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Determinação do Coeficiente

de Transferência de Calor em
Corpos Submersos

Gisele Siqueira - 561657


Ian Casaroti Alves - 758928
Mateus de Oliveira Marques - 758952
Renan Yudi Yamashiro - 758959
Roberto Pessoa Neto - 758961
Vitor Furlanetto Barrionuevo - 760642

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1. Introdução

Roteiro 2.
3.
4.
Teoria e cálculo
Experimento
Resultados

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1. Introdução
a. A transferência de calor
b. Tipos de transferência de calor
c. Transferência de calor por convecção
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Introdução
A transferência de calor acontece quando dois ou mais corpos com
temperaturas diferentes são colocados em contato em um mesmo
ambiente e, depois de algum tempo, alcançaram o equilíbrio térmico.
Isso acontece porque o calor é um tipo de energia que transita entre os
corpos, ocasionando esse movimento até que haja equilíbrio.

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Tipos de transferência de calor
A radiação térmica, também Na condução térmica, a A convecção térmica, comum
conhecida como irradiação, energia se propaga em virtude para os gases e líquidos, ocorre
ocorre por meio de ondas da agitação molecular. Esse através do deslocamento de
eletromagnéticas e não é processo é mais eficiente em meio material através de
necessário que haja contato materiais como os metais, que correntes que se estabelecem
entre os corpos. são bons condutores de calor. no interior do meio.

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Exemplo de Convecção

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Convecção térmica
Convecção natural o movimento do fluido não é gerado por
qualquer fonte externa, mas somente por diferenças de
densidade no fluido que ocorre devido a gradientes de
temperatura. A força condutora para a convecção natural é a
flutuabilidade (relacionada ao empuxo), um resultado das
diferenças nas densidades de fluidos.

Convecção forçada o fluido é movimentado artificialmente,


por meios mecânicos (abanador, ventilador, etc.).

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2. Teoria e Cálculos
a. Coeficiente de Transferência de Calor por Convecção (h)
b. Método da Capacitância Global
c. Procedimento de Cálculo
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Coeficiente de Transferência de Calor por Convecção (h)
- Em determinadas situações, é necessário que se conheça o valor que relaciona a
quantidade de calor transferida de uma superfície para um fluido ou vice-versa, o
qual é denominado coeficiente de transferência de calor por convecção (h).

- O h é uma função complexa que depende do escoamento do fluido, das


propriedades físicas do meio do fluido (viscosidade dinâmica do fluido, densidade do
fluido, calor específico do fluido, condutividade térmica do fluido, coeficiente de
expansão volumétrica, velocidade do fluido, aceleração da gravidade e a diferença de
temperatura entre a superfície e o fluido) e da geometria do sistema em questão.

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Coeficiente de Transferência de Calor por Convecção (h)
- Dessa forma, não é possível encontrar seu valor em tabelas de referência, devido às
inúmeras variáveis que influenciam seu cálculo. Assim, é mais conveniente e mais
preciso utilizar um valor de coeficiente que tenha sido calculado
experimentalmente a partir de correlações empíricas.

- Para a determinação do h experimental nesse procedimento, será considerado o


Método da Capacitância Global, o qual elimina algumas variáveis da relação
primordialmente conhecida e torna os cálculos menos extensos.

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Método da Capacitância Global
- O fundamento desse método é a hipótese de que a temperatura do sólido é
uniforme no espaço durante qualquer instante do processo transiente, o que implica na
eliminação dos gradientes de temperatura no interior do material que será
analisado.

- Pela Lei de Fourier, um gradiente desprezível acarreta a existência de uma


condutividade térmica, k, infinita, o que é impossível. No entanto, essa solução é
aproximada se a resistência interna à transferência de calor por condução dentro
do sólido é muito pequena comparada à resistência externa entre a superfície e o
meio (convecção). Esta aproximação é mais exata quanto maior for à relação entre a
área superficial e o volume, como em placas finas e fios.

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Método da Capacitância Global (exemplo)
- Na moldagem de um metal quente, por exemplo, que está inicialmente a uma
temperatura Ti e que é temperado pela sua imersão em um líquido a uma temperatura
mais baixa T∞ < Ti. A temperatura do sólido irá diminuir até que atinja T ∞ devido à
transferência de calor por convecção na interface sólido-líquido. O método da
Capacitância Global é o método mais simples e conveniente a ser usado nesse tipo de
problema de resfriamento e aquecimento.

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Procedimento de Cálculo
- Conforme mencionado anteriormente, no estudo do fenômeno da transferência de
calor entre um corpo sólido e o fluido estacionário, algumas hipóteses simplificadoras
fazem-se necessárias, em virtude da complexidade na modelagem do problema.

