Você está na página 1de 14

Universidade Estadual de Maringá

Centro de Ciências Exatas

Departamento de Física

Física Experimental II – 9236/01

3° Experimento

Circuito RLC em série, em corrente alternada

Professor: Felipe Magalhães de Aguiar

Aluna: Adrielle Ávila – R.A: 109.370

Maringá, abril de 2021


1. Introdução

Neste experimento iremos compreender a ressonância em um circuito


RLC (resistor, indutor e capacitor) em que geradores oscilantes, através de
algumas variações, fornecem tensões senoidais em uma certa frequência,
fazendo análises qualitativas e quantitativas da resposta do circuito.

Os circuitos RLC são amplamente utilizados como filtro de frequência,


associando indutores e capacitores, consegue-se determinar uma faixa de
frequência que “passa” pelo circuito (para frequências fora da faixa, o circuito
produz uma corrente muito menor, praticamente desprezível).

Isso é possível pelo fenômeno da ressonância nas oscilações


eletromagnéticas.

2. Fundamentação Teórica

O circuito RLC é constituído por dois dispositivos capazes de armazenar


energia, os indutores e capacitores, onde o primeiro armazena energia
magnética e o segundo, elétrica. Estes dois dispositivos constituem um sistema
que oscila entre as duas formas de energia produzindo oscilações
eletromagnéticas. O sistema gera equações semelhantes às equações de uma
oscilação mecânica, isto ocorre, pois, os elétrons oscilam de fato, invertendo o
sinal da corrente. Esses circuitos são amplamente usados como filtros de
frequência, em rádios, por exemplo.

Nesses circuitos, observamos o fenômeno da ressonância, que ocorre


para o menor valor de impedância (resistência à passagem da corrente devido
aos três dispositivos conectados ao circuito). Esse valor de impedância é igual a
resistência do resistor, pois na frequência de ressonância, os efeitos das
reatâncias indutivas e capacitivas se anula. Na frequência de ressonância,
ocorrem os valores máximos de corrente, potência e tensão.

Outros conceitos relevantes são a largura de banda e qualidade. Ambos


conceitos estão relacionados, a largura de banda é a diferença entre duas
frequências nas quais a potência cai pela metade, com relação a potência
máxima (na frequência de ressonância). E a qualidade mede o estreitamento
desse intervalo de frequências da largura de banda, quanto menor for esse
intervalo, maior fator de qualidade. O fator de qualidade representa um filtro mais
seletivo, ou seja, uma menor faixa de frequências é selecionada.

Figura 1 – Representação de um circuito RLC

Na figura 1, temos a representação de um circuito RLC alimentado por


uma fonte de tensão alternada, onde:
𝜀(𝑡) = 𝑉𝑚 cos⁡(𝜔𝑡)
Onde 𝜔 = 2𝜋𝑓 é a frequência angular da fonte, 𝑓 é a frequência da fonte
e 𝑉𝑚 é a sua tensão máxima.
Fonte: a diferença de potenciais da fonte varia de acordo com o tempo,
varia através de uma função especifica.
Características de uma função

𝜀(𝑡) = 𝑉𝑚 cos⁡(𝜔𝑡)
Para caracterizar uma
função periódica, basta
conhecer a amplitude (𝑉𝑚 ) e a
frequência angular (𝜔)
𝜔 = 2𝜋𝑓
2𝜋
𝑇=
𝜔

Figura 2 – Representação da diferença de potencial


Dinâmica no circuito RLC
Aplicando uma voltagem no circuito.
 A corrente vai variar com o tempo.
Resolvendo a malha:
 Soma das voltagens deve ser igual a
zero.
𝑉𝑅 (𝑡) + 𝑉𝐿 (𝑡) + 𝑉𝐶 (𝑡) = 𝑉(𝑡) = 𝑉𝑚 cos⁡(𝜔𝑡)

Componente Propriedade Unidade (SI)


Resistor Resitência (R) Ohm (Ω)
Capacitor Capacitância (C) Farad (F)
Indutor Indutância (Z) Henry (H)

𝑉𝑅 (𝑡) + 𝑉𝐿 (𝑡) + 𝑉𝐶 (𝑡) = 𝑉(𝑡) = 𝑉𝑚 cos⁡(𝜔𝑡)


