Você está na página 1de 11

PERFIL DE TEMPERATURA EM BARRAS DE SEÇÃO

CIRCULAR UNIFORME - CONVECÇÃO NATURAL


Igor Dalmolin1, Jeane V. Corrêa1, Matheus B. Oberderfer1,
André L. G. Santos2
1
Alunos do ACEA/UNOCHAPECÓ 2 Professor ACEA /UNOCHAPECÓ
Universidade Comunitária da Região de Chapecó
Resumo

Sendo a transferência de calor por convecção natural, um fenômeno físico de extrema importância,
devido ao fato de suas numerosas aplicações na engenharia, o presente trabalho teve como objetivo
através desse relatório, analisar a transferência de calor por convecção natural em três barras
cilíndricas metálicas contendo três materiais diferentes, sendo eles cobre, alumínio e inox. As barras
de mesmo comprimento e diâmetro, com uma das extremidades isoladas e a outra exposta a um banho
termostático primeiramente a 54°C e, num segundo momento, aumentando para 80°C, registrando as
variações de temperaturas do processo. A partir da obtenção destes dados, é possível obter os perfis
de temperaturas e os coeficientes de convecção naturais das barras, sendo esses coeficientes
calculados tanto pelos dados retirados dos experimentos quando pela literatura. Obteve-se como
resultado que os metais, cobre e alumínio são melhores condutores térmicos se comparados com o
inox, ou seja, o inox é mais resistente a transferência de calor, relatou-se também grande diferença
entre o coeficiente convectivo teórico e experimental.

Palavras-chave: Convecção Natural; Coeficiente Convectivo; Barras Metálicas.

