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Universidade Federal de Pernambuco

Departamento de Eletrônica e Sistemas


EL398 - Laboratório de Circuitos Elétricos 1 2º semestre de 2023
Prof. Hermano Cabral 07/março/2024

6a Prática de Laboratório

Introdução

Neste laboratório iremos analisar o comportamento no tempo de um circuito de segunda ordem


implementado através de um ampop. Sistemas de segunda ordem aparecem frequentemente na
prática, seja de forma isolada ou como parte de um sistema maior, e por isso seu estudo é importante.
O caso que analisaremos aqui se comporta de forma semelhante a um circuito RLC, embora não use
um indutor, e sim dois capacitores e um ampop.
Esta prática será dividida em duas partes. Na primeira, iremos realizar a análise teórica do
circuito usando as ferramentas vistas em aula com modelos lineares dos componentes. Com isso,
encontraremos os resultados que esperamos teoricamente. Na segunda parte, iremos ao laboratório
implementar o circuito e realizar medições para corroborar os resultados teóricos.
Para a primeira parte, utilizaremos o programa maxima, um sistema de computação simbólica
que reúne uma vasta biblioteca de operadores matemáticos que vão desde os mais simples, como
diferenciação e integração simbólicas, até os mais complexos.

Objetivos

ˆ Analisar um circuito de segunda ordem para obter sua equação diferencial.

ˆ Compreender as características da resposta no tempo de um circuito eletrônico de segunda


ordem.

ˆ Praticar a análise de circuitos com ampops.

ˆ Usar um osciloscópio para medir a resposta no tempo de um circuito.

Equipamentos necessários

Para esta prática, usaremos os seguintes softwares e equipamentos:

ˆ WxMaxima

ˆ LTSpice

ˆ Fonte de tensão

ˆ Multímetro

ˆ Osciloscópio

ˆ Gerador de sinais
Material necessário

ˆ 1 amplicador operacional (modelo LM324, 741, OP007, LM358, NE5532, ou outro equivalente)

ˆ Resistores de acordo com o texto

ˆ Capacitor de acordo com o texto

Prólogo

Um amplicador operacional é um dispositivo eletrônico versátil, embora complexo, que será estudado
em detalhes na disciplina de Eletrônica 1. Para os propósitos desta disciplina, iremos assumir o
modelo simplicado, porém próximo o suciente da realidade, do amplicador operacional ideal, que
consiste de um amplicador diferencial (i.e., a amplicação é feita em cima da diferença das duas
entradas) com resistência de entrada innita e ganho também innito. Na gura abaixo, temos
à esquerda a representação gráca deste amplicador ideal com suas duas entradas e, à direita, o
modelo de circuito que representa o seu comportamento. No modelo, assumimos que A → ∞.

Há duas características principais de um ampop ideal. A primeira é que sua resistência de entrada
é innita (i.e., a entrada se comporta como a de um voltímetro ideal), e portanto não há corrente
entrando ou saindo dos terminais V + e V − . A segunda é que, como o ganho A é muito grande, se a
tensão de saída for nita, a diferença de tensão ∆V = V + − V − é muito pequena (idealmente, 0).

Circuito

O circuito a ser analisado e implementado, mostrado abaixo, consiste de um circuito com ampop e
dois capacitores, além de três resistores.

Assumindo que a tensão de entrada vi (t) é constante e que os capacitores possam estar carregados,
queremos determinar a tensão de saída vo (t). Na primeira parte desta prática faremos a análise
teórica para achar e resolver a equação diferencial do circuito, e na segunda parte, na próxima
semana, iremos ao laboratório fazer as medições e comprovar os resultados teóricos obtidos.
1ª parte - análise teórica

Vocês viram em sala de aula que um circuito de segunda ordem é regido por uma equação diferencial
de segunda ordem (ou, equivalentemente, por duas equações diferenciais relacionadas de 1ª ordem).
Uma vez determinada a equação, iremos resolvê-la para um circuito subamortecido.
A primeira etapa, portanto, é achar a(s) equação(ões) diferencial(is) que rege(m) o circuito.
Assuma que os capacitores C1 e C2 estão carregados com tensões iniciais VC10 e VC20 , respectivamente
(observe a polaridade das tensões na gura acima). Você deve então realizar a atividade a seguir.

