Você está na página 1de 40

Solidificação e Sinterização

Macroestruturas de Solidificação

Macroestruturas de Solidificação

Prof. Paulo J. Modenesi


Macroestruturas de Solidificação Introdução
Níveis estruturais:
Introdução
Alguns aspectos macroestruturais importantes:

• Cavidades de contração
e rechupes
Macroestruturas de Solidificação

• Regiões (zonas) da peça

• Macrosegregação

• Descontinuidades:
- Porosidade
- Trincas
- Gota fria
Cavidade de contração
Variação de volume na solidificação:

Material V/V (%) Material V/V (%) Material V/V (%)


Alumínio 6,0 Magnésio 4,1 Antimônio -1,0
Ouro 5,1 Cádmio 4,0 Gálio -3,2
Macroestruturas de Solidificação

Zinco 4,2 Ferro 3,0 Bismuto -3,4


Cobre 4,2 Estanho 2,3 Germânio -5,0
Ohno
- Para a maioria dos materiais metálicos ocorre uma contração
de aproximadamente 4% na solidificação.

- Esta redução deve ser acomodada durante a solidificação:


 Mudanças de forma (“rechupes”)
 Formação de vazios/cavidades
 Tensões mecânicas  Trincas
Cavidade de contração
Variação de volume na solidificação:
- Esta redução deve ser acomodada durante a solidificação:
 Mudanças de forma (“rechupes”)
 Formação de vazios/cavidades de contração
 Tensões mecânicas  Trincas
Macroestruturas de Solidificação

Fonte: A. Garcia
Cavidade de contração
Variação de volume na solidificação:
- Esta redução deve ser acomodada durante a solidificação:
 Mudanças de forma (“rechupes”)
 Formação de vazios/cavidades de contração
 Tensões mecânicas  Trincas
Macroestruturas de Solidificação

É importante controlar/direcionar a
solidificação final de peças fundidas.

- Coquilhas

- Massalotes

- “Cabeça quente”/ Materiais exotérmicos


Cavidade de contração
Variação de volume na solidificação: Controle

Uso de Massalote para remover descontinuidades finais da


solidificação de uma peça fundida.
Macroestruturas de Solidificação
Cavidade de contração
Variação de volume na solidificação: Controle
Macroestruturas de Solidificação

Uso de cabeça
quente para
reduzir a perda
metálica pela
formação de
rechupe

Fonte: A. Garcia
Cavidade de contração
Variação de volume na solidificação: Controle
Massalote Massalote
aberto aberto e
coquilha
Macroestruturas de Solidificação

Pequeno
massalote
aberto e
coquilha
Igual
anterior e
coquilha

Massalote com isolante e pó isotérmico Fonte: Flemings


Cavidade de contração
Variação de volume na solidificação: Controle

Uso de massalotes,
coquilhas e isolantes
para controlar a
Macroestruturas de Solidificação

solidificação em uma
peça fundida de
formato complexo

Fonte: Flemings
Cavidade de contração
Variação de volume na solidificação: Controle

Pele sólida
é formada
Cavidades são formadas tanto na
peça como no massalote
Macroestruturas de Solidificação

Macho permeável colocado no massalote


permite a entrada de ar neste e afeta a
alimentação da peça  Cavidade é formada
apenas no massalote

Fonte: Flemings
Macro regiões (Zonas)
Regiões típicas:
Macroestruturas de Solidificação

Variações usuais:
Aço inoxidável austenítico Colunar
Alumínio (refinado) Equiaxial

Mudanças posteriores: Crescimento de grão, transformações


de fase, precipitação ...
Macro regiões (Zonas)
Zona Coquilhada:
Macroestruturas de Solidificação

Origem:
Perda de calor inicial 

Taxa de nucleação 

Fatores: Temperatura de vazamento 


Temperatura do molde 
Difusividade de calor do molde  Zona
Difusividade térmica do líquido  coquilhada 
Teor de soluto 
Interação molde/líquido 
Macro regiões (Zonas)
Zona Coquilhada: A transição Zona coquilhada/zona colunar
Macroestruturas de Solidificação

A redução do super-
resfiamento faz com
que o número de
novos grãos seja
insuficiente para
Temperatura

Temperatura

bloquear o
Tf Tf crescimento dos
grãos já nucleados.

Distância Distância
Macro regiões (Zonas)
Zona Coquilhada: A transição Zona coquilhada/zona colunar
Macroestruturas de Solidificação

Com a redução da
taxa de nucleação, o
número de grãos cai
com a transição da
zona coquilhada para
a colunar.

