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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - UFSCAR

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA - CCET


FÍSICA EXPERIMENTAL B - TURMA B

PRÁTICA 10 : CIRCUITO RLC EM SÉRIE -


RESPOSTA TEMPORAL

Professor:
Prof. Dr. Fabio Luis Zabotto

Autores (Grupo 02):


André Berretta da Costa 744631
Felipe de Souza Custódio 744642
Gabriel Marques Jacobsen 744643

Data: 27 de Novembro de 2017


Resumo
A Prática 10 - Circuito RLC em Série - Resposta Temporal - teve como
objetivo principal o estudo do comportamento de um circuito RLC em série quanto a
uma resposta temporal e da influência de cada componente nas oscilações desse
circuito. Então, a partir das Leis de Kirchhoff e das leis que descrevem a diferença
de potencial em cada elemento do sistema, foi possível encontrar as expressões de
tensão em cada componente e analisá-las. Dessa forma, encontrou-se que a
amplitude dos sinais medidos no osciloscópio decresciam exponencialmente. A fim
de estudar tal oscilação, foram realizadas medidas de tensão em função do tempo
no osciloscópio e esses dados foram utilizados para plotar a curva exponencial a
qual a amplitude da tensão decaía. Além disso, foi possível obter medidas de
período, frequência angular, tempo de meia-vida e a constante de tempo do circuito,
nomeada de fator de amortecimento. Juntamente a tais análises, foi efetuada a
variação de resistência, indutância e capacitância do circuito, para determinar a
influência de cada componente na coleta de dados. Por fim, foi verificado os limites
relacionados a frequência para o estudo transiente a partir de uma onda quadrada,
e os valores experimentais foram comparados aos teóricos, encontrando,
respectivamente para o tempo de meia vida T1/2, a constante de tempo 𝜏 , a
frequência f’ e a frequência angular w’, as seguintes concordâncias: parte A -
77,38%, 77,68%, 98,24% e 98,20%; parte B.1 - 98,84%, 98,81%, 92,05% e
92,94%; parte B.2 - 72,72%, 70,83%, 96,51% e 96,61%; parte C - 71,42%, 71,90%,
96,35% e 95,51%; parte D - 76,46%, 76,46%, 67,72% e 68,32%.

Objetivos
O experimento visou analisar o comportamento transiente de um circuito RLC
em série submetido a uma tensão alternada através de uma onda quadrada
fornecida pelo gerador de funções e visualizar a influência de cada componente
(resistor, indutor e capacitor) no circuito elétrico.
Fundamentos Teóricos
Para o estudo transiente do circuito RLC em série, foi estabelecida uma
tensão de forma quadrada no gerador de funções. Assim, conhecendo as leis do
comportamento de cada elemento do sistema e utilizando a Lei das Malhas de
Kirchhoff, chega-se a:

(equação 1), em que VR é a tensão no resistor, VC é a


tensão no capacitor e VL é a tensão no indutor.

(equação 2), em que R é a resistência do resistor e i é a corrente


elétrica do circuito.

(equação 3), em que q é a quantidade de carga e C é a


capacitância do capacitor.

(equação 4), em que L é a indutância do indutor e t é o tempo.

Sabendo que (equação 5) e aplicando as equações 2, 3 e 4 na


equação 1, obtém-se:

(equação 6)

(equação 7), em que Q é a carga máxima do


capacitor, 𝝓 é a fase inicial e ⍵’ é a frequência angular dada por

(equação 8).
Dessa forma, a equação 7 pode ser descrita como uma função cossenoidal,
na qual a amplitude decresce exponencialmente. Além disso, nota-se que a
frequência angular ⍵’ é menor que a frequência angular natural ⍵o, em que a tensão

no indutor e no capacitor são iguais, dada por (equação 9).