ˆ Usando a LKC, determine a(s) equação(ões) que o rege(m) em con-


junto com a(s) condição(ões) inicial(is) para vo (t).

Vamos agora estudar o comportamento de um circuito particular do tipo acima.


Para realizar a segunda parte em laboratório descrita em uma seção posterior, voce precisará dos
resultados das questões abaixo marcadas com (LAB) para comparar com os resultados obtidos em
laboratório. Lembre-se portanto de anotar e registrar esses resultados em um relatório preliminar,
além de levá-los para a prática em laboratório.

Analisando um exemplo

Analisaremos um circuito subamortecido onde R1 = 47 kΩ, R2 = 33 kΩ, R3 = 68 kΩ, C1 = 100 nF e


C2 = 1 nF. Assumiremos que a entrada vi (t) = V1 é constante. Iremos determinar a expressão para
a resposta e algumas de suas características. Realize então os passos abaixo.

ˆ Determine a(s) equação(ões) diferencial(is) usando os valores acima


dos elementos do circuito.

ˆ Resolva essa(s) equação(ões) diferencial(is) sujeito à entrada vi (t) e


às condições iniciais dadas e determine a resposta do circuito vo (t)
em função de V1 , VC10 e VC20 .

ˆ Determine a resposta natural, voN (t), e a forçada, voF (t), do circuito.


Você deve obter um resultado compatível com os vistos em sala de
aula.

ˆ Determine o coeciente de amortecimento do circuito e a frequência


de ressonância.
Com a expressão para a resposta, iremos agora analisar graca e numericamente o seu compor-
tamento. Resolva portanto as atividades a seguir.
ˆ (LAB) Determine, como uma porcentagem de V1 , o valor -
nal vo (t = ∞) da tensão de saída do circuito.

ˆ (LAB) Desenhe a curva da resposta natural voN (t) para um tempo


equivalente a 8 vezes o inverso do coeciente de amortecimento. As-
suma que VC10 = 0 V e VC20 = 3, 5 V.

ˆ (LAB) Desenhe a curva da resposta forçada voF (t) para um tempo


equivalente a 8 vezes o inverso do coeciente de amortecimento. As-
suma que V1 = 5 V.

ˆ (LAB) Ache os tempos de carga ts10% e ts90% denidos por voF (tM % )
igual a M % de vo (t = ∞).

ˆ (LAB) Ache os tempos de descarga td90% e td10% denidos por


voN (tM % ) igual a M % de −VC20 .

ˆ (LAB) Ache a tensão Vover,N de overshoot da resposta natural voN (t),


i.e., o valor máximo depois de passar pela primeira vez do seu valor
nal.

ˆ (LAB) Ache a tensão Vover,F de overshoot da resposta forçada voF (t),


i.e., o valor máximo depois de passar pela primeira vez do seu valor
nal.

2ª parte - medições em laboratório

Para a segunda parte da prática, montaremos o circuito acima em uma protoboard e faremos as
medições do sinal de saída. Com um osciloscópio, faremos então as medições da tensão vo (t) para
vermos as suas mudanças no tempo, comparando-as com os resultados que encontramos na parte
teórica. Os valores dos elementos a serem usados são os mesmos da seção anterior: R1 = 47 kΩ,
R2 = 33 kΩ, R3 = 68 kΩ, C1 = 100 nF e C2 = 1 nF.
Antes de montar os circuitos, é preciso vericar os reais valores de resistência e capacitâncias.
Assim, realize o passo a seguir.

ˆ Usando o multímetro, meça e registre os valores de todos os resis-


tores e capacitores que for usar. Lembre-se de que para a medição os
componentes não devem estar conectados a nada.

Após o laboratório, você irá usar estes valores para recalcular os parâmetros e os valores de tempo
de carga e descarga dos circuitos.
Como sinal de entrada, usaremos uma onda quadrada de amplitude V1 = 5 V pico-a-pico com uma
frequência igual ao coeciente de amortecimento α dividido por 15. Com esta escolha de frequência,
garantiremos um tempo suciente para que as tensões nos capacitores cheguem em seus valores de
regime permanente. Assim, quando a onda está no nível alto obteremos a resposta forçada do circuito
a uma entrada constante de valor V1 , e quando a onda estiver no nível baixo obteremos a resposta
natural quando os capacitores estão carregado inicialmente com tensões VC10 = 0 e VC20 = 3, 5V1 .
Lembre-se de salvar (ou tirar fotos) de todas as curvas obtidas abaixo. As imagens devem ser
de boa qualidade para permitir a leitura dos dados e sua correção. Idealmente, os dados devem ser
salvos em um pendrive diretamente do osciloscópio.
Medições

