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TRANSFERÊNCIA DE CALOR

Prof. Marlon Lemos


Multivix Vitória

16 de maio de 2023
INTRODUÇÃO À CONVECÇÃO

• Descreve a transferência de energia entre uma superfície e um fluido


em movimento sobre essa superfície.

ADVECÇÃO
CONVECÇÃO
DIFUSÃO
INTRODUÇÃO À CONVECÇÃO

• Considere um fluido escoando sobre uma superfície de forma


arbitrária. Presume-se que a superfície se encontre a uma
temperatura uniforme, Ts, e se Ts ≠ T∞, sabemos que irá ocorrer
transferência de calor por convecção.
INTRODUÇÃO À CONVECÇÃO

• Da Lei de Fourier, sabemos que a taxa total de transferência de calor


q pode ser obtida pela integração do fluxo local ao longo de toda a
superfície.

• Sabemos da Lei de Resfriamento de Newton que:


INTRODUÇÃO À CONVECÇÃO

• Substituindo uma equação na outra:

• Definindo um coeficiente convectivo médio para toda a superfície, a


taxa de transferência de calor total também pode ser escrita na forma
INTRODUÇÃO À CONVECÇÃO

• Temos então que os coeficientes convectivos médio e local estão


relacionados por uma expressão que tem a forma:

• Por exemplo, para o caso particular do escoamento sobre uma placa


plana, h varia somente com a distância x da borda frontal e a
equação anterior se reduz a:
INTRODUÇÃO À CONVECÇÃO
Resultados experimentais para o coeficiente de transferência de calor
local hx para o escoamento sobre uma placa plana com superfície
extremamente rugosa são correlacionados pela relação

em que a é um coeficiente (W/(m1,9 · K)) e x (m) a distância da borda frontal


da placa.
Desenvolva uma expressão para a razão entre o coeficiente de transferência
de calor médio x sobre a região entre 0 e x e o coeficiente de transferência de
calor local hx em x
CAMADA-LIMITE HIDRODINÂMICA
• Considere o escoamento sobre a placa plana

• A grandeza δ, chamada de espessura da camada-limite,


geralmente é definida como o valor de y para o qual u = 0,99u∞.
CAMADA-LIMITE HIDRODINÂMICA
• Dentro da camada limite hidrodinâmica o gradiente de velocidade
e tensões de cisalhamento são elevados devido à ação da parede.
Fora dela essas grandezas são desprezíveis tendo uma velocidade
constante u∞.

• Com o aumento da distância da borda frontal da placa, os efeitos


da viscosidade penetram cada vez mais na corrente livre e a
camada-limite aumenta (δ aumenta com x).
CAMADA-LIMITE TÉRMICA
• Considere o escoamento sobre a placa plana

• A grandeza δt, chamada de espessura da camada-limite térmica,


geralmente é definida como o valor de y para o qual
(Ts −T)/(Ts −T∞) = 0,99.
CAMADA-LIMITE TÉRMICA
• Dentro da camada limite térmica o gradiente de
temperatura e consequentemente da taxa de transferência de calor
(e h) são elevados devido à ação da parede. Fora dela essas
grandezas são desprezíveis tendendo a uma de temperatura
uniforme T∞.

• Com o aumento da distância da borda frontal da placa, os efeitos


da transferência de calor penetram cada vez mais na corrente livre
e a camada-limite aumenta (δt aumenta com x).
O PROBLEMA DA CONVECÇÃO
• A taxa de transferência total são de suma importância em qualquer
problema de convecção. Essas grandezas podem ser determinadas
a partir das equações das taxas, que dependem do conhecimento
dos coeficientes convectivos local e médio.

• O problema não é simples, pois, além de dependerem de


numerosas propriedades do fluido, tais como massa específica,
viscosidade, condutividade térmica e calor específico, os
coeficientes são funções da geometria da superfície e das
condições do escoamento.
REGIME DE ESCOAMENTO
• As taxas de transferência de calor dependem fortemente do regime
de escoamento: se laminar ou turbulento.