Outrossim, percebe-se que o termo (equação 10) tem dimensão de
tempo e é conhecido como fator de amortecimento ou constante de tempo do
circuito. Tal valor pode ser obtido experimental através do tempo de meia-vida do

sistema pela seguinte igualdade: (equação 11), em que T1/2 é o tempo de


meia-vida do circuito.
Também é possível, a partir das equações 5 e 7, determinar as expressões
de tensão em função do tempo para o resistor, o capacitor e o indutor. Então,
substituindo e derivando, quando necessário, encontra-se:

(equação 12)

(equação 13)
Observa-se que a equação 12 é bem mais simples que a equação 13, não
sendo necessário definir uma expressão para a tensão no indutor em função do
tempo, visto que incluiria mais uma derivada e uma expressão ainda maior.
Portanto, a equação 12 é suficiente para análise dos dados1.

Material Utilizado
Caixa de Montagens (Protoboard) de Física Experimental B - Ufscar.
Osciloscópio Digital da marca Instrutherm modelo OD-260.
Fonte Geradora de Sinais da marca Instrutherm modelo GF-320.
Cabos metálicos.
Resistência interna do gerador de funções de 50Ω.
Resistores de 150Ω e tolerância de 10%, 330Ω e tolerância de 10% e 1000Ω
e tolerância de 10%.
Capacitores de 22nF e 4,7nF.
Indutores de (100±5)mH e resistência interna de 65Ω e (200±5)mH e
resistência interna de 130Ω.

1
Referência Bibliográfica 1
Procedimento Experimental
Dado que o objetivo do experimento foi analisar a resposta temporal e a
influência de cada componente do circuito RLC em série, foi determinado um
circuito base que, gradualmente sofreu alterações nos seus componentes, de modo
conveniente para que fosse realizada a análise através do osciloscópio conectado
em paralelo com o capacitor (figura 1). A tensão da onda quadrada fornecida pelo
gerador de funções, de resistência interna de 50Ω, foi mantida constante em 4V de
pico a pico com uma frequência fixa de 0,1kHz (a frequência apenas foi variada na
parte E do experimento). Assim, foram determinados os valores empíricos de tempo
de meia vida (T1/2), constante de tempo do circuito (ou constante de amortecimento
𝜏), frequência de oscilação (f’) e frequência angular (w’) do circuito base e, também,
após cada alteração nos componentes do sistema. Por fim, foram plotados e
comparados gráficos que representam as curvas bases de decaimento da tensão no
capacitor para cada caso analisado.

Figura 1: Circuito RLC em série e osciloscópio no capacitor.

Parte A: o circuito base era composto de um resistor de 150Ω, um indutor de


200mH e resistência interna de 130Ω e um capacitor de 22nF. O osciloscópio foi
ajustado para visualizar o intervalo de um período da tensão.
Parte B: o resistor de 150Ω foi substituído por um de 330Ω, que, após as
devidas medições e análises no circuito, foi substituído por outro de 1kΩ, também
tendo seu circuito analisado.
Parte C: foi substituído do circuito base, o capacitor de 22nF por um de 4,7nF
e realizadas as medições, análises e comparações.
Parte D: partindo novamente do circuito base do experimento, foi reduzido o
indutor de 200mH para o de 100mH, para o qual foram comparados os novos
valores com os iniciais.
Parte E: utilizando a configuração base do circuito RLC em série, foram
tiradas diversas fotos do osciloscópio à medida que se aumentou gradualmente a
frequência da onda fornecida e o comportamento foi analisado.

Figura 2: Protoboard com os componentes do circuito RLC utilizados em suas


devidas posições.
Apresentação dos Resultados

Parte A - circuito elétrico base - resistor de 150Ω, capacitor de


22nF e indutor de 200mH:

Foi montado o circuito RLC base utilizando um resistor de 150Ω, capacitor de


22nF e indutor de 200mH e realizadas as seguintes medições através do
osciloscópio para o tempo de meia vida, a constante 𝜏 de decaimento, a frequência
de oscilação f e a frequência angular w’:

Tabela 1.1: Tempo de meia vida, a constante 𝜏, e as frequências de oscilação a


partir do osciloscópio.