𝑞(𝑡) 𝑑𝑖(𝑡)
𝑅. 𝑖(𝑡) + +𝐿 = 𝑉𝑚 cos⁡(𝜔)
𝑐 𝑑𝑡
Escrevendo todas as voltagens em termos de carga
𝑑𝑞
 como 𝑖 = 𝑑𝑡

𝑑𝑞(𝑡) 𝑞(𝑡) 𝑑 2 𝑞(𝑡)


𝑅 + +𝐿 = 𝑉𝑚 cos(𝜔𝑡)
𝑑𝑡 𝐶 𝑑𝑡 2
Obtemos uma equação diferencial de 2° ordem, cuja solução para a
corrente é:
𝑑𝑞(𝑡) 𝑉𝑚
𝑖(𝑡) = = cos⁡(𝜔𝑡 − 𝛷)
𝑑𝑡 𝑍
Onde:

1
 𝑍 = √𝑅 2 + (𝜔𝐿 − 𝜔𝐶)2 .

 É a chamada impedância do circuito, cuja sua solução é uma soma


vetorial de resistência, 𝜔𝐿 e 𝜔𝐶.
 A voltagem sendo alternada, a corrente também será alternada e tem
a mesma frequência.
𝑅
𝛷 = 𝑐𝑜𝑠 −1 ( )
𝑍
Tensão eficaz e corrente eficaz

𝒊𝒆𝒇 =
𝒊𝒎 𝑽𝒎
√𝟐 𝑽𝒆𝒇 =
√𝟐

Ressonância
 Analisando a impedância (Z), vai ser a grandeza que limita a corrente.

1 2
𝑍 = √𝑅 2 + (𝜔𝐿 − )
𝜔𝐶

 Como podemos observar: a impedância depende da: Resistência,


Indutância, Capacitor e da frequência.
𝑉𝑚 𝑉𝑚
𝑖𝑚 = =
𝑍 2
√𝑅 2 + (𝜔𝐿 − 1 )
𝜔𝐶

 Supondo, 𝑅 = 0
𝑉𝑚 𝑉𝑚
𝑖𝑚 = =
𝑍 2
√(𝜔𝐿 − 1 )
𝜔𝐶
1
Essa diferença (𝜔𝐿 − ) pode dar zero, logo a corrente:
𝜔𝐶

𝑉𝑚
𝑖𝑚 =
2
√(𝜔𝐿 − 1 )
𝜔𝐶
𝑖𝑚 → ∞
Neste caso, quando um circuito
RLC se encontra na situação de
ressonância, a f.e.m.(ε) está em fase
com a corrente (𝛷 = 0°) e a frequência
de fonte externa (𝜔) passa a ser a
frequência natural (𝜔0) do circuito.
Além disso, a corrente e a potência
consumida, no circuito são máximas.
 Considerando:
𝑉𝑚
𝑖𝑚 =
2
√(𝜔𝐿 − 1 )
𝜔𝐶
1
𝜔𝐿 =
𝜔𝐶
𝜔2 𝐿𝐶 = 1

1
𝜔=√ ≅ 𝜔0
𝐿𝐶

 Ou:

1 1
𝑓0 = √
2𝜋 𝐿𝐶

Impedância, Reatância e Resistência:


𝑉𝑚 𝑉
𝑍= =
𝑖𝑚 𝑖
 No circuito.
 Voltagens nos terminais dos componentes em valores eficazes
𝑉𝑅 = 𝑅𝑖 Reatância indutiva: 𝑋𝐿 = 𝜔𝐿
𝑉𝐿 = 𝑋𝐿 𝑖 1
Reatância capacitiva: 𝑋𝐶 = 𝜔𝐶
𝑉𝐶 = 𝑋𝐶 𝑖

Diagrama de Fasores
 Existe uma interpretação vetorial;

𝑍 = √𝑅 2 + (𝑋𝐿 − 𝑋𝐶 )2

𝑍 = √𝑅 2 + (𝑋)2
𝑋 𝑋𝐿 − 𝑋𝐶
𝜙 = 𝑡𝑎𝑛−1 ( ) = 𝑡𝑎𝑛−1 ( )
𝑅 𝑅

Se 𝜙 > 0, o circuito é indutivo e a tensão está adiantada em relação à


corrente;
Se 𝜙 < 0, o circuito é capacitivo e a tensão está atrasada em relação à
corrente;
Se 𝜙 = 0, o circuito é resistivo e a corrente e a tensão estão em fase.