• Na camada limite laminar a intensidade da transferência de


quantidade de movimento e energia são muito mais limitadas que
na camada limite turbulenta.

• As flutuações presentes na CL turbulenta aumentam sua espessura


e causam distribuições de velocidade e temperatura mais planos
que na CL laminar.
REGIME DE ESCOAMENTO
REGIME DE ESCOAMENTO
• A transição do escoamento laminar para o turbulento deve-se, em
última análise, a mecanismos de gatilho, tais como a interação de
estruturas transientes do escoamento que se desenvolvem
naturalmente no interior do fluido ou pequenos distúrbios que
existem no interior de muitas camadas-limite típicas.

• Esses distúrbios podem se originar em flutuações na corrente livre


ou podem ser induzidos pela rugosidade superficial ou minúsculas
vibrações na superfície.
REGIME DE ESCOAMENTO
• O início da turbulência depende se os mecanismos de gatilho são
amplificados ou atenuados na direção do escoamento do fluido, o
que, por sua vez, depende de um agrupamento adimensional de
parâmetros chamado de número de Reynolds,

• A posição x para a qual se dá a transição da CL laminar para CL turbulenta


conhecida como xcrítico ≡ xc e é determinada por Re.
REGIME DE ESCOAMENTO
• Para o escoamento sobre uma placa plana, sabe-se que o Rex,c
varia de aproximadamente 105 até 3×106, dependendo da
rugosidade da superfície e do nível de turbulência na corrente livre.

Um valor representativo de

é frequentemente admitido em cálculos da camada-limite.


GRUPOS ADIMENSIONAIS
• No problema da convecção existem muitas variáveis que
influenciam o coeficiente de transferência de calor por convecção.

• Deste modo, nosso interesse reside na identificação de funções


que possam ser expressas em termos de grupos adimensionais
que tenham significado físico para as situações de escoamento
convectivo. A seguir são apresentados os principais grupos
adimensionais que permitem a análise da convecção
GRUPOS ADIMENSIONAIS
• Número de Nusselt: representa o gradiente de temperatura
adimensional na superfície e fornece uma medida da transferência
de calor por convecção que ocorre na superfície

onde L é o comprimento característico


GRUPOS ADIMENSIONAIS
• Número de Nusselt (Nu): representa o gradiente de temperatura
adimensional na superfície e fornece uma medida da transferência
de calor por convecção que ocorre na superfície

• O número de Nusselt deve ser alguma função universal de L, ReL e


Pr. Se essa função for conhecida, ela pode ser usada para calcular
o valor de Nu para diferentes fluidos e para diferentes valores de V
e L.
GRUPOS ADIMENSIONAIS
• Número de Reynolds (Re): representa a razão entre as forças
de inércia e as viscosas e é utilizada para caracterização da CL

Acima de um valor característico o escoamento pode ser classificado


como laminar ou turbulento.
GRUPOS ADIMENSIONAIS
• Número de Prandtl (Pr): é definido como a razão entre a
difusividade de momento (v) e a difusividade térmica (α). Pr fornece
uma medida da efetividade relativa dos transportes, por difusão, de
momento e de energia no interior das camadas-limite de velocidade
e térmica, respectivamente.

É uma propriedade do fluido que onde Pr ∼ 1 para gases; Pr << 1 para


metais líquidos e Pr >> 1 para óleos.
O MÉTODO EMPÍRICO
• O objetivo aqui e determinar os coeficientes de transferência de
calor para diferentes geometrias. Deseja-se funções baseadas em
grupos adimensionais que representem esses coeficientes.

• Vimos anteriormente que Nux = f(x*, Rex, Pr). A aproximação prática


ou empírica tem sido a principal ferramenta para a determinação
das funções que relacionam esses grupos adimensionais,
principalmente quando o regime de escoamento é turbulento, pois
obter a solução na camada limite em alguns casos se torna muito
complexa.
O MÉTODO EMPÍRICO
• O objetivo aqui e determinar os coeficientes de transferência de
calor para diferentes geometrias. Deseja-se funções baseadas em
grupos adimensionais que representem esses coeficientes.