1. Introdução Figura 1: Convecção natural sobre uma placa.

Segundo Incropera (2008), a


convecção pode ser descrita como a
transferência de energia ocorrendo no interior
de um fluido devido aos efeitos combinados da
condução e do escoamento global ou
macroscópico do fluido.
A transferência de calor por convecção O termo convecção refere-se a
é uma forte função da velocidade, quanto qualquer movimento de fluidos (líquidos ou
maior a velocidade maior o coeficiente de gases).
transferência de calor por convecção. As A equação que define a convecção é
velocidades do fluido associados à convecção conhecida como a lei do resfriamento de
natural são normalmente menores que 1 m/s, Newton e possui a seguinte forma:
por isso os coeficientes de transferência de
calor por convecção natural são normalmente 𝑞" = ℎ(𝑇𝑠 − 𝑇∞ ) (1.1)
muito menores do que aqueles encontrados
para convecção forçada (ÇENGEL, 2012).
Para compreender melhor o fenômeno Onde 𝑞" é o fluxo de calor por
de convecção é adequado observar a Figura 1. convecção (W/m²) que é igual a diferença entre
as temperaturas da superfície (𝑇𝑠 ) e do fluido
(𝑇∞ ) multiplicado pelo coeficiente de
transferência de calor por convecção ℎ, sendo
este influenciado por diversas variáveis como
geometria da superfície, natureza do umedecimento e a velocidade de
escoamento e propriedades do fluido. reumedecimento. As correlações eram
desenvolvidas para avaliar a estagnação e o
1.1. Convecção Natural local Número de Nusselt para o resfriamento
em estado estacionário da condição.
O estudo da transferência de calor por Os autores concluíram que o processo
convecção natural de cilindros na horizontal é de têmpera de impacto a jato é diferente de um
assunto de muitas discussões e pesquisas, processo de ebulição de fluxo devido à
devido ao fato de suas numerosas aplicações variação acentuada em distribuição de
na engenharia, como aquecer ou refrigerar transferência de calor na superfície.
líquidos que precisam ser bombeados,
refrigerar equipamentos eletrônicos ou 1.2. Coeficiente Convectivo
refrigerar condensadores de um refrigerador
ou aquecimento de algum espaço (YOUSEFI, Para fins de cálculo do coeficiente
2007). convectivo, utiliza-se o número adimensional
Segundo Kreith (2003), a transferência de Rayleigh nas correlações empíricas
de calor por convecção nada mais é do que dois propostas para convecção natural.
mecanismos operando simultaneamente. O
modo condutivo é o primeiro deles, que é a g𝛽(𝑇𝑠 − 𝑇∞ )𝐷³
transferência de energia atribuída ao 𝑅𝑎𝐷 = 𝐺𝑟𝐷 𝑃𝑟 = (1.2)
𝑣𝛼
movimento molecular. Sobreposta a ele está a
transferência de energia através do movimento
macroscópico, ou movimento global, de Considerando:
parcelas do fluido. • 𝑅𝑎𝐷 : Número de Rayleigh (−);
De acordo com Incropera (2008) esse • 𝐺𝑟𝐷 : Número de Grashof (−);
movimento está associado ao fato que, em um • 𝑃𝑟: Número de Prandt (−);
instante qualquer, um grande número de • g: Aceleração Gravitacional
moléculas está se movendo coletivamente. Tal (m/s²);
movimento, na presença de uma variação de • 𝛽: Coeficiente de Expansão
temperatura, contribui para a transferência de Térmica (𝐾 −1 );
calor. Como as moléculas mantêm seus • 𝑇𝑠 : Temperatura da Superfície (𝐾);
movimentos aleatórios, a transferência total de • 𝑇∞ : Temperatura do Ambiente
calor é, então, devida à superposição do (𝐾);
transporte de energia pelo movimento • 𝐷: Diâmetro do Cilindro (m);
qualquer das moléculas com o transporte • 𝑣: Viscosidade Cinemática (ar)
devido ao movimento global do fluido. (m²/s);
Um estudo experimental de • α: Difusividade térmica (sólido)
transferência de calor durante têmpera de um (m²/s).
teste de aço inoxidável cilíndrico amostra foi
realizada por Karwa et al. (2011). Um jato de O coeficiente de expansão térmica
água sub-resfriado é direcionado para cima volumétrica é representado por β sendo uma
voltado para a face plana do cilindro. O propriedade termodinâmica do fluido, que
espécime de teste é aquecido a uma fornece uma medida da quantidade na qual a
temperatura inicial ligeiramente acima de densidade varia em resposta a uma variação na
900°C e então apagado. Agrawal et al. (2012) temperatura a uma pressão constante, pode ser
estudou o resfriamento transiente de uma encontrado através da Equação 1.3
superfície quente. O desempenho da superfície (GONÇALVES, 2008).
de teste foi determinado com base na
temperatura de reumedecimento, demora de
2
1 conforme a condição de contorno escolhida
β= (1.3) para sua resolução.
𝑇𝑓
Dentre as soluções da Equação 1.4
Sendo, apresentadas na literatura, tem-se:
β – Coeficiente de Expansão Térmica (𝐾 −1 ) e 1°) Para a condição de contorno do
𝑇𝑓 -Temperatura do Filme (𝐾). primeiro tipo a solução é:

A abordagem clássica da literatura para


a descrição do comportamento de uma barra (T − T∞ )/(T0 − T∞ ) = ½{e−x√β/α .
circular, submetida a uma brusca variação de erfc[(x⁄2 √αt) − √βt] +
temperatura em seus extremos consiste em, ex√β/α [(x⁄2 √αt) − √βt]}
considerar o fluxo de calor como sendo (1.5)
unidimensional (ou seja, admite-se a
temperatura da barra como sendo uniforme ao Nesta equação, assim como nas
longo de cada seção da mesma), desprezando- equações apresentadas a seguir, admitiu-se um
se a variação das propriedades físicas dos coeficiente de transferência de calor (barra-ar)
materiais (k,Cp,ρ) ao longo de temperaturas médio (ℎ) constante, ou seja, ℎ𝑥 = ℎ=
pontuais. constante.
Assim sendo, em regime transiente, O parâmetro (β) relaciona-se com ℎ
pode-se escrever: pela equação:

