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Ciência dos Materiais

Prof Vinícius Dantas – vinicius.dantas@ufrpe.br

Propriedades ópticas
Introdução
• “Luz nos traz as novidades do Universo. Vinda do Sol e das
estrelas, diz-nos de sua existência, suas posições, movimentos e
constituições. Vindo de objetos ao nosso redor, vemos o nosso
caminho ao redor do mundo. A luz é o grande transportador de
energia no mundo e no universo. Luz proveniente de átomos e
moléculas nos conta sobre sua estrutura interna, os movimentos
de seus elétrons e núcleos, e as regras misteriosas da teoria
quântica que regem esses movimentos“.

Sir William Henry Bragg


Introdução
• Por propriedade óptica subentende-se a resposta de um
material à exposição a uma radiação eletromagnética e,
em particular, à luz visível.
Ondas eletromagnéticas

Espectro eletromagnético. HALLIDAY, David, RESNICK, Robert, WALKER, Jearl.


Fundamentos de Física - Vol. 4 - Óptica e Física Moderna, 10ª edição. LTC, 06/2016
Ondas eletromagnéticas
• No sentido clássico, a radiação eletromagnética é
considerada de natureza ondulatória, consistindo em
componentes de campo elétrico e de campo magnético
perpendiculares entre si e também em relação à direção
de propagação
• (a) Uma onda eletromagnética representada por
um raio e duas frentes de onda; as frentes de onda
estão separadas por um comprimento de onda λ.
(b) A mesma onda, representada por um
“instantâneo” do campo elétrico e do campo
magnético em vários pontos do eixo x pelos quais a
onda passa com velocidade c. No ponto P, os
campos variam com o tempo. A componente
elétrica da onda é constituída apenas por campos
elétricos; a componente magnética é constituída
apenas por campos magnéticos.
HALLIDAY, David, RESNICK, Robert, WALKER, Jearl. Fundamentos de Física - Vol. 4
- Óptica e Física Moderna, 10ª edição. LTC, 06/2016
Ondas eletromagnéticas
• Toda radiação eletromagnética atravessa o vácuo na
mesma velocidade, a velocidade da luz – ou seja, 3 × 108
m/s. Essa velocidade, c, está relacionada à
permissividade elétrica do vácuo ϵ0 e à permeabilidade
magnética do vácuo μ0
Ondas eletromagnéticas

Polarização. HALLIDAY, David, RESNICK, Robert, WALKER, Jearl. Fundamentos de Física


- Vol. 4 - Óptica e Física Moderna, 10ª edição. LTC, 06/2016
Ondas eletromagnéticas

Reflexão e Refração. HALLIDAY, David, RESNICK, Robert, WALKER, Jearl. Fundamentos de Física - Vol. 4 - Óptica e Física
Moderna, 10ª edição. LTC, 06/2016
https://www.microscopyu.com/tutorials/refraction
Interação da luz com sólidos

em que T, A e R representam, respectivamente, a transmissividade (IT/I0), a


absortividade (IA/I0) e a refletividade (IR/I0), ou as frações da luz incidente que são
transmitida, absorvida e refletida por um material
Interações atômicas e
eletrônicas
Propriedades ópticas dos metais
Propriedades ópticas dos metais
• Transmissão ≈ 0; ·
• Refletividade : (∑ luz refletida + luz re-emitida) ~ 0,90 – 0,95;
• Fração de ~ 0,1 →dissipada em forma de calor.
• Uma vez que os metais são opacos e altamente refletivos, a
cor percebida é determinada pela distribuição dos
comprimentos de onda da radiação refletida e não
absorvida. Uma aparência prateada brilhante quando o
metal é exposto a uma luz branca indica que o metal é
altamente refletivo em toda a faixa do espectro visível
(Exemplo Al e Ag)
• O cobre e o ouro têm aparência vermelho-alaranjada e
amarelada, respectivamente, pois uma parte da energia
associada aos fótons de luz com menores comprimentos de
onda não é reemitida na forma de luz visível
Propriedades ópticas dos
não metais
• Refração

• Reflexão

• Absorção

• Transmissão
Refração

◼ A luz transmitida do
interior de um material
transparente tem sua
velocidade diminuída.

◼ Há o desvio da direção
da luz em relação ao
trajeto inicial (lei de
Snell)

◼ O desvio, depende do
comprimento de onda
da luz incidente.
Refração

Refração → polarização eletrônica (luz


visível)

O tamanho dos átomos influencia na


polarização eletrônica

Maior átomo → Maior a Polarização Eletrônica


→ Menor v , Maior n.
Exemplo: Vidro comum tem n=1,5 adiciona PbO
pode chegar a n=2,1 (vidro tipo cristal).

n depende da estrutura cristalina:


Cúbicos – n é isotrópico
Não-cúbicos – n é maior na direção
onde a densidade de átomos é maior.
Reflexão
◼ Quando a luz atravessa a interface entre 2 meios
com índices de refração diferentes (n1 e n2),
mesmo que os dois meios sejam transparentes,
parte da luz é refletida na superfície.
Raios incidentes perpendiculares à
refletividade superfície plana (Reflexão especular)

