo é de 180C. O
coeficiente convectivo associado ao escoamento do fluido quente é de 20 W/m2.K. Para
reduzir as perdas de calor para o ambiente, o tubo foi recoberto por uma camada de 3 cm
de material isolante, com condutividade térmica de 0,15 W/m.K. Os coeficientes
convectivo e radiativo associados ao escoamento do ar externo são de, respectivamente,
25 W/m2.K e 10 W/m2.K.
a) Determine a taxa de calor (por unidade de comprimento do tubo) perdida para o
ambiente externo;
b) Determine a temperatura do ar externo ao sistema.
76) Um fluxo de calor uniforme é fornecido para a superfície interna de uma casca esférica de
raio interno igual a 12 cm. A casca é constituída por dois materiais, sendo o material
interno o ferro (k = 50 W/m.K), com 5 cm de espessura e o material externo, uma manta
isolante (com condutividade térmica igual a 2 W/m.K), com 2 cm de espessura. O
conjunto é mantido em um ambiente com temperatura T2 = 20ºC e coeficiente
convectivo h = 10 W/m2.K. Se a temperatura no raio interno da casca é igual a 80ºC,
determine:
a) O valor do fluxo de calor transferido para a superfície interna da casca.
b) A taxa de calor na superfície externa do material isolante.
77) Deseja-se determinar a emissividade de um determinado material. Uma tubulação de aço
(condutividade térmica de 50 W/m.K), de 30 cm de raio interno e 5 cm de espessura, é
coberta com uma camada de 3 cm do material para o qual se deseja determinar a
emissividade. O lado externo do conjunto é exposto a um escoamento de ar a 300C e
coeficiente convectivo de 30 W/m2.K. São medidas as temperaturas nas superfícies interna
e externa do conjunto, iguais a, respectivamente, 180C e 200C. Com estes dados,
determine a emissividade do material, que possui condutividade térmica de 13 W/m.K.
78) Uma corrente elétrica passa através de um cabo de 15 mm de raio interno e resistência
elétrica por unidade de comprimento de 0,005  / m . O cabo é coberto por dois materiais
isolantes: o primeiro, com 0,5 mm de espessura e condutividade térmica de 0,25 W/m.K e
o segundo, de mesma espessura, condutividade térmica de 0,15 W/m.K e emissividade de
0,9. A temperatura superficial externa do segundo isolamento é de 75°C. O sistema é
resfriado pela passagem de um fluido a 25°C, com coeficiente convectivo de 25 W/m2K.
Considere as trocas de calor por convecção e por radiação. Determine:
a) A taxa total de calor dissipada por unidade de comprimento do cabo;
b) A corrente elétrica que passa através do cabo;
c) A temperatura na superfície interna do cabo.
79) Vapor d’água, a uma temperatura de 200C, escoa no interior de um tubo com
condutividade térmica de 5 W/m.K e emissividade 0,8. O diâmetro interno do tubo é 20
cm e a espessura da parede, 5 cm. Medições efetuadas revelam que a temperatura interna
da parede é de 150C. O coeficiente convectivo associado ao escoamento do vapor no
interior do tubo é 12 W/m2.K. O coeficiente convectivo associado ao escoamento do ar no
exterior do sistema é 10 W/m2.K e o coeficiente radiativo associado ao escoamento de ar
no exterior do sistema é 10 W/m2.K. Determine a taxa de calor perdida por unidade de
comprimento do tubo e a temperatura do ar externo ao sistema.
80) Um fluido quente, a uma temperatura de 800C, passa no interior de um cilindro feito de
um material com condutividade térmica igual a 100 W/m.K e emissividade 0,75. O

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Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

coeficiente convectivo associado ao escoamento do fluido quente é de 200 W/m2.K. Pelo