• Vimos anteriormente que Nux = f(x*, Rex, Pr). A aproximação prática


ou empírica tem sido a principal ferramenta para a determinação
das funções que relacionam esses grupos adimensionais,
principalmente quando o regime de escoamento é turbulento, pois
obter a solução na camada limite em alguns casos se torna muito
complexa.
O MÉTODO EMPÍRICO
O MÉTODO EMPÍRICO
• Se uma geometria específica, como a placa plana em um
escoamento paralelo, for aquecida eletricamente de modo a manter
Ts > T∞, transferência de calor por convecção ocorre da superfície
para o fluido. Seria então uma tarefa simples medir Ts e T∞, assim
como a potência elétrica, E · I, que é igual à taxa de transferência
de calor total q. O coeficiente convectivo L, que é uma média
associada a toda a placa, poderia então ser calculado a partir da lei
do resfriamento de Newton.
O MÉTODO EMPÍRICO
• O procedimento anterior poderia ser repetido para uma variedade
de condições de teste. Poderíamos variar a velocidade u∞ e o
comprimento da placa L, assim como a natureza do fluido, usando,
por exemplo, ar, água e óleo de motor, que possuem números de
Prandtl substancialmente diferentes. Teríamos, então, diferentes
valores do número de Nusselt correspondentes a uma ampla faixa
dos números de Reynolds e de Prandtl, e os resultados poderiam
ser inseridos em um gráfico com escalas log-log,
O MÉTODO EMPÍRICO
O MÉTODO EMPÍRICO
• Podemos ver uma dependência do número de Nusselt em relação
ao número de Reynolds na forma de uma lei de potência.
Considerando todos os fluidos, os dados podem então ser
representados por uma expressão algébrica com a forma

• A equação anterior é inferida a partir de dados experimentais, logo


é uma correlação empírica. Os valores específicos do coeficiente C
e dos expoentes m e n variam com a natureza da geometria da
superfície e com o tipo de escoamento.
O MÉTODO EMPÍRICO
• ATENÇÃO:

Todas as propriedades avaliadas a uma temperatura média da


camada-limite Tf, chamada de temperatura do filme.
A PLACA PLANA
• Escoamento Laminar sobre uma Placa Isotérmica

LOCAL

MÉDIO

• Para Pr ≳ 0,6 devido razão entre as espessuras das camadas-limite


de velocidade e térmica.
A PLACA PLANA
• Escoamento Turbulento sobre uma Placa Isotérmica

LOCAL

MÉDIO

• Para 0,6 < Pr < 60 devido razão entre as espessuras das camadas-
limite de velocidade e térmica e para Rec <Re < 108
A PLACA PLANA
• Placas Planas com Condições de Fluxo Térmico Constante

LAMINAR

TURBULENTO

• Para 0,6 < Pr < 60

MÉDIO
METODOLOGIA
1º - Reconheça imediatamente a geometria do escoamento

2º - Especifique a temperatura de referência apropriada e determine as


propriedades do fluido pertinentes naquela temperatura

3º - Calcule o número de Reynolds

4º - Decida se um coeficiente local ou um coeficiente médio na


superfície é necessário

5º - Selecione a correlação apropriada


A PLACA PLANA
Ar a uma temperatura de 300 °C, escoa com uma velocidade de 10
m/s sobre uma placa plana com 0,5 m de comprimento. Determine a
taxa de resfriamento, por unidade de largura da placa, necessária para
mantê-la com uma temperatura superficial de 27 °C.

Dado: viscosidade cinética do ar a 437 K = 5,21x10-4


A PLACA PLANA
Óleo de motor a 100 °C e a uma velocidade de 0,1 m/s escoa sobre as
duas superfícies de uma placa plana com um metro de comprimento
mantida a 20°C. Determine o fluxo térmico local

Dado: Óleo de Motor (Tf = 333 K): ρ = 864 kg/m3 , ν = 86.1 × 10-6 m2 /s,
k = 0.140 W/m⋅K, Pr = 1081.
TRANSFERÊNCIA DE CALOR

Prof. Marlon Lemos


Multivix Vitória

16 de maio de 2023

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