𝑍 = √𝑅 2 + (𝑋𝐿 − 𝑋𝐶 )2

𝑍𝑖 = 𝑖√𝑅 2 + (𝑋𝐿 − 𝑋𝐶 )2

𝑍𝑖 = √𝑅 2 𝑖 2 + (𝑋𝐿 𝑖 − 𝑋𝐶 𝑖)2

𝑉 = √𝑉𝑅2 + (𝑉𝐿 − 𝑉𝐶 )2
3. Objetivos
Estudar o comportamento de um circuito RLC - série, em função da
frequência, no que se refere a: Tensão em cada elemento do circuito; Frequência
de ressonância; Impedância, reatância indutiva e capacitiva; Corrente no circuito;
Largura de banda e fator de qualidade.
4. Materiais Utilizados e Procedimento
- Gerador de ondas eletromagnéticas com frequencímetro (Gerando uma tensão
de aproximadamente 5 V);
- Resistor de 219,4 Ω.
- Capacitor de 10,008 mF;
- Indutor de 2,546 mH;
- Ociloscópio;
- Placa de Bornes e fios;
- Placa para a montagem do circuito;
- Cabos e jacarés.

Utilizando os materiais citados acima, observou-se a montagem do


circuito abaixo (pelo vídeo):

Figura 3 – Circuito RLC

Em seguida anotou-se os valores de VR, VL, VC, VT e Φ.


Os valores de XLexp, XCexp, Zexp e I2, foram obtidos por cálculos com os
valores obtidos a partir da variação da frequência e os valores medidos no
indutor e no capacitor. A seguir, apresentam-se as expressões utilizadas para os
cálculos:
 Reatância Indutiva Experimental:
𝑉𝐿
𝑋𝐿𝑒𝑥𝑝 =
𝐼
 Reatância Capacitiva Experimental:
𝑉𝐶
𝑋𝐶𝑒𝑥𝑝 =
𝐼
 Impedância Experimental:

𝑒𝑥𝑝 𝑒𝑥𝑝 2
𝑍𝑒𝑥𝑝 = √𝑅 2 + (𝑋𝐿 − 𝑋𝐶 )

 Corrente Elétrica:
𝑉𝑅
𝐼=
𝑅
 Frequência de Ressonância:
1
𝑓0 =
2𝜋√𝐿𝐶
 Dados dos Equipamentos:
𝑅 = 219,4𝛺⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡𝐿 = 2,546⁡𝑚𝐻⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡𝐶 = 10,008⁡𝑚𝐹⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡𝑉𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒 ~5⁡𝑉