T1/2 𝜏 f’ w’
[ms] [ms] [kHz] [kHz]

Valor Empírico (0,65±0,02) (0,94±0,03) (2,353±0,005) (14,78±0,03)

Valor teórico 0,84 1,21 2,395 15,05

Concordância 77,38% 77,68% 98,24% 98,20%

As equações utilizadas para o cálculo dos valores teóricos foram as


equações 8, 10 e 11. Registrando os módulos dos valores de máximos e mínimos
da tensão chegou-se na tabela 1.2 presente no apêndice.
Utilizando os dados da tabela 1.2 foi plotado o gráfico 1, que relaciona a
tensão no capacitor em função do tempo.
Gráfico 1: Envoltória exponencial aproximada da curva de tensão no
capacitor.

O gráfico 1 representa a curva da tensão no capacitor utilizando-se de um


circuito com resistência de 330Ω, considerando-se as resistências internas do
indutor e do gerador, capacitância de 22nF e indutância de 200mH. Tal curva é
regida teoricamente pelo fator exponencial da equação 12 e, a partir dela, foi obtido
o fator de amortecimento 𝜏 = (1,30±0,08)ms, que possui concordância de 93,24%
com o valor teórico de 1,21ms dado pela equação 10, considerando as resistências
internas da fonte e do indutor.

Parte B - influência do resistor de 330Ω e 1kΩ no circuito:

Parte B.1 - resistor de 330Ω

Alterando o resistor do circuito anterior para 330ᘯ, foi obtido, a partir do


osciloscópio, os valores do tempo de meia vida, constante de amortecimento, e as
frequências de oscilação:
Tabela 2.1: Análise do osciloscópio sobre o tempo de meia vida, a constante 𝜏, e as
frequências de oscilação, utilizando o resistor de 330Ω da parte B.

T1/2 𝜏 f’ w’
[ms] [ms] [kHz] [kHz]

Valor Empírico 0,55±0,02 0,79±0,03 2,200±0,005 13,96±0,03

Valor teórico 0,54 0,78 2,390 15,02

Concordância 98,84% 98,81% 92,05% 92,94%

As equações utilizadas para cálculo dos valores teóricos foram as equações


8, 10 e 11. Registrando os módulos dos valores de máximos e mínimos da tensão
chegou-se na tabela 2.2 presente no apêndice.
Utilizando os dados da tabela 2.2 foi plotado o gráfico 2.1, que relaciona a
tensão no capacitor em função do tempo, utilizando o resistor de 330Ω.

Gráfico 2.1: Decaimento da tensão no capacitor com resistor de 330Ω.


O gráfico 2.1 representa a curva da tensão no capacitor utilizando-se de um
circuito com um aumento da resistência para 510Ω, comparado à curva do gráfico 1.
Tal curva é regida teoricamente pelo fator exponencial da equação 12 e, a partir
dela, foi obtido o fator de amortecimento 𝜏 = (0,80 ± 0,04)ms, que possui
concordância de 97,88% com o valor teórico de 0,78ms dado pela equação 10,
considerando-se as resistências internas do circuito.

Parte B.2 - resistor de 1000Ω

O mesmo procedimento foi realizado, mas, o resistor utilizado para o circuito


foi de 1kᘯ e, então, a partir do osciloscópio, foram obtidos os valores do tempo de
meia vida, constante de amortecimento e as frequências de oscilação:

Tabela 2.3: Análise do osciloscópio sobre o Tempo de meia vida, a constante 𝜏, e as


frequências de oscilação, utilizando o resistor de 1kΩ da parte B.2.

