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Universidade Federal do Rio Grande Do Norte

Instituto de Química
Química I
Origem dos elementos e moléculas

Rutherford/Bohr Heisenberg/Schrodinger

A Evolução do Modelo Atômico de


Rutherford a Heisenberg/Schrodinger

Sommerfeld De Broglie

NATAL –RN/2024.1 - Prof. Ótom Anselmo de Oliveira


A ESTRUTURA ATÔMICA
O Átomo de Bohr (1913)

Fatos precedentes básicos:


❖ O espectro do hidrogênio: Balmer/Rydberg - 1885
❖ A quantização da energia das radiações: Planck - 1900
❖ O modelo de Rutherford: 1911

Antes de descrever as ideias de Bohr é importante fazer


uma breve análise sobre a espectroscopia e a quantização
da energia radiante.
Espectroscopia
➢ Espectroscopia – técnicas fundamentadas na interação entre matéria e energia radiante
geradoras de dados para interpretações físicas e químicas sobre composição e estrutura
da matéria.

➢ A espectroscopia abriu caminhos para novas concepções sobre o modelo atômico.

De que é constituído o espectro eletromagnético?


Qual a natureza desses constituintes?
Experiências de Newton sobre a luz

❖ Desde tempos remotos se sabia que as cores do arco-íris são geradas pela decomposição da
luz solar. Porém, só no século XVII (1672), Isac Newton descreveu de forma apropriada,
tanto a decomposição quanto a recomposição da luz ao atravessar prismas.
❖ O conjunto das cores geradas pela interferência do prisma constitui o espectro da luz
visível.
❖ Pelos seus trabalhos sobre ótica, Newton é considerado como o precursor da espectroscopia.
➢ Natureza da luz - Interpretação de Newton.
Luz branca

Luz branca

Prisma Prisma

➢ Newton (1672), interpretando experimentos sobre decomposição e recomposição da


luz passando através de prismas, concluiu que a luz era de natureza corpuscular.
❖ Se a luz pode ser decomposta e recomposta é porque a luz é constituída por
partículas.
➢ Natureza ondulatória da luz – Interpretação de Huygens
Difração da luz

Huygens (1678), fundamentado no fenômeno da difração, discordava de Newton e


considerava que a luz seria de natureza ondulatória.
Observação: O fenômeno da difração foi descrito pelo padre Francisco Maria
Grimaldi. Seus trabalhos sobre difração foram publicado postumamente em 1665.
Dupla natureza da luz: ondulatória e corpuscular
➢ Natureza da luz: resumo
❖ Isaac Newton (1642 -1727) – partículas.
❖ Christian Huygens (1629 -1695) – ondulatória.

➢ Newton acreditava que a luz era composta por partículas. Huygens considerava que a
luz era de natureza ondulatória. De certo modo, os dois acertaram, pois, na teoria
quântica, a luz é interpretada como sendo, ao mesmo tempo, onda e partícula.
Dupla natureza da luz: ondulatória e corpuscular

Natureza das radiações eletromagnéticas

04/01/1643 - 31/03/1727 14/04/1629 – 8/07/1695


Dupla natureza da luz: ondulatória e corpuscular
➢ As convicções de Huygens e de Newton vieram a ser evidenciadas com
os experimentos de Young e Hertz no século XIX.

Experiência da dupla fenda Efeito fotoelétrico


Thomas Young (1801) Heinrich Hertz (1887)

Natureza ondulatório Natureza corpuscular


Interferência (Emissão de elétrons)
Composição das radiações eletromagnéticas
➢ A real natureza da luz:

James Clerk Maxwell (1831-1879) – as radiações são constituídas por campos


elétricos e magnéticos perpendiculares entre si que se propagam no espaço sem
necessidade de um meio material para deslocamento.
O que mais se pode dizer sobre a luz?
• É uma das formas de transferência de energia entre sistemas diferentes, sendo
constituída pela combinação de um campo elétrico e de um campo magnético
que se propagam simultaneamente no espaço, um perpendicular ao outro.

x
z

Direção de
propagação

• Essas ondas combinadas são conhecidas como ondas eletromagnéticas.


• Quando provocam o efeito fotoelétrico se comportam como partículas (fótons).
• Quando se difratam se comportam como ondas.
Movimentos dos campos elétrico e magnético de uma radiação

➢ Vista dessa maneira, pode até parecer que uma onda eletromagnética tem uma
estrutura contínua, única. Mas, na realidade, elas se propagam pela geração
simultânea de campos elétricos e campos magnéticos, um gerando o outro, e se
propagando ad infinitum, desde que não sejam absorvidas por um meio material.
Correlações dimensionais das faixas espectrais com objetos

E1, 1, 1 E2, 2, 2 E3, 3, 3 E4, 4, 4, E5, 5, 5, E6, 6,6, E7, 7, 7
700 600 500 400 nm

Dimensões dos vários tipos de radiações eletromagnéticos


Velocidade da luz nos meios materiais
A velocidade da luz num meio material é inferior à velocidade no vácuo e varia com
a frequência das radiações e da natureza do material. No gelo é 229.007.633 m/s.
z

Vácuo 49 °
90 °
Feixe de luz incidente

Índice de refração de um meio (n)


n = velocidade da luz no vácuo dividida pela velocidade através do meio
n = sen90/sen49 n = 1/0,75 = 1,31
Velocidade da luz nos meios materiais
No vácuo a luz tem velocidade constante (299.792.458 m/s).
Ao passar através de meios materiais, quanto maior for a frequência da radiação
menor é a sua velocidade. Radiações do vermelho, por exemplo (menor frequência)
deslocam-se mais depressa do que radiações da faixa do azul (maior frequência).

Velocidade da luz na água (20 °C); v = 225.000 Km/h

n = Índice de refração = c/v


Velocidades e índices de refração de radiações visíveis através de um vidro.

Cores Velocidade (m/s) Índice de refração - n


Vermelho 198.281.560 1,513
Laranja 198.150.594 1,514
Amarelo 197.758.734 1,517
Verde 197.498.354 1,519
Azul 196.335.079 1,528
Violeta 195.822.454 1,532

➢ Cada cor é constituída por um conjunto de radiações com pequenas


diferenças de comprimento de onda () - ou de frequência ().
➢ Vidros diferentes geram resultados diferentes.
➢ Após ultrapassar o meio material, a velocidade da luz volta a ser