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CIRCUITOS ELÉTRICOS II

Turma -

RELATÓRIO DO EXPERIMENTO 2:
FREQUÊNCIAS COMPLEXAS PRÓPRIAS

Docente:

Alunos:

SANTO ANDRÉ
2019
Resumo

O experimento em questão visa a determinação das frequências


complexas próprias de um circuito RLC utilizando o transitório repetitivo
através da montagem de circuito em protoboard e observação com os
instrumentos adequados, possibilitando a comparação dos resultados obtidos
com os teóricos esperados.
Sumário

1 - Descrição experimental e metodologia ​4

2 - Dados experimentais e resultados ​8

3 - Interpretação de resultados ​10

4 - Discussão e conclusões ​14

5 - Referências ​15
1 - Descrição experimental e metodologia

Os seguintes materiais foram utilizados para a realização do experimento:


- Resistor 1 kΩ, 250 mW, 5%;
- Resistor 10 kΩ, 250 mW, 5%;
- Indutor 1 mH;
- Capacitor (poliéster),1 μF, 100 V;
- Gerador de sinais com cabo BNC-jacaré - Modelo: TekAFG3021B;
- Osciloscópio - Modelo: InfiniiVision DSO-X 2024A Keysight [1];
- 2 pontas de prova (10:1);
- Medidor LCR de bancada - Modelo: Minipa MXB-821;
- Matriz de contatos (protoboard).

Inicialmente foram medidos os valores dos componentes que foram utilizados


no experimento, de modo a completar a tabela 1, em seguida se deu início a
primeira parte do experimento
A primeira parte do experimento foi a medição das frequências complexas
próprias, ela consistia em montar o circuito apresentado na figura 1 (com R​s = 1 k​Ω)​,
ajustando o gerador de sinais para a configuração de onda quadrada com
frequência de 500 Hz, 10 Vpp e 5 volts de ​offset,​ e com o osciloscópio medir o valor
do período T, baseado na medição de θ = n.T, para n = 3 ciclos. Após realizada
essa medição foi possível calcular ω​d​ e f​d​.

Figura 1 - Fonte: Roteiro do experimento 2 [2].


Como mencionado anteriormente, foi utilizado o osciloscópio para a
observação da forma de onda da tensão v(t) (que pode ser observada na figura 2), e
com a ajuda dos cursores, foram medidos os valores de θ e A​n (valores de pico do
sinal oscilatório) com n variando de 0 até 4, de modo a preencher as tabelas 3 e 4
que serão apresentadas posteriormente neste relatório, na seção de “dados
experimentais e resultados”, com esses valores medidos foi possível calcular
também os valores de α, ω​0​, f​0​ e Q.

Figura 2 - Fonte: Autores.

Na segunda parte do experimento, foi realizada a comparação com o Regime


Permanente Senoidal, ou seja, algumas das configurações do gerador de sinais
foram alteradas. De uma espécie de degrau unitário para um sinal senoidal de 3
Vpp e 0 volts de ​offset.​ Na figura 3 podemos observar o resultado obtido nessa
parte do experimento, onde temos que o canal 2 em verde é o sinal de entrada, e o
canal 1 em amarelo é o sinal de saída.
Figura 3 - Fonte: Autores.

​Por fim, temos a terceira e ultima parte do experimento, cujo objetivo era
medir a capacitância parasita do indutor (Cp), para isso foi montado o circuito da
figura 4 (com R​s​ = 10 kΩ), novamente foi utilizado um sinal de onda quadrada na
excitação do circuito (10 Vpp, 5 V ​offset,​ e f = 6 kHz), e os mesmos procedimentos
de medição e cálculo da primeira parte do experimento (α, ω​0​, f​0​, ω​d​, f​d​, T e A​n​)
foram repetidos nesta terceira parte.

Figura 4 - Fonte: Roteiro do experimento 2 [2].


O sinal de saída obtido nessa terceira parte do experimento pode ser
observado na figura 5.

Figura 5 - Fonte: Autores.


2 - Dados experimentais e resultados

A seguir temos as tabelas com os resultados das medições realizadas em


laboratório, uma importante observação a se fazer é que alguns valores calculados,
apresentados a seguir diferem daqueles apresentados na folha de dados entregue
ao professor no dia do experimento, isso se deve ao fato que na elaboração do
presente relatório os cálculos foram refeitos, e alguns erros foram corrigidos.

Tabela 1 - Medidas dos componentes.


Resistor 1 kΩ [Ω] Rs1 = 984,68
Resistor 10 kΩ [kΩ] Rs2 = 9,7268

Indutor [μH] L = 836,97 RL = 395,61


Capacitor [nF] C = 100,08 RC = 15300

Tabela 2 - Medida do período T e cálculo de ω​d​ e f​d​.


n = 3 ciclos

θ = n.T = 170 μs
T= 56,67 μs
ωd = 110814,56 rad/s
fd = 17686,68 Hz

Tabela 3 - Medidas de Amplitude (A0 e A1) e cálculo de ​α, ω​0​, f​0​, e Q.