- Nesse sentido, admite-se as seguintes hipóteses:


● A temperatura é uniforme no interior do sólido, inclusive na superfície do
mesmo, durante todo o tempo em que se efetua a troca de calor;
● As propriedades físicas do sólido apresentam-se constantes;
● A temperatura do fluido na superfície do sólido é igual à temperatura do sólido.
● O coeficiente de transferência de calor por convecção é considerado
constante (Lei de Resfriamento de Newton).

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Lei de Resfriamento de Newton
- A Lei do resfriamento de Newton expressa que a taxa de perda de calor de um corpo é
proporcional à diferença de temperatura entre o corpo e o meio circundante. Logo, quanto
maior a diferença de temperatura entre o corpo e o meio circundante, maior a taxa de perda
de calor.

- Com isso, é equivalente para a expressão que o coeficiente de transferência de calor, que
intermedeia entre a perda de calor e as diferenças de temperatura, é uma constante.
Geralmente essa condição é verdadeira para conduções térmicas (garantidas pela lei de
Fourier), mas frequentemente ela é aproximadamente verdadeira em condições de
transferência de calor por convecção, onde uma série de processos físicos tornam o coeficiente
de transferência de calor eficaz quando for dependente das diferenças de temperatura.

- Em termos matemáticos a lei do


resfriamento pode ser escrita como:

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Procedimento de Cálculo
- Nesse experimento, é feita a análise do aquecimento e resfriamento de corpos sólidos em
regime variável, admitindo-se desprezível a resistência à condução no interior do sólido em
relação à resistência ao transporte no fluido adjacente por convecção. Na prática, essa
hipótese é considerada válida quando o número de Biot for inferior a 0,1.

- O número de Biot é um número adimensional que mede a importância relativa dos processos
de transferência de calor (condução e convecção). O cálculo desse número pode ser assim
expresso:

onde: h : coeficiente médio de transporte de calor por convecção;


L: dimensão de comprimento do corpo;
K: condutividade térmica do sólido. 15
Procedimento de Cálculo
- Não obstante, ao desprezar a influência dos gradientes de temperatura no interior do
sólido, o problema não pode mais ser analisado a partir da equação do calor. Assim, é
realizado um balanço de energia global aplicado ao volume de controle no corpo
submerso. Como resultado dessa relação, tem-se que a taxa de perda ou ganho de
calor de um sólido equivale à taxa de variação de energia interna.

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Procedimento de Cálculo
- Como resultado dessa relação, tem-se que a taxa de perda ou ganho de calor de um
sólido equivale à taxa de variação de energia interna. Desse modo:

variação da energia interna perda de calor do sólido

Lei do resfriamento de Newton

h - coeficiente de transferência de calor por convecção


As – área superficial do sólido;
ρ – massa específica;
V – volume
cp – calor específico;
T – temperatura;
T∞ – temperatura do meio;
t – tempo 17
Procedimento de Cálculo
Por conveniência, define-se uma variação de temperatura

(considerando T∞ constante) como:

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Procedimento de Cálculo
- Aplicando integral nos dois lados e rearranjando as variáveis, temos:

Ts - temperatura na superfície do sólido;


Ti - temperatura inicial do sólido.

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Procedimento de Cálculo
- Finalizamos então, com a fórmula abaixo no qual relaciona a temperatura com o tempo,
algo visto que seria necessário pelos dados do nosso experimento

Como Ts=T0 quando t=0, ou seja, ψ=1, a integração da equação 8 resulta:

onde:
ψ = θ = (Ts – T∞)/(T0 – T∞)
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Procedimento de Cálculo
- A equação permite o cálculo do coeficiente de transferência de calor por convecção,
obtido por determinações simultâneas de temperatura e tempo, juntamente com o
conhecimento das propriedades físicas do corpo de prova utilizado no experimento.

- Torna-se necessário então a linearização da curva obtida pelos dados de temperatura


em um instante t, garantidos pelo número de Biot menor do que 0,1.

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Procedimento de Cálculo
- Após o traçado do gráfico de ln(ψ) em função do tempo(t), determina-se o coeficiente
angular α da reta obtida, que por sua vez, relaciona-se com o coeficiente de
transferência de calor por convecção através da equação:

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3. Experimento
a. Materiais e equipamentos utilizados
b. Procedimento experimental
c. Tratamento de dados
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Materiais utilizados
● Água

● Corpos de prova contendo um termopar


- Esfera, cilindro e placa
- Material: alumínio ou cobre
- Medidas variadas

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Equipamentos utilizados
● Suporte para os corpos de prova

● Balde (reservatório de água para resfriamento)

● Termômetro

● Cronômetro

● Régua ou paquímetro

● Sistema para aquecimento e manutenção da temperatura da água

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Procedimento Experimental - Situação Inicial
O experimento consiste no aquecimento e resfriamento de objetos feitos de diferentes materiais e
formatos. Com o objetivo de obter o coeficiente convectivo de transferência de calor.

