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UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA
CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA
GNE 345 – LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA II

Prática – “Coluna de Absorção: Umidificação”


1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Absorção é a fixação de um gás por um sólido ou um líquido, ou a fixação de um líquido por um
sólido. Trata-se de uma operação unitária e está limitada as restrições termodinâmicas assim como a
destilação, portanto o conhecimento em termodinâmica é imprescindível para se projetar ou operar
uma coluna de Absorção. A absorção é realizada em equipamentos a vários estágios (bandejas ou
pratos) ou em equipamentos a contato contínuo (recheio)

Processos de umidificação podem ser realizados para controlar a umidade de um local ou, mais
usualmente, para resfriar e recuperar água por contato com ar de baixa umidade. Estes processos
envolvem a transferencia de massa e calor entre uma fase líquida pura (normalmente água) e um gás
(normalmente ar) que é insolúvel no líquido. A eficiência da umidificação é em função de muitas
variáveis, tais como: tempo de contato líquido-gás, temperatura, pressão, umidade inicial do ar, área
interfacial de contato, entre outras. Portanto, costuma-se definir Altura de uma Unidade de
Transferência (AUT) como uma medida da eficiência da separação efetuada, com certo tipo de
recheio, entre as espécies químicas que estão sendo processadas. Quando a taxa de transferência de
massa entre as fases é elevada e a área superficial para transferência é grande, a altura de uma
unidade de transferência será pequena.

A expressão que permite o cálculo de AUT pode ser deduzida partir de um balanço de massa
num elemento de altura do enchimento (dh); para um sistema isotérmico, como:

(1)

Onde:
ya.1 - fração molar ou mássica de vapor de água no ar (entrada);
ya.2 - fração molar ou mássica de vapor de água no ar (saída);
y*a - fração molar ou mássica de vapor de água no equilíbrio;
H - altura de recheio da torre;
G - vazão molar ou mássica de ar;
L - vazão molar ou mássica de água;
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Ky- coeficiente global de transferência de massa;


A - área da seção transversal da torre;
ai - área superficial ou interfacial de transferência de massa, por unidade de volume do leito:
ai = Ai /V , sendo: Ai a área interfacial total e V o volume total do recheio.
Partindo do princípio que as vazões, em ambas as fases, são constantes ao longo da torre, o
recheio está uniformemente distribuído e a diferença (ya*- ya) pode ser considerada uma função
linear de ya, a equação (1) torna-se:

(2)
Onde a altura da unidade de transferência calcula-se pela seguinte equação:

(3)
O número de estágios de transferência calcula-se pela seguinte equação:

(4)
Onde

(5)
Pode-se simplificar a equação do cálculo da HTU, uma vez que a altura de enchimento pode
ser calculada pelo número de estágios de transferência multiplicado pela altura de unidade de
transferência, ou seja, H = HTU.NOZ.

(6)

