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Professor:
Prof. Dr. Fabio Luis Zabotto
Objetivos
O experimento visou analisar o comportamento transiente de um circuito RLC
em série submetido a uma tensão alternada através de uma onda quadrada
fornecida pelo gerador de funções e visualizar a influência de cada componente
(resistor, indutor e capacitor) no circuito elétrico.
Fundamentos Teóricos
Para o estudo transiente do circuito RLC em série, foi estabelecida uma
tensão de forma quadrada no gerador de funções. Assim, conhecendo as leis do
comportamento de cada elemento do sistema e utilizando a Lei das Malhas de
Kirchhoff, chega-se a:
(equação 6)
(equação 8).
Dessa forma, a equação 7 pode ser descrita como uma função cossenoidal,
na qual a amplitude decresce exponencialmente. Além disso, nota-se que a
frequência angular ⍵’ é menor que a frequência angular natural ⍵o, em que a tensão
(equação 12)
(equação 13)
Observa-se que a equação 12 é bem mais simples que a equação 13, não
sendo necessário definir uma expressão para a tensão no indutor em função do
tempo, visto que incluiria mais uma derivada e uma expressão ainda maior.
Portanto, a equação 12 é suficiente para análise dos dados1.
Material Utilizado
Caixa de Montagens (Protoboard) de Física Experimental B - Ufscar.
Osciloscópio Digital da marca Instrutherm modelo OD-260.
Fonte Geradora de Sinais da marca Instrutherm modelo GF-320.
Cabos metálicos.
Resistência interna do gerador de funções de 50Ω.
Resistores de 150Ω e tolerância de 10%, 330Ω e tolerância de 10% e 1000Ω
e tolerância de 10%.
Capacitores de 22nF e 4,7nF.
Indutores de (100±5)mH e resistência interna de 65Ω e (200±5)mH e
resistência interna de 130Ω.
1
Referência Bibliográfica 1
Procedimento Experimental
Dado que o objetivo do experimento foi analisar a resposta temporal e a
influência de cada componente do circuito RLC em série, foi determinado um
circuito base que, gradualmente sofreu alterações nos seus componentes, de modo
conveniente para que fosse realizada a análise através do osciloscópio conectado
em paralelo com o capacitor (figura 1). A tensão da onda quadrada fornecida pelo
gerador de funções, de resistência interna de 50Ω, foi mantida constante em 4V de
pico a pico com uma frequência fixa de 0,1kHz (a frequência apenas foi variada na
parte E do experimento). Assim, foram determinados os valores empíricos de tempo
de meia vida (T1/2), constante de tempo do circuito (ou constante de amortecimento
𝜏), frequência de oscilação (f’) e frequência angular (w’) do circuito base e, também,
após cada alteração nos componentes do sistema. Por fim, foram plotados e
comparados gráficos que representam as curvas bases de decaimento da tensão no
capacitor para cada caso analisado.
T1/2 𝜏 f’ w’
[ms] [ms] [kHz] [kHz]
T1/2 𝜏 f’ w’
[ms] [ms] [kHz] [kHz]
T1/2 𝜏 f’ w’
[ms] [ms] [kHz] [kHz]
T1/2 𝜏 f’ w’
[ms] [ms] [kHz] [kHz]
T1/2 𝜏 f’ w’
[ms] [ms] [kHz] [kHz]
]
Figura 6: Imagem da tensão no capacitor do circuito da Parte A, gerado no
osciloscópio utilizando uma frequência de 1,6kHz.
Conclusão
Após a análise de cada circuito RLC e respectiva comparação com o circuito
base definido para o experimento, foi possível verificar com, boa concordância, as
propriedades e proporcionalidades que já eram previstas pelas equações 7, 8, 10 e
11. As conclusões que podem ser tiradas diretamente das observações e medições
feitas no experimento são:
Parte B: o aumento do valor da resistência resulta em uma diminuição da
constante de tempo 𝜏, do tempo de meia vida T1/2, da frequência f’ e da frequência
angular w’.
