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PRÁTICA 3: APLICAÇÕES PRÁTICAS COM LM741

Guilherme Pereira Gonçalves Rômullo Randell Macedo Carvalho


Universidade Federal do Piauí Universidade Federal do Piauí
guilz1@hotmail.com randellromullo@gmail.com

Resumo – Este relatório apresenta as diretrizes


seguidas para a realização da segunda prática da
disciplina de Laboratório de Eletrônica, bem como
organiza e discute os dados simulados e os experimentais Figura 1. Filtro passa-baixas ativo.
que dão suporte para seus desenvolvimento e conclusões.
A aula laboratorial consistiu em verificar o
funcionamento de um circuito com amplificador
operacional em diversas configurações, sobretudo com o
fim de mensurar o ganho propiciado por cada
configuração.

Palavras-chave – Amplificador operacional; Eletrônica;


Ganho; Forma de onda.

I. INTRODUÇÃO
Fonte: BOYLESTAD, 2004, p. 487.
Amp-ops reais apresentam algumas características não-
ideais, que podem limitar ou afetar o funcionamento de Figura 2. Filtro passa-altas ativo.
circuitos que os encerram. Em contraste com os amp-ops
ideais, os reais têm ganho alto (finito), impedância de entrada
alta (finita, usualmente da ordem de megaohms), impedância
de saída baixa (existente, geralmente em miliohms) e largura
de banda finita. Embora algumas não-idealidades limitem
certos projetos, outras são fundamentais para o seu
funcionamento: em virtude da limitada largura de banda, os
amp-ops reais possuem frequência de corte, podendo assim,
dimensionar filtros passa-baixas, passa-altas etc.
Os filtros passivos são constituídos apenas de elementos
passivos (resistores, indutores, capacitores); os filtros ativos
são genericamente um filtro passivo cuja saída é conectada
em um amp-op configurado para amplificação. As Figs. 1 e 2 Fonte: BOYLESTAD, 2004, p. 488.
apresentam, respectivamente, modelos genéricos para um
filtro ativo passa-baixas e um passa-altas; os gráficos de Figura 3. Ganho de tensão × frequência em filtro ativo ideal:
ganho de tensão são apresentados nas Figs. 3 e 4. Ressalta-se (a) passa-baixas e (b) passa-faixas.
que o objetivo seria obter uma resposta em frequência com
corte abrupto (filtro ideal); o que se observa, por limitação
dos componentes reais, é que ganho reduz suavemente (filtro
real).
A frequência de corte pode ser calculada a partir de (1). A
frequência unitária, por outro lado, é o valor de frequência
cuja o sinal de saída é igual ao de entrada (ganho unitário).
(a) (b)
1 Fonte: BOYLESTAD, 2004, p. 487.
f C= (1)
2 πRC Figura 3. Ganho de tensão × frequência em filtro ativo real:
(a) passa-baixas e (b) passa-faixas.
A. Objetivos
O experimento em questão tem como principal fim
averiguar o ganho (e as formas de ondas) do amp-op em
configuração de filtro ativo passa-baixas e de passa-altas em
diversos valores de frequência, bem como verificar as
frequências de corte e unitária.
(a) (b)

