TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONVECÇÃO:

Há três mecanismos básicos de transferência de calor: condução, convecção e radiação. Condução e

convecção são semelhantes, já que ambos os mecanismos requerem a presença de um meio material. Mas
eles são diferentes, uma vez que a convecção exige a presença de movimento de fluido.

A transferência de calor através de um líquido ou gás, no entanto, pode ser por condução ou convecção,
em função da presença de qualquer movimento da massa de um f1uido.

A transferência de calor por convecção depende fortemente das propriedades elo fluído, como a
viscosidade dinâmica (𝜇𝜇), a condutividade térmica (k), a massa específica (𝜌𝜌) e o calor específico (Cp),
assim como da velocidade do fluido (v). Ela também depende da geometria e da rugosidade da superfície
sólida, além do tipo de escoamento do fluído (laminar ou turbulento).

Apesar ela complexidade da convecção, observa-se que a taxa ele transferência de calor por convecção
é proporcional à diferença de temperatura e está muito bem expressa pela lei de Newton do resfriamento
como:

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NÚMERO DE NUSSELT

Em estudos de convecção, é prática comum adimensionalizar as equações e combinar as variáveis, que

se agrupam em números adimensionais, a fim de reduzir o número total de variáveis. Também é comum
a prática de adimensionalizar o coeficiente de transferência de calor h usando o número de Nusselt,
definido como

Onde k é a condutividade térmica do fluido e Lc é o comprimento característico.

Então, o número de Nusselt representa o aumento da transferência de calor através de uma camada de
fluido como resultado da convecção em relação à condução do mesmo fluido em toda a camada. Quanto
maior for o número de Nusselt, mais eficaz será a convecção. Um número de Nusselt Nu= 1 para uma
camada de fluido representa a transferência de calor em toda a camada por condução pura.

NÚMERO DE PRANDTL

A espessura relativa das camadas limite hidrodinâmica e térmica é mais bem descrita pelo parâmetro
adimensional do número de Prandtl, definido como

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NÚMERO DE REYNOLDS

A transição de escoamento laminar para turbulento depende da geometria da superfície, rugosidade

superficial, velocidade do escoamento, temperatura da superfície e do tipo de fluido, entre outras coisas.
Após exaustivas experiências na década ele 1880, Osborn Reynolds descobriu que o regime ele
escoamento depende principalmente da razão das forças de inércia para as forças viscosas do fluido. Esta
razão é chamada ele número de Reynolds, que é uma quantidade adimensional e é expressa para um
escoamento externo como,

I. CONVECÇÃO FORÇADA EXTERNA

1. ESCOAMENTO PARALELO SOBRE PLACAS PLANAS
1.1.Coeficiente de transferência de calor

A primeira relação fornece o coeficiente médio de transferência de calor para a placa inteira quando o
escoamento é laminar ao longo de toda a placa. A segunda fornece o coeficiente médio de transferência
de calor para a placa inteira apenas quando o escoamento é turbulento ao longo de toda a placa ou quando
a região de escoamento laminar da placa é muito pequena em relação à região de escoamento turbulento.

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EXEMPLO 1: Escoamento de óleo quente sobre uma placa plana

Óleo de motor a 60ºC escoa ao longo da superfície superior de uma placa plana de 5 m de comprimento
cuja temperatura é de 20ºC, com uma velocidade de 2 m/s. Determinar a taxa de transferência de calor
por unidade de largura de toda a placa.

Etapas de resolução,

1º Assunções: o escoamento é permanente e incompressível.

2 º Achar a temperatura média, de modo a fazer leitura das propriedades do óleo na tabela,

3º Calcular o nº de Reynolds

4º Calcular o nº de Nusselt, isolar o coeficiente de transferência de calor (h), e calcular o calor

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A transferência de calor é sempre do meio que possui temperatura mais elevada para aquele com uma
temperatura inferior. Neste caso, é a partir do óleo para a placa. A taxa de transferência de calor é por
unidade de largura da placa. A transferência de calor para toda a placa pode ser obtida pela multiplicação
do valor obtido pela largura real da placa.