Você deve então montar o circuito na protoboard, conectando a fonte de tensão simétrica no ampop
e congurando-a para ter uma tensão de ±10 V. Para este passo, chame o professor para que
ele acompanhe o procedimento.
Caso esteja tudo certo, desligue a fonte e conecte o gerador de sinal do osciloscópio na entrada vi (t)
do circuito. Congure o gerador para gerar uma onda quadrada de amplitude de 5 V pico a pico e
com desvio de 2,5 V, fazendo com que seu valor mínimo seja 0. A frequência foi dada acima. Com
a entrada do circuito no canal 1 e a saída no canal 2 do osciloscópio, ligue o osciloscópio e o gerador
de sinais. Realize então as atividades a seguir.

ˆ Meça e registre o valor de limt→∞ voF (t). A partir daí e dos valores
medidos das resistências, determine o valor de V1 . Salve no pen-
drive a curva obtida com o(s) cursor(es) visível(is) e no(s) nível(is)
medidos.

ˆ Meça e registre os valores de VC10 e VC20 a partir da resposta natural.

ˆ Meça e registre os tempos de carga ts10% e ts90% tomando como re-


ferência a borda de carga da onda quadrada. Salve no pendrive a
curva obtida com o(s) cursor(es) visível(is) e no(s) nível(is) medidos.

ˆ Meça e registre os tempos de descarga td90% e td10% tomando como


referência a borda de descarga da onda quadrada. Salve no pendrive
a curva obtida com o(s) cursor(es) visível(is) e no(s) nível(is) medidos.

ˆ Meça e registre os valores das tensões de overshoot Vover,N e Vover,F .


Salve no pendrive a curva obtida com o(s) cursor(es) visível(is) e
no(s) nível(is) medidos.

No relatório, você deve colocar uma tabela com os valores dos tempos de carga e descarga acima
medidos.

Atividades pós-laboratoriais

Para o relatório, você deve realizar algumas atividades. A primeira delas é a seguinte:

ˆ Para cada conjunto de medições (resistências, capacitância, e tempos


de carga e descarga), monte uma tabela com os valores medidos.

Além disso, usando os valores medidos de resistências e capacitâncias, realize as atividades abaixo
para o circuito analisado.

ˆ Calcule as respostas natural, voN (t), e forçada, voF (t), do circuito


usando as expressões achadas na análise teórica da primeira parte.

ˆ A partir destas funções, determine os tempos de carga e descarga,


comparando-os com os valores medidos em laboratório.

ˆ A partir destas funções, determine as tensões de overshoot ,


comparando-as com os valores medidos em laboratório.

Inclua todas as informações acima no relatório.


Resultados obtidos

Você deve escrever um relatório com as seguintes seções: introdução, descrição da prática, resultados
e conclusão. Na introdução, dê uma breve visão do que consiste a prática e enuncie os objetivos.
Na descrição da prática, lembre-se de colocar a análise teórica com as equações que você achou. Na
seção de resultados, coloque as respostas do que foi pedido nas seções anteriores, com as expressões
e os valores calculados e medidos.
O relatório deve estar no formato pdf. Não envie no formato doc ou outro qualquer. Qualquer
imagem ou foto deve ter uma resolução suciente para ser possível obter as informações importantes
da imagem.
A nota do relatório será composta de 8 pontos relativos às questões acima, e de 2 pontos para o
resto do conteúdo.
Salve todos os arquivos do maxima e do LTSpice que criar com os resultados obtidos. Junte
tudo em um arquivo zip e nomeie-o como pratica5_XXX_YYY.zip, onde XXX_YYY é o seu nome e
sobrenome. Envie o arquivo zip pelo Google Sala de Aula para o professor.

Referências

ˆ Manual do osciloscópio Keysight InniiVision.


Disponível em: <http://literature.cdn.keysight.com/litweb/pdf/75015-97053.pdf?id=2014439>.
Acesso em: 19/maio/2017.

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