𝛽 = 𝑚². 𝛼 (1.6)
𝜕𝑇 𝜕²𝑇 ℎ𝑥 𝑃
=𝛼 − (𝑇 − 𝑇∞ ) (1.4)
𝜕𝑡 𝜕𝑥² 𝐶𝑝 𝜌𝐴 Onde: ℎ. 𝑃 (1.7)
m² =
𝑘. 𝐴
As condições de contorno adotadas na 𝑃 é o perímetro = 4πD
resolução da Equação (1.3) são:
No tempo, considera-se T = T∞, para t 2°) A expressão do perfil de
= 0; na posição, para x = 0 toma-se T = T0. A temperatura para o regime permanente pode
segunda condição de contorno para a posição ser obtida levando a Equação (1.5) ao limite
(ou seja, para a extremidade oposta da barra) (𝐭 → ∞), ou então integrando-se a equação
pode ser assumida de três formas distintas: (1.4) com ∂T / ∂t = 0. Desta forma obtém-se:
- Para a condição de contorno do
1º) T = T∞, para x → ∞ (barra semi- primeiro tipo:
infinita), que será chamada condição de
contorno de primeiro tipo.
(T − T∞ )/(T0 − T∞ ) = 𝑒 −𝑚𝑥 (1.8)
𝜕𝑇
2°) = 0, para x=L (barra com - Para a condição de contorno do
𝜕𝑡
extremidade isolada); chamada condição de segundo tipo:
contorno de segundo tipo.
(T − T∞ )/(T0 − T∞ ) =
𝜕𝑇 cos ℎ[𝑚. (𝐿. 𝑥)]/𝑐𝑜𝑠 ℎ (𝑚. 𝐿) (1.9)
3°) −𝐾 𝜕𝑡 |𝑥=𝐿 = ℎ(𝑇 − 𝑇∞ ), em x=L
(igualando o calor transmitido por convecção São também conhecidos, métodos
pela extremidade com o calor transmitido por onde, através de correlações empíricas pode-se
condução na barra em x = L), chamada calcular o número adimensional de Nusselt,
condição de contorno de terceiro tipo. que por sua vez, é utilizado para obtenção do
Lembrando que, a solução diferencial coeficiente convectivo natural.
da Equação 1.4 toma formas diferentes
3
Para um cilindro horizontal isotérmico, Como:
pode-se utilizar a correlação de Churchill e • ℎ𝑒𝑥𝑝 : Coeficiente convectivo
Chu, que abrange uma ampla faixa do número experimental (W/m² 𝐾);
de Rayleigh: • 𝐾: Condutividade térmica (W/m𝐾);
𝟐
• 𝐴: Área de troca térmica (m²);
𝟏
• 𝑃: Perímetro de troca térmica (m²);
𝟎, 𝟑𝟖𝟕𝑹𝒂𝟔 • m: Coeficiente angular da reta (-).
𝑵𝐮 = 𝟎, 𝟔 + 𝟓
𝟗 𝟐
[𝟏 + (𝟎, 𝟓𝟓𝟗) 𝟏𝟔 ] Neste caso, como trata-se de uma barra
{ 𝑷𝒓 } (1.10)
cilíndrica, os valores de A e P podem ser
encontrados pelas Equações 1.13 e 1.14,
Tomando como, Pr o número de respectivamente:
Prandtl e Ra valores de Rayleigh.
𝜋𝐷² (1.13)
1.3. Coeficiente Convectivo Teórico 𝐴=
4
De acordo com Çengel (2012) o 𝑃 = 4𝜋𝐷 (1.14)
coeficiente de transferência de calor
convectivo depende muito da velocidade, eles Considerando 𝐷 como diâmetro do
são diretamente proporcionais. As velocidades cilindro (m).
do fluido nos processos de convecção natural Já o para o cálculo do valor de m é
são baixas, ou quase nulas, quando utilizada a seguinte Equação:
comparadas com os processos de convecção
𝐓−𝐓∞
forçada, por isso o coeficiente convectivo em ln (𝐓 )=𝑒 −𝑚𝑥 (1.15)
𝟎 −𝐓∞
processos naturais é relativamente mais baixo.
Após encontrar as grandezas físicas
necessárias, torna-se possível calcular o Quando:
coeficiente convectivo teórico através da • T: Temperatura do ambiente (K);
equação: • T0 : Temperatura inicial (K);
• T: Temperatura no ponto (K).
𝑁𝑢. 𝐾𝑎𝑟
ℎ= (1.11)
𝐷
2. Materiais e Métodos
Nos quais:
• ℎ: Coeficiente convectivo teórico (𝑊/
𝑚²𝐾); 2.1. Materiais
• 𝑁𝑢: Número de Nusselt (−);
• 𝐾𝑎𝑟: Condutividade térmica do ar Para esse experimento foram utilizados
(𝑊/𝑚²𝐾); os seguintes equipamentos: 3 barras de
materiais distintos (cobre – barra A, alumínio–
1.4. Coeficiente Convectivo barra B e inox – barra C) de 1⁄2” de diâmetro e
Experimental 1 metro de comprimento, com uma
extremidade em um banho termostático com
O coeficiente convectivo experimental água e a outra isolada termicamente com o
pode ser encontrado através da Equação 1.12: auxílio de pedaços de isopor.
Os termopares, utilizados para medir as
𝑚2 . 𝐾. 𝐴 temperaturas em seus respectivos pontos, são
ℎ𝑒𝑥𝑝 = (1.12) devidamente calibrados e conectados ao
𝑃
indicador de temperatura. Estavam
4
distribuídos de modo que: entre o banho e o Figura 4: Indicadores de temperatura.
primeiro sensor temos 2 cm; entre o primeiro e
o segundo sensor temos 5 cm; do terceiro ao
sétimo temos intervalos iguais de 7 cm; o
oitavo encontra-se no final da barra.
Na Figuras 2 pode-se analisar as 3
barras circulares, Figura 3 o recipiente de
banho termostático e na Figura 4 os
indicadores de temperatura.