lado externo do cilindro, escoa ar a 20C. Qual deve ser o coeficiente total (convecção +
radiação) externo para garantir que a superfície interna do cilindro se mantenha constante
em 600C? São dados: raio interno do cilindro: 0,6 m; raio externo: 0,9 m; comprimento:
10 m. Considere ainda que o cilindro é coberto externamente por uma película de tinta que
afeta sua emissividade, mas não afeta a distribuição de temperaturas em seu interior (a
temperatura superficial do material do cilindro é igual à temperatura ao longo da película
de tinta).
81) Uma tubulação de vapor de 200 mm de diâmetro externo passa através de uma grande sala
em um porão. A tubulação é feita de aço (k = 20 W/m.K) e possui 2 cm de espessura. A
temperatura externa da parede da tubulação é de 500C, enquanto o ar ambiente da sala
está a 20C. Determine:
a) a taxa de transferência de calor da tubulação de vapor para a sala, por unidade de
comprimento, para uma emissividade da superfície da tubulação de 0,8 e para um
coeficiente de transferência de calor por convecção natural estimado em 10 W/m 2.K.
Avalie se a radiação pode ser desprezada e justifique.
b) a temperatura da superfície interna da tubulação.
82) Um tubo de cobre, com raio interno igual a 0,5 m, 12 cm de espessura e 2 m de
comprimento, é colocado em um ambiente a 1000oC, com coeficiente convectivo de 25
W/m2.K. Após o equilíbrio térmico ser atingido, a medição de sua temperatura externa
revela um valor de 840oC. Sabendo que a emissividade do material é 0,75, calcule a
temperatura da superfície interna do tubo.
83) No interior de um forno cilíndrico de raio interno 0,5 m, raio externo 0,62 m e 5 m de
comprimento, ar quente possui um coeficiente convectivo h1 = 300 W/m2.K e um
coeficiente radiativo hr1 = 300 W/m2.K. A condutividade térmica do material da parede é
k = 50 W/m.K. Se a temperatura da parede externa é 650 K e o ambiente externo ao forno
possui temperatura T2 = 500 K, com h2 = 10 W/m2.K , calcule as temperaturas do ar no
interior do forno e da parede interna do forno. A emissividade do material da parede é  =
0,9.
84) Um fluido quente a uma temperatura de 400oC passa no interior de um tubo feito de um
material de condutividade térmica k = 4 W/mK. A temperatura na superfície externa do
tubo é mantida constante em 250oC. Na superfície externa, escoa um fluido frio a 20oC e o
coeficiente convectivo associado é 17 W/m2K. Se o coeficiente radiativo na superfície
interna do tubo é 35 W/m2K, calcule: a) A temperatura na superfície interna do tubo b) A
taxa de calor trocada com o ambiente c) O coeficiente convectivo associado ao
escoamento do fluido quente. São dados: Raio interno do tubo: 0,15 m; Raio externo do
tubo: 0,17 m; Comprimento do tubo: 0,75 m; Emissividade da superfície externa do
material do tubo: 0,9.
85) Um fluido quente, a uma temperatura de 350C , escoa no interior de uma tubulação de
aço (de condutividade térmica k = 15 W/(m.K) e emissividade 0,2) de 20 cm de diâmetro
interno e 5 cm de espessura. Um termopar colocado na superfície interna indica uma
temperatura de 250C. O coeficiente convectivo associado ao escoamento interno é de 20
W/m2.K. Para reduzir as perdas de calor para o ambiente, o tubo deve ser recoberto com
uma camada de um material isolante com condutividade térmica k = 0,15 W/(m.K).
Determine a espessura do material isolante necessária para manter a superfície externa do
isolante a uma temperatura segura ao toque de 40C.
86) No interior de um tubo de aço ( = 0,15 e condutividade térmica desconhecida), com 50
cm de diâmetro interno e 20 cm de espessura, escoa vapor d’água a 400C. O coeficiente
convectivo associado é de 10 W/m2.K. A medição da temperatura na superfície interna do

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Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

tubo revelou um valor de 250C. A tubulação foi revestida com um isolante térmico de 2
cm de espessura e condutividade térmica de 0,5 W/m.K. O conjunto é exposto ao ar
ambiente a 30C. O coeficiente convectivo associado ao escoamento externo é de 10
W/m2.K.
a) Calcule a taxa de calor por unidade de comprimento perdida para o ambiente externo.
Despreze a radiação externa.
b) Calcule a máxima temperatura do isolante térmico. Sabendo que a temperatura de
fusão do isolante é 300C, avalie se este isolante poderia ser utilizado. Justifique.
87) Uma esfera oca de alumínio, com um aquecedor elétrico em seu centro, é usada em
ensaios para determinar a condutividade térmica de materiais isolantes. O raio interno da
esfera é 0,15m e o externo, 0,18 m. O ensaio é realizado em condições de regime
permanente, com a superfície interna do alumínio mantida a 260C. Num certo ensaio, a
superfície externa da esfera é revestida por uma casca esférica de isolante, com uma
espessura de 0,12 m. O sistema é mantido em um ambiente com a temperatura do ar de
20C, com um coeficiente convectivo externo medido de 30 W/m2.K. Qual é a
condutividade térmica do isolamento quando a dissipação do aquecedor, em regime
permanente, for de 80 W? Despreze as trocas de calor por radiação.
88) Um fluxo de calor uniforme é fornecido para a superfície interna de uma casca esférica de
raio interno igual a 10cm. A casca é constituída por dois materiais, sendo o material
interno o alumínio, com 5 cm de espessura e o material externo, uma manta isolante (com
condutividade térmica igual a 2 W/m.K), com 2 cm de espessura. O conjunto é mantido
em um ambiente com temperatura T2 = 20oC e coeficiente convectivo h = 10 W/m2.K. Se
a temperatura no raio interno da casca é igual a 80oC, determine o valor do fluxo de calor
transferido para a superfície interna da casca.
89) Uma casca esférica composta tem raio interno r1 = 0,25 m e é constituída por uma casca
de chumbo (k = 35 W/mK) com raio externo r2 = 0,30 m e por uma outra casca de aço
inoxidável (k = 18 W/mK) com o raio externo r3 = 0,31 m. A cavidade está cheia de
rejeitos radiativos que geram calor à taxa q = 30.000 W. O vaso esférico está submerso em
águas oceânicas, cuja temperatura é uniforme T = 10oC, proporcionando um coeficiente
de transferência convectiva de calor uniforme de h = 500 W/m2K, na superfície externa.
Qual a temperatura na casca inferior da esfera?
90) Um recipiente esférico metálico (k = 50 W/m.K) é usado para armazenar nitrogênio
líquido. A sua superfície interna é mantida fixa em 77K. Os diâmetros interno e externo
do recipiente são, respectivamente, 0,48 m e 0,50 m. Ele é coberto por uma camada de
isolamento térmico refletivo (k = 0,0017 W/m.K), com 25 mm de espessura. A sua
superfície externa está exposta ao ar ambiente a 300 K, com coeficiente de transferência
de calor por convecção no ar de 20 W/m2.K. Calcule a taxa de transferência de calor para
o nitrogênio líquido e a temperatura externa do isolamento.
91) Uma indústria possui 2 reatores esféricos, ambos com diâmetro interno d1 = 1,0 m. O
primeiro reator, denominado R1, possui espessura de parede t = 0,1 m e é feito de aço
inoxidável AISI 304 (Temperatura de fusão Tf = 1670 K). O segundo, chamado de R2,
possui espessura de parede t = 0.01 m e é feito de alumínio (Tf = 933K). Para uma
determinada aplicação, deverá ocorrer uma reação interna que fornece um fluxo de calor
uniforme q”= 2x105 W/m2 para a superfície interna do reator. Ele será mantido em um
banho líquido a uma temperatura T = 350 K, no qual o coeficiente convectivo é de 500
W/m2K. Determine qual modelo de reator (R1 ou R2) deverá ser adotado e justifique a sua
resposta.
92) Uma indústria possui 2 modelos de reatores: um esférico e um cilíndrico, ambos de aço
inoxidável AISI 304, com diâmetro interno d1 = 1,0 m e espessura de parede t = 0,1 m,
sendo o comprimento do reator cilíndrico de 0,8 m. Para uma determinada aplicação,