Fonte: A. Garcia
Macro regiões (Zonas)
Zona Colunar: Características
- Crescimento, em geral, dendrítico.
 Direções de crescimento preferencial

- Crescimento competitivo
Macroestruturas de Solidificação

- Velocidade de crescimento, em geral, controlada pela


capacidade de extração de calor do sistema.

- Tamanho de grão grande

Alumínio Chumbo
A. Garcia
Macro regiões (Zonas)
Zona Colunar: Efeito de variáveis do processo
Macroestruturas de Solidificação

Fonte: A. Garcia
Macro regiões (Zonas)
Zona Colunar: Efeito da
reação peritética (aços)
Macroestruturas de Solidificação

Competição de fatores:

- Composição (%C)

- Estrutura
cristalina

A. Garcia
Macro regiões (Zonas)
Zona Equiaxial:
Macroestruturas de Solidificação

Microestruturas de
soldas TIG de aço
inoxidável ferrítico

Favorecimento ao aumento do número e crescimento equiaxial


de grãos que acabam por bloquear o avanço dos grãos colunares
Macro regiões (Zonas)
Zona Equiaxial: Mecanismos de formação de novos grãos
- Nucleação de grãos à frente da interface S/L
(importante na presença de refinadores de grão)

“Multiplicação
- Quebra de ramos dendríticos

cristalina”
Macroestruturas de Solidificação

- Transporte de grãos nucleados em outras regiões


(por exemplo na superfície superior do líquido)
(Mecanismo de “Big Bang”)

Desprendimento de ramificações dendríticas secundárias


Fonte: A. Garcia
Macro regiões (Zonas)
Zona Equiaxial: Mecanismos de formação de novos grãos
- Nucleação de grãos à frente da interface S/L
(importante na presença de refinadores de grão)

“Multiplicação
- Quebra de ramos dendríticos

cristalina”
Macroestruturas de Solidificação

- Transporte de grãos nucleados em outras regiões


(por exemplo na superfície superior do líquido)

Cristalização de solução de cloreto de amônia em


lingoteira de alumínio
Macro regiões (Zonas)
Zona Equiaxial: Fatores favoráveis
- Baixos superaquecimentos /baixos gradientes térmicos

- Intervalo de solidificação longo


 dendritas mais longas (sujeitas à fragmentação)
Macroestruturas de Solidificação

- Molde com difusividade de calor baixa


 Por exemplo, moldes de areia

- Fluxo de metal líquido intenso (natural ou forçado)


 Favorece a quebra e o transporte de fragmentos
de sólidos

- Presença de agentes que facilitam a nucleação de novos


grãos
 Refinadores de grão/Inoculantes

- Volume: Formação é mais fácil em grandes peças fundidas


Macro regiões (Zonas)
Zona Equiaxial: Fatores favoráveis (propriedades do molde e
intervalo de solidificação)
Macroestruturas de Solidificação

Fonte: Flemings
Macro regiões (Zonas)
Zona Equiaxial: A transição Colunar-Equiaxial (“CET”)
- No ambiente terrestre (= gravidade), a CET é brusca,
o que mostra a importância das correntes de convecção
para a formação da zona equiaxial.
Macroestruturas de Solidificação

Equiaxial
Colunar

Lingotes solidificados
unidirecionalmente de ligas
Sn-20 e 30%Pb com variação
das condições de extração de
calor
Menor hi
Fonte: Siqueira, 2003
Macro regiões (Zonas)
Zona Equiaxial: A transição Colunar-Equiaxial (“CET”)
- Efeito das correstes de convecção nas flutuações de
temperatura no líquido (estanho puro).
Macroestruturas de Solidificação

Fonte: Ohno
Macro regiões (Zonas)
Zona Equiaxial: A transição Colunar-Equiaxial (“CET”)
- A CET ocorre quando a fração de grãos (fs) presentes à
frente dos grãos colunares é suficiente para bloquear o seu
crescimento. Enquanto esta fração for baixa, os novos grãos
são simplesmente incorporados à estrutura colunar.
Macroestruturas de Solidificação

- A tendência à formação da zona equiaxial pode ser estimada


pelo parâmetro de super-resfriamento constitucional (PSC):

𝑚𝐶0 (1 − 𝑘)
𝑃𝑆𝐶 =
𝑘

- Se as linhas sólidus e líquidus forem retas (k = constante):


𝑃𝑆𝐶 = 𝑇𝐿 − 𝑇𝑆 = ∆𝑇𝑆𝐿
(Intervalo de solidificação no equilíbrio)
Macro regiões (Zonas)
Zona Equiaxial: A transição Colunar-Equiaxial (“CET”)

𝑚𝐶0 (1 − 𝑘)
𝑃𝑆𝐶 =
𝑘
Macroestruturas de Solidificação

Relação entre PSC e TSL e o comprimento da região colunar em ligas


Al-Zn solidificadas em lingoteiras de ferro fundido (fonte: A. Garcia).