II. METODOLOGIA
Fonte: Apostila.
A. Esquemático do Circuito
Os esquemáticos dos circuitos montados para estudo, C. Material Utilizado
simulação e experimento estão dispostos nas Figs. 4 e 5. Para Foram utilizados para medição um osciloscópio e um
a alimentação de cada circuito utilizou-se uma fonte multímetro; a alimentação VCC se deu por meio de fonte de
simétrica (duas fontes em série e com polaridades opostas), tensão contínua (CC) e, para gerar a onda senoidal de
como mostra a Fig. 6. entrada, utilizou-se um gerador de sinal. Os elementos
passivos usados no circuito foram:
B. Especificações e Considerações  Resistores nominais de 1kΩ, 10kΩ e 22kΩ;
Neste experimento, tomaram-se as especificações e as  Capacitores: 1nF.
considerações designadas na Prática 12 da apostila de
Práticas de Laboratório de Eletrônica Analógica: D. Análise computacional
 VCC = 15 [V] [Tensão contínua aplicada ao Os circuitos propostos foram testados no software
circuito]; Multisim, conforme as considerações realizadas. Os
 VSIN = 1 [V] [Tensão de pico a pico do sinal resultados simulados estão distribuídos na seção de
senoidal]; Resultados e Discussões, junto às anotações experimentais.
 fa = 1 [kHz] [Frequência do sinal senoidal];
E. Procedimentos Experimentais
 C1 LM 741 [AMP-OP utilizado];
A partir dos esquemáticos apresentados na Figs. 4 e 5 e
 RF = 10 kΩ e RL = 1 kΩ. das especificações, foram montados os circuitos
experimentais propostos, mantendo as fontes V CC desligadas.
Figura 4. Esquemático a: filtro ativo passa-baixas. Para cada uma das montagens, ligaram-se as fontes V CC de
acordo com a Fig. 12 e foram mensuradas as ondas em VO e
Vi’ do circuito por meio do osciloscópio e se determinaram-
se o ganho AV para cada frequência e as frequências de corte
e unitária para cada circuito.
O processo descrito acima foi repetido trocando-se a
resistência de 10kΩ por uma de 22kΩ na resistência R do
filtro capacitivo. Ambos os resultados obtidos estão dispostos
em Resultados e Discussão.

III. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Fonte: Apostila. Inicialmente, ajustou-se o sinal de entrada V SIN como


exigido, com amplitude de 1 VPP e frequência f de 100 Hz,
Figura 5. Esquemático b: filtro ativo passa-altas. variando-a no decorrer do experimento. Ambos os circuitos
esquemáticos propostos foram simulados no Multisim, como
mostra as Figs. 7 e 8. A simulação também foi realizada para
R = 22 kΩ.

Figura 7. Esquemático a simulado: filtro ativo passa-baixas.


XSC1

Ex t Trig
+
_
RL RF A
_
B
_
+ +

1kΩ 10kΩ
V1
4

741 15V
2
R
6

Fonte: Apostila. Vsin 10kΩ 3 C1


Ro V2
15V
0.5Vpk 10kΩ
7

C2
100Hz
1nF
Figura 6. Configuração das fontes de alimentação. 0°
na simulação, o ganho AV do amp-op foi próximo ao previsto
Figura 7. Esquemático a simulado: filtro ativo passa-altas. pelo arranjo das resistências de ganho. Acredita-se que isso
XSC1
se deve a limitações do software de simulação Multisim.
Ext Trig
Ainda para os filtros passa-altas, percebeu-se, tanto na
RL RF _
+
simulação quanto no experimento, que o ganho AV em
frequências altíssimas era abaixo do projetado pelo arranjo
A B
+ _ + _

1kΩ 10kΩ
4
741
V1 de resistências; isso se deve a limitações na amplificação do
2
15V
amp-op para frequências muito altas. Desta maneira observa-
C
Vsin 3
6
C1
Ro V2
se que, por si só, o amp-op comporta-se como um filtro
1nF R 10kΩ 15V passa-baixas devido a suas limitações estruturais, mas com
7

22kΩ
uma frequência de corte elevada, na ordem de dezenas ou
0.5Vpk
100Hz centenas de quilohertz.