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Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

deverá ocorrer uma reação que fornece um fluxo de calor uniforme q”= 2x105 W/m2 para
a superfície interna do reator. Ele será mantido em um banho líquido a uma temperatura
T = 250 K, no qual o coeficiente convectivo é de 500 W/m2K. Sabendo que a
temperatura de fusão do aço inoxidável é Tf = 1670 K, determine qual o modelo de reator
mais adequado e justifique a sua resposta. Considere condução unidimensional de calor
nos dois casos.
93) Uma haste de seção circular deve ser projetada para ser utilizada no carregamento de
peças recém-fundidas. Considere que a ponta da haste em contato com a peça quente
esteja a 250C. A outra ponta pode ser considerada isolada. O diâmetro e o comprimento
da haste são 5 cm e 1,5 m, respectivamente. Sabe-se que a temperatura ambiente é de
30C e que a temperatura da face isolada não pode ultrapassar 60C. Se o coeficiente
convectivo local for 15 W/m2.K, determine o material que poderá ser utilizado na haste:
cobre (k = 401 W/m.K) ou alumínio (k = 237 W/m.K). Justifique sua resposta através de
cálculos.
94) Deseja-se resfriar um componente eletrônico através da colocação de aletas. A máxima
temperatura que pode ser atingida pelo componente é de 90C. O sistema é mantido em
um ambiente com temperatura controlada de 15C, sendo o coeficiente convectivo global
de 20 W/m2.K. Deve-se analisar a possibilidade de se acoplar aletas retangulares de
alumínio de 2,5 cm de largura, 0,5 cm de espessura e 5 cm de comprimento. Considerando
que as pontas das aletas são isoladas termicamente, determine:
a) A eficiência de cada aleta;
a) A temperatura em x = L/2
95) Deseja-se retirar calor de uma superfície mantida a 200C, exposta a um ambiente a 25C,
com um coeficiente convectivo de 17 W/m2.K. Para isto, são colocadas aletas cilíndricas
de cobre, de 3 cm de diâmetro e 15 cm de comprimento. Determine a taxa de calor
retirada por cada aleta, considerando troca convectiva de calor na ponta da aleta.
Determine a temperatura na ponta das aletas.
96) Uma barra de ferro (k = 80 W/mK) de seção reta quadrada (de lado a = 5 mm) está fixada
a uma base mantida a 100oC. Esta barra está exposta a uma ambiente a T = 15oC e
coeficiente convectivo h = 20 W/m2K. Se o comprimento da barra é de 0,15 m, determine
a taxa de calor transferida pela barra, considerando condições de:
a) Aleta muito longa
b) Condição convectiva na ponta.
97) Considere uma aleta retangular de alumínio, com 5 cm de largura, 1 cm de espessura e 20
cm de comprimento. A aleta é fixada a uma base mantida em 120C. O conjunto é exposto
ao ar atmosférico, com temperatura de 20C e coeficiente convectivo de 25 W/m2.K.
Considerando condição convectiva de troca de calor na ponta da aleta, determine a taxa de
calor perdida pela aleta. Avalie se a aproximação de aleta infinita poderia ser utilizada.
Justifique.
98) Deseja-se aumentar a dissipação de calor de motores elétricos de elevadores. Para tanto,
pretende-se usar aletas de aço carbono (k = 15 W/mK), a serem soldadas na superfície
primária. As aletas têm diâmetro d = 3 cm e comprimento L = 40 cm. A superfície do
motor está a uma temperatura de 80°C e o conjunto está exposto a um ambiente a 30°C,
com coeficiente convectivo de 20 W/m2K. Considere que a ponta das aletas é isolada
termicamente.
a) Determine a taxa de calor perdida por uma aleta;
b) Por algum motivo, a perda de calor de (a) é insuficiente. Você tem outras duas opções.
Usar aletas de mesmo diâmetro e comprimento 2L ou usar aletas de mesmo
comprimento e diâmetro 2d. Calcule a taxa de calor retirada com as novas
configurações e apresente a melhor solução. Justifique sua resposta.
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Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