C0 m k PSC TSL Comprimento


(%peso Zn) (ºC/%) (--) (ºC) (ºC) colunar (%)

38 2,1 0,46 94 70 100


55 2,3 0,51 121 85 64
74 3,4 0,57 190 70 0
85 4,9 0,74 78 78 63

Diagrama Al-Si
Macro regiões (Zonas)
Controle da macroestrutura:
- Em geral, uma estrutura equiaxial é mais desejável, pois,
para a maioria das aplicações, as suas propriedades
mecânicas são melhores.
Macroestruturas de Solidificação

 Favorecer a formação da Zona Equiaxial


(isto é, bloquear o crescimento colunar)

Procedimentos principais:

- Inoculantes/controle das condições de solidificação

- Promover a agitação do metal líquido


(vibração, agitação mecânica ou eletromagnética)
Macro regiões (Zonas)
Controle da macroestrutura:
Procedimentos principais:
- Inoculantes/controle das condições de solidificação
Macroestruturas de Solidificação

Inoculantes: Elementos/compostos adicionados em pequena


quantidade e capazes de facilitar a nucleação do sólido. Em
geral, formam partículas sólidas estáveis no líquido.

Mecanismo provável:
- Facilitam a nucleação por apresentarem
estrutura cristalina similar ao sólido, ou

- Facilitam a nucleação de um composto que,


por sua vez, facilita a nucleação do sólido.
Macro regiões (Zonas)
Controle da macroestrutura:
Procedimentos principais:
- Inoculantes/controle das condições de solidificação
Macroestruturas de Solidificação

Ação de um refinador em um lingote de liga Al-7%Si

Fonte: A. Garcia
Macro regiões (Zonas)
Controle da macroestrutura:
Procedimentos principais:
- Inoculantes/controle das condições de solidificação
Macroestruturas de Solidificação

Carboneto de titânio em um grão de uma liga Al-Ti

Fonte: Ohno
Macro regiões (Zonas)
Controle da macroestrutura:
Procedimentos principais:
- Inoculantes/controle das condições de solidificação

Exemplos:
Macroestruturas de Solidificação

Material Refinador de grão


Compostos de Ti ou ligas Al-Ti
Alumínio e ligas Compostos de Ti+B ou ligas Al-Ti-B
Compostos de boro ou ligas Al-Nb-B

Li, Bi, Pb, Fe


Cobre e ligas Boro
Zr e ligas Cu-B

Estanho e ligas Ge, In

Aços baixa liga Ti, carbonetos


Macro regiões (Zonas)
Controle da macroestrutura:
Procedimentos principais:
- Inoculantes/controle das condições de solidificação
Macroestruturas de Solidificação

Eficiência de Ti e
B no refino de
ligas Al-Si.

Fonte: A. Garcia
Macro regiões (Zonas)
Controle da macroestrutura:
Procedimentos principais:
- Promover a agitação do metal líquido (vibração,
agitação mecânica ou eletromagnética)
Macroestruturas de Solidificação

Com
agitação

Efeito da agitação eletromagnética rotacional na estrutura de


um lingote de alumínio puro
Fonte: Szajnar et al., 2010
Macro regiões (Zonas)
Controle da macroestrutura:
Procedimentos principais:
- Promover a agitação do metal líquido (vibração,
agitação mecânica ou eletromagnética)
Macroestruturas de Solidificação

Macros de lingotes de Al99,8%. (a) Molde estacionário. (b) Molde


vibrando (A = 0,2 mm, F = 50 s-1). (c) Molde vibrando até S  5 mm.
(d) Molde vibrando após S  10 mm,
 Importância da multiplicação cristalina inicial.
Fonte: Ohno
Macro regiões (Zonas)
Controle da macroestrutura:
Procedimentos principais:
- Promover a agitação do metal líquido (vibração,
agitação mecânica ou eletromagnética)
Macroestruturas de Solidificação

A vibração atua mais


fortemente junto às
superfícies

Fragmentação e
multiplicação cristalina,
principalmente, no início
da solidificação

Fonte: Ohno
Macro regiões (Zonas)
Controle da macroestrutura:
Regiões típicas de uma peça fundida em função do super-
resfriamento do líquido (modelo matemático).
Macroestruturas de Solidificação

Fonte: Stefanescu
Macroestruturas de Solidificação

FIM
Macroestruturas de Solidificação Diagrama Al-Zn

PAAl = 26,98
PAZn = 65,39
Macro regiões (Zonas)
Zona Equiaxial: Formação de grãos equiaxiais no centro do molde
Macroestruturas de Solidificação

Fonte: Materials Handbook

Você também pode gostar