T1/2 𝜏 f’ w’
[ms] [ms] [kHz] [kHz]

Valor Empírico 0,33±0,02 0,48±0,03 2,270±0,005 14,28±0,03

Valor teórico 0,24 0,34 2,352 14,78

Concordância 72,72% 70,83% 96,51% 96,61%

As equações utilizadas para cálculo dos valores teóricos foram as equações


8, 10 e 11. Registrando os módulos dos valores de máximos e mínimos da tensão
chegou-se na tabela 2.4 presente no apêndice.
Utilizando os dados da tabela 2.4 foi plotado o gráfico 2.2, que relaciona a
tensão no capacitor em função do tempo, utilizando o resistor de 1kΩ:
Gráfico 2.2: Decaimento da tensão no capacitor com resistor de 1kΩ

O gráfico 2.2 representa a curva da tensão no capacitor utilizando-se de um


circuito com resistência total de 1180Ω, comparado à curva do gráfico 1. Tal curva é
regida teoricamente pelo fator exponencial da equação 12 e, a partir dela, foi obtido
o fator de amortecimento 𝜏 = (0,48 ± 0,05)ms, que possui concordância de 70,76%
com o valor teórico de 0,34ms dado pela equação 10, considerando-se as
resistências internas do circuito.
Foi realizada então uma comparação direta entre os três circuitos com
diferentes resistores para verificar a interferência do resistor no circuito:

Gráfico 2.2: Curvas de decaimentos com os resistores de 150Ω, 330Ω e 1kΩ.


A partir do gráfico 2.3, comparando a tensão dos três resistores de 150Ω,
330Ω e 1kΩ, é possível perceber que, com o aumento da resistência, o decaimento
é significativo, comprovando a equação 10, em que o amortecimento é proporcional
a resistência, e a parte exponencial da equação 7, mostrando que quanto maior a
resistência, mais rápido é o decaimento.

Parte C - influência do capacitor de 4,7nF no circuito:

Partindo do circuito base, foi substituído o capacitor de 22nF por um de 4,7nF


e obtidos os valores do tempo de meia vida, constante de amortecimento, e as
frequências de oscilação.

Tabela 3.1: Análise do osciloscópio sobre o Tempo de meia vida, a constante 𝜏, e as


frequências de oscilação, sobre a parte C.

T1/2 𝜏 f’ w’
[ms] [ms] [kHz] [kHz]

Valor Empírico 0,60±0,01 0,87±0,01 5,000±0,005 31,14±0,03

Valor teórico 0,84 1,21 5,189 32,60


Concordância 71,42% 71,90% 96,35% 95,51%

As equações utilizadas para cálculo dos valores teóricos foram as equações


..8, 10 e 11. Registrando os módulos dos valores de máximos e mínimos da tensão
chegou-se na tabela 3.2 presente no apêndice.
Utilizando os dados da tabela 3.2 foi plotado o gráfico 3, que relaciona a
tensão no capacitor em função do tempo, utilizando o capacitor de 4,7nF.

Gráfico 3: Decaimento da tensão no capacitor[VC], com capacitância de 4,7nF

O gráfico 3 representa a curva da tensão no capacitor utilizando-se de um


circuito com capacitância de 4,7nF, comparado à curva do gráfico 1, com
capacitância de 22nF. Tal curva é regida teoricamente pelo fator exponencial da
equação 12 e, a partir dela, foi obtido o fator de amortecimento 𝜏 = (0,87 ± 0,02)ms,
que possui concordância de 71,77% com o valor teórico 1,21ms, valor esse que
deveria ser o mesmo do circuito base, devido a equação 10, considerando-se as
resistências internas do circuito.
Teoricamente, o valor da constante de amortecimento não deveria sofrer
alteração com a mudança do capacitor, como é descrito pela equação 10, porém
notou-se relativa discrepância entre as curvas de amortecimento da parte A e da
parte C, da ordem de 88,46% de concordância entre os dois valores definidos
empiricamente. Tal discrepância pode ser devido as incertas das medições
realizadas pelos instrumentos.

Parte D - influência do indutor de 100mH no circuito:

Partindo do circuito base, foi substituído o indutor de 200mH por um de


100mH e obtidos os valores do tempo de meia vida, constante de amortecimento, e
as frequências de oscilação.

Tabela 4.1: Análise do osciloscópio sobre o Tempo de meia vida, a constante 𝜏, e as


frequências de oscilação sobre a parte D.