99) Uma barra cilíndrica de alumínio, com 4 cm de diâmetro e 30 cm de comprimento, está


colocada entre duas placas mantidas em 120C. O conjunto é exposto ao ar ambiente a
20C, com coeficiente convectivo h = 50 W/m2.K.
a) Determine a taxa total de calor perdida pela barra;
b) Determine a temperatura nas posições x = 10 cm, x = 15 cm e x = 20 cm.
100) Um bastão de latão (k = 110 W/m.K), com 100 mm de comprimento e 5 mm de
diâmetro se estende horizontalmente a partir de uma solda que se encontra a 200oC. O
ambiente a seu redor está a T = 20oC, com h = 30W/m2.K. Quais as temperaturas no
bastão a 25 mm e 100 mm da solda? Considere condição convectiva na ponta do bastão.
101) Considere 2 bastões A e B longos e delgados de diâmetros iguais dA = dB = 4cm,
porém feitos de materiais diferentes. Uma extremidade de cada bastão está fixada a uma
base mantida a 80oC. Os bastões estão expostos ao ar ambiente a 17oC, com um
coeficiente convectivo de 20W/m2.K. Ao se mover um termopar ao longo do
comprimento de cada bastão, foram observadas temperaturas iguais nas posições x A =
0,15m e xB = 0,075m, onde o valor de x é medido a partir da base. Se a condutividade
térmica do bastão A vale kA = 70W/m.K, determine o valor da condutividade térmica do
bastão B e a temperatura do bastão A, na posição xA = 0,10m.
102) Uma barra cilíndrica, com 2 cm de diâmetro e condutividade térmica k = 300 W/m.K,
é utilizada para retirar calor de uma superfície mantida a 100oC. O conjunto está exposto a
um ambiente a 20oC, com coeficiente convectivo igual a 17 W/(m2.K). Determine o
comprimento necessário para se retirar uma taxa de calor igual a 25 W, considerando a
ponta da aleta adiabática.
103) Considere uma aleta retangular de cobre, com 2 cm de largura, 5 mm de espessura e
50 cm de comprimento, fixa a uma chapa com temperatura uniforme de 100oC, exposta a
um ambiente de 15oC, com um coeficiente convectivo h = 20 W/m2K. Determine a
eficiência e a efetividade da aleta, considerando que a ponta da aleta tenha uma
temperatura uniforme de 25oC.
104) Uma barra (com condutividade térmica de 150 W/m.K), com 25 mm de diâmetro e
250 mm de comprimento possui uma de suas extremidades mantida a 100C e a outra,
isolada termicamente. A barra está sujeita a um processo convectivo com T = 30C e h =
50 W/m2.K.
a) Determine a taxa total de calor perdida pela barra;
b) Determine a temperatura na ponta isolada da barra.
105) Um bastão de aço (k = 50 W/mK) com 200 mm de comprimento e 10 mm de diâmetro
se estende horizontalmente a partir de uma solda que se encontra a 200oC. O ambiente a
seu redor está a T = 25oC, com um coeficiente de transferência de calor por convecção h
= 25 W/m2K. Calcule a taxa de transferência de calor pelo bastão e a temperatura na ponta
do bastão (x = L), considerando condição convectiva de calor na ponta da aleta.
106) Seja uma aleta com seção reta retangular, com 6 mm de espessura, 2 cm de largura e
10 cm de comprimento. Se a aleta estiver em um ambiente a 25 oC, com h = 15 W/m2K e a
troca de calor da aleta com o ambiente for igual a 3 W, calcule a temperatura na base da
aleta e na posição x = 5 cm, considerando a ponta da aleta adiabática. A condutividade
térmica do material da aleta é k = 15 W/mK.
107) Deseja-se retirar calor de uma superfície mantida a 180oC. Pode-se utilizar uma aleta
piniforme, de 2 cm de diâmetro e 15 cm de comprimento ou uma aleta retangular, de 1 cm
de espessura, 3 cm de largura e 17 cm de comprimento, ambas de alumínio (k =
240W/m.K). O conjunto aleta + superfície ficará exposto a um ambiente a 50oC, com um
coeficiente convectivo de 17 W/m2.K. Considerando que a ponta das aletas é adiabática,
calcule e compare as eficiências das duas aletas. Qual aleta seria a mais recomendada?