2. Objetivo

O objetivo é estudar um processo de absorção, sem reação química, operando como


uma Torre de Umidificação ar-água e determinar as Alturas de Unidades de Transferência
(HUT ou AUT), em função da razão entre as vazões de ar (G) e de água (L), bem como,
determinar as taxas globais de umidificação do ar.
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3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
1. Este experimento deverá ser realizado para três diferentes vazões de ar (9, 18 e 27L/min) e
para cada uma delas três diferentes vazões de água (109,2; 372,6 e 554,4 mL/min).
2. Encher o Reservatório 1, apenas com água de boa qualidade (filtrada) e já deixar abertas as
válvulas (VB1) e/ou (VB2);
3. Ligar o painel elétrico; fazer o Vácuo na “camisa” da coluna para o isolamento térmico e
manter a Bomba peristáltica desligada;
4. Tamponar todas as saídas de ar nos “traps” situados na lateral da Coluna;
5. Deixar a Válvula (VT), do topo da coluna sempre aberta;
6. Regular a vazão do ar para, aproximadamente, 10L/min, com auxílio do Rotâmetro. Obs: O
ar, advindo do compressor, terá características de “ar seco”, ou seja, baixa umidade
absoluta, devido à compressão e, consequente condensação da umidade que o ar tinha, no
interior do compressor.
7. Retirar o tampão localizado na entrada do ar na coluna e conectar a mangueira do
psicrômetro (que leva o ar para ele);
8. Esperar por, aproximadamente, 03 minutos, para que as temperaturas se estabilizem
(principalmente a de bulbo úmido) e realizar as leituras das temperaturas de bulbo seco e
úmido;
9. Calcular a umidade absoluta do ar que vem do compressor, que será utilizada durante todo o
experimento na coluna de umidificação. Em seguida zerar a vazão de ar e desconectar esta
mangueira da entrada do ar na coluna e tamponar novamente;
10. Abrir as Válvulas (VB1) e/ou (VB2), dos Reservatórios de alimentação;
11. Fechar a Válvula (VB3) de fundo da coluna;
12. Ligar a Bomba peristáltica e regular a vazão de água para L1= 109,2 ml/min, com auxílio da
curva de calibração de vazão desta bomba.
13. Regular/ajustar o nível da solução (água) no Módulo de fundo (MF), com auxílio do
Regulador de nível, de modo que o nível de água de saída fique, aproximadamente, na
metade da altura deste módulo de fundo, fazendo um “selo hidráulico”;
14. Com auxílio do rotâmetro de ar, regular a vazão para G1 = 9L/min;

15. Esperar 5 minutos, até o regime do processo se estabelecer, e realizar as seguintes anotações:
- Temperaturas da água, na entrada da coluna (módulo de topo) e na saída (módulo de fundo)
- Temperaturas do ar na entrada e em cada módulo ao longo da Coluna;
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- Umidade absoluta do ar em cada módulo ao longo da coluna: tirando o tampão do trap no ponto
de interesse da amostragem, conectando a mangueira que levará esta amostra de ar para o
psicrômetro e tampando os outros pontos dos módulos da coluna;
16. Após as devidas determinações realizadas, para o par de vazões (L1 versus G1), manter a
mesma vazão de água (L1) e aumentar a vazão de ar para (G2)= 18L/min. Proceder de
maneira análoga à observação do item 14 e ao item 15;
17. Após as devidas determinações realizadas, para o par de vazões (L1 versus G2), manter a
mesma vazão de água (L1) e aumentar a vazão de ar para (G3)= 27L/min. Proceder de
maneira análoga a observação do item 14 e ao item 15.
18. Repetir o procedimento dos itens 10 ao 17 para uma vazão de água (L2) de 372,6 mL/min;
19. Repetir o procedimento dos itens 10 ao 17 para uma vazão de água (L3) de 554,4 mL/min;

4. RESULTADOS
 Deve conter Introdução, Materiais e Métodos, Resultados e Discussão e Conclusão;
 Ao longo da elaboração do relatório, os seguintes parâmetros deverão ser determinados:

- Calcular para cada um dos experimentos o valor de AUT e graficá-los em função da vazão de ar
(G) tomando-se como parâmetro a vazão de água. Depois faça o gráfico AUT versus G/L. Analise
e comente.
- Em cada experimento calcule o valor do coeficiente de transferência de massa global composto (Ky
. ai) e analise.
- Calcular a taxa global de umidificação do ar em cada experimento, em (g/min). Comente.
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ANEXOS
1. Dados da Calibração da bomba peristáltica

Potência nominal (-) t(s) V (mL)


20 34,47 63
40 19,78 85
60 14,65 91
80 10,88 87
100 10,06 93

2. Equações Psicrométricas para os ensaios de Umidificação


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Para os cálculos mais precisos da Umidade Absoluta (UA) e Umidade Relativa (UR)
do ar, pode-se utilizar as seguintes equações:

Sendo:

Para as equações acima, utilizar as temperaturas em Kelvin (K).

onde:
UA- Umidade absoluta do ar em (gramas de água /gramas de ar seco).
Patm- Pressão atmosférica local em, Pascal.
Tbs- Temperatura de bulbo seco do ar em, °C.
Tbu- Temperatura de bulbo úmido do ar em, °C.
UR- Umidade relativa do ar em (%)

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