Em todos os filtros montados e simulados, o ganho teórico
Os valores pico a pico dos sinais de entrada do amp-op V’ i de tensão foi o mesmo, pois todos estavam em configuração
e de saída do filtro V O foram relacionados em oito tabelas, de não-inversor; o valor desse ganho pode ser expresso por
quatro de simulação e quatro do experimento, em que cada (2).
uma dessas quatro se diferencia pelo filtro (passa-baixas ou
passa-altas) e pela resistência R utilizada no filtro (10 kΩ ou Vo RF
22 kΩ). Essas tabelas estão distribuídas abaixo. Como 10 k
A v= =1+ =1+ =11V /V (2)
esperado, tanto na simulação quanto no experimento, para V 'i RL 1k
sinais de baixa frequência na entrada, quase todo deste
localiza-se entre os terminais do capacitor e é amplificado de Por definição a frequência de corte é aquela para qual o
acordo com o ganho arranjado pelos resistores; em altas √2
frequências, o sinal de entrada concentra-se no resistor e a ganho é vezes o ganho teórico AV. Para os quatro
entrada do amp-op é reduzida a quase zero e, 2
consequentemente, a saída do filtro também. O ganho em circuitos montados, esse ganho foi o mesmo e está
altíssimas frequências é reduzido por conta das próprias apresentado em cada tabela. As frequências de corte e
limitações do amplificador operacional, como será visto unitária também foram relacionadas; o ganho A V em decibéis
adiante. foi calculado por meio de (3).
Por outro lado, nos filtros passa-altas, inicialmente tem-se
um sinal V’i quase nulo, como esperado; no entanto, o Vo
experimento destoou da simulação: enquanto a amplificação
A v [dB ]=20 log (3)
V 'i
no experimento em baixas frequências foi também reduzida,

Tabela 1. Resultados simulados: filtro passa-baixas com R = 10kΩ.


Fs (Hz) 100 300 700 1k 3k 7k 10k 30k 70k 100k 200k 300k 700k 1M
Vi' (Vpp) 1,0 1,0 0,99 1,0 0,97 0,91 0,84 0,46 0,22 0,15 0,078 0,052 0,022 0,016
Vo (Vpp) 10,9 4,76 1,79 1,08 0,339 0,161 0,031 0,015
11,0 11,0 10,90 10,70 9,92 9,07
0
Av (V/V) 10,9 10,7 10,28 8,21 7,01 4,352 3,084 1,387 0,962
11,0 11,06 10,98 11,01 10,88
4 8
Av (dB) 20,8 20,7 20,6 20,24 18,29 16,92 12,77 9,78 2,84 -0,34
20,87 20,81 20,83 20,73
3 8 6
fC (Hz) 83k AV (fC) 7,778 f1 (Hz) 962k

Tabela 2. Resultados simulados: filtro passa-baixas com R = 22kΩ.


Fs (Hz) 100 300 700 1k 3k 7k 10k 30k 70k 100k 200k 300k 700k 1M
Vi' (Vpp) 0,988 0,997 0,981 0,981 0,9128 0,712 0,58 0,22 0,1 0,0702 0,036 0,024 0,010 7,1m
8
Vo 10,9 11,0 10,8 10,8 10,1 7,73 6,34 2,39 0,863 0,513 0,159 0,074 0,014 6,8m
(Vpp)
Av 11,03 11,03 11,01 11,01 11,06 10,86 10,93 10,4 8,63 7,31 4,48 3,10 1,39 0,96
(V/V) 8
Av (dB) 20,85 20,85 20,84 20,84 20,88 20,71 20,77 20,4 18,72 17,28 13,02 9,82 2,84 -0,31
1
fC (Hz) 87k AV (fC) 7,778 f1 (Hz) 962k

Tabela 3. Resultados simulados: filtro passa-altas com R = 10kΩ.


Fs (Hz) 100 300 700 1k 3k 7k 10k 30k 70k 100k 200k 300k 700k 1M
Vi' (Vpp) 0,0063 0,01 0,045 0,063 0,184 0,405 0,53 0,886 0,971 0,987 0,997 0,988 1 0,988
9 7
Vo (Vpp) 0,20
0,0694 0,489 0,697 2,03 4,46 5,85 7,06 3,03 2,14 1,07 0,724 0,309 0,218
6
Av (V/V) 10,9 10,8
11,00 10,99 10,99 11,03 11,01 7,97 3,12 2,17 1,07 0,73 0,31 0,22
6 9
Av (dB) 20,7 20,7
20,83 20,82 20,82 20,85 20,84 18,03 9,88 6,72 0,61 -2,70 -10,20 -13,13
9 4
fC (Hz) 30,5k AV (fC) 7,778 f1 (Hz) 220

Tabela 4. Resultados simulados: filtro passa-altas com R = 22kΩ.