197
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

108) Considere uma aleta de seção reta circular com 2 cm de diâmetro e 85% de eficiência.
Se a base onde ela for fixa estiver a uma temperatura igual a 180oC e a sua superfície
estiver exposta a um ambiente a 20oC e coeficiente convectivo h = 22 W/m2K, calcule o
comprimento da aleta, considerando a ponta da aleta adiabática (k = 37 W/mK).
109) Uma aleta retangular de alumínio, com 600 mm de comprimento, 15 cm de largura e
10 mm de espessura é utilizada para ligar duas superfícies iguais, mantidas a 100C. O
sistema é exposto ao ar ambiente a 15C , com um coeficiente convectivo de 25
W/(m2.K).
a) Determine a taxa de calor trocada entre a aleta e o ambiente.
b) Em que ponto da aleta a temperatura é mínima? Por quê? Determine o valor da
temperatura mínima da aleta
110) Uma aleta retangular, com 2 cm de espessura, 3 cm de largura e 12 cm de
comprimento, é presa a duas superfícies mantidas em temperaturas diferentes. A base da
aleta é fixada a uma superfície mantida em 85ºC, enquanto a sua ponta é fixada a uma
superfície mantida em 35ºC. O conjunto é exposto a um ambiente a 15ºC, com coeficiente
convectivo de 20 W/m2.K. A aleta é feita em alumínio. Determine:
a) a taxa de calor perdida pela aleta;
b) a temperatura em x = 8 cm, medidos a partir da base da aleta.
111) Deseja-se resfriar um componente eletrônico através da colocação de aletas
retangulares de cobre de 2 cm de largura, 5 mm de espessura e 10 cm de comprimento. A
temperatura superficial do componente é mantida em 85C. O sistema é exposto a ar
ambiente a 15C, com coeficiente convectivo de 17 W/(m2.K). Considere condição de
troca convectiva de calor na ponta das aletas.
a) Determine a temperatura na ponta da aleta;
b) Suponha que as aletas sejam substituídas por aletas de mesmas dimensões, porém de
aço inoxidável (k = 50 W/m.K). Determine a temperatura na ponta de cada aleta. A
temperatura é maior, menor ou igual à temperatura encontrada no item (a)? Justifique.
112) Um dispositivo eletrônico com 50 mm de largura e 50 mm de altura dissipa uma
potência de 4 W. Ar a 25C escoa sobre o dispositivo, com um coeficiente convectivo de
15 W/m2.K. A temperatura superficial do dispositivo não pode, no entanto, ultrapassar
75C. Determine o número mínimo de aletas de cobre, de 1 mm de largura, 1 mm de
espessura e 25 mm de comprimento que deve ser soldado ao dispositivo para dissipar pelo
menos 4 W de potência, mantendo a temperatura superficial fixa em 75C. Para este
número mínimo de aletas, determine a eficiência do conjunto base + aletas. Considere
condição convectiva de calor na ponta das aletas.
113) Devido ao grande número de componentes nos chips dos PCs atuais, sorvedouros de
calor aletados são utilizados com freqüência para manter os chips a uma temperatura de
operação aceitável. Dois projetos de sorvedouros aletados devem ser analisados, ambos
com a área da base (sem aletas) de dimensões de 53 mm x 57 mm. As aletas possuem
seção reta quadrada e são fabricadas em uma liga de alumínio que possui condutividade
térmica de 175 W/m.K. Ar para o resfriamento pode ser suprido a 25°C. A temperatura
máxima permissível para o chip é de 75°C. Outras características do projeto e das
condições operacionais são apresentadas na tabela a seguir. Através de cálculos, determine
o melhor arranjo de aletas. Justifique sua resposta. Para efeitos de cálculo, considere que a
ponta das aletas é isolada termicamente.
Seção reta w x w Comprimento L Número de aletas Coef. Convectivo
Projeto
(mm2) (mm) na matriz (W/m2K)
A 3x3 30 6x9 125
B 1x1 7 14 x 17 375

198
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

114) Um sistema é composto por duas superfícies iguais, de 40 cm de altura e 30 cm de


largura cada, mantidas a uma temperatura de 80C, espaçadas de 25 cm. O sistema é
exposto ao ar ambiente a 20C. O coeficiente de troca de calor por convecção entre as
superfícies e o ar pode ser admitido constante e igual a 10 W/m2.K. Para aumentar a taxa
de calor retirada das superfícies, foram utilizadas 8 aletas cilíndricas de alumínio de 1,5
cm de diâmetro. As aletas têm um comprimento tal que a ponta e a base ficam em contato
com ambas as superfícies.
a) Determine a taxa total de calor perdida por uma aleta;
a) Determine a taxa total de calor perdida pelo sistema compreendido pelas 8 aletas e
pelas duas superfícies.
115) Suponha que uma matriz 4x4 de pinos de cobre (k = 400 W/m.K) de 1,5 mm de
diâmetro e 15 mm de comprimento seja unida metalurgicamente à superfície externa de
um chip quadrado com 12,7 mm de aresta. O chip, com temperatura superficial de 75oC,
tem sua superfície exposta a um líquido dielétrico com h = 1000 W/m2.K e temperatura de
20oC. Considerando troca convectiva de calor na ponta dos tubos, calcule: a) a taxa de
calor dissipada por um pino de cobre e b) a taxa de calor total dissipada e a eficiência do
conjunto de aletas + base.

