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Classificações AWS

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Classificação AWS de Gases de Proteção e Metais de Adição

Neste texto são abordados os fatores que devem ser considerados na

seleção de gases de proteção, metais de adição e varetas. São


apresentadas as propriedades e as classificações destes elementos de
acordo com as especificações AWS 5.32-07, AWS 5.18-07 e AWS
5.02-07 respectivamente.

Classificação dos Gases de Proteção, de Acordo com a


AWS A5.32-07

Gases de Proteção

Na seleção de gases de proteção adequados para a soldagem de

determinados materiais, os seguintes fatores devem se considerados:

• Composição química do metal de base;


• Espessura do metal de base:
• Posição de soldagem; e
• Tipo de corrente.

Potencial de Ionização (P.I.) dos Gases de Proteção para a Soldagem:

Potencial de ionização é a tensão que um determinado gás necessita

para ser ionizado no interior do arco elétrico. Quanto maior for este

potencial, mais difícil é a abertura do arco elétrico, como também mais

difícil a sua manutenção (estabilização).

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A Tabela 1 apresenta os valores de potencial de ionização dos gases de

proteção mais empregados na soldagem de materiais metálicos.

Tabela 1 - Potencial de Ionização Gases para a Soldagem.

Potencial de
Gás
Ionização (Volts)

Hélio 24,58

Argônio 15,75

CO2 14,40

Nitrogênio 15,50

Hidrogênio 15,60

O2 12,50

Comparando os potenciais de ionização do Hélio e do Argônio,


constata-se que o P.I. do Hélio é, aproximadamente, 1,5 vezes maior
do que o do Argônio, o que significa que com o gás Hélio é mais difícil
constituir o arco elétrico e mantê-lo estável durante a soldagem.

Os gases de proteção podem ser Inertes ou Reativos:

Gases Inertes

Os gases inertes são aqueles que não reagem com o metal líquido da

poça de fusão. Os gases inertes mais utilizados na soldagem são o

Argônio e o Hélio, cujas características são apresentadas a seguir:

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Argônio

Gás inerte; Símbolo químico: Ar (monoatômico


Propriedades pesado); Peso atômico igual a 40 (aproximadamente
1,4 vezes mais pesado do que ar).
Argônio puro ou misturas com outro gás ou gases.
Soldagem de metais não ferrosos (alumínio, cobre,
níquel, magnésio e ligas desses metais): Normalmente
puro.
Soldagem de metais ferrosos (aços carbono, baixa liga
etc.): utiliza-se normalmente, ver tabela 2, misturas,
Emprego na
como por exemplo: Ar + CO2, Ar + O2 e Ar + CO2 +
soldagem
O2. O Argônio puro deve ser evitado, pois a poça de
fusão, com o uso de Argônio puro apresenta baixa
fluidez resultando num “ângulo excessivo de reforço”.
Soldagem de seções finas e com média espessura,
principalmente na soldagem do alumínio, cobre,
magnésio e suas ligas.
Apresenta facilidade de abertura e estabilização do
arco (O baixo potencial de ionização (15,75 eV) requer
Características de baixas tensões de arco elétrico).
uso Produz um cordão de solda com baixa penetração em
suas bordas e boa penetração na direção da coluna do
arco (devido à baixa condutividade térmica).

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Tabela 2 - Composições da mistura Ar + CO2, Ar + O2 e Ar + CO2 + O2

em função dos Metais de Base.

Ar (%) CO2 (%) O2 (%) Metal de Base


Aço - carbono
Aço baixo carbono de alta
98 - 2
resistência
Aço Inoxidável
Aço ao carbono
Aço baixo carbono de alta
95 - 5
resistência
Aço Inoxidável, classe 300
Aço ao carbono
90 10 - Aço baixo carbono de alta
resistência
88 9 3 Aço ao carbono
Aço ao carbono
75 25 -
Aço baixo carbono

Nota:

O argônio misturado ao CO2 proporciona maior estabilidade do arco, sendo


muito utilizado na soldagem MIG / MAG de aço carbono. O CO2 é misturado ao
argônio em percentagens variáveis de 8 a 25%, melhorando sensivelmente as
propriedades mecânicas da junta soldada. A mistura 75% de Ar + 25% CO2 é
muito empregada no processo de soldagem com arame tubular, pois
proporciona excepcional estabilidade do arco e acelera a solidificação da poça
de fusão.