Figura 2: Barras dispostas.

2.2. Métodos

Para realizar o experimento deve-se


primeiramente encher o recipiente de banho
termostático para que as barras fiquem com
uma de suas extremidades submersas na água,
e também medir a temperatura do ambiente
onde elas estão. Em seguida, deve-se regular o
termostato do banho termostático para 50ºC,
monitorar as temperaturas dos oito pontos das
três barras até que não haja mais variação de
temperatura e então registrar todas elas quando
Figura 3: Recipiente de banho termostático. o regime de transferência de calor permanente
for atingido.
Posteriormente, regular a temperatura
do banho termostático para 80ºC e proceder
como anteriormente, registrando todas as
temperaturas mostradas nos indicadores.

3. Resultados e Discussões

Após realização dos procedimentos


experimentais, e coleta dos dados das
temperaturas dos termopares para os banhos de
54 ºC e 80 ºC, plotou-se gráficos que serão
apresentados no decorrer do texto, neles pode-
se analisar o processo de transferência de calor
ao longo das barras, calculou-se de forma

5
teórica e experimental o coeficiente Para determinar o coeficiente
convectivo do processo. convectivo (h) experimental, foi necessário
Posteriormente a análise dos dados efetuar cálculos para a identificação do
plotados nos gráficos resultantes, obtidos no parâmetro “m”, que foi obtido através do
processo experimental, verifica-se a gráfico (T − T∞ )/(T0 − T∞ ) vs. posição. O
diminuição da temperatura ao longo das parâmetro “m” é o que acompanha o x numa
barras, constatou-se com a observação dos equação do tipo y = eax.
dados e dos gráficos também, que as barras A Após realizar os cálculos e analisar os
e B (Cobre e Alumínio) possuem dados, plotou-se os seguintes gráficos,
condutividades similares, quando comparadas mostrados a seguir, para as temperaturas de
a barra C (Inox). Como resultado prático, 54ºC e 80ºC respectivamente, estes relacionam
considera-se que as barras A e B são melhores o parâmetro m com a posição linear na barra
condutores que a barra C, ou seja, a barra de para os três materiais propostos.
inox possui uma maior resistência à Observa-se o padrão, conforme a
transferência de calor, fato já conhecido por o realidade esperada para os materiais,
inox apresentar condutividade do material comportamentos semelhantes para cobre e
significativamente menor. alumínio e uma leve divergência no
Enquanto a condutividade do cobre e comportamento com o inox, em relação aos
do alumínio são de respectivamente 401 W/m demais, conclui-se que isto é devido as
e 237W/m.K (à T= 25ºC), sendo portanto, propriedades de condutividade do material que
relativamente próximas, justificando o perfil serão mais exploradas a seguir.
de temperatura muito semelhante entre os
pontos a condutividade do aço inox é de 14,01 Figura 5: Gráfico do parâmetro m versus a posição na
W/m.K, logo, significativamente menor que as barra para 54ºC.
demais.

