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I. INTRODUÇÃO
Fonte: BOYLESTAD, 2004, p. 487.
Amp-ops reais apresentam algumas características não-
ideais, que podem limitar ou afetar o funcionamento de Figura 2. Filtro passa-altas ativo.
circuitos que os encerram. Em contraste com os amp-ops
ideais, os reais têm ganho alto (finito), impedância de entrada
alta (finita, usualmente da ordem de megaohms), impedância
de saída baixa (existente, geralmente em miliohms) e largura
de banda finita. Embora algumas não-idealidades limitem
certos projetos, outras são fundamentais para o seu
funcionamento: em virtude da limitada largura de banda, os
amp-ops reais possuem frequência de corte, podendo assim,
dimensionar filtros passa-baixas, passa-altas etc.
Os filtros passivos são constituídos apenas de elementos
passivos (resistores, indutores, capacitores); os filtros ativos
são genericamente um filtro passivo cuja saída é conectada
em um amp-op configurado para amplificação. As Figs. 1 e 2 Fonte: BOYLESTAD, 2004, p. 488.
apresentam, respectivamente, modelos genéricos para um
filtro ativo passa-baixas e um passa-altas; os gráficos de Figura 3. Ganho de tensão × frequência em filtro ativo ideal:
ganho de tensão são apresentados nas Figs. 3 e 4. Ressalta-se (a) passa-baixas e (b) passa-faixas.
que o objetivo seria obter uma resposta em frequência com
corte abrupto (filtro ideal); o que se observa, por limitação
dos componentes reais, é que ganho reduz suavemente (filtro
real).
A frequência de corte pode ser calculada a partir de (1). A
frequência unitária, por outro lado, é o valor de frequência
cuja o sinal de saída é igual ao de entrada (ganho unitário).
(a) (b)
1 Fonte: BOYLESTAD, 2004, p. 487.
f C= (1)
2 πRC Figura 3. Ganho de tensão × frequência em filtro ativo real:
(a) passa-baixas e (b) passa-faixas.
A. Objetivos
O experimento em questão tem como principal fim
averiguar o ganho (e as formas de ondas) do amp-op em
configuração de filtro ativo passa-baixas e de passa-altas em
diversos valores de frequência, bem como verificar as
frequências de corte e unitária.
(a) (b)
II. METODOLOGIA
Fonte: Apostila.
A. Esquemático do Circuito
Os esquemáticos dos circuitos montados para estudo, C. Material Utilizado
simulação e experimento estão dispostos nas Figs. 4 e 5. Para Foram utilizados para medição um osciloscópio e um
a alimentação de cada circuito utilizou-se uma fonte multímetro; a alimentação VCC se deu por meio de fonte de
simétrica (duas fontes em série e com polaridades opostas), tensão contínua (CC) e, para gerar a onda senoidal de
como mostra a Fig. 6. entrada, utilizou-se um gerador de sinal. Os elementos
passivos usados no circuito foram:
B. Especificações e Considerações Resistores nominais de 1kΩ, 10kΩ e 22kΩ;
Neste experimento, tomaram-se as especificações e as Capacitores: 1nF.
considerações designadas na Prática 12 da apostila de
Práticas de Laboratório de Eletrônica Analógica: D. Análise computacional
VCC = 15 [V] [Tensão contínua aplicada ao Os circuitos propostos foram testados no software
circuito]; Multisim, conforme as considerações realizadas. Os
VSIN = 1 [V] [Tensão de pico a pico do sinal resultados simulados estão distribuídos na seção de
senoidal]; Resultados e Discussões, junto às anotações experimentais.
fa = 1 [kHz] [Frequência do sinal senoidal];
E. Procedimentos Experimentais
C1 LM 741 [AMP-OP utilizado];
A partir dos esquemáticos apresentados na Figs. 4 e 5 e
RF = 10 kΩ e RL = 1 kΩ. das especificações, foram montados os circuitos
experimentais propostos, mantendo as fontes V CC desligadas.
Figura 4. Esquemático a: filtro ativo passa-baixas. Para cada uma das montagens, ligaram-se as fontes V CC de
acordo com a Fig. 12 e foram mensuradas as ondas em VO e
Vi’ do circuito por meio do osciloscópio e se determinaram-
se o ganho AV para cada frequência e as frequências de corte
e unitária para cada circuito.
O processo descrito acima foi repetido trocando-se a
resistência de 10kΩ por uma de 22kΩ na resistência R do
filtro capacitivo. Ambos os resultados obtidos estão dispostos
em Resultados e Discussão.
Ex t Trig
+
_
RL RF A
_
B
_
+ +
1kΩ 10kΩ
V1
4
741 15V
2
R
6
C2
100Hz
1nF
Figura 6. Configuração das fontes de alimentação. 0°
na simulação, o ganho AV do amp-op foi próximo ao previsto
Figura 7. Esquemático a simulado: filtro ativo passa-altas. pelo arranjo das resistências de ganho. Acredita-se que isso
XSC1
se deve a limitações do software de simulação Multisim.