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Hélio

Gás inerte; Símbolo químico: He (monoatômico leve); Peso


Propriedades
atômico igual a 4. (aproximadamente 0,14 da densidade do ar).
Hélio puro ou misturas com outro gás ou gases.
Na prática, devido ao maior custo do gás He em relação ao
argônio, o Hélio é empregado apenas quando suas
Emprego na características físicas se fazem necessárias, ou seja, na soldagem
soldagem de metais que possuem alta condutibilidade térmica, como o
Cobre e suas ligas e o Alumínio e suas ligas. O Hélio é usado
frequentemente em combinação com o Argônio, existindo
também hoje em dia, misturas gasosas formadas por He e CO2.
O Hélio é usado quando se necessita aportes térmicos de
grandes valores. Possui uma excelente condutibilidade térmica e
o seu potencial de ionização é o mais elevado entre todos os
gases de proteção usados na soldagem. Por isso, o He exige uma
tensão no arco mais elevada do que o Ar, para o mesmo
comprimento de arco e intensidade de corrente, favorecendo,
portanto, a utilização de maiores velocidades de soldagem.
Apresenta maior dificuldade para abertura do arco elétrico
devido ao seu alto potencial de ionização.
Por ser bem mais leve que o ar atmosférico, exige vazões de 2 a
3 vezes maior do que a do Argônio para fornecer a mesma
Características proteção. Por essa característica, o He é indicado na soldagem de
de uso juntas na posição sobre-cabeça.
Apesar da alta condutibilidade térmica gerada pelo He, o cordão
de solda produzido não apresenta grandes penetrações, como
aqueles produzidos pelo Ar e CO2. Os cordões produzidos pelo
He apresentam uma baixa relação: largura/profundidade. O alto
valor de aporte térmico gerado pelo He ajuda a produzir soldas
com uma penetração “arredondada” e reforços com baixa
dimensão.
Tem como vantagem o maior rendimento, porém, seu uso é
limitado a soldagens que utilizem corrente contínua. Este gás,
quando utilizado sozinho, produz uma transferência metálica do
tipo “globular”.

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Gases Reativos

Os gases reativos são aqueles que reagem com o metal líquido da poça

de fusão, podendo alterar as propriedades mecânicas do metal de solda.

Os gases reativos podem ser de dois tipos: Ativos e Redutores.

Gases Ativos

CO2 (Gás Carbônico):

Conforme foi apresentado no Módulo Processos de Soldagem, o gás

Carbônico (símbolo químico: CO2) é muito empregado no processo

GMAW (MIG / MAG) tanto puro quanto formando misturas com a base

de Argônio, por exemplo, Ar + CO2, Ar + CO2 + O2 e etc. O CO2 é

também muito usado no processo FCAW (Arame tubular) com proteção

gasosa adicional, no estado puro ou em misturas (Ar + CO2).

Ainda no Módulo Processos de Soldagem foram vistos no item Tipos e

funções dos consumíveis – gases e eletrodos e no item Comportamento

de atmosfera ativa no processo MIG / MAG, as questões relativas à

atividade do gás CO2 , suas implicações na soldagem e as soluções com

a adição de elementos desoxidantes.

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O2 (Oxigênio)

O Oxigênio também é um gás ativo, mas nunca é utilizado sozinho. Este

geralmente é combinado com o argônio (mistura binária: Ar + O2) ou

com o argônio mais CO2 (mistura ternária: Ar + CO2 + O2).

Gás Redutor

H2 (hidrogênio)

O Hidrogênio (símbolo químico: H2) é um gás redutor, ou seja, reduz os

óxidos metálicos ao seu estado puro. O Hidrogênio pode ser adicionado

ao Ar ou He em quantidades que pode variar de 1 a 35%, objetivando

aumentar a temperatura do arco. É comum na Europa a utilização de

adições de até 15% H2 na soldagem do níquel pelo processo GTAW, mas

o risco desta quantidade produzir poros no metal de solda é muito

grande.