2. ESCOAMENTO SOBRE CILINDROS E ESFERAS

2.1.Coeficiente de transferência de calor

Para escoamento sobre uma esfera, Whitaker recomenda a seguinte correlação abrangente:

EXEMPLO 2: Perda de calor a partir de um tubo de vapor para o ar com vento

Um longo tubo de vapor de 10 cm de diâmetro, cuja temperatura da superfície externa é de 110º C, passa
por uma área aberta que não está protegida contra os ventos. Determinar a taxa de perda de calor do tubo
por unidade de seu comprimento quando o ar está a 1 atm de pressão e 10ºC e o vento está soprando
sobre o tubo com uma velocidade de 8 m/s.

Etapas de resolução,

1º Assunções: o escoamento é permanente, os efeitos das radiações são insignificantes, o ar é um gás

ideal.
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2 º Achar a temperatura média, de modo a fazer leitura das propriedades do óleo na tabela,

3º Calcular o nº de Reynolds

4º Calcular o nº de Nusselt, isolar o coeficiente de transferência de calor (h), e calcular o calor

A taxa de perda de calor a partir de todo o tubo pode ser obtida pela multiplicação do valor acima pelo
comprimento do tubo, em m.

EXEMPLO 3. Resfriamento de uma bola de aço por ar forçado

Uma bola de aço inoxidável (𝜌𝜌 = 8055 kg/m3, Cp = 480 J/kg · °C) de 25 cm de diâmetro é retirada do
forno a uma temperatura uniforme de 300ºC. A bola é então submetida ao escoamento de ar a 1 atm de
pressão e 25ºC com uma velocidade de 3 m/s. A temperatura da superfície da bola eventualmente cai
para 200 °C. Determinar o coeficiente médio de transferência de calor por convecção durante este
processo de resfriamento e estimar quanto tempo levará o processo.
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Etapas de resolução,

1º Assunções: (a) Existem condições operacionais permanentes. (b) Os efeitos da radiação são
insignificantes. (c) O ar é um gás ideal. (d) A temperatura da superfície externa da bola é uniforme o
tempo todo. (e) A temperatura da superfície da bola durante o resfriamento está mudando. Por isso, o
coeficiente de transferência de calor por convecção entre a bola e o ar também irá mudar.

2 º Achar a temperatura média, de modo a fazer leitura das propriedades do óleo na tabela,

3º Calcular o nº de Reynolds

4º Calcular o nº de Nusselt, isolar o coeficiente de transferência de calor (h), e calcular o calor

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Assumido que a bola toda está a 200 ºC, o que não é necessariamente verdade. A região do interior da
bola estará, provavelmente, a uma temperatura mais elevada do que a sua superfície. Com esta suposição,
o tempo de resfriamento é dado por

CONVECÇÃO FORÇADA INTERNA

O escoamento de líquido ou de gás através de tubos ou dutos é comumente usado em aplicações de

aquecimento e resfriamento. O fluido em tais aplicações é forçado a fluir por meio de um ventilador ou

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bomba através de uma seção de escoamento que é suficientemente longa para proporcionar a
transferência de calor desejada.

Existe uma diferença fundamental entre escoamentos externos e internos. No escoamento externo,
considerado, o fluido tem uma superfície livre e, portanto, a camada limite sobre a superfície pode crescer
indefinidamente. No escoamento interno, no entanto, o fluido está completamente confinado pelas
superfícies do interior do tubo e, portanto, existe um limite sobre quanto a camada limite pode crescer.

• ANÁLISE TÉRMICA GERAL

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 II. MECANISMO FÍSICO DA CONVECÇÃO NATURAL

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Um ovo cozido quente sobre uma placa eventualmente esfria para a temperatura do ar circundante.
Ignorando a transferência de calor por radiação, o ovo quente é exposto ao ar mais frio, a temperatura da
superfície externa da casca do ovo cai um pouco e a temperatura do ar adjacente à casca sobe como
resultado de condução de calor a partir da casca para o ar.

A subida do ar mais quente e o fluxo de ar mais frio para o seu lugar continuam até que o ovo seja
resfriado à temperatura do ar circundante. O movimento que resulta da substituição contínua do ar
aquecido na vizinhança do ovo pelo ar mais frio é chamado de corrente de convecção natural e a
transferência de calor que é resultado desta corrente de convecção natural é chamada de transferência de
calor por convecção natural.