A0 = 8,675 V
A1 = 5,825 V
α= 6926,19 Np/s

ω0 = 111030,8 rad/s
f0 = 17,67 kHz
Q= 8,02
Tabela 4 - Medidas dos valores de Amplitude do sinal de saída.
A0 = 8,675 V
A1 = 5,825 V
A2 = 3,850 V
A3 = 2,825 V
A4 = 2,300 V

Tabela 5 - Medida da frequência ω​0​ e da amplitude |v(t)|.


Frequência de Ressonância ω0 = 17,590 kHz
Amplitude v(t) |v(t)| = 1,51 V

Tabela 6 - Valores medidos de A0, A1 e T, e valores calculados de ​α, ω​0​, f​0​, ω​d​, f​d​ e Q
A0 = 3,775 V ωd = 6613879,27 rad/s
A1 = 656,25 mV fd = 1052631,58 Hz
T= 950 ns ω0 = 6865511,88 rad/s

α= 1841698,78 Np/s f0 = 1092680,15 Hz

Tabela 7 - Valor da capacitância parasita do indutor.


Capacitância Cp = 13,31 pF
3 - Interpretação de resultados

No tópico 3.1.6 do Roteiro do experimento 2 [2], é levantada a seguinte


pergunta em relação ao primeiro circuito montado, aquele referente à primeira parte
do experimento, “​O circuito obedece à condição de ser “altamente oscilatório”?​”.
Considerando a figura 1 da seção de descrição experimental e metodologia,
podemos visualmente ver que o circuito é de sim oscilatório em decorrência da sua
forma de onda, porém analisando os valores obtidos para período T do sistema
(T = 56,67 μs), podemos facilmente perceber que, dado o baixo valor desta
constante, o sistema é sim “altamente oscilatório”, por fim a condição de ser
“altamente oscilatório” α < ω​d​ / 10 também é satisfeita.

No item 3.1.7 do Roteiro do experimento 2 [2], é pedido para que após


medir-se as amplitudes máximas de diferentes oscilações consecutivas, se monte
um gráfico e ajuste uma curva exponencial ao mesmo, com o intuito de comparar os
valores obtidos no tópico 3.1.6.
Assim, temos:

Figura 6 - Fonte: Autores.


Do ajuste de curva da figura 6 obtemos a seguinte equação:
A​n​ (n)= 8,43e^(-0,352n)
Podemos encontrar semelhanças nessa equação com a equação que
relaciona dois máximos separados por n ciclos, dada por:
A​0​ / A​n​ = e^(nTα)
Consequentemente, se dividirmos o expoente da equação referente ao ajuste
de curvas, pelo período calculado anteriormente (T = 56,67 μs), obteremos um valor
de α = 6208,11 Np/s. Comparando esse valor com o obtido anteriormente, presente
na tabela 3, de α = 6926,19 Np/s, temos uma diferença percentual de 10,37%,
considerada aceitável se levado em conta todos os fatores que interferem nessas
medidas.

No item 3.1.8 [2] é pedido que se resolva e apresente no relatório um


exercício, cujo enunciado é o a seguir “​Considere agora o circuito da Figura 1, na
topologia com gerador de corrente. Utilizando os valores medidos de L e C:
a) Calcule as frequências ω​0​, f​0​ e compare com os valores obtidos em 3.1.6.
b) Com o valor de obtido em 3.1.7, determine os valores de ωd​ ​ e f​d.​
c) Calcule o valor da resistência equivalente R em paralelo, a partir das
frequências complexas próprias obtidas para o circuito.
d) Analise os resultados obtidos.”​

Resposta (a):
ω​0​ = 1 / (836,97 E-6 x 100,08 E-9)^(½) = 109262,57 rad/s
f​0​ = ω​0​ / 2xπ = 17389,68 Hz

Resposta (b):
ω​d = [(ω​0​^2) - (α^2)]^(½) = [(109262,57^2) - (6208,11^2)]^(½) = 109438,79
rad/s
f​d​ = ω​d​ / 2xπ = 17417,73 Hz
Resposta (c):
Das equações (17) e (18) do Roteiro do experimento 2 [2], dadas pela figura
6, temos que o valor da resistência equivalente pode ser igual a (ω​0​^2)L/2α.

Figura 6 - Fonte: Roteiro do experimento 2 [2].