A refletividade em lentes pode ser melhorada através do recobrimento com filmes dielétricos
(em geral cristais iônicos como MgF2)
Reflexão
• Reflexão difusa
• Quando a luz atinge uma superfície rugosa, a reflexão passa a
ter uma componente difusa. É a componente reflexão difusa
que nos permite ver os objetos quando iluminados, a sua
textura e a sua cor, e nos permite distingui-los do ambiente
• A componente reflexão difusa cresce à custa da componente
reflexão especular. Uma superfície formada por pó granulado
fino apresenta somente a componente reflexão difusa, ao
contrário da superfície de um espelho em que só se manifesta
a componente reflexão especular
Absorção
Para não-metais: Opacos ou transparentes
Se transparente → colorido
A absorção se dá por:
Polarização Eletrônica e Transições de elétrons entre a
BV e BC
Elétron Luz visível:
promovido
BC 0,4 m <  < 0,7 m

hc
gap E=
buraco 
Não há promoção de elétrons:
BV
Mínima: E < 1,8 eV ( > 0,7 m)
Máxima: E < 3,1 eV ( < 0,4 m)
Fóton Fóton
absorvido emitido
Coeficiente de absorção - β

◼ Intensidade da radiação
transmitida (não-absorvida) IT ’ :

◼ Io ’ = intensidade da luz não refletida


◼  é o coeficiente de absorção (em mm-1);  grande → alta absorção
Transmissão
A luz transmitida através de um sólido transparente pode ser dada por:

Feixe incidente
Feixe transmitido
Feixe refletido
I 0´ = I 0 (1− R )
´
I R´ = IT R

´ ´ − x
Fração absorvida: I T = I 0 e
Transmissão
• Exemplo

Variação das frações da luz incidente que é transmitida,


absorvida e refletida através de um vidro verde em função do
comprimento de onda
Cor
• “Cor é o aspecto da aparência de objetos e da luz que
depende da composição espectral da energia radiante
que alcança a retina do olho.” (Kurt Nassau – The Physics
and Chemistry of Color)
Cor

Materiais transparentes aparecem coloridos


como conseqüência da absorção de luz com
determinadas freqüências.

A cor é uma combinação


dos comprimentos de
onda que são re-emitidos
após absorção.
Cor
Cor
Cor

Os vidros inorgânicos são coloridos pela incorporação


de íons de transição ou de terras-raras enquanto o
vidro está no estado fundido. Pares cor-íon
representativos incluem o Cu2+, azul-verde; Co2+, azul-
violeta; Cr3+, verde; Mn2+, amarelo; e Mn3+, púrpura.
Esses vidros coloridos também são usados como
esmaltes – revestimentos decorativos sobre peças
cerâmicas

Kurt Nassau - The origins of color in minerals. American Mineralogist, Volume 63, pages 219-229, 1978
Opacidade e translucidez
em isolantes

◼ Isolantes
◼ Depende do espalhamento (reflexão e
transmissão interna) da luz, originada
de:
◼ Contornos de grão
◼ Anisotropia de n
◼ Porosidade
◼ Cristalinidade
Aplicações

◼ Luminescência
◼ Fotocondutividade
◼ LASERS
◼ Fibra Ótica
Luminescência

◼ Capacidade de absorver energia e re-emitir luz visível


◼ Energias:
◼ Calor

◼ Radiação eletromagnética

Classificação por tempo de decaimento


- Longos tempos: Fluorescência
- Curtos tempos: Fosforescência

Substâncias: sulfatos, tungstatos e materiais orgânicos

Exemplos: lâmpadas fluorescentes; interruptores


Fotocondutividade
◼ Semicondutores
◼Células solares

(junções p-n)

◼ LEDS
(light emitting-diode)
Fotocondutividade
Fotografia de uma enorme tela de vídeo
de LEDS, situada na esquina da 43ª. Av. e a
Broadway em NY

Campo de células Fotovoltaicas,


Alemanha
LASERs
LASERs de diodo
Representações esquemáticas da recombinação
estimulada de elétrons excitados na banda de
condução com buracos na banda de valência para
o laser semicondutor; o que dá origem a um feixe
de laser. (a) Um elétron excitado se recombina
com um buraco; a energia que está associada a
essa recombinação é emitida como um fóton de
luz. (b) O fóton emitido em (a) estimula a
recombinação de outro par elétron excitado-
buraco, resultando na emissão de outro fóton de
luz. (c) Os dois fótons emitidos em (a) e (b), que
têm o mesmo comprimento de onda e estão entre
si, são refletidos pelo espelho totalmente refletor,
de volta para o interior do laser semicondutor.
Além disso, novos elétrons excitados e novos
buracos são gerados por uma corrente que passa
através do semicondutor. (d) e (e) Ao prosseguir
através do semicondutor, mais recombinações
elétron excitado-buraco são estimuladas, que dão
origem a fótons de luz adicionais que também se
tornam parte do feixe de laser monocromático e
coerente. (f) Uma parcela desse feixe de laser
escapa através do espelho parcialmente refletor
em uma das extremidades do material
semicondutor
Fibras ópticas

n1
n2

Projeto de fibra óptica com índice em degrau. (a) Seção transversal


da fibra. (b) Perfil radial do índice de refração da fibra. (c) Pulso de
luz de entrada. (d) Reflexão interna dos raios de luz. (e) Pulso de luz
de saída
Vidro com n1
Vidro com n2

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