Fs (Hz) 100 300 700 1k 3k 7k 10k 30k 70k 100k 200k 300k 700k 1M
Vi' (Vpp) 0,69
0,014 0,042 0,096 0,136 0,38 9 0,812 0,969 0,979 0,984 0,982 0,997 0,999 0,985
Vo
(Vpp) 0,152 0,461 1,06 1,5 4,2 7,61 8,76 7,06 3,1 2,17 1,08 0,715 0,307 0,218
Av 10,8
(V/V) 11,01 11,00 11,01 11,03 11,05 9 10,79 7,29 3,17 2,21 1,10 0,717 0,307 0,221
Av (dB) 20,7 -
20,84 20,83 20,83 20,85 20,87 4 20,66 17,25 10,01 6,87 0,83 -2,89 10,25 -13,10
fc (Hz) 30,5k AV (fC) 7,778 f1 (Hz) 210
Tabela 5. Resultados experimentais: filtro passa-baixas com R = 10kΩ.
Fs (Hz) 100 300 700 1k 3k 7k 10k 30k 70k 100k 200k 300k 700k 1M
Vi' (Vpp) 0,23
1,08 1,12 1,08 1,08 1,1 1,02 0,96 0,536 6 0,196 0,12 0,072 0,074 0,076
Vo
(Vpp) 11,4 11,4 11,4 11,4 11,8 10,08 10 5,12 2,04 1,24 0,416 0,208 0,16 0,06
Av 10,5
(V/V) 10,56 10,18 10,56 6 10,73 9,88 10,42 9,55 8,64 6,33 3,47 2,89 2,16 0,79
Av (dB) 20,4 18,7
20,47 20,15 20,47 7 20,61 19,90 20,35 19,60 3 16,02 10,80 9,21 6,70 -2,05
fC (Hz) 85,4k AV (fC) c f1 (Hz) 992,9k

Tabela 6. Resultados experimentais: filtro passa-baixas com R = 22kΩ.


Fs (Hz) 100 300 700 1k 3k 7k 10k 30k 70k 100k 200k 300k 700k 1M
Vi' (Vpp) 0,13
1,08 1,06 1,06 1,04 1 0,76 0,616 0,256 4 0,126 0,062 0,062 0,052 0,059
Vo
(Vpp) 11,4 11,2 11,2 11 10,8 8,4 6,56 2,56 0,94 0,632 0,214 0,1 0,058 0,042
Av 10,5
(V/V) 10,56 10,57 10,57 8 10,80 11,05 10,65 10 7,01 5,02 3,45 1,61 1,12 0,71
Av (dB) 20,4 16,9
20,47 20,48 20,48 9 20,67 20,87 20,55 20 2 14,01 10,76 4,15 0,95 -2,95
fC (Hz) 64,3k AV (fC) 7,778 f1 (Hz) 991k

Tabela 7. Resultados experimentais: filtro passa-altas com R = 10kΩ.


Fs (Hz) 100 300 700 1k 3k 7k 10k 30k 70k 100k 200k 300k 700k 1M
Vi' (Vpp) 0,03 0,21
0,042 0,066 0,088 0,424 0,544 0,92 0,98 0,98 1,02 1,02 1,02 1,06
9 6
Vo 0,23 0,51
0,052 0,54 0,8 2,16 4,56 5,92 9 5,04 3,52 1,76 1,2 0,144
(Vpp) 6 2
Av 10,0
1,23 6,02 8,18 9,09 10,75 10,88 9,78 5,14 3,59 1,73 1,18 0,50 0,14
(V/V) 0
Av (dB) 15,5 20,0 19,8
1,77 18,26 19,17 20,63 20,73 14,22 11,11 4,74 1,41 -5,99 -17,34
9 0 1
fC (Hz) 691,9 AV (fC) 7,778 f1 (Hz) 100,33

Tabela 8. Resultados experimentais: filtro passa-altas com R = 22kΩ.


