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Universidade Federal da Bahia

Instituto de Física
Departamento de Física do Estado Sólido
Física Geral e Experimental III – Fis123
Docente: Daniel Prado
Turma: 020300
Discentes: Ana Victória Borges, Glaedson Santiago e Gabriel Vasconcelos

Constante de Tempo em Circuito RC

OBJETIVO

Calcular as constantes de tempo em circuitos com capacitores e por meio desses


encontrar a capacitância de um circuito.
Medir a resistência interna do voltímetro utilizado.

RESULTADOS

Usamos uma resistência, R, de 8000​Ω.


A resistência interna do voltímetro, R​V,​ 200kΩ.
Para o fundo de escala 10, o desvio avaliado, ​ΔV,​ é de 0,1Ω.
Montamos o circuito indicado no roteiro de prática (Fig.1), usando uma fonte de
tensão em 8V.

Fig.1 - Circuito de prática

Com a chave na posição 3 medimos o valor de tensão V​0 ​entre os pontos 1 e D de


V​0​ = 8 V
Com a chave na posição 1 e com o voltímetro ligado, a tensão máxima entre os
pontos E e D foi de V = 7,80V.

Com a chave novamente em 3, esperamos o tempo de descarga do capacitor, ou


seja, até a tensão cair para 37% do valor inicial,V ​≅ 2,69V. Obtivemos um tempo t​3 de
14,98s
Com a chave em 1, esperamos o tempo de carga do capacitor, ou seja, até a tensão
subir para 63% do valor máximo, V​≅ 5,04V. Obtivemos um tempo t​1​ de 15,07 s
Com a chave em 2 (chave aberta), medimos o tempo de descarga t​2 , tempo
necessário para a tensão cair até 37% do seu valor máximo. Obtivemos um tempo de t​2 de
409,12 s. O tempo t​2 ​foi muito maior que o tempo t​3​, pois com a chave em 2 o capacitor
descarrega com a resistência interna do voltímetro, Rv, que é muito maior que a resistência
R (R​v​>>>>>R). Assim o capacitor demora mais tempo a descarregar.
Repetimos o procedimento de carga e descarga do capacitor mais duas vezes,
obtendo os seguintes valores

Posição da chave Δt (s)

t​1 15,25 15,05

t​3 14,75 14,81

Por fim, colocamos a chave na posição 1 para carregar o capacitor. Esperamos o tempo
suficiente para a tensão se estabilizar e colocamos a chave na posição 2, (chave aberta) para
que o capacitor se descarregue apenas sobre a resistência interna Rv do voltímetro, disparando
simultaneamente o cronômetro. Em intervalos regulares de tempo, anotamos a diferença de
potencial no capacitor, de maneira a conseguir no mínimo 20 pontos de medida. Escolhemos um
intervalo de maneira que abrangesse 2t​2, ​de modo a gerar pontos em que o capacitor esteja
aproximadamente descarregado. Segue os dados:

V(V) t(s) V(V) t(s) V(V) t(s)

7,8 0 5,49 133,54 3,18 372,31

7,47 17,35 5,16 154,69 2,85 410,54

7,14 38,36 4,83 190,05 2,52 468,94

6,81 52,02 4,5 218,23 2,19 522,3

6,48 71,35 4,17 248,44 1,86 595,79

6,15 86,8 3,81 294,78 1,53 686,4

5,82 110,81 3,51 333,07 1,2 813,16

DISCUSSÃO

Seguindo os pontos de discussão propostos no roteiro.


1. A partir das medidas de tensão entre 1 e D e entre E e D, calcule o valor da
resistência interna Rv do voltímetro, na escala utilizada.