Figura 3: Perfil de temperatura para 𝑇𝑏𝑎𝑛ℎ𝑜 = 54ºC.

Figura 5: Gráfico do parâmetro m versus a posição na


barra para 80ºC.

Figura 4: Perfil de temperatura para 𝑇𝑏𝑎𝑛ℎ𝑜 = 80ºC.

6
Pode-se visualizar na Tabela 1 as teóricos e de cálculo, considera-se que o calor
informações dos parâmetros “m” para cada não chega até o final da barra, pois há a
situação. dissipação da energia para o meio isso é
considerada quando se avaliam as condições
Tabela 1: Constante “m”. de sólido semi-infinito e extremidade da barra
isolada.
Barra A Barra B Barra C
Utilizando os dados já apresentados
m - 54°C 1,9002 1,5055 1,1295
formulou-se tabelas de erros, apresentadas
m - 80°C 2,4002 1,8848 1,9356
abaixo, sendo as Tabela 4 e 5, considera-se a
variação entre os valores experimentais e
Com as constantes já determinadas, foi teóricos de h para as temperaturas de 54°C e
possível determinar o coeficiente convectivo 80°C respectivamente.
de calor experimental e teórico h para
convecção natural. Abaixo tem-se a Tabela 1 e Tabela 4: Valores de erro percentual de h para 54 °C.
2 com valores de h obtidos para as duas
situações (banho 54ºC e 80ºC). hexp Erro
hteo (W/m²K)
(W/m²K) (%)
Tabela 2: Valor de h experimental. Barra A 4,597129414 7,833151403 41,31
Barra B 1,70550735 9,363969672 81,79
Barra A Barra B Barra C Barra C 0,060353501 7,857265329 99,23

