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CIÊNCIA DOS

MATERIAIS
Propriedades ópticas
Antonio dos Reis de Faria Neto

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

> Definir as propriedades ópticas dos materiais metálicos e não metálicos.


> Exemplificar as propriedades ópticas dos materiais.
> Relacionar a estrutura com as propriedades ópticas.

Introdução
Em algumas aplicações da engenharia, precisamos prever o comportamento dos
materiais (como a luz visível, por exemplo) quando expostos à radiação eletro-
magnética, para que possamos trabalhar a sua resposta. Isso só será possível se
tivermos conhecimento dos mecanismos responsáveis pelo comportamento e a
resposta do material à radiação, ou seja, suas propriedades ópticas.
Uma das principais aplicações de materiais cujas propriedades ópticas preci-
samos entender encontra-se na comunicação, mais precisamente na aplicação de
fibras ópticas. Uma propriedade fundamental para entender a eficiência desse
material é o índice de refração.
Neste capítulo, você vai estudar as propriedades ópticas e relacioná-las à
estrutura dos materiais. Vai conferir como podemos prever o comportamento
dos materiais quando modificações forem feitas em sua estrutura. Por fim, vai
conhecer aplicações nos mais variados tipos de materiais.

Conceitos e propriedades ópticas


O primeiro conceito que vamos estudar é a radiação eletromagnética, que
pode ser entendida de duas maneiras. A primeira, conforme a física clássica,
demonstra que a radiação se comporta de modo ondulatório, consistindo
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na composição de campos elétricos e magnéticos. A segunda, baseada na


mecânica quântica, sugere que a radiação eletromagnética é composta por
partículas, mais precisamente por fótons, quantidades determinadas de
energia. A energia (E) de um fóton é denominada quantizada, podendo as-
sumir valores específicos, discretos (CALLISTER, 2020; SMITH; HASHEMI, 2012).
A Equação 1 apresenta a relação de energia com o comprimento de onda
e a frequência dos fótons, mostrando a natureza dual (onda e partícula) da
energia ou radiação eletromagnética.

(1)

onde:

„ H: constante de Planck (6,62 x 10-34 J x s);


„ c: velocidade da luz no vácuo (3,00 x 108 m/s);
„ λ: comprimento de onda (m);
„ ΔE: energia (J).

De acordo com a Equação 1, a energia (radiação eletromagnética ou luz)


pode se comportar ora como onda, ora como partícula, ora como ambas.
Até 1880, a teoria de que a luz se comportava como onda eletromagnética
era plenamente aceita, até surgir o efeito fotoelétrico — emissão de elétrons
provocada por ação da luz (ou radiação eletromagnética em geral) —, que não
podia ser explicada com essa teoria. Por volta de 1905, Albert Einstein explicou
o efeito fotoelétrico com a teoria de que a luz também se comportava como
partícula (fótons) (KNIGHT, 2009).
Outro conceito que precisamos conhecer é o da ação da luz nos materiais
sólidos. Quando emitido, um feixe de luz (radiação) tem uma intensidade (I),
que é medida em W/m². Essa é a taxa de energia emitida interagindo com
uma área superficial. Ao atingir um objeto material sólido, esse feixe pode
interagir com a superfície de três maneiras: transmitida, absorvida e/ou
refletida. A intensidade I deve ser a soma das três possíveis interações da
radiação com a superfície do sólido, conforme a Equação 2 (CALLISTER, 2020;
SMITH; HASHEMI, 2012).

(2)
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Dividindo a Equação 1 pela intensidade I, vamos obter a transmissividade


(T), a absortividade (A) e a refletividade (R), que, somadas, são iguais à unidade.
Materiais com alto valor de transmissividade são transparentes. Conforme o
valor da transmissividade vai caindo (e, por consequência, aumentando os
valores de absortividade e refletividade), o material vai se tornando trans-
lúcido, porque a luz é transmitida através do material de forma difusa. Já os
materiais em que não há transmissão, apenas absorção e reflexão, são cha-
mados de opacos. Em geral, os materiais metálicos são opacos para radiação
com comprimento de onda dentro do espectro visível da radiação (CALLISTER,
2020; SMITH; HASHEMI, 2012).
Confira a seguir a diferença de objetos transparentes e translúcidos em
razão da transmissividade da luz (Figura 1), o espectro eletromagnético (Figura
2) e um resumo da interação da radiação com materiais sólidos (Figura 3).

