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MECÂNICA E
SOLDAGEM
André Shataloff
Conformação mecânica:
efeitos da temperatura
na conformação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste capítulo, você deverá apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Os metais são produzidos e disponibilizados pela indústria metalúrgica
em diversos formatos, tais como: blocos, tarugos, redondos, vigas, placas
grossas, médias e finas, lingotes etc. A conformação mecânica pode ser
feita em produtos primários ou secundários, ou seja, produtos acabados
a partir do derretimento do metal em sua formação inicial, na qual se
aproveita a condição de fluidez do material para gerar produtos ou para
obter formas específicas que serão transformadas em fase subsequente.
Esses processos de produção provocam o aquecimento, a conformação
e o esfriamento, alteram as propriedades dos metais e mudam as carac-
terísticas mecânicas. Para garantir as propriedades, devem-se observar
as composições químicas das estruturas e aplicar formas de correção da
recristalização, recuperando e atendendo as necessidades.
Neste texto, você vai estudar conceitos associados aos efeitos da
temperatura sobre a recristalização efetiva dos processos de conformação
de metais e, por sua vez, relacionar a geração de calor com os efeitos da
temperatura sobre os referidos processos.
2 Conformação mecânica: efeitos da temperatura na conformação
120
Limite de resistência à tração e limite de escoamento (Ksi)
70% Cu-30% Zn
100
60 60
Limite de escoamento (MPa)
% de alongamento
40 40
20 Alongamento 20
0 10 20 30 40 50 60
% de trabalho a frio
Recristalização
De acordo com Smith e Hashemi (2012), se aquecermos o material a tempera-
turas abaixo da faixa de recristalização do material, ou seja, não permitindo a
nucleação de novos grãos na estrutura metálica, ocorrerá apenas o alívio das
tensões internas do metal. Na Figura 2, a curva das tensões internas residuais
cai significativamente, a ductilidade aumenta e a dureza altera pouco.
Atingindo a temperatura de recristalização, poderá ocorrer recristalização
primária por meio do surgimento da nucleação dentro dos grãos maiores,
deformados, ou o crescimento de subgrãos formados nos contornos dos grãos
e que tendem a migrar das regiões fortemente deformadas, aliviando, assim,
a energia interna do material. A resistência à tração decai, aumentando in-
versamente a ductilidade.
residuais
internas
Tensões
Ductilidade
Resistência
Resistência,
ductilidade
dureza,
Dureza
Deformado a
frio e recuperado Novos grãos
Tamanho
de grãos
Recuperado Recristalizado
Aumento de temperatura
https://goo.gl/vPz9jB
a)
Cilindro de alumínio
Altura inicial: 80 mm Temperatura (ºC)
Diâmetro inicial: 40mm
350
Temperatura 10 s a ar
inicial Convecção: 347
350 ºC 0,0 kW/m2 ºC
345
b)
Temperatura (ºC)
v = 50 mm/s 445
v = 50 mm/s
395
I II 345
corte;
dobramento e encurvamento;
estampagem profunda.
Leituras recomendadas
ASKELAND, D. R.; WRIGHT, W. J. Ciência e engenharia dos materiais. São Paulo: Cengage
Learning, 2014.
CALLISTER, W. D.; RETHWISCH, D. G. Fundamentos da ciência e engenharia dos materiais:
uma abordagem integrada. Rio de Janeiro: LTC, 2014.
MACHADO, L. P. M. Conformação dos metais: fundamentos e aplicação. Vitoria: IFES,
2008.
OLÍVIO, N. Introdução à engenharia de fabricação mecânica. 2. ed. São Paulo: Blucher,
2013.
VLACK, V.; HALL, L. Princípios de ciência e tecnologia dos materiais. Rio de Janeiro:
Elsevier, 1984.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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