Parte C: a redução da capacitância não altera significativamente a constante
de tempo 𝜏, nem o tempo de meia vida T1/2, mas, gera um aumento na frequência f’
e na frequência angular w’. Além disso, a variação da capacitância não afeta o
decaimento exponencial base da tensão.
Parte D: a redução da indutância (acompanhada da redução da resistência,
dado que o indutor possui uma resistência interna considerável) resulta na redução
da constante de tempo 𝜏 e do tempo de meia-vida T1/2. A redução da indutância
gera um aumento na frequência f’ e na frequência angular w’, como previsto pela
equação 8. Quanto ao decaimento, é notado que ele é acentuado com a diminuição
da indutância.
Quando comparados aos valores teóricos, as medições realizadas para,
respectivamente, o tempo de meia vida T1/2, a constante de tempo 𝜏 , a frequência f’
e a frequência angular w’, em cada parte do experimento forneceram as seguintes
concordâncias: parte A - 77,38%, 77,68%, 98,24% e 98,20%; parte B.1 - 98,84%,
98,81%, 92,05% e 92,94%; parte B.2 - 72,72%, 70,83%, 96,51% e 96,61%; parte C -
71,42%, 71,90%, 96,35% e 95,51%; parte D - 76,46%, 76,46%, 67,72% e 68,32%.
As discrepâncias observadas são devidas as incertezas relacionadas aos
equipamentos utilizados para as medições, e também está relacionada a maneira
como foram efetuadas as medições pelos experimentadores, ou seja, através da
observação do osciloscópio.
Por fim, o circuito foi avaliado em uma situação limite onde a onda quadrada
foi submetida a altas frequências. Notou-se então que o circuito passou a se
comportar como um circuito RLC em série alimentado por uma fonte de onda
senoidal. Conclui-se que esse fato ocorre, pois a onda quadrada está limitada a
baixas frequências para que funcione devidamente como uma onda quadrada; para
altas frequências, tal onda tende a se portar como uma onda senoidal, alterando
significativamente o comportamento do circuito como um todo.
Bibliografia
1. Slides do Professor Dr. Fabio Luis Zabotto, Experimento 10, Circuito RLC -
Resposta Temporal.
2. UFSCAR, Apostila de Física Experimental A, ed.2017, Incertezas nas
Medições.
Apêndice
Indutância do indutor (multímetro) = (102,10±0,05)mH
Resistência dos resistores (valor nominal) = (0,15±0,01)kΩ; (0,33±0,03)kΩ;
(1,0±0,1)kΩ
As incertezas do tempo de meia-vida (T1/2) e da frequência (f’) foram dadas
pela metade da menor divisão da escala utilizada no osciloscópio.
1 4,0 0
2 2,6 425
3 1,9 850
4 1,4 1275
5 1,0 1700
6 0,8 2125
7 0,7 2550
8 0,6 2975
Tabela 2.2: Medidas da tensão (VC ) em função do tempo (t) com resistor de 150Ω.
N VC t
[V] [µs]
1 3,6 0
2 2,0 450
3 1,2 900
4 0,6 1350
5 0,4 1800
6 0,3 2250
Tabela 2.4: Medidas da tensão (VC ) em função do tempo (t) com resitor de 1kΩ.
N VC t
[V] [µs]
1 3,6 0
2 2,2 200
3 0,8 650
4 0,6 1050
5 0,3 1500
Tabela 3.2: Medidas da tensão (VC ) em função do tempo (t) com capacitor de 4,7nF.
N VC t
[V] [µs]
1 3,6 0
2 2,8 200
3 2,2 400
4 1,8 600
5 1,4 800
6 1,2 1000
7 0,9 1200
Tabela 4.2: Medidas da tensão (VC ) em função do tempo (t) utiliza,do indutor de
100mH.
N VC t
[V] [µs]
1 3,6 0
2 2,2 300
3 1,4 600
4 0,8 900
5 0,6 1200
6 0,2 1500
Figura 7: Cálculos dos valores teóricos
Figura 8: Cálculos dos valores teóricos