Exercício 115
116) Para aumentar a dissipação de calor de um circuito integrado de 30 mm de largura e 40
mm de altura, propôs-se a utilização de 16 aletas piniformes de cobre de 5 mm de
diâmetro e 2 cm de comprimento. O circuito integrado é mantido em um ambiente a 15C,
com um coeficiente convectivo de 12 W/m2.K. A temperatura superficial do chip é de
80C. Considerando-se que as pontas das aletas são isoladas termicamente, determine:
a) A eficiência de uma aleta
b) A eficiência do conjunto base + aletas.
117) Aletas piniformes são amplamente utilizadas em sistemas eletrônicos para promover
resfriamento, bem como para dar sustentação aos componentes. Considere aletas
piniformes de 150 mm de comprimento e 25 mm de diâmetro, feitas de alumínio,
conectando dois dispositivos eletrônicos de seção quadrada (aresta a = 200 mm). Admita
que as superfícies expostas dos componentes se encontram a uma temperatura uniforme
de 80C e que a transferência de calor por convecção ocorra das superfícies expostas para
um fluido adjacente a uma temperatura de 20C, com coeficiente convectivo de 30
W/(m2.K). As superfícies laterais e traseiras dos componentes eletrônicos são
perfeitamente isoladas.
a) Obtenha a taxa de calor perdida por uma aleta;
b) Para um sistema constituído por 4 aletas piniformes ligando os dois dispositivos,
obtenha a taxa total de calor perdida para o ar ambiente.

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Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

Exercício 117 Exercício 118


118) Lâminas de turbina montadas sobre um disco rotativo em um motor por turbina a gás
estão expostos a uma corrente de gás que se encontra a uma temperatura de 1200C e que
mantém um coeficiente de transferência de calor por convecção h = 250 W/(m 2.K) sobre a
lâmina. As lâminas, fabricadas em um material com condutividade térmica k = 20
W/(m.K), possuem um comprimento L = 50 mm. O perfil da lâmina tem uma área da
seção reta de 6,0x10-4 m2 e um perímetro de 110 mm. Um esquema proposto para o
resfriamento da lâmina é capaz de manter a base de cada lâmina a uma temperatura de
300C. Despreze quaisquer efeitos de radiação.
a) Se a temperatura máxima permitida para a lâmina é de 1050C e a ponta da lâmina
pode ser considerada adiabática, determine, através de cálculos, se o esquema de
resfriamento proposto é satisfatório;
b) Para o esquema de resfriamento proposto, determine a taxa de calor trocada entre cada
lâmina e a corrente de gás.
119) Como um meio para melhorar a transferência de calor em chips lógicos de alto
desempenho, é comum a fixação de um sorvedouro de calor à superfície do chip, com o
objetivo de aumentar a área superficial disponível para transferência de calor por
convecção. Seja um chip com largura B  16 mm , resfriado por um líquido dielétrico a
uma temperatura de 25oC e com h = 1500 W/m2.K. O sorvedouro de calor é fabricado em
cobre (k = 400W/m.k). Para um chip específico, o sorvedouro de calor é constituído por
16 aletas quadradas de aresta a = 0,25 mm e comprimento L = 6 mm. Se a temperatura
máxima permissível para o chip é 85oC, qual é a potência máxima que ele pode dissipar?
Considere que todo o calor gerado é dissipado através do conjunto chip + sorvedouro de
calor e que a ponta da aleta é isolada termicamente.

Exercício 119
120) À medida que se aumenta o número de componentes colocados em um circuito
integrado, a quantidade de calor dissipada também aumenta. Entretanto, este aumento está

200
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

limitado pela máxima temperatura de operação permissível para o chip que é de


aproximadamente 75ºC. Para maximizar a dissipação de calor, propõe-se que um conjunto
de aletas de alumínio fixadas em uma base seja instalado sobre a superfície externa do
chip. Considerando que as pontas das aletas são adiabáticas, pede-se:
a) A taxa de calor dissipada por uma aleta;
b) A taxa de calor dissipada pelo conjunto superfície + aletas;
c) A eficiência de uma aleta.

Exercício 120
121) A adição de aletas de alumínio foi sugerida para aumentar a taxa de dissipação de
calor de um dispositivo eletrônico com 1 m de largura e 1 m de altura. As aletas devem ter
seção transversal retangular, com 2,5 cm de comprimento e 0,25 cm de espessura, como
mostrado na figura. Devem ser instaladas 100 aletas. O coeficiente de transferência de
calor por convecção é estimado em 35 W/m2.K. Determine a razão entre a taxa de calor
dissipada pelo componente eletrônico (se não forem utilizadas aletas) e a taxa real
dissipada. Considere que as pontas das aletas são isoladas termicamente.