Fs (Hz) 200
100 300 700 1k 3k 7k 10k 30k 70k 100k 300k 700k 1M
k
Vi' (Vpp) 0,088 0,112 0,14 0,188 0,44 0,704 0,86 1 0,98 0,98 0,98 1 1,04 1,04
Vo
9,8
(Vpp) 0,272 0,528 1,16 1,64 4,4 8 9,2 5,2 3,8 2,4 1,6 1,4 0,4
Av 10,0
(V/V) 3,09 4,71 8,29 8,72 0 11,36 10,70 9,80 5,31 3,88 2,45 1,60 1,35 0,38
Av (dB) 20,0
9,80 13,47 18,37 18,81 0 21,11 20,59 19,82 14,50 11,77 7,78 4,08 2,58 -8,30
fC (Hz) 591 AV (fC) 7,778 f1 (Hz) 210

IV. QUESTIONÁRIO fácil comparação com o gráfico da questão seguinte,


apresentado no datasheet em dB.
a) Traçar as curvas de ganho AV = f (fS) para os passos (b)
e (d) referente ao filtro ativo e o filtro RC: experimental e Figura 8. Gráfico AV × fS: filtro passa-baixas com R = 10kΩ.
simulada.

Os gráficos AV × fS foram traçados no software


MATLAB, com escala logarítmica para a frequência, e estão
dispostos nas Figs. 8 a 11. Neles, utilizou AV dado em
decibéis, uma vez que essa notação é usual e se tornará mais
b) Comparar as curvas de ganho traçadas em (a) com
aquela esperada para o modelo real do amplificador
operacional (folha de dados) e comente a influência do
AMP-OP durante a análise do ganho do filtro ativo.

A partir da curva apresentada no gráfico da Fig. 12, pode-


se entender a limitação do amp-op: em regiões de alta
frequência o ganho de tensão do amplificador operacional
LM741 é menor que o ganho nominal e reduz em proporção
logarítmica à frequência. Isso justifica porque nos filtros
passa-altas se observou que, para frequências mais altas, o
sinal de saída era menor do que o projetado pelo ganho ainda
que o filtro devesse permitir integralmente a passagem de
sinais com frequência superior à de corte.

Figura 9. Gráfico AV × fS: filtro passa-baixas com R = 22kΩ. Figura 12. Curva de limite de operação do amp-op LM741
em função da frequência.

Figura 10. Gráfico AV × fS: filtro passa-altas com R = 10kΩ.

Fonte: Datasheet.

c) Pesquise a respeito de três aplicações em circuitos


eletrônicos que exijam o uso de filtros ativos.

Diversas são as aplicações de filtro ativos; em eletrônica


de potência, eles são muito utilizados para filtrar as
harmônicas de um sinal, uma vez que a utilização de filtros
passivos pode acarretar em uma filtragem além do que se
necessita quando se tem vários dispositivos conectados no
circuito. Dessa maneira, o projeto de filtros passivos é
Figura 11. Gráfico AV × fS: filtro passa-altas com R = 22kΩ. impreciso e demasiadamente complicado, enquanto que o
filtro ativo teria uma atuação mais pontual, precisa e, por
isso, seria de mais fácil projeto.
Outras duas aplicações largamente difundidas para filtros
ativos é na modulação e demodulação de sinais AM, FM e
PM, além de na amplificação de áudio. Nesta, é útil porque
além de realizar a amplificação de áudio como uma
configuração comum de amplificação de um amp-op, dessa
maneira, boa parte dos ruídos já são filtrados e sinal de saída
é mais limpo. Na modulação de sinais, geralmente, faz-se
necessário o uso de um filtro passa-faixas e, na demodulação,
um passa-baixas; a escolha por um filtro ativo tem suas
vantagens, por exemplo, porque, na demodulação, pode ser
projetado para já retirar do sinal o coeficiente multiplicador,
reatando apenas o próprio sinal de mensagem que queria se
transmitir.
d) Projete um filtro ativo passa-altas e considerando um RL RF
dado ponto de operação apresente: o comportamento da
resposta em frequência (módulo e fase), o circuito 2kΩ 18kΩ
proposto, determinação da frequência de corte,

4
especificação dos componentes comerciais e comente seus 741
resultados. 2
6
Pretende-se projetar um filtro passa-faixas ativo com C
3 C1
ganho AV = 10 V/V e frequência de corte fC Ro
aproximadamente igual a 10 kHz. Para tanto adotando-se C = R 10kΩ
1nF

1
1nF e fazendo uso da expressão em (1), tem-se que R pode 16kΩ
ser calculada em (4).