Com o circuito RCL montado conforme a figura 3 e a tensão do gerador


mantida em aproximadamente 5 V, obteve-se os seguintes valores de tensão do
resistor (VR), do indutor (VL) e do capacitor (VC) e da diferença de fase (Φexp):
𝒆𝒙𝒑 𝒆𝒙𝒑
𝒇⁡(𝒌𝑯𝒛) 𝑽𝑹 ⁡(𝑽) 𝑽𝑳 (𝑽) 𝑽𝒄 (𝑽) 𝑽𝑻 (𝑽) 𝚽𝒆𝒙𝒑 (°) 𝑿𝑳 (𝛀) 𝑿𝑪 (𝛀) 𝒁𝒆𝒙𝒑 (𝛀) 𝑰𝟐 (𝒎𝑨)𝟐
10 0,744 0,536 5,40 5,04 -79,9 158,06 1592,4 1451,0 0,011
12 0,920 0,816 5,60 4,96 -76,9 194,60 1335,5 1161,8 0,017
14 1,13 1,15 5,96 4,96 -73,9 223,28 1157,2 959,35 0,027
16 1,34 1,62 6,24 4,96 -72,0 265,24 1021,7 787,63 0,037
18 1,64 2,18 6,64 4,88 -67,7 291,64 888,3 635,72 0,056
20 1,96 2,86 7,24 4,96 -63,9 320,14 810,4 537,11 0,080
22 2,42 3,78 7,88 5,04 -58,7 342,70 714,4 431,62 0,121
24 2,82 5,00 8,88 4,96 -51,2 389,01 690,9 373,19 0,165
25 3,10 5,72 9,36 4,96 -46,8 404,83 662,4 338,35 0,199
26 3,36 6,52 9,84 4,96 -42,0 425,74 642,5 308,42 0,234
27 3,66 7,32 10,2 4,96 -35,8 438,80 611,4 279,15 0,278
28 3,83 8,24 10,5 4,84 -28,2 472,03 601,5 254,75 0,305
29 4,20 9,04 10,8 4,88 -22,1 472,23 564,2 237,90 0,366
30 4,44 9,84 11,0 4,96 -15,1 486,24 543,6 226,77 0,410
31 4,60 10,5 11,1 4,96 -6,25 500,80 529,4 221,26 0,440
32 4,68 11,0 10,8 5,00 1,38 515,68 506,3 219,60 0,455
34 4,52 11,2 9,84 5,00 17,2 543,65 477,6 229,13 0,424
36 4,12 11,0 8,56 5,00 29,6 585,80 455,8 255,02 0,353
38 3,64 10,3 7,26 4,96 38,4 620,83 437,6 285,85 0,275
40 3,40 9,68 6,24 5,12 46,1 624,64 402,7 312,08 0,240
43 2,84 8,72 4,96 5,04 53,9 673,65 383,2 364,00 0,168
45 2,54 8,40 4,32 5,04 57,7 725,57 373,2 415,09 0,134
50 2,10 7,52 3,20 5,20 64,9 785,66 334,3 501,86 0,091
60 1,52 6,56 1,92 5,12 72,2 946,88 277,1 704,80 0,048
𝑓0 4,68 11,0 10,9 5,00 0,00 515,68 511,0 219,45 0,455
= 31800

5. Resultados e Discussões.
Utilizando os dados da tabela construiu-se um gráfico da tensão em
função da frequência.
Gráfico 1 – VT, VR, VL e VC em função da frequência.
12

10

8
Tensão (V)

0
0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000
Frequência (Hz)

Tensão Resistor Tensão Indutor Tensão Capacitor Tensão Total

Então calculando a 𝑓0 , nós temos:

1 1 1 1
𝑓0 = √ → 𝑓0 = √ → 𝑓0 = 31529,5⁡𝐻𝑧
2𝜋 𝐿𝐶 2𝜋 2,546. 10 ∗ 10,008. 10−3
−3

Obtendo o erro percentual envolvido:


31850 − 31529,5
𝑒𝑟𝑟𝑜⁡% = ( ) × 100⁡ → 𝑒𝑟𝑟𝑜⁡% = 1,05%
31529,5
As tensões: capacitiva (Vc), indutora (VL) e resistiva (VR) apresentam os
seguintes comportamentos.
 Quando 𝑓 < 𝑓0 : curva crescente, tendendo a atingir sua amplitude máxima;
 Quando 𝑓 = 𝑓0 :alcançam sua amplitude máxima;
 Quando 𝑓 > 𝑓0 : curva decrescente, tendendo a zero, conforme a
frequência é aumentada.
 O valor máximo da tensão resistiva (𝑓 = 𝑓0 ) coincide com o valor da tensão
total.
Já a tensão total, deve apresentar valor constante em qualquer frequência,
mas devido às variações que são feitas na frequência, o potencial total também
variava.
Pode-se observar a relação entre as tensões nos terminais de cada
dispositivo e fase da tensão total em relação à corrente através do diagrama de
fasores, conforme descrito na figura abaixo.

Figura 4 – Diagrama de Fasores

Para frequências menores que a frequência de ressonância, a fase obtida


é negativa, o que representa um circuito mais capacitivo. Já para frequências
maiores que a frequência de ressonância, o circuito se torna mais indutivo. Nota-
se que a fase se torna 0° na frequência de ressonância, pois 𝑉𝑇 = 𝑉𝑅 e 𝑉𝑅 está
sempre em fase com a corrente.
Os valores de tensão nos terminais do capacitor e indutor podem alcançar
valores superiores ao valor da tensão no gerador. Isso acontece porque as
grandezas nos circuitos de corrente alternada são vetoriais, ou seja, definida por
fasores. Isto significa que, assim como em circuitos de corrente contínua, a
tensão aplicada é igual ao somatório das tensões nos dispositivos conectados
no circuito, exceto que, nesse caso, a soma é vetorial, e por isso, mesmo
alcançando valores superiores a soma vetorial ainda é equivalente à tensão da
fonte.
Gráfico 2 – R, XLexp, XCexp e Zexp em função da frequência:

1800
1600
1400
1200
1000
Ω

800
600
400
200
0
0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000
Frequência (Hz)

XL Exp XC Exp Z Exp R

Realizando o cálculo do erro percentual para 𝑓0 , temos:


31600 − 31529,5
𝑒𝑟𝑟𝑜⁡% = ( ) × 100⁡ → 𝑒𝑟𝑟𝑜⁡% = 0,22%
31529,5
À medida que a frequência aumenta a reatância indutiva também
aumenta e a reatância capacitiva diminui, enquanto a resistência permanece
constante. Na frequência de ressonância, a impedância passa de decrescente
para crescente em função da frequência, enquanto as reatâncias indutivas e
capacitivas possuem o mesmo valor de tensão.
Assim como nos diagramas de fasores, nota-se que para frequências
menores que 𝑓0 , e reatância capacitiva é mais significativa que a indutiva, e
semelhantemente, para as frequências maiores do que 𝑓0 , a reatância indutiva
se torna mais significativa. Ainda podemos notar que a curva da impedância
assume o mesmo valor da resistência no resistor na 𝑓0 , ou seja, a tensão total
fica em fase com a corrente.
Gráfico 3 – Φ em função da frequência.

80
60
40
20
0
Φ (°)

0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000


-20
-40
-60
-80
-100
Frequência (Hz)

𝑓0 = 31850⁡𝐻𝑧
A partir desse gráfico é possível notar que a frequência de ressonância
ocorre para 𝛷 = °0, o que verifica a condição de ressonância citada
anteriormente, de que as reatâncias se anulam de forma que a impedância do
sistema se iguala a resistência do resistor. Isto é, o circuito se comporta como
se somente o resistor estivesse presente, e por isso, V T está em fase com a
corrente. Conforme aumentamos a frequência a reatância indutiva aumenta, e a
fase se aproxima de 90°, que é o valor observado para circuitos RL, ou seja, o
circuito se torna mais indutivo. Semelhantemente, quando a frequência é
diminuída o circuito se torna mais capacitivo e a fase se aproxima de -90°, que
é a defasagem observada para circuitos RC.
Gráfico 4 – Corrente elétrica em função da frequência.

0,5
0,45
0,4
0,35
0,3
I (mA)

0,25
0,2
0,15
0,1
0,05
0
0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000
Frequência (Hz)
Realizando uma análise do gráfico acima, pode-se concluir que quanto
mais estreito for o seu pico, mais seletivo é o circuito, ou seja, ele irá responder
somente na frequência de ressonância. Semelhantemente, se o pico do gráfico
acima fosse mais arredondado, esse circuito iria responder à frequências
próximas a 𝑓0 e não somente quando fosse o valor exato da frequência de
ressonância.

Utilizando a imagem acima, nós podemos observar a dependência da


corrente em função da frequência. A imagem mostra que a 𝐼0 é a mesma para
as três curvas, e que o pico de ressonância é mais acentuado para a menor
resistência (200Ω). As retas 𝜔1 e 𝜔2 são os pontos de potência média e a
separação entre eles (Δω) é chamado de largura de banda do circuito.
Quanto mais estreito o valor de Δω, mais seletivo é o circuito. Quando um
circuito é altamente seletivo, ele praticamente respondera somente na
frequência de ressonância. Então quanto menor for a resistência, mais seletivo
é o circuito RLC.
6. Conclusão
Foi observado que as propriedades esperadas a partir dos valores
teóricos foram alcançadas nos experimentos. As propriedades do circuito se
alteram conforme a frequência é alterada, assumindo valores máximos e
mínimos na frequência de ressonância. Foi observado que o resistor não
interfere na frequência de ressonância, sendo ela relacionada apenas com a
indutância e a capacitância do sistema.
Notou-se que a tensão nos terminais do capacitor e do indutor podem
alcançar valores maiores do que os valores da fonte, uma vez que ambos os
dispositivos são capazes de armazenar energia e depois dissipá-la na forma de
tensão ou de corrente. Essa condição deve ser levada em consideração na
montagem de circuitos, para que tensões muito elevadas não danifiquem o
circuito.

Você também pode gostar