T1/2 𝜏 f’ w’
[ms] [ms] [kHz] [kHz]

Valor Empírico 0,40±0,01 0,58±0,01 5,000±0,005 31,14±0,03

Valor teórico 0,52 0,76 3,386 21,28

Concordância 76,46% 76,46% 67,72% 68,32%

As equações utilizadas para cálculo dos valores teóricos foram as equações


8, 10 e 11. Registrando os módulos dos valores de máximos e mínimos da tensão
chegou-se na tabela 4.2 presente no apêndice.
Utilizando os dados da tabela 4.2 foi plotado o gráfico 4, que relaciona a
tensão no capacitor em função do tempo, utilizando o indutor de 100mH.
Gráfico 4: Decaimento da tensão no capacitor[VC], com indutor de 100mH

O gráfico 4 representa a curva da tensão no capacitor utilizando-se de um


circuito indutância de 100mH, comparado à curva do gráfico 1, com indutância de
200mH. Tal curva é regida teoricamente pelo fator exponencial da equação 12 e, a
partir dela, foi obtido o fator de amortecimento 𝜏 = (0,62 ± 0,02)ms, que possui
concordância de 82,15% com o valor teórico de 0,76ms dado pela equação 10,
considerando-se as resistências internas (65Ω no indutor e 50Ω do gerador de
funções).
Analisando as duas curvas, é possível verificar que a indutância é
diretamente proporcional a constante de amortecimento, como previsto na equação
10. Verifica-se que a diminuição da indutância gera um decaimento mais acentuado
da tensão, como descrito pela equação 7.

Parte E - comportamento da tensão de acordo com a


intensidade da frequência:

Para finalizar, o circuito RLC base foi submetido a um aumento da frequência


da onda quadrada que o alimenta. O aumento foi acompanhado pelo registro do
comportamento da tensão no capacitor através do osciloscópio. As seguintes figuras
expõem esse comportamento:

Figura 3: Imagem da tensão no capacitor do circuito da Parte A, gerado no


osciloscópio utilizando uma frequência de 100Hz.

Figura 4: Imagem da tensão no capacitor do circuito da Parte A, gerado no


osciloscópio utilizando uma frequência de 500Hz.
Figura 5: Imagem da tensão no capacitor do circuito da Parte A, gerado no
osciloscópio utilizando uma frequência de 1kHz.

]
Figura 6: Imagem da tensão no capacitor do circuito da Parte A, gerado no
osciloscópio utilizando uma frequência de 1,6kHz.

É evidente que o aumento da frequência afetou o comportamento do circuito.


Isso ocorre, pois a onda quadrada apenas possui um bom comportamento para
baixas frequências, sendo que, em altas frequências, a onda quadrada passa a se
portar como uma onda senoidal. Esse comportamento se justifica pelo fato de que, à
medida que se eleva a frequência do gerador de sinais, torna-se difícil analisar o
comportamento transiente do circuito, predominando a resposta em frequência do
sistema, feita através de ondas senoidais. Assim, define-se que, para análises
transientes, deve-se utilizar frequências relativamente baixas, enquanto que, para
análises em frequência, se utiliza frequências relativamente altas.