Figura 1. Materiais transparentes e materiais translúcidos.


Fonte: Pixabay.com/nevesf.
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Figura 2. Espectro eletromagnético da região do ultravioleta ao infravermelho.


Fonte: Smith e Hashemi (2012, p. 581).

Feixe incidente (I)

Feixe transmitido (II)


Feixe absorvido (IA)

Feixe refletido (IR) T+A+R=1


Transparentes: T > > A + R × T ≈ 1
Translúcidos: T pequeno, porém significante.
Opacos: T < < A + R e T ≈ 0

Figura 3. Resumo da interação da radiação com materiais sólidos e comportamento dos


materiais de acordo com a transmissão da radiação.

Como pode ser observado na Figura 1, o valor da transmissividade altera a


estrutura dos materiais. Podemos ver duas peças de xadrez diferentes: uma
translúcida, outra transparente. Os materiais que permitem que os feixes
sejam transmitidos apresentam maior transparência, conforme a Figura 3.
A quantização é a propriedade que nos permite identificar a luz como
partícula. Na interação da luz com os materiais, o feixe de luz pode ser ab-
sorvido, transmitido e/ou refletido. Dependendo da forma como o feixe
interage com os materiais, algumas aplicações podem surgir, como veremos
na próxima seção.
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Aplicações dos fenômenos e propriedades


ópticas
Os materiais metálicos têm um preenchimento parcial de elétrons em sua
banda energética. Como consequência, os metais se apresentam opacos, pois
as radiações incendidas excitam os elétrons para um estado mais energético
(Figura 4a). Com isso, a radiação é absorvida (como mostrou a Equação 1).
Todos os comprimentos de onda da radiação visível são absorvidos (como
vimos na Figura 2) pelos metais, em razão da disponibilidade de estados
energéticos eletrônicos não preenchidos, o que permite transições eletrônicas
entre esses espaços.
Nesse contexto, os metais são opacos para todas as radiações eletromag-
néticas, desde as ondas de rádio, passando pelas radiações infravermelha e
visível, até aproximadamente a metade da radiação ultravioleta. Tornam-se,
então, transparentes (ocorre transmissão) para as radiações de alta frequência,
raios X e gama. Nessas frequências, os elétrons não conseguem ser excitados
e promovidos a bandas de maiores energias, absorvendo a radiação fornecida
(CALLISTER, 2020; SMITH; HASHEMI, 2012).
Uma grande porcentagem da luz absorvida é reemitida a partir da superfície
do metal na forma de luz visível com o mesmo comprimento de onda, que
aparece como luz refletida. Na verdade, o que ocorre é uma mudança eletrônica
que ocasiona a nova radiação (Figura 4b). A maioria dos metais reflete a maior
parte da energia, mas uma pequena parte, em torno de 5%, é dissipada na
forma de calor (CALLISTER, 2020; KNIGHT, 2009; SMITH; HASHEMI, 2012).

Espaços
vazios
∆E ∆E
Energia

Energia

Fóton emitido

Espaços
preenchidos

Fóton absorvido
A B

Figura 4. (a) Absorção da energia emitida por um metal, representação do ganho energético
de um elétron. (b) Reemissão de energia (fóton) quando o elétron deixa uma banda mais
energética e passa para uma de menor energia.
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Em virtude da estrutura da banda de energia dos elétrons, os materiais


não metálicos podem ser transparentes à luz visível. Já sabemos que, além
da reflexão e da absorção, temos que considerar o fenômeno da transmissão
(como vimos na Figura 3), além de entender uma nova propriedade óptica: a
refração (CALLISTER, 2020).
No fenômeno da transmissão em um material transparente, a radiação,
ou feixe de luz, perde parte da energia quando atravessa o material e, por
consequência, tem a sua velocidade diminuída. Com isso, ao sair do material,
o feixe tem uma alteração na sua direção. A Figura 5 apresenta um exemplo
dessa mudança de direção, a refração.
Como essa alteração de velocidade é intrínseca a cada material, podemos
definir uma outra propriedade óptica: o índice de refração, que é a razão
entre a velocidade da luz e a velocidade no meio considerado (Equação 3).