Exercício 121
122) Considere um chip quadrado de silício de 20 mm de largura, resfriado por um líquido
dielétrico a uma temperatura de 15C, com coeficiente convectivo uniforme de 850
W/m2.K. Sabe-se que a temperatura máxima admissível para o chip é de 85C.
a) Determine a potência máxima que o chip pode dissipar.
b) A fim de aumentar a potência máxima que o chip pode dissipar, foram colocadas 16
aletas piniformes de cobre, com 1 mm de diâmetro e 5 mm de comprimento.

201
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

Considerando condição convectiva nas pontas das aletas, determine a potência que o
conjunto chip + aletas é capaz de dissipar.
123) Sobre uma placa plana de 0,5 m de largura e 20 m de comprimento, escoa ar a 20oC. A
placa é mantida em uma temperatura uniforme de 100oC. O fluxo de calor da superfície
para o ar varia com a posição da placa, de acordo com a expressão q"  ax 2 , onde a = 4W.
Determine: a) o coeficiente convectivo local na posição x = 10 m, b) o coeficiente global
de transferência de calor por convecção na placa e c) a taxa total de calor transferida.
124) Um longo cilindro circular de naftaleno sólido, com 20 mm de diâmetro e fabricado
em é exposto a uma corrente de ar que proporciona um coeficiente de transferência
convectivo de massa de hm  0,05m / s. A concentração molar do vapor de naftaleno na
superfície do cilindro é 5x10-6 kmol/m3 e a sua massa molecular é de 128 kg/kmol.
Calcule a taxa mássica de sublimação por unidade de comprimento do cilindro.
125) Para o escoamento de ar a 20oC e velocidade de 0,5 m/s sobre uma placa plana a uma
temperatura de 60oC, determine as espessuras das camadas limite fluidodinâmica e
térmica para as seguintes posições: a) x = 4 m, b) x = 20 m.
126) Para o escoamento do exercício anterior, determine o fluxo de transferência de calor
por convecção nas posições x = 4 m e x = 20 m.
127) Ar a 20C escoa sobre uma placa plana de comprimento L = 5 m e largura b = 1 m,
com uma velocidade de 2,5 m/s. A placa se encontra a uma temperatura de 180C.
Determine:
a) A espessura da camada limite fluidodinâmica em x = L/2;
b) A taxa total de calor perdida pela placa.
128) Ar a 20oC escoa sobre uma placa plana de 10 m de comprimento e 2 m de largura,
com uma velocidade igual a 2 m/s. A chapa se encontra a uma temperatura igual a 80oC.
Calcule:
a) o fluxo de calor na posição x = 6 m,
b) a taxa total de calor transferida para o ar, considerando escoamento turbulento desde o
início da placa,
c) a taxa real de transferência de calor.
129) Para o escoamento de ar a 25oC e velocidade de 2 m/s sobre uma placa plana de 15 m
de comprimento mantida a 95oC, determine:
a) uma expressão para o coeficiente local de transferência de calor por convecção em
função da posição,
b) o coeficiente global de transferência de calor e
c) a espessura da camada limite fluidodinâmica na posição x = 10m.
130) Água a 20C escoa sobre uma placa plana de 0,5 m de comprimento e 0,25 m de
largura, com velocidade igual a 0,5 m/s. A placa se encontra a uma temperatura igual a
60C. Determine:
a) O fluxo de calor em x = 0,5 m;
b) A taxa total de calor transferida da placa para a água.
131) Ar a 100C escoa sobre uma placa plana de 5 m de comprimento e 0,75 m de largura,
com velocidade V = 3,5 m/s. A placa se encontra a uma temperatura igual a 20C.
Determine:
a) A espessura da camada limite fluidodinâmica no final da placa;
b) O fluxo de calor em x = 2,5 m.
132) Ar a 25C escoa sobre uma placa plana de 3 m de comprimento e 0,9 m de largura,
com uma velocidade de 2,5 m/s. Se a placa se encontra a uma temperatura de 75C,
determine:

202
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

a) Uma expressão para o coeficiente de transferência de calor por convecção da placa


para o ar em função da distância x e
b) O fluxo de calor na posição x = 1,5 m.
133) Um chip quadrado de silício, de aresta a = 10 mm, está isolado em uma de suas
superfícies e é resfriado na superfície oposta com ar atmosférico, em escoamento paralelo,
com temperatura de 20C e velocidade de 20 m/s. Se a temperatura do chip não pode
exceder 80C, qual é a potência máxima permitida?

Exercício 133
134) Ar a 20C escoa sobre uma placa plana de 6 m de comprimento e 1 m de largura, com
uma velocidade de 1,5 m/s. A chapa se encontra a 100C. Determine a taxa total de calor
transferida para o ar.
135) Água a 20C escoa sobre uma placa plana de 10 m de comprimento e 1,5 m de largura,
com uma velocidade de 2 m/s. A chapa se encontra a 80C. Determine a taxa total de
calor transferida para a água.
136) Deseja-se resfriar uma superfície plana de 2 m de largura e 7 m de comprimento,
mantida em uma temperatura de 100C, através da passagem de uma corrente de ar a
20C.
a) Considerando que o escoamento é laminar ao longo de toda a placa, determine qual
deve ser a velocidade da corrente livre (constante) para garantir que seja retirada a taxa de
calor de 2 kW.
b) Verifique se a condição de escoamento laminar ao longo de toda a placa é aceitável.
137) Ar escoa sobre uma superfície plana aquecida, a uma velocidade de 1 m/s. A
superfície tem 1 m de largura e 50 m de comprimento. Se a superfície é mantida a 100C,
determine qual deve ser a temperatura do ar para garantir que uma taxa de calor de 10 kW
seja retirada da superfície. Assuma as propriedades para o ar:
5
(   1,076kg / m ,   1,99x10 kg / m.s, k  0,0288W / m.K e Pr  0,705).
3