Temos que:

(1) V​ED​ = I Rv
V​ED​ / I = Rv

(2) V​1D​ - V​ED​ = RI


I = (V​1D​ - V​ED​ ) / R

Substituindo (2) em (1)

Substituindo os valores,
V​ED​ = 7,8 V
V​1D ​= 8 V
R = 80000​Ω
Temos Rv = 312000 Ω

2. Das medidas das constantes de tempo t​2​ e t​3​ calcule o valor de Rv, compare
com o valor calculado no item anterior.

t​3​ é o tempo de descarga quando o capacitor descarrega com Rv


t​2​ é o tempo de descarga quando o capacitor descarrega com R//Rv

Igualando os valores de C, temos:

Substituindo os valores:
R = 80000​Ω
t​2​ = ​409,12 s
t​3​ = ​14,98s
Temos Rv = 7707,08​Ω

3. Mostre que o tempo de descarga de um capacitor é igual ao tempo de carga,


desde que seja feito nas mesmas condições ou seja, em um circuito com a
mesma resistência R.
Analisando as equações de carga e descarga, derivando ambas, temos que
os resultados são iguais.

Para carga temos:

Para descarga temos:

Verificando então a igualdade do tempo de carga e descarga de um capacitor


nas mesmas condições de resistência R.

4. Construa uma tabela com os resultados encontrados.

Posição da chave Δt (s)

t​1 15,07 15,25 15,05

t​3 14,98 14,75 14,81

V(V) t(s) V(V) t(s) V(V) t(s)

7,8 0 5,49 133,54 3,18 372,31

7,47 17,35 5,16 154,69 2,85 410,54

7,14 38,36 4,83 190,05 2,52 468,94

6,81 52,02 4,5 218,23 2,19 522,3


6,48 71,35 4,17 248,44 1,86 595,79

6,15 86,8 3,81 294,78 1,53 686,4

5,82 110,81 3,51 333,07 1,2 813,16

5. Trace o gráfico de V versus t, em papel milimetrado.


Em Anexo

6. Trace o gráfico de V versus t, em papel mono - log. A partir daí, calcule o valor
de C.
Em Anexo

Para o cálculo de C.

Fazendo y = ln V e x = t .
Temos uma reta y = ax + b, onde a é o coeficiente angular da reta ( -1/RC)
Pelo gráfico encontramos que a = ​Δy / Δx = ​0.001
Assim,
1/(R*C) = 0.001
Sabemos que R é igual a 8000 ​Ω​.
Logo,
C = 1/(8000*0.001)
C = 0.125 F

7. Discuta e avalie os erros sobre todas as medidas efetuadas.


Voltímetro descalibrado por tempo de uso e/ou erro ao da START e STOP no
cronômetro.

8. Analise detalhadamente o gráfico obtido no papel milimetrado. O que acontece


quando t →∞ ? Está de acordo com a teoria?
Verificamos que o gráfico V versus t está de acordo com a teoria, pois o
decaimento é exponencial , mostrando que a tensão tenderá a zero, quando t tende
ao infinito.

9. Mostre que RC tem dimensão de tempo.


Fazendo a análise dimensional de RC:

10. Mostre por substituição direta que a equação 8 é solução da equação 7, como
também a 15 é solução da 14.
Para Eq 14 Para Eq 7
11. Calcule o erro na determinação de C e de Rv.

Para Rv, temos:

Substituindo os valores
ΔRv = 316k​Ω

12. Compare o valor de Rv encontrado experimentalmente com o valor dado pelo


fabricante do instrumento. Justifique a diferença.
O segundo método para o cálculo de Rv (pela medida das constantes de tempo) é
mais preciso já que melhor se aproxima do valor dado e possui menor erro (3,36%), apesar
da diferença ainda existente entre o valor encontrado por este método e o valor fornecido
pelo fabricante, devendo-se este fato a erros intrínsecos à própria aparelhagem utilizada e
operação.

CONCLUSÃO

A partir do experimento foi possível calcular a resistência do amperímetro (Rv) por


métodos diferentes, e concluir que o método que utiliza o tempo de carga e descarga é o
mais preciso. Pode-se determinar a capacitância do circuito, assim como a constante de
tempo em um circuito capacitivo.

REFERÊNCIAS

HALLIDAY, David, RESNICK, Robert. ​Fundamentos de Física​, 3.ed, Rio de


Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editôra S.A, 1993. v.3

Textos de Laboratório, Física Geral e Expeirmental III. François Pompignac, Sílvio


Loureiro, Friedrich Gutmann, Edmar Nascimento, Newton Barros, 2019.

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