(3)

Figura 5. Refração do feixe de luz ao ser transmitido do ar para o vidro de soda-cal-sílica


(vidro comum de janela).
Fonte: Smith e Hashemi (2012, p. 583).

A Figura 5 apresenta um esquema de refração de um feixe de luz quando


atravessa o vidro de uma janela. Ao atravessar a janela, o feixe de luz vindo
do ar é desacelerado, porque o vidro da janela é mais denso. Logo, o ângulo
de incidência para o feixe de luz é maior do que o ângulo de refração (SMITH;
HASHEMI, 2012).
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Nesse fenômeno da refração, os índices para a radiação passando de


um meio com índice de refração n para outro com índice de n' se relacionam
com o ângulo de incidência φ e o ângulo de refração φ', conforme Equação
4, conhecida como Lei de Snell.

(4)

Quando a luz atravessa um meio com alto índice de refração para outro com
baixo índice, existe um valor crítico para o ângulo de refração, denominado
φc, que, se ultrapassado, causará reflexão interna total da luz. Esse ângulo φc
é definido para φ' (refração) = 90° (SMITH; HASHEMI, 2012). A Figura 6 mostra
um exemplo para o valor crítico do ângulo na refração.

Figura 6. Ângulo crítico φc para reflexão interna total da luz passando de um meio com alto
índice de refração n para outro com baixo índice de refração n’.
Fonte: Smith e Hashemi (2012, p. 583).

A Figura 6 mostra que, quando um raio de luz passa de um meio para


outro com baixo índice de refração, o raio de luz refrata-se, afastando-se
da reta normal perpendicular à superfície. Pode-se observar que, a partir
de determinado ângulo de incidência, não há mais refração. Esse ângulo é
denominado ângulo crítico. Isso fica evidente comparando-se os raios 1 e
2 na Figura 6: o ângulo do raio 1, ângulo crítico, produz um raio totalmente
refratado quando o feixe atravessa o meio com diferentes índices de refração.
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O fenômeno da refração pode ser observado na dispersão de um


feixe de luz branca nas suas cores componentes, ou “arco-íris”, por
um prisma de vidro (Figura 7). A separação das cores que vemos ocorre pois cada
cor é defletida de forma diferente por causa do índice de refração. A imagem que
ficou consagrada pela banda Pink Floyd nada mais é do que uma representação
gráfica do fenômeno da refração.

Figura 7. Prisma que recebe um feixe de luz branca e transmite esse feixe, transformando-o
no espectro de cores que lembram um arco-íris.
Fonte: Pixabay.com/BlenderTimer.

Já os materiais plásticos, com relação a sua estrutura, podem variar entre


cristalinos, não cristalinos, parcialmente cristalinos, com algumas regiões
cristalinas, etc. Plásticos não cristalinos têm grande transparência. Embora
existam regiões cristalinas com índice de refração mais alto do que a matriz
não cristalina, se essa matriz tiver tamanho maior do que o comprimento de
onda da luz que estiver incidindo, a radiação será espalhada por reflexão e
refração. Como consequência, o material deixa de ser menos transparente.
Já a transparência de outros plásticos parcialmente cristalinos pode variar,
dependendo principalmente do grau de cristalinidade, do conteúdo de im-
purezas e da matriz (SMITH; HASHEMI, 2012).
Nos vidros, uma pequena parte da luz que incide na superfície é refle-
tida pela superfície polida. Essa pequena quantidade depende do índice de
refração n do vidro e do ângulo de incidência da luz que atinge o vidro. Para
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incidência normal da luz (isto é, φi = 90°), a fração de luz refletida R (refle-
tividade) por uma única superfície pode ser determinada pela Equação 5:

(5)

Por exemplo, se calcularmos a refletividade de uma janela quando incide


um feixe de luz, quando n = 1,45, calculamos com auxílio da Equação 5 o valor
de R igual a 3,37%, quando multiplicamos por 100.
Já a luz absorvida por uma placa de vidro é transmitida por ele de modo
que a intensidade da luz diminui à medida que a sua trajetória aumenta. A
relação entre a fração de luz que chega, I0 , e a fração de luz que sai, I, de uma
folha ou placa de vidro isenta de espalhamento e de espessura t pode ser
representada na Equação 6:

(6)

onde α é chamado de coeficiente de absorção linear e tem a mesma unidade


da espessura da placa de vidro (SMITH; HASHEMI, 2012).
Confira os valores dos índices de refração para vários meios no Quadro 1.