138) Ar a 20C e 1 m/s escoa entre duas placas planas paralelas, separadas por 5 cm (ver
figura), mantidas a 60C. As placas têm um comprimento total de 1,4 m e 20 cm de
largura.
a) Determine o comprimento necessário para que as camadas limite fluidodinâmicas se
encontrem;
b) Determine a taxa de transferência de calor trocada entre as placas e o ar, até uma
distância de 0,7 m. Considere que, até as camadas limite fluidodinâmicas se
encontrarem, uma placa não interfere na outra.

203
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

Exercício 138 Exercício 139


139) Determine a taxa de calor perdida pela parede de um edifício, resultante de um vento
de 4,5 m/s soprando paralelo à superfície. A parede tem 8 m de comprimento e 20 m de
altura, sua temperatura superficial é de 40C e a temperatura do ar ambiente é de 20C.
140) Uma placa plana com 1 m de largura é mantida a uma temperatura superficial
uniforme de 220C, pelo uso de fitas aquecedoras controladas independentemente, cada
uma com 50 mm de comprimento. Ar atmosférico a 20C escoa sobre a placa a uma
velocidade de 60 m/s.
a) Quantas tiras são necessárias para que se inicie o escoamento turbulento?
b) Considerando que o comprimento da placa é de 10 m, determine a taxa total de calor
transferida para o ar. Justifique todas as hipóteses adotadas.
141) Um aquecedor elétrico de ar é constituído por um conjunto horizontal de finas tiras
metálicas que possuem, cada uma, 10 mm de comprimento na direção do escoamento do
ar, que é paralelo à superfície superior das tiras. Cada tira possui 0,2 m de largura. 25 tiras
são posicionadas lado a lado, formando uma superfície lisa e contínua (de 25 cm de
comprimento e 20 cm de largura), sobre a qual o ar escoa a uma velocidade de 2 m/s.
Durante a operação, cada tira é mantida a uma temperatura de 180C, enquanto o ar se
encontra a 20C.
a) Determine a taxa total de calor transferida para o ar. Justifique todas as hipóteses
adotadas.
b) Avalie a espessura da camada limite fluidodinâmica no final da superfície.
142) Uma placa de cobertura de um coletor solar plano possui 1 m de largura e 1 m de
comprimento, A placa se encontra a uma temperatura de 90C. Ar a 30C escoa sobre a
placa com uma velocidade de 2 m/s.
a) Determine a taxa total de calor perdida para o ar.
b) Determine a máxima espessura da camada limite fluidodinâmica.
143) Uma placa de cobertura de um coletor solar plano, de largura b = 1 m e comprimento
L = 2 m, encontra-se a uma temperatura de 100C. Ar ambiente a 20C escoa
paralelamente sobre a placa com uma velocidade de 2 m/s (ver figura). Determine a taxa
total de calor perdida para o ar se:
a) O ar escoa paralelamente ao comprimento da placa;
b) O ar escoa paralelamente a largura da placa

204
Fenômenos de Transporte – 02/2011 Cristiana Brasil Maia
Transferência de Calor

Exercício 143
144) Água de refrigeração a 15C escoa a 10 m/s sobre uma superfície plana a 45C, em um
transformador elétrico. O comprimento total da superfície é de 0,25 m e a sua largura é de
0,1 m.
a) Determine a posição x na qual o escoamento se torna turbulento;
b) Considerando escoamento turbulento ao longo de toda a placa, determine a taxa total
de calor retirada pela água.
c) Determine a taxa real de calor retirada pela água.
d) A hipótese de escoamento turbulento ao longo de toda a placa poderia ser utilizada?
Justifique.
145) Um trocador de calor para o aquecimento de mercúrio líquido está em
desenvolvimento. Ele pode ser visualizado como uma placa plana de 150 mm de
comprimento e 30 cm de largura. A placa é mantida a 70C e o mercúrio flui
paralelamente ao lado mais curto, a 0,3 m/s e temperatura de 15C. Determine a taxa total
de calor fornecida para o mercúrio. Assuma as seguintes propriedades para o mercúrio:
(   13500 kg / m3 ,   14,05x104 kg / m.s, k  9,4 W / m.K e Pr  0,0207 ).

Exercício 145
146) Deseja-se retirar calor de uma superfície mantida a uma temperatura de 100C. Sobre
a placa, escoa ar a 20C, com uma velocidade de 10 m/s. A placa tem 20 m de
comprimento e 0,75 m de largura.
a) Determine a espessura da camada limite fluidodinâmica no final da placa.
b) Determine a taxa total de calor transferida da placa para o ar. Justifique todas as
considerações feitas.

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