● Temos 2 recipientes com água. A


água circula com a ajuda de uma
bomba centrífuga. Em um desses
recipientes é colocado uma
resistência elétrica, que vai
promover o aquecimento da
água.

● No outro recipiente serão


colocados os objetos sólidos.
Cada grupo irá receber 3 objetos
que poderão ter formato e
material diferentes.
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Procedimento Experimental
1. Verificar com termômetro
se a temperatura da água está
estacionária.

2. Identificar e anotar os
materiais e dimensões dos
corpos de prova (3 objetos por
grupo).

3. Verificar se os
termopares dos corpos de
prova estão corretamente
conectados ao indicador de
temperaturas.
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Procedimento Experimental
4. Utilizando um corpo de prova de cada vez, anote sua temperatura alguns instantes antes de
submergi-lo no banho. Utilizando suporte apropriado, mergulhe o corpo de prova no banho termostático.

5. Dispare o cronômetro simultaneamente à submersão. Anote a variação de temperatura com o


tempo de mergulho, até que o sistema entre em equilíbrio.

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Procedimento Experimental

6. Após atingir o equilíbrio, resfrie o corpo


de prova em um balde com água a
temperatura ambiente. Anote a variação de
temperatura com o tempo.

*Não se esqueça de anotar a temperatura da


água do balde antes de iniciar o experimento.

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Procedimento Experimental
7. Escolha um dos corpos de prova e repita a
operação de aquecimento em água, não é
necessário coletar um conjunto de dados nessa
fase.

8. Após atingir o equilíbrio, resfrie o corpo em


ar. Anote a variação de temperatura com o
tempo. Anote a temperatura ambiente.

*Só é necessário realizar o resfriamento em ar


em apenas 1 dos 3 objetos.

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Procedimento Experimental - Tabelas

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Tratamento de dados
Para chegarmos no valor do coeficiente
convectivo de transferência de calor (h)
precisamos:
- Temperatura e tempo
- Dimensões, material e massa do objeto
- Coeficiente angular

Com as dimensões conseguimos obter o volume


e com a massa temos a densidade do objeto.
Dados que serão usados na determinação do h.

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Exemplo dos dados disponibilizados

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4. Resultados

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Resultados
- Valores maiores que 0,1 no resultado do cálculo do número de Biot indicam possíveis
erros, dos mais variados aspectos, no decorrer do experimento. Dentre eles estão:

❏ Erros na coleta de dados experimentais


❏ Falta de controle de variáveis externas como temperatura ambiente e umidade
relativa do ar
❏ Algumas das simplificações adotadas não condizem com a realidade

- Com resultados menores que 0,1 do número de Biot é possível linearizar a curva
temperatura x tempo, obtida no decorrer do experimento. Isso porque a hipótese
tomada no início do experimento é confirmada e é possível usar o método da
capacitância global.

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Resultados
- Com os dados da tabela e os gráficos linearizados é possível obter o coeficiente
angulare da reta, obtidos por meio dos gráficos. Pode se dizer então que o coeficiente
mantém uma relação direta de proporcionalidade com a intensidade de transferência de
calor.

Coeficiente Coeficiente de Intensidade da


angular da reta transferência transferência de
de calor calor

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Tratamento de dados
● Traçar os gráficos de Temperatura X Tempo dos processos de aquecimento e
resfriamento para cada corpo de prova

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Tratamento de dados
● Calcular o número de Biot

● Fazer a linearização do gráfico de Temperatura X Tempo para cada corpo de prova.

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Resultados
- Além do que já foi tratado, a partir do experimento com corpos submersos, é possível notar que:

❏ Para corpos com mesma geometria, constituídos de materiais diferentes, submersos em um


mesmo fluido, o coeficiente convectivo de transferência de calor depende da densidade e da
capacidade calorífica específica (calor específico) do sólido;

❏ Para corpos constituídos de um mesmo material, com geometrias diferentes, submersos em


um mesmo fluido, o coeficiente convectivo de transferência de calor depende da relação entre o
volume e a área do sólido;

❏ Para corpos constituídos de um mesmo material e com mesma geometria, em contato com
fluidos diferentes, o coeficiente convectivo de transferência de calor depende das propriedades do
fluido.

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OBRIGADO!
Referências

INCROPERA, Frank P. et al. Fundamentos de Transferência de Calor e Massa. 6. ed. Rio de Janiero: Ltc, 2008.
KREITH, F., “Princípios de Transmissão de Calor”, editora Edgar Blücher e EDUSP, 3ª edição, 1969.
BENNETT, C.O. e MYERS, J.C., “Fenômenos de Transporte”, editora McGraw Hill do Brasil LTDA, São Paulo, 1978.
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