h - 54°C 4,597129 1,705507 0,060354


Tabela 5: Valores de erro percentual de h para 80 °C.
h - 80°C 7,33471 2,673146 0,17724
hexp Erro
Tabela 3: Valor de h teórico. hteo (W/m²K)
(W/m²K) (%)
Barra A 7,334710299 9,21809548 20,43
Barra A Barra B Barra C
Barra B 2,673145646 10,81891048 75,29
h-
7,833151403 9,363969672 7,857265329 Barra C 0,177239789 8,75477654 97,98
54°C
h-
9,21809548 10,81891048 8,75477654
80°C
4. Conclusão
Pela avaliação da Tabela 2, referente ao
h experimental, pode-se considerar os
coeficientes convectivos, de acordo com o Quando é necessário determinar
resultado já esperado, levando em conta o h materiais de engenharia para as mais variadas
experimental, em ambos os banhos tanto de 54 aplicações, é indispensável conhecer todas as
°C quanto de 80 °C, o inox ficou menor que o características dos mesmos, para a análise e
alumínio que, por sua vez ficou menor do que escolha correta do material, que será
o cobre. Isto acontece, devido ao fato de que empregado no projeto, indiferente do papel
tanto o inox quanto o alumínio possuem maior que o componente estudado ira desempenhar,
resistência à transferência de calor que cobre, sua resposta a variação de temperatura deve ser
sendo esperado, portanto, um valor menor de h estudada e compreendida, visto que o mesmo
para estes materiais. pode interferir em outras partes do projeto,
É importante relembrar que, a barra de porém, principalmente em aplicações onde a
aço apresentou temperaturas mais próximas transferências de calor é uma variável ativa na
nas posições finais comportamento diferente funcionalidade do projeto, quando se deseja
do observado nas outras barras, fenômeno este obter ou restringir uma perda de calor no
causado pela sua baixa condutividade quando processo, variáveis como a resistência a
comparada aos demais materiais, o que faz condutividade térmica devem ser
com que possua menor facilidade de conduzir profundamente conhecidas, para determinar
o calor fornecido até o fim da barra, para fins
7
com o máximo de otimização o material que rticle/viewFile/905/859>. Acesso em: 09 de
será usado em determinado projeto. junho 2021.
Concluiu-se, que com o experimento de
convecção natural, foi possível examinar o DELGADO, J.F.A D; BORGES, A.R. Janeiro.
coeficiente convectivo de materiais diferentes, Simulação Numérica de uma situação de
em função de temperaturas variadas. Sendo ventilação natural. Revista Ibeamericana de
permitido também, analisar o cobre e o IngenieríaMecánica. Vol8 No 1pg 25-32,
alumínio e através desta análise, percebeu-se 2004. Disponível em:
que, ambos possuem uma condutividade <http://www.uned.es/ribim/volumenes/Vol8N
próxima, o que confere a eles, padrões 2Julio_2004/V8N2A03%20Dias.pdf> Acesso
parecidos de dispersão e condução do calor. em: 09 de junho 2021.
Observou-se também, que estes
materiais possuem condutividades elétricas FILHO, W. B. Fenômenos de Transporte
próximas, visto que compartilham para Engenharia. 2.ed. Rio de Janeiro: LTC,
características constitutivas, em contra partida 2013.
a barra de inox que demonstra maior
resistência a condução, tanto térmica como GONÇALVES, C. B. Convecção natural.
elétrica, porém suas características mecânicas USP. São Paulo, 2008.
podem ser consideradas superiores, quando
necessitamos de resistência a tração e INCROPERA, F. P.; DEWITT, D. P.
compressão, o que mais uma vez, salienta a Fundamentos de transferência de calor e de
conclusão inicial, a um material mais massa. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC,2008.
adequado para cada projeto, cabe-se então, ao
engenheiro conhecê-lo. KARWA, N., GAMBARYAN-ROISMAN,
Em relação as considerações referentes T., STEPHAN, P., E TROPEA, C.
aos erros calculados, pode-se notar faixas Experimental Investigation of Circular
extraordinárias de erros, divergências Free-Surface Jet Impingement Quenching:
incondizentes com a realidade, considerou-se Transient Hydrodynamics and Heat
estes erros, decorrentes de falhas dos Transfer. Experimental Thermal and Fluid
equipamentos, usados para os experimentos, Science, 2011.
imprecisões em certo grau já esperadas, porém,
observou-se que estas falhas não atrapalharam KERN, D. Q. Processos de transmissão de
as considerações finais do relatório. calor. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
1987.

5. Referências KREITH, F; BOHN, M.S. Princípios de


Transferência de Calor. 6 ed. São Paulo.
Thomson, 2003.
AGRAWAL, C., KUMAR, R., GUPTA, A.,
CHATTERJEE, B. Effect of Jet Diameter on YOUSEFI, T.: ASHJAFE, M. Experimental
The Rewetting of Hot Horizontal Surfaces Study of Natural Convection Heat Transfer
During Quenching. Experimental Thermal From Vertical Array of Isothermal
and Fluid Science, 2012. Horizontal Elliptic Cylinders. Experimental
Thermal and Fluid Science, 2007.
BRITO, R. F; NETO, A. S, OLIVEIRA, M;
MENON, G. J. Convecção natural ÇENGEL, Y A. Transferência de calor e
turbulenta em cavidade retangular com um massa: uma abordagem prática. 3. ed. São
cilindro interno. Disponível em: Paulo: McGraw Hill, 2009.
<http://www.cimec.org.ar/ojs/index.php/mc/a
8
6. ANEXOS

6.1. Memorial de Cálculo

As temperaturas obtidas no experimento, considerando a temperatura do banho de 54ºC e


80°C respectivamente, estarão listadas a seguir nas Tabelas 6 e 7. Sendo, barra A (Cobre), barra B
(Alumínio) e barra C (Aço Inox).