Quadro 1. Índices de refração conforme o meio.

Meio n

Vácuo exatamente 1,00

Ar (real) 1,0003

Água (aceito) 1,00

Água 1,33

Álcool etílico 1,36

Óleo 1,46

Vidro (comum) 1,50

Plástico poliestireno 1,59

Zircônio cúbico 2,18

Diamante 2,41

Silício (no infravermelho) 3,50

Fonte: Knight (2009, p. 707).


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Luminescência, fotoluminescência e
catodoluminescência
A radiação visível (luz visível) pode ser produzida por meio de dois fenômenos:
incandescência ou luminescência. A incandescência acontece, por exemplo,
nas antigas lâmpadas incandescentes e na resistência do chuveiro, em que a
emissão da luz ocorre por causa do aquecimento de um filamento de metal.
Ocorre, também, no aquecimento de brasas.
Já a luminescência ocorre nas lâmpadas fluorescentes, que substituíram
as incandescentes. Nesse processo, a luz é emitida quando os fótons são
absorvidos e depois reemitidos, fazendo com que os elétrons decaiam nas
bandas de energia, passando de um estado mais energético para um menos
energético, emitindo luz visível ou quase visível. A energia absorvida excita
os elétrons do material luminescente da banda de valência para a banda
de condução. Os elétrons excitados no fenômeno da luminescência descem
para níveis energéticos mais baixos. Se a emissão ocorrer dentro de 10-8
segundos após a excitação, a luminescência é chamada fluorescência e, se a
emissão ocorrer depois de 10-8 segundos, ela é denominada fosforescência
(CALLISTER, 2020; SMITH; HASHEMI, 2012).
A luminescência é produzida pelo fósforo, que tem a capacidade de ab-
sorver radiação de pequeno comprimento de onda e alta energia e, espon-
taneamente, emitir radiação luminosa de longo comprimento de onda e
baixa energia. O espectro da emissão é controlado pela adição de impurezas
chamadas ativadores. Os processos de luminescência são classificados de
acordo com a fonte de energia para a excitação dos elétrons. Dois tipos
importantes industrialmente são fotoluminescência e catodoluminescência
(CALLISTER, 2020; SMITH; HASHEMI, 2012).
Na lâmpada fluorescente comum, a fotoluminescência converte a radia-
ção ultravioleta de um arco de vapor de mercúrio com baixa pressão em luz
visível empregando um fósforo de halofosfato. Já na catodoluminescência,
a luminescência é produzida por um cátodo energizado que gera um feixe
de elétrons de bombardeio com alta energia. As aplicações desse fenômeno
incluem o microscópio eletrônico, o osciloscópio de raios catódicos e a tela
do televisor em cores. Podemos encontrá-lo, também, nos avisos de saída de
emergência, nas pulseiras de festas (quimiluminescência) e nos vagalumes
(bioluminescência) (CALLISTER, 2020; SMITH; HASHEMI, 2012).
Nesta seção, estudamos as propriedades ópticas dos materiais metálicos
e dos materiais não metálicos. Vimos como a interação da luz com a estrutura
desses materiais pode produzir propriedades interessantes, como a lumi-
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nescência, a fotoluminescência e a catodoluminescência. Na próxima seção,


vamos conferir como acontece essa interação com a estrutura dos materiais.

Interação das propriedades ópticas com a


estrutura dos materiais
Já vimos que a radiação pode se comportar como uma onda eletromagnética,
campos elétrico e magnético que oscilam rapidamente. Na faixa de compri-
mentos de onda do espectro visível (como vimos na Figura 2), o campo elétrico
da onda interage com a nuvem eletrônica do átomo, promovendo uma pola-
rização eletrônica, isto é, agrupando os elétrons em posições preferenciais,
a cada variação da onda eletromagnética. Essa orientação promove duas
consequências (CALLISTER, 2020):

„ parte da radiação pode ser absorvida;


„ as ondas têm as suas velocidades reduzidas.