A explicação para o aumento da temperatura do arco, quando da

utilização do H2, é a seguinte: o hidrogênio (em sua forma molecular -

H2), ao passar pelo arco elétrico a elevadas temperaturas, se dissocia

tornando-se hidrogênio atômico (HO); no momento em que estes

atingem as regiões mais frias do arco (próximo ao metal de base), os

hidrogênios atômicos reagem entre si, formando novamente o

hidrogênio molecular (H2), reação essa que é acompanhada de uma

grande liberação de energia (reação exotérmica).


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Comparação entre Argônio e CO2, quando utilizados isoladamente

A Tabela 3 apresenta a influência dos gases Argônio e CO2 nas variáveis

de soldagem, como também em algumas características do cordão de

solda.

Tabela 3: Influência dos gases Argônio e CO2 nas variáveis de soldagem

e características do cordão de solda.

VARIÁVEIS E CARACTERÍSTICAS Argônio CO2


Potencial de ionização Maior menor
Comprimento de arco (função da tensão do
Maior menor
arco)
Perdas de temperatura do arco por radiação Maiores menores
Temperatura da poça de fusão menor Maior
Penetração do cordão de solda menor Maior
Seção transversal do arco elétrico menor Maior
Largura do cordão menor Maior
Altura do cordão Maior menor
Acabamento do cordão de solda Melhor pior
Estabilidade do arco Maior menor
Dureza do cordão de solda Maior menor
Temperatura do metal líquido na poça de
menor Maior
fusão
NOTA: As misturas utilizando Argônio e CO2 têm influência

intermediária.

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Profundidade de Fusão dos Cordões de Solda em função do Gás ou
Mistura Gasosa usada na Soldagem

A profundidade de fusão (ou “penetração”) dos cordões de solda é

função das seguintes variáveis de soldagem: intensidade de corrente

elétrica, tensão do arco, velocidade de soldagem, e, nos processos onde

se usa gases de proteção, é função também do tipo de gás (ou mistura

gasosa) empregado na soldagem (figura 1).

Figura 1: Comparação das penetrações dos cordões de solda em função


do gás de proteção.

Apesar do gás Ar (Argônio) possuir um baixo potencial de ionização e


uma baixa condutibilidade térmica, ele produz um cordão com
profundidade maior do que a do Hélio. A maior diferença entre esses
dois gases é que o gás Ar produz uma penetração chamada de
“Finger Point” (ponta de dedo), ou seja, a penetração ocorre
principalmente na direção do prolongamento do consumível. Nas
laterais do arco, a penetração é pequena. O mesmo já não ocorre
com o He; o cordão de solda produzido pelo He possui uma

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penetração aproximadamente homogênea, diminuindo um pouco nas
extremidades do arco. Dentre os gases apresentados, o CO2 é gás

que produz a maior penetração.

Classificação dos Gases de Proteção

Os gases de proteção empregados na soldagem são classificados em

função de suas composições químicas.

A Tabela 4 apresenta os gases de proteção mais empregados na

soldagem a arco elétrico sob proteção gasosa, com seus respectivos

graus de pureza, umidade máxima e ponto de orvalho.

Tabela 4: Gases de Proteção e suas características.

Ponto de
Umidade
Classificaçã Estado do Pureza Orvalho máx.
Gás máxima
o AWS Produto mínima (%) a 760 mmHg
(ppm)
(ºC)
Gás 99,997 10,5 -60
Argônio SG–A
Líquido 99,997 10,5 -60
Dióxido de Gás 99,8 32 -51
SG–C
Carbono (CO2) Líquido 99,8 32 -51
Gás 99,995 15 -57
Hélio SG–He
Líquido 99,995 15 -57
Gás 99,95 32 -51
Hidrogênio SG–H
Líquido 99,95 32 -51
Gás 99,9 32 -51
Nitrogênio SG–N
Líquido 99,9 4 -68
Não
Gás 99,5 -48
Aplicável
Oxigênio SG–O
Não
Líquido 99,5 -63
Aplicável

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Sistema de Classificação

Os gases de proteção são classificados segundo a AWS A5.32-07 em

função de sua composição química, como gás simples, mistura gasosa,

ou mistura gasosa especial, representados da seguinte forma:

Gás Simples

SG – Essas letras significam “Gás de Proteção”;

B – Essa letra representa, logo após o hífen, o gás de proteção (único)


que será empregado durante a soldagem (Ver Tabela 5)

Exemplo: SG-A

Mistura Gasosa

SG – Essas letras significam “Gás de Proteção”;

B – Essa letra representa, logo após o hífen, o gás principal da mistura


gasosa.