Conclusão
Após a análise de cada circuito RLC e respectiva comparação com o circuito
base definido para o experimento, foi possível verificar com, boa concordância, as
propriedades e proporcionalidades que já eram previstas pelas equações 7, 8, 10 e
11. As conclusões que podem ser tiradas diretamente das observações e medições
feitas no experimento são:
Parte B: o aumento do valor da resistência resulta em uma diminuição da
constante de tempo 𝜏, do tempo de meia vida T1/2, da frequência f’ e da frequência
angular w’.
Parte C: a redução da capacitância não altera significativamente a constante
de tempo 𝜏, nem o tempo de meia vida T1/2, mas, gera um aumento na frequência f’
e na frequência angular w’. Além disso, a variação da capacitância não afeta o
decaimento exponencial base da tensão.
Parte D: a redução da indutância (acompanhada da redução da resistência,
dado que o indutor possui uma resistência interna considerável) resulta na redução
da constante de tempo 𝜏 e do tempo de meia-vida T1/2. A redução da indutância
gera um aumento na frequência f’ e na frequência angular w’, como previsto pela
equação 8. Quanto ao decaimento, é notado que ele é acentuado com a diminuição
da indutância.
Quando comparados aos valores teóricos, as medições realizadas para,
respectivamente, o tempo de meia vida T1/2, a constante de tempo 𝜏 , a frequência f’
e a frequência angular w’, em cada parte do experimento forneceram as seguintes
concordâncias: parte A - 77,38%, 77,68%, 98,24% e 98,20%; parte B.1 - 98,84%,
98,81%, 92,05% e 92,94%; parte B.2 - 72,72%, 70,83%, 96,51% e 96,61%; parte C -
71,42%, 71,90%, 96,35% e 95,51%; parte D - 76,46%, 76,46%, 67,72% e 68,32%.
As discrepâncias observadas são devidas as incertezas relacionadas aos
equipamentos utilizados para as medições, e também está relacionada a maneira
como foram efetuadas as medições pelos experimentadores, ou seja, através da
observação do osciloscópio.
Por fim, o circuito foi avaliado em uma situação limite onde a onda quadrada
foi submetida a altas frequências. Notou-se então que o circuito passou a se
comportar como um circuito RLC em série alimentado por uma fonte de onda
senoidal. Conclui-se que esse fato ocorre, pois a onda quadrada está limitada a
baixas frequências para que funcione devidamente como uma onda quadrada; para
altas frequências, tal onda tende a se portar como uma onda senoidal, alterando
significativamente o comportamento do circuito como um todo.

Bibliografia
1. Slides do Professor Dr. Fabio Luis Zabotto, Experimento 10, Circuito RLC -
Resposta Temporal.
2. UFSCAR, Apostila de Física Experimental A, ed.2017, Incertezas nas
Medições.

Apêndice
Indutância do indutor (multímetro) = (102,10±0,05)mH
Resistência dos resistores (valor nominal) = (0,15±0,01)kΩ; (0,33±0,03)kΩ;
(1,0±0,1)kΩ
As incertezas do tempo de meia-vida (T1/2) e da frequência (f’) foram dadas
pela metade da menor divisão da escala utilizada no osciloscópio.

Tabela 1.2: Medidas da tensão (VC )em função do tempo (t).


N VC t
[V] [µs]

1 4,0 0

2 2,6 425
3 1,9 850

4 1,4 1275

5 1,0 1700

6 0,8 2125

7 0,7 2550

8 0,6 2975

Tabela 2.2: Medidas da tensão (VC ) em função do tempo (t) com resistor de 150Ω.
N VC t
[V] [µs]

1 3,6 0

2 2,0 450

3 1,2 900

4 0,6 1350

5 0,4 1800

6 0,3 2250

Tabela 2.4: Medidas da tensão (VC ) em função do tempo (t) com resitor de 1kΩ.
N VC t
[V] [µs]

1 3,6 0

2 2,2 200

3 0,8 650

4 0,6 1050

5 0,3 1500
Tabela 3.2: Medidas da tensão (VC ) em função do tempo (t) com capacitor de 4,7nF.
N VC t
[V] [µs]

1 3,6 0

2 2,8 200

3 2,2 400

4 1,8 600

5 1,4 800

6 1,2 1000

7 0,9 1200

Tabela 4.2: Medidas da tensão (VC ) em função do tempo (t) utiliza,do indutor de
100mH.
N VC t
[V] [µs]

1 3,6 0

2 2,2 300

3 1,4 600

4 0,8 900

5 0,6 1200

6 0,2 1500
Figura 7: Cálculos dos valores teóricos
Figura 8: Cálculos dos valores teóricos

Figura 9: Cálculo das incertezas.


Figura 10: Cálculo das incertezas.

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