1 1
R= = =15,92 kΩ
2 π f c C 2∙ π ∙ 10 ∙10 ∙ 104
−6

(4) Figura 14. Diagrama de bode para o filtro ativo projetado.

Utilizando uma resistência comercial de 16 kΩ, tem-se


que a fC ajusta-se de acordo com (5). Configurando o amp-op
para não-inversor, pode-se calcular o ganho segundo (6);
assumindo valores comerciais para as resistências de tal
modo que o ganho de tensão seja 10 AV = 10 V/V, escolheu-
se RF = 18 kΩ e RL = 2 kΩ.

1 1
f C= = =9,947 kHz
2 πRC 2 ∙ π ∙10 ∙ 16 ∙10 3
−6

(5)
V R
A v = o =1+ F (6)
V 'i RL

Para o desenvolvimento do diagrama de bode da saída


desse filtro ativo, precisa-se averiguar a função de
transferência completa do filtro H(s). Primeiro, a função
transferência da parte passiva do filtro é destacada em (7) — V. CONCLUSÃO
refere-se a relação entre a entrada do circuito e Vin e a
entrada do amp-op V’in. Sendo o ganho do amp-op conhecido Em síntese, a prática consistiu em averiguar o
em (6), tem-se que a função de transferência do filtro está funcionamento de filtros ativos passa-baixas e passa-altas em
exposta em (8). para duas diferentes resistências no filtro. O ganho de tensão
do amp-op nesses circuitos foi mantido o mesmo, uma vez
' que a modificação entre eles não se deu nas resistências
Vi s s arranjadas para determinar o ganho, RL e RF.
H 1 ( s )= = =
Vi 1 s +62500 A frequência de corte para esses circuitos foi alterada
s+ entre um passa-baixas e outro e um passa-altas e outro, uma
RC
(7) vez que se montou cada um deles com duas resistências
diferentes em momentos diferentes na resistência que

(
H ( s )=H 1 ( s ) ∙ A v = 1+
RF
RL )( s
)(
s +62500
=
10 s
s+62500 ) determina a frequência de corte do filtro. A frequência
unitária também variou.
Percebeu-se, ainda, que mesmo no filtro passa-altas, em
(8)
frequências elevadas, ocorria uma espécie de filtragem
Considerando o filtro ativo passa-altas projetado como própria dos limites de amplificação do próprio amp-op
ideal, essa função pode ser plotada por meio do software utilizado. Isso tornou-se mais evidente quando se estudou a
MATLAB, como pode ser visto na Fig. 14. Vale ressaltar curva mostrada na Fig. 12, proveniente do datasheet. A partir
que, para um filtro real, o gráfico da magnitude passaria a dela, confirma-se que em frequências altas demais, o amp-op
reduzir logaritimicamente a partir de frequências muito altas não consegue mais amplificar o sinal de entrada,
em que o amp-op enfrentaria limitações de amplificação. funcionando como uma espécie de filtro passa-baixas de
frequência de corte elevada.
Figura 13. Esquemático do filtro ativo projetado.
REFERÊNCIAS

[1] BOYLESTAD, Robert; NASHELSKY, Louis.


Dispositivos eletrônicos e teoria de circuitos. 6. ed.
Rio de Janeiro: LTC, 2004. p. 453-477.
[2] NILSSON, J. W.; S. A.; MARQUES. A. S. Circuitos
Elétricos. 8ª Ed. Editora Prentice Hall, 2008.
[3] SEDRA, Abel S.; SMITH, Kenneth C. Microeletrônica.
5. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2000.

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