XYZ – Essas letras representam os gases, em menor quantidade, que


fazem parte da mistura gasosa. A colocação de cada gás na sequência
(XYZ) está relacionada com a quantidade de cada um, em uma ordem
decrescente.

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% / % / % - Esses caracteres representam a percentagem, em ordem
decrescente, dos gases que fazem parte da mistura gasosa, que
possuem as menores quantidades. Uma barra é usada para separar o
percentual de cada gás. A percentagem relativa ao gás principal da
mistura será a diferença entre 100% e o somatório dos gases
secundários participantes da mistura.

Exemplo: SG-AC-25

A Tabela 4 apresenta exemplos de como o sistema de classificação para

gases de proteção funciona.

Tabela 4 – Exemplos de funcionamento do Sistema de Classificação dos


Gases de Proteção.

Misturas Gasosas
Classificação AWS Gás
Típicas
Argônio + Dióxido de
SG-AC-25 75/25
Carbono
SG-AO-2 98/2 Argônio + Oxigênio
SG-Ahe-10 90/10 Argônio + Hélio
SG-AH-5 95/5 Argônio + Hidrogênio
SG-HeA-25 75/25 Hélio + Argônio
SG-HeAC-7,5/2,5 90/7,5/2,5 Hélio + Argônio + CO2
SG-ACO-8/2 90/8/2 Argônio + CO2 + O2
SG-A-G Especial Argônio + Mistura

Os gases participantes da mistura gasosa, não sendo o gás principal da

mistura, suas percentagens devem ter uma tolerância de ± 10%.

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Exemplo: SG-AC-25

Mistura: Argônio – 75% / CO2 – 25%

Ö 10% de 25% = 2,5%

Conclusão: O teor de CO2 na mistura deve se encontrar entre 22,5% e


27,5%.

Mistura Gasosa especial

SG - Essas letras significam “Gás de Proteção”;

B – Esta letra representa, logo após o hífen, o gás principal da mistura


gasosa.

G – Esta letra (quando colocada após o gás principal) significa que a


mistura gasosa é especial; o gás base deve ser identificado. Os
gases menores não precisam ser identificados, desde que sejam
um dos gases listados na Tabela 5.

Exemplo: SG-H-G

Obs.: Os outros gases que fazem parte desta mistura são: CO2 e O2.

Quando a mistura gasosa for composta por algum gás não listado na

Tabela 4, o Sistema de Classificação da mistura será:

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SG – BX – G (X = Gás Específico)

SG - Essas letras significam “Gás de Proteção”;

B - Esta letra representa, logo após o hífen, o gás principal da mistura


gasosa.

X - Esta letra representa um gás que não está listado na tabela Tabela 5.
O gás representado pelo “X” deve aparecer entre parêntesis.
Exemplo: Kriptônio, Neônio, Xenônio, etc.

Exemplo:SG-AX-G (X = Kriptônio)

A percentagem de cada gás na mistura gasosa deve estar de acordo


entre o comprador e o fornecedor. Ou seja, o comprador solicita ao
fornecedor misturas adequadas a sua utilização, a fim de evitar a
compra de consumíveis incorretos, pios trata-se de gases nobres
caros.

Classificação dos Metais de Adição de Aços-carbono para Soldagem por


Arco com Gás de Proteção de Acordo com a AWS 5.18-07

Os metais de adição de aços ao carbono, para soldagem a arco com gás

de proteção, são classificados de acordo com a especificação AWS 5.18-

07 e possuem dois tipos de consumíveis: o consumível tipo arame

sólido e vareta, e o consumível tipo metal cored (similar ao arame

tubular, porém com seu núcleo formado por metal totalmente metálico).

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Os metais de adição desta especificação do tipo arame sólido e vareta

são classificados com base na composição química dos próprios

consumíveis e nas propriedades mecânicas do metal de solda, na

condição “como soldado”.

Os metais de adição desta especificação do tipo metal cored são

classificados com base na composição química e propriedades

mecânicas do metal de solda na condição “como soldado e também com

base no gás de proteção empregado”.

Os metais de adição desta especificação são utilizados em soldagens


pelos processos MIG / MAG, TIG ou Plasma.