A partir da segunda consequência, conseguimos observar o fenômeno da


refração, que foi discutido anteriormente.
Já as transições eletrônicas de bandas mais energéticas para bandas me-
nos energéticas, ou vice-versa, geralmente estão envolvidas nos fenômenos
da absorção e da emissão (ou remissão) da luz. Quando isso ocorre, como
na absorção de um fóton e na promoção do elétron a um nível mais energé-
tico (Figura 4a), existe um ganho no valor de ΔE, que tem valores discretos,
específicos, dependentes do comprimento de onda da radiação absorvida,
conforme vimos na Equação 1 (CALLISTER, 2020).

Os elétrons não permanecem indefinidamente em uma posição es-


pecífica, seja ela de baixa, seja de alta energia, depois de excitado.
Após um pequeno intervalo de tempo, ele cai ou decai novamente para o seu
estado fundamental, com reemissão de radiação eletromagnética. Em qualquer
caso, deve haver uma conservação da energia nas transições eletrônicas de
absorção e de emissão. Como vimos, as características ópticas dos materiais
sólidos relacionadas à absorção e à emissão de radiação eletromagnética
são explicadas em termos da estrutura da banda eletrônica do material e dos
princípios relacionados às transições eletrônicas (CALLISTER, 2020).
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Em virtude da absorção seletiva de energia, os materiais transparentes


apresentam aparência colorida. Isso se deve à combinação dos comprimentos
de onda transmitidos. Se a luz é absorvida uniformemente para todos os
comprimentos de onda visíveis (Figura 2), o material se apresentará incolor.
Em geral, as absorções seletivas acontecem por excitação de elétron, que
é o caso dos materiais semicondutores. Em se tratando das cerâmicas iso-
lantes, são as impurezas específicas as responsáveis pela emissão de fóton
durante o serviço. Portanto, a cor do material é uma função da distribuição
dos comprimentos de onda no feixe transmitido para os polímeros puros
(sem aditivos e impurezas) (CALLISTER, 2020).
A Figura 8 mostra a comparação entre o comportamento de um feixe de
luz interagindo com um rubi e com uma safira. A interação da luz com esses
corpos produz cores diferentes.

Violeta Verde Laranja


90

Azul Amarelo Vermelho


80
Safira
Transmitância (%)

70

60
Rubi

50

40
0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
Comprimento de onda, (mm)

Figura 8. Comparação da cor gerada para uma pedra de rubi e uma de safira quando um feixe
de luz visível interage com a estrutura desses materiais.
Fonte: Callister (2020, p. 765).

Neste capítulo, vimos que a radiação eletromagnética é explicada tanto


pela física clássica — que mostra seu comportamento de modo ondulatório,
a composição de campos elétricos e magnéticos — quanto pela mecânica
quântica — que explica que a radiação eletromagnética é composta por
fótons, isto é, quantidades determinadas de energia. Conhecemos, também,
os detalhes da ação da luz nos materiais sólidos, com o exemplo da diferença
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de objetos transparentes e translúcidos em razão da transmissividade da luz.


Outra propriedade importante para o estudo foi a quantização, que permite
identificar a luz como partícula. A aplicação dos fenômenos e das propriedades
óticas foi abordada com exemplos, principalmente, de materiais metálicos
e não metálicos, e da ocorrência de luminescência, fotoluminescência e
catodoluminescência. Por fim, estudamos como as propriedades ópticas
interagem com a estrutura dos materiais, seja por meio de polarização ele-
trônica, transição eletrônica ou ocorrência de cor.

Referências
CALLISTER, W. D. Fundamentos da ciência e engenharia de materiais: uma abordagem
integrada. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2020.
KNIGHT, R. D. Física: uma abordagem estratégica. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009. v. 2.
SMITH, W. F.; HASHEMI, J. Fundamentos de engenharia e ciência dos materiais. Porto
Alegre: AMGH, 2012.

Leituras recomendadas
AMAZONAS, J. R. A. Projeto de sistemas de comunicações ópticas. Barueri: Manole, 2005.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física. 10. ed. Rio de Janeiro:
LTC, 2018. v. 4.
SERWAY, R. A.; JEWETT JR., J. W. Princípios de física. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning
Brasil, 2014. v. 4.
TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC,
2009. v. 2.

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