Tabela 6: Dados experimentais referentes a temperatura de banho de 54°C.

Temperatura do Banho: 54°C


Posição Barra A Barra B Barra C
Posição
(m) (°C) (°C) (°C)
1 0,02 47 52 42
2 0,07 42 46 29
3 0,14 36 41 26
4 0,21 34 37 25
5 0,28 31 34 25
6 0,35 28 32 25
7 0,42 27 29 25
8 1 24 27 24
Média (K) 306,625 310,25 300,625

Tabela 7: Dados experimentais referentes a temperatura de banho de 80°C.

Temperatura do Banho: 80°C


Posição Barra A Barra B Barra C
Posição
(m) (°C) (°C) (°C)
1 0,02 74 78 62
2 0,07 63 70 41
3 0,14 54 59 31
4 0,21 48 52 27
5 0,28 43 46 27
6 0,35 37 42 25
7 0,42 33 37 25
8 1 25 29 24
Média (K) 320,125 324,625 305,75

Inicialmente, com o intuito de encontrar o coeficiente convectivo experimental (ℎ𝑒𝑥𝑝 ), fez-se


necessário a linearização da Equação 6.1 e a plotagem do gráfico. Dessa forma, encontrou-se o valor
de m através do coeficiente angular da equação da reta obtida.
(𝑇 − 𝑇∞) (6.1)
= 𝑒 − 𝑚𝑥
(𝑇0 − 𝑇∞)

Os dados gerais, necessários para realização dos cálculos, tanto do coeficiente convectivo
experimental (ℎ𝑒𝑥𝑝 ), quanto do coeficiente convectivo teórico (ℎ𝑡𝑒𝑜 ) estão listados na Tabela 8.

Tabela 8: Dados gerais do experimento.

Dados Gerais
K - Cobre (W/mk) 401
K - Alumínio (W/mk) 237
K - Aço Inox (W/mk) 14,9
Viscosidade do ar (m²/s) 0,00001516
Diâmetro das barras (m) 0,0127
Aceleração da Gravidade (m/s²) 9,81
Temperatura Ambiente (K) 293

Na Tabela 9 estão listados os valores de beta. Utilizando-se a Equação 1.3.

Tabela 9: Valores de Beta.

Barra A Barra B Barra C


Beta 54°C 0,003335418 0,006446414 0,00663075
Beta 80°C 0,003261978 0,006160955 0,006519967

Para o cálculo do Nusselt, usou-se os dados obtidos através de interpolações e equações listadas
acima. Considera-se os valores adquiridos nas Tabelas 10, 11 e 12.

Tabela 10: Difusividade térmica obtida através de interpolação.

Barra A Barra B Barra C


α 54°C 2,25803E-05 2,30805E-05 2,17618E-05
α 80°C 2,44618E-05 2,51056E-05 2,24595E-05

Tabela 11: Rayleigh calculado através da Equação 1.2.

Barra A Barra B Barra C


Ra 54°C 2903,017428 7103,46382 3229,723747
Ra 80°C 5652,148787 12446,33354 5310,29291

10
Tabela 12: Valores de Prandtl encontrados a partir de interpolação.

Barra A Barra B Barra C


Pr 54°C 0,671383178 0,656831524 0,696635151
Pr 80°C 0,619743068 0,603848739 0,674992765

Concluindo-se com os valores de Nusselt conforme Tabela 13, seguindo a Equação


1.10.

Tabela13: Valores de Nusselt.

Barra A Barra B Barra C


Nu 54°C 3,80570095 4,50293127 3,882773139
Nu 80°C 4,313552417 5,003647602 4,263253913

11

Você também pode gostar