Em estudos de transferência de calor, a principal variável é a temperatura e é desejável expressar a força

de empuxo líquido, em termos das diferenças de temperatura. A diferença de densidade em termos de
uma diferença de temperatura é expressa em termos de coeficiente de expansão volumétrica definido
como:

O NÚMERO DE GRASHOF

O parâmetro adimensional entre parêntesis representa o efeito da convecção natural e é chamado de

número de Grashof.

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O regime de escoamento em convecção forçada é regido pelo número adimensional de Reynolds, que
representa a razão entre as forças de inércia e as forças viscosas agindo sobre o fluido. O regime de
escoamento na convecção natural é regido pelo número adimensional de Grashof, que representa a razão
entre a força de empuxo e a força viscosa. O papel realizado pelo número de Reynolds em convecção
forçada é desempenhado pelo número de Grashof em convecção natural. Como tal, o número de Grashof
fornece o principal critério para determinar se o fluxo é laminar ou turbulento em convecção natural.

a) CONVECÇÃO NATURAL SOBRE SUPERFÍCIES

A transferência de calor por convecção natural em uma superfície depende da geometria da superfície,
bem como da sua orientação. Ela depende também da variação da temperatura da superfície e das
propriedades termofísicas do fluido envolvido.

As correlações empíricas simples para o número de Nusselt médio Nu na convecção natural são da forma,

EXEMPLO 1: Perda de calor a partir de tubos de água quente

Um tubo horizontal de água quente de 6 m de comprimento e 8 cm de diâmetro, passa por uma grande
sala cuja temperatura é de 20ºC. Se a temperatura da superfície externa do tubo é de 70 °C, determinar a
taxa de perda de calor do tubo por convecção natural.

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Etapas de resolução,

1º Assunções: (a) Existem condições operacionais permanentes. (b) o ar é um gás ideal. (c) A pressão
atmosférica local é de 1 atm.

2 º Achar a temperatura média, de modo a fazer leitura das propriedades do óleo na tabela,

3º Calcular o nº de Reyleigh

4º Calcular o nº de Nusselt, isolar o coeficiente de transferência de calor (h), e calcular o calor

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 b) ESPAÇOS FECHADOS RETANGULARES HORIZONTAIS

Com base em experiências com o ar, Hollands et al. (1976) recomendam esta correlação para espaços
fechados horizontais,

III. EBULIÇÃO E CONDENSAÇÃO

Ebulição é um processo de mudança de fase líquido-vapor da mesma forma que a evaporação, mas
existem diferenças significativas entre os dois. A evaporação, por um lado, ocorre na interface líquido-
vapor, quando a pressão de vapor é menor do que a pressão de saturação do líquido a uma determinada
temperatura.

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Como uma forma de transferência de calor por convecção, o fluxo de calor na ebulição, de uma superfície
sólida para o fluido, é expresso pela lei de Newton do resfriamento como,

a) Ebulição nucleada

No regime de ebulição nucleada, a taxa de transferência de calor depende fortemente da natureza de

nucleação (o número de pontos ativos de nucleação na superfície, a taxa de formação de bolhas em cada
local etc.), A correlação mais utilizada para o fluxo de calor no regime de ebulição nucleada foi proposta
em 1952 por Rohsenow e é expressa por

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 b) Fluxo de calor máximo

O fluxo máximo (ou crítico) de calor em ebulição nucleada em piscina foi determinado teoricamente por
S. S. Kutateladze, na Rússia, em 1948, e N. Zuber, nos Estados Unidos, em 1958, usando abordagens
bastante diferentes e é expresso como,

c) Fluxo de calor mínimo

O fluxo de calor mínimo, que ocorre no ponto de Leidenfrost, é de interesse prático, uma vez que
representa o limite inferior para o fluxo de calor no regime de ebulição de película. Usando a teoria da
estabilidade, Zuber derivou a seguinte expressão para o fluxo de calor mínimo para uma grande placa
horizontal,

d) Ebulição de película

O fluxo de calor para ebulição película em um cilindro horizontal ou uma esfera com um diâmetro D é
dada por

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