Ext Trig
Ainda para os filtros passa-altas, percebeu-se, tanto na
RL RF _
+
simulação quanto no experimento, que o ganho AV em
frequências altíssimas era abaixo do projetado pelo arranjo
A B
+ _ + _
1kΩ 10kΩ
4
741
V1 de resistências; isso se deve a limitações na amplificação do
2
15V
amp-op para frequências muito altas. Desta maneira observa-
C
Vsin 3
6
C1
Ro V2
se que, por si só, o amp-op comporta-se como um filtro
1nF R 10kΩ 15V passa-baixas devido a suas limitações estruturais, mas com
7
22kΩ
uma frequência de corte elevada, na ordem de dezenas ou
0.5Vpk
100Hz centenas de quilohertz.
0°
Em todos os filtros montados e simulados, o ganho teórico
Os valores pico a pico dos sinais de entrada do amp-op V’ i de tensão foi o mesmo, pois todos estavam em configuração
e de saída do filtro V O foram relacionados em oito tabelas, de não-inversor; o valor desse ganho pode ser expresso por
quatro de simulação e quatro do experimento, em que cada (2).
uma dessas quatro se diferencia pelo filtro (passa-baixas ou
passa-altas) e pela resistência R utilizada no filtro (10 kΩ ou Vo RF
22 kΩ). Essas tabelas estão distribuídas abaixo. Como 10 k
A v= =1+ =1+ =11V /V (2)
esperado, tanto na simulação quanto no experimento, para V 'i RL 1k
sinais de baixa frequência na entrada, quase todo deste
localiza-se entre os terminais do capacitor e é amplificado de Por definição a frequência de corte é aquela para qual o
acordo com o ganho arranjado pelos resistores; em altas √2
frequências, o sinal de entrada concentra-se no resistor e a ganho é vezes o ganho teórico AV. Para os quatro
entrada do amp-op é reduzida a quase zero e, 2
consequentemente, a saída do filtro também. O ganho em circuitos montados, esse ganho foi o mesmo e está
altíssimas frequências é reduzido por conta das próprias apresentado em cada tabela. As frequências de corte e
limitações do amplificador operacional, como será visto unitária também foram relacionadas; o ganho A V em decibéis
adiante. foi calculado por meio de (3).
Por outro lado, nos filtros passa-altas, inicialmente tem-se
um sinal V’i quase nulo, como esperado; no entanto, o Vo
experimento destoou da simulação: enquanto a amplificação
A v [dB ]=20 log (3)
V 'i
no experimento em baixas frequências foi também reduzida,
Figura 9. Gráfico AV × fS: filtro passa-baixas com R = 22kΩ. Figura 12. Curva de limite de operação do amp-op LM741
em função da frequência.
Fonte: Datasheet.
4
especificação dos componentes comerciais e comente seus 741
resultados. 2
6
Pretende-se projetar um filtro passa-faixas ativo com C
3 C1
ganho AV = 10 V/V e frequência de corte fC Ro
aproximadamente igual a 10 kHz. Para tanto adotando-se C = R 10kΩ
1nF
1
1nF e fazendo uso da expressão em (1), tem-se que R pode 16kΩ
ser calculada em (4).
1 1
R= = =15,92 kΩ
2 π f c C 2∙ π ∙ 10 ∙10 ∙ 104
−6
1 1
f C= = =9,947 kHz
2 πRC 2 ∙ π ∙10 ∙ 16 ∙10 3
−6
(5)
V R
A v = o =1+ F (6)
V 'i RL
(
H ( s )=H 1 ( s ) ∙ A v = 1+
RF
RL )( s
)(
s +62500
=
10 s
s+62500 ) determina a frequência de corte do filtro. A frequência
unitária também variou.
Percebeu-se, ainda, que mesmo no filtro passa-altas, em
(8)
frequências elevadas, ocorria uma espécie de filtragem
Considerando o filtro ativo passa-altas projetado como própria dos limites de amplificação do próprio amp-op
ideal, essa função pode ser plotada por meio do software utilizado. Isso tornou-se mais evidente quando se estudou a
MATLAB, como pode ser visto na Fig. 14. Vale ressaltar curva mostrada na Fig. 12, proveniente do datasheet. A partir
que, para um filtro real, o gráfico da magnitude passaria a dela, confirma-se que em frequências altas demais, o amp-op
reduzir logaritimicamente a partir de frequências muito altas não consegue mais amplificar o sinal de entrada,
em que o amp-op enfrentaria limitações de amplificação. funcionando como uma espécie de filtro passa-baixas de
frequência de corte elevada.
Figura 13. Esquemático do filtro ativo projetado.
REFERÊNCIAS