Sendo assim, temos:
R = [(111030,8^2) x 836,97 E-6] / (2 x 69261,19) = 74,48 Ω

Resposta (d):
A fim de analisar os resultados obtidos, podemos verificar que na alternativa
(a), os valores obtidos, quando comparados, com aqueles apresentados na tabela 2,
são muito próximos. Na alternativa (b) encontramos, utilizando-se de um método
diferente do inicial (presente na tabela 2), valores para ω​d e f​d​, assim como para a
alternativa (a), equivalentes independente do método de cálculo utilizado. Por fim
para a alternativa (c), vimos que a resistência equivalente do circuito é de
aproximadamente 75 Ω, resistência essa que engloba as perdas tanto do capacitor,
quanto do indutor, como indicado no roteiro [2].

Na segunda parte do experimento, no item 3.2.2, é pedido para que seja feita
a comparação entre as frequências f​d e f​0 obtidas anteriormente, com a frequência
de ressonância observada para esse circuito, sob essas condições (figura 3).
A frequência de ressonância obtida para esse item foi de 17,590 kHz (esse
dado se encontra na tabela 5), comparando com f​0 = 17,67 kHz e f​d = 17,68 kHz,
podemos observar se trata do mesmo valor, já que a diferença entre os três valores
é muito pequena. Isso já era esperado, considerando que é na frequência de
ressonância do circuito, dada uma excitação senoidal, que se tem a maior amplitude
e menor diferença de fase para o sinal de saída em relação ao de entrada.
Por fim, na terceira parte do experimento, as instruções são para fazer os
mesmo passos que na primeira parte, ou seja, as mesmas medidas e cálculos,
porém agora num circuito diferente, e com uma frequência de excitação diferente.
Ao fazer isso vemos que os valores (apresentados na tabela 6), diferem bastante,
daqueles apresentados na primeira parte (tabela 2 e 3), passando de valores na
ordem de 10^3, para valores na ordem de 10^6, para α, ω​0​, f​0​, ω​d ​e f​d​. Já para T e A​n
temos uma, já esperada, redução, que no período é na ordem de grandeza (de
10^-6 para 10^-9) e para A​n temos uma queda, já no valor inicial (A​0​), de mais de
50%, o que só se agrava para os demais valores de n (o que pode ser observado na
figura 5).
O item 3.3.4 [2], pede para que se calcule o valor da capacitância parasita do
indutor, e pergunta se é necessário considerar a capacitância da ponta de prova
utilizada na medição. A resposta obtida para a capacitância total, parasita do indutor
somada a da ponta de prova, foi de 25,31 pF e foi dado no próprio roteiro, que o
valor correspondente da capacitância da ponta de prova é de 12 pF, o que torna
necessário sua consideração no momento de efetivação do cálculo final da
capacitância parasita. Como para elementos em série, sua capacitância é somada,
temos que a capacitância parasita do indutor (C​p​) tem valor de 13,31 pF.
4 - Discussão e conclusões

O objetivo do experimento 2, como o próprio título do mesmo indica, foi de


realizar a verificação das frequências complexas, nesse caso, considerando um
circuito ressonante RLC. Fisicamente a montagem do circuito se deu com uma fonte
de tensão e um resistor em série com os outros dois elementos (esses se
encontravam em paralelo entre si), porém a intenção era de obter com isso uma
fonte de corrente em paralelo com os três componentes do circuito (resistor, indutor
e capacitor), o que faz com que os cálculos a serem realizados nesse circuito sejam
os mesmo que os apresentados na introdução teórica do roteiro [2], possibilitando
assim, o uso das equações presentes no mesmo.
O que pudemos perceber foi que um mesmo circuito possui diferentes
comportamentos, dependendo da excitação, e no caso específico do circuito RLC,
temos que as frequências complexas obtidas com uma excitação de onda quadrada
(que neste experimento funcionou quase como um degrau unitário), apresentaram
um valor próximo àquele obtido para a frequência de ressonância (frequência do
sinal de entrada na qual foi obtido a maior amplitude para o sinal de entrada, e o
deslocamento de fase entre o sinal de entrada e saída foi nulo) quando a excitação
foi senoidal.
Por fim, o que podemos pontuar de importante é que houve, de uma certa
forma uma confirmação daquilo que se era esperado, considerando que os valores
obtidos de diferentes formas (métodos de cálculo ou medição), se mantiveram
dentro de uma faixa aceitável, ou seja, podem ser considerados numericamente
iguais considerando uma certa tolerância, e mais importante ainda o comportamento
do circuito foi de encontro a teoria na qual foi baseado.
5 - Referências

[1] - KEYSIGHT TECHNOLOGIES (Estados Unidos). Osciloscópios InfiniiVision da Série


2000X​: Folha de Dados. 2017. Disponível em:
<http://literature.cdn.keysight.com/litweb/pdf/5990-6618PTBR.pdf?id=2002854>.

[2] - UFABC, ​Roteiro do experimento 2​: Laboratório da disciplina de ​CIrcuitos Elétricos II​,
da Universidade Federal do ABC - UFABC. Disponível em:
<http://professor.ufabc.edu.br/~jose.azcue/Circuitos%20Eletricos%202/CEII_experimento2.p
df>

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