A classificação genérica de um arame sólido ou vareta para soldagem a

arco com gás de proteção de aços ao carbono tem a seguinte forma:

Tipo Arame Sólido e Vareta

Onde:

1 - as letras ER, quando utilizadas juntas, referem-se ao consumível na


forma de eletrodo, vareta ou arame, aplicável em processos de
soldagem GMAW (MIG / MAG), GTAW e PAW (Plasma);
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2 - esses dígitos indicam o limite mínimo de resistência à tração do
metal depositado, em Ksi (1 Ksi = 1.000 psi). Exemplo: ER70S-X =
70.000 Lbs/pol2 = 500 Mpa.

3 - a letra S designa vareta ou arame sólido;

4 - este sufixo indica a composição química do arame ou vareta.

Tipo Metal Cored

Onde:

1 - a letra E designa um eletrodo;

2 - esses dígitos indicam o limite de resistência à tração mínimo do


metal depositado, em Ksi (1 Ksi = 1000 psi). Exemplo: ER70S-X=70.000
Lbs/pol2 = 500 MPa;

3 - a letra C designa um consumível composto do tipo “metal cored”;

4 - esse dígito indica a composição química do metal de solda.

5- esse dígito pode apresentar a letra “C” que representa o gás CO2
(100%) e a letra “M” representa uma mistura gasosa do tipo 75 ~ 80%
Argônio com balanço com CO2.

As tabelas 6 e 7 mostram respectivamente a composição química do

arame sólido e da vareta (ERXXS-X) e, a composição química do metal

de solda relativa ao “metal cored” (EXXC-X).

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As Tabelas 8 e 9 apresentam respectivamente as propriedades

mecânicas do metal de solda relativas aos ensaios de tração e de

impacto na condição “como soldado” em ambos os casos.

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Tabela 6: Composição química do arame sólido e da vareta (ERXXS-X), de acordo com a AWS 5.18-07.

Nota: Valores unitários são valores máximos.

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Tabela 7: Composição química do metal de solda para o “metal cored” de acordo com a AWS 5.18-07.

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Tabela 8: Propriedades mecânicas, ensaio de tração, do metal depositado para consumíveis da

AWS 5.18-07.

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Tabela 9: Propriedades mecânicas, ensaio de impacto, do metal
depositado para consumíveis da AWS 5.18-07.

Classificação de Varetas de Aços–Carbono e Baixa Liga para Soldagem a


Oxi-Gás, de Acordo com a Especificação AWS A5.2-07

As varetas de aço-carbono e baixa liga para soldagem a oxi-gás são

classificadas de acordo com a especificação AWS A5.2-07, com base nas

propriedades mecânicas do metal de solda após a soldagem.

A classificação AWS de uma vareta genérica tem a seguinte forma:

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Onde:

1 - R representa uma vareta para soldagem a gás;

2 - Este dígito pode estar representado por 2 ou 3 algarismos,


designando, aproximadamente, o limite de resistência à tração
mínimo do metal de solda, em ksi (1 ksi = 1.000 psi).

A Tabela 10 mostra exemplos de classificação de algumas varetas, e

seus respectivos limites de resistência mínimo à tração e alongamento,

segundo a AWS A5.2-07.

Tabela 10 - Requisitos de limite de resistência mínimo à tração e


alongamento do metal de solda (AWS A5.2-07).

Limite de Resistência, mínimo Alongamento


Vareta Mínimo, em
(psi) (MPa)
25,4 mm (%)
R 45 NR NR NR
R 60 60.000 410 20
R 65 65.000 450 16
R 100 100.000 690 14
R XXX – G *1 xxx ---- NR
NR = não requerido.

R45

A vareta R 45 é um aço com um baixo teor de carbono contendo pequenas

quantidades de Cu, Cr, Ni, Mo e Al, usado na soldagem de aços ao carbono

e C-Mn de baixa resistência, onde o limite de resistência requerido não

exceda 45 ksi (310 MPa). Esta vareta também pode ser usada na soldagem

do ferro forjado.
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R60

A vareta R 60 possui uma composição química diferente da composição da

vareta R 45, principalmente para os elementos C, Mn e Si. É comumente

utilizada na soldagem de tubos de aços carbono e outras estruturas que

exigem maiores requisitos de tenacidade.

R65
A vareta R 65 é utilizada na soldagem a gás de aços carbono e de
baixa liga, onde o limite de resistência à tração mínima é de 65.000
psi.

R100
A vareta R 100 é uma vareta que por sua composição química
destina-se a soldagem de aços de baixa liga e alta resistência. Possui
baixo teor de impurezas. Usuários deste consumível devem estar
atentos pois os resultados de tratamentos térmicos realizados no
equipamento podem gerar propriedades mecânicas diferentes entre o
metal de base e o metal de solda.

R XXX – G
A vareta R XXX - G não possui requisitos de composição química.
Sua definição pode ser estabelecida em acordo entre o comprador e o
fornecedor ou fabricante. O valor da resistência à tração será dado de
acordo com o resultado do ensaio de tração do metal de solda. Estes
valores devem estar limitados aos seguintes números: 45, 60, 65,
70, 80, 90 e 100.

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A tabela 11 apresenta a composição química das varetas, de acordo com

a norma AWS A5.2-07.

Tabela 11 - Requisitos de composição química das varetas de

especificação AWS A5.2-07

Classificação Percentual (%), em peso a)

AWS C Mn Si P S Cu Cr Ni Mo Al
R 45 0,08 0,50 0,10 0,035 0,040 0,30 0,20 0,30 0,20 0,02
0,90 0,10
R 60 0,15 a a 0,035 0,035 0,30 0,20 0,30 0,20 0,02
1,40 0,35
0,90 0,10
R 65 0,15 a a 0,035 0,035 0,30 0,40 0,30 0,20 0,02
1,60 0,70
0,18 0,70 0,20 0,40 0,40 0,15
R 100 a a a 0,025 0,025 0,15 a a a 0,02
0,23 0,90 0,35 0,60 0,70 0,25
R XXX-G NR NR NR NR NR NR NR NR NR NR
a) Valores unitários representam valores máximos.

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Neste texto você estudou a Classificação AWS de Gases de Proteção e

Metais de Adição de Aços-carbono para Soldagem a Arco com Gás de

Proteção. Conheceu também os fatores que devem se considerados na

seleção de gases de proteção. Conheceu o Potencial de Ionização (P.I.)

dos Gases de Proteção.

Aprendeu que os gases de proteção podem ser Inertes ou Reativos e

conheceu o formato da Classificação AWS dos Gases de Proteção.

Aprendeu que os gases de proteção empregados na soldagem são

classificados em função de suas composições químicas

Teste agora o seu nível de compreensão do texto respondendo às

questões de revisão sobre Classificação AWS de Consumíveis.

Caso seja necessário releia o texto e/ou recorra aos tutores para

resolver suas dúvidas.

QUESTÕES DE REVISÃO

1- No que se refere às características dos Gases de Proteção, responda:


a) Quais os fatores que contribuem para que os gases de proteção se
tornem adequados à soldagem?
b) Qual a relação entre o Potencial de Ionização e os gases de
proteção?
c) O que são os Gases Inertes e Gases Reativos?

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Este texto complementar é parte integrante do material on line disponibilizado para o Curso de Inspetor
de Soldagem
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Classificações AWS
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d) Que características os Gases Inertes mais utilizados na soldagem
apresentam?
e) Porque a temperatura do arco aumenta quando se utiliza o Gás
Redutor Hidrogênio (H2)

2- Sabe-se que os gases de proteção são classificados em função de


sua composição química. Apresente a representação desses gases
segundo a norma AWS A5.32-07, definindo o significado de cada termo
da especificação.
3- A especificação AWS 5.18-07 estipula a Classificação dos Metais de
Adição de Aços ao Carbono em Soldagem a Arco com Gás de Proteção.
Sabendo que esse consumível pode ser do tipo arame sólido e vareta e
do tipo metal cored, estabeleça:
a) Os critérios levados em consideração para a classificação.
b) A representação juntamente com a descrição do significado dos
termos da classificação

4- No caso da classificação de Varetas de Aço-Carbono e Baixa Liga


para Soldagem a Oxi-Gás o critério levado em consideração é em função
das propriedades mecânicas do metal de solda após a soldagem.
Explique:
a) Como uma vareta genérica é representada?
b) Qual o significado de cada um dos termos da classificação?
c) O que são Vareta R 45, Vareta R 60, Vareta R 65, Vareta R 100,
Vareta R XXX – G?

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