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Circuitos Elétricos

Relatório experimento 1:
Resistor linear e não-linear
EQUATION CHAPTER 1 SECTION 1

Discentes:
Fernando Henrique Gomes Zucatelli
Lucas Galdiano Ribeiro Santana

Profº Dr. Carlos Capovilla

Santo André

2010
1

1. INTRODUÇÃO
A lei de Ohm afirma que a corrente fluindo através de um dispositivo é
diretamente proporcional à diferença de potencial aplicada ao dispositivo. Um
dispositivo condutor obedece à lei de Ohm quando sua resistência é independente
do valor e da polaridade da diferença de potencial aplicada [1].
A representação gráfica da lei de Ohm, consiste numa reta obtida no gráfico
(tensão (V) X corrente (A)), com ordenada nula na origem e declive coincidente com
o parâmetro R (resistência em ohms ()), como mostra a Figura 1:

Figura 1 – Gráfico característico da lei de ohm para um resistor.

Matematicamente esta lei é escrita na forma:


V  RI (1)
Quando uma resistência é submetida a uma tensão e circula por ela uma
corrente, ocorre o efeito Joule, isto é, a resistência dissipa energia na forma de calor.
Deste modo, a potência (energia por tempo) dissipada pelo resistor é dada pela
equação (2):
P  VI (2)
Utilizando a equação (1) tem-se:
V2
P  RI 2 (3)
R
A lei de Ohm não é válida para dispositivos resistivos não-lineares (por
exemplo lâmpadas incandescentes), pois nesse caso a resistência não se mantém
constante em relação à razão entre a tensão e a corrente.
A resistência em um resistor não-linear pode variar segundo diversas formas
de dependência entre a tensão e a corrente, conforme os princípios físicos de
funcionamento do dispositivo.
No caso da lâmpada incandescente. Sua resistência varia com a temperatura
do filamento, de acordo com [2] da forma descrita por (4):
2

dR
R
dR
T
 R
R      dT  ln     (T  T0 )  R  R0 .eT (4)
dT R0
R T0  R0 
Em que T é a temperatura, R0 e T0, são respectivamente a resistência e a
temperatura medidas em uma condição de referência e  é o coeficiente de variação
da resistência com a temperatura, sua unidade é o inverso da unidade da
temperatura.
Para o tungstênio, material a partir do qual é feito o filamento da lâmpada,
temos que  = 0,004403°C-1 e que a temperatura do filamento se relaciona com a
cor da onda específica emitida por ele. Na incandescência, o filamento age de modo
semelhante ao exibido na figura abaixo.

Figura 2 – Relação da cor do material aquecido com a temperatura [3].

Para a comparação entre a resistência ôhmica e a não-ôhmica foi montado o


circuito conforme a Figura 3, onde o resistor R indica a posição de montagem das
resistências durante as medições.

Figura 3 – Montagem do experimento.

Foram utilizados os seguintes materiais e equipamentos:


 1 Resistor de 47.
 1 Lâmpada incandescente 12V / 250mA
 1 Multímetro digital marca Minipa ET-2510
 1 Multímetro digital Marca Minipa MDM – 8045A
 1 Fonte de tensão CC de 0 a 30V MPL-3303.
 Cabos jacaré e ponta de prova.
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2. OBJETIVOS

É objetivo deste experimento verificar a diferença de comportamento entre


resistores ôhmicos, no caso um resistor, e não-ôhmicos, no caso um lâmpada
incadescente, através da medição de corrente e tensão nos elementos e traçando
gráficos com os estes valores.

3. DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS

A Tabela 1 apresenta os valores de Tensão e Corrente medidos.


Tabela 1 – Valores de Tensão e Corrente medidos.

Fonte Lâmpada 12V / 250mA Resistor 47 Ω / 5 W


V(volts) V (volts) I (miliampères) V (volts) I (miliampères)
0 0 0 0 0
1 0,76 54,9 0,81 17,5
2 1,83 87,6 1,99 42,9
3 2,79 111,2 2,84 61,1
4 3,80 132,6 3,82 82,3
5 4,77 151,2 4,80 103,6
6 5,73 168,1 5,84 126,2
7 6,76 184,1 6,74 145,1
8 7,90 202,7 7,75 167,4
9 8,85 215,9 8,88 191,3
10 9,98 231,5 9,67 212,6
11 10,91 243,4 10,93 236,9
12 11,82 254,8 11,91 258,2
13 12,93 267,9 12,92 279,4

Com os dados da Tabela 1 foram confeccionados no Microsoft Excel  as


figuras de 4 a 7 utilizando as equações (1) e (2). Na Figura 4, o gráfico do resistor é
uma relação linear entre a corrente e a tensão, enquanto que a relação da corrente
com a tensão é uma função logaritmica natural (função inversa da exponencial ex).
4

y = 78,372Ln(x) + 45,478
300,00
Tensão x Corrente 2
R = 0,9441

Corrente (mA)
250,00
Lâmpada 12V
200,00
150,00
100,00 Resistor 47 Ω
50,00
0,00
Log. (Lâmpada
0,000 2,000 4,000 6,000 8,000 10,000 12,000 14,000 12V)
Tensão (V)

Figura 4 – Gráfico Tensão x Corrente.

Na Figura 5 e na Figura 6 não se nota nenhuma diferença suficiente entre as


curvas para distinguir o resistor ôhmico do não-ôhmico. De certo modo este
resultado é esperado dada a relação da potência com a corrente e a tensão dada
por (2).

Potência x Tensão
15
Tensão (V)

10
Lâmpada 12V
5 Resistor 47 Ω

0
0 1 2 3 4
Potência (W)

Figura 5 – Gráfico Potência x Tensão.

300
Potência x Corrente
Corrente (mA)

250
200
150 Lâmpada 12V
100 Resistor 47 Ω
50
0
0 1 2 3 4
Potência (W)

Figura 6 – Gráfico Potência x Corrente.


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Na Figura 7 se nota a diferença do comportamento do resistor e da lâmpada.


Para toda a potência dissipada pelo resistor, sua resistência permanece constante
enquanto que para a lâmpada a sua potência dissipada cresceu de acordo com uma
função exponencial da resistência medida.
O software calculou a curva da potência em função de resistência como
P( R)  0,123e0,123R , sendo o coeficiente R2 que mede o quão ajustada a função está
dos pontos é de 0,9748, sendo que 1 indica o melhor ajuste possível. Esta função foi
a melhor aproximação obtida dentre as tentativas com funções lineares e
polinominais, assim os resultados condizem com os esperados de acordo com a
equação (4), pois como a resistência varia exponencialmente com a temperatura, .e
a potência depende da resistência, então é esperado que a potência varie tal como a
resistência, se V e/ou I mantidos constantes de acordo com (3).

0,1223x

5,00
Resistência x Potência y = 0,0123e
2
R = 0,9748

4,00 Lampâda 12 V
Potência (W)

3,00
2,00 Resistor 47 Ω

1,00
0,00 Expon. (Lampâda
12 V)
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00
)

Resistência (Ω

Figura 7 – Gráfico Resistência x Potência.

4. CONCLUSÃO

O comportamento ôhmico de um resistor pode ser verificado analisando as


curvas de Corrente x Tensão (Figura 4), neste caso o comportamento linear entre
corrente e tensão indicou que o resistor é ôhmico e o comportamento não-linear foi
associado ao resistor não-ôhmico, ou analisando as curvas de Resistência x
Potência (Figura 7), na qual se percebeu a variação da potência dissipada conforme
variou a resistência do resistor não-ôhimco e em contrapartida o resistor ôhmico não
demonstrou alteração de resistência conforme a potência dissipada.
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de física:


Eletromagnetismo, 4.ed. Rio de Janeiro, LTC, 1996. v.3.

[2] BALBINOT, Alexandre; BRUSAMARELLO, Valner J. Instrumentação e


fundamentos de medidas. 2.ed. Rio de Janeiro, LTC, 2000. v.1.

[3] TEORIA da Cor: Temperatura de Cor. Disponível em:


<http://www.fotografarvenderviajar.com/aprendendo/teoria-da-cor-temperatura-de-
cor-parte-1>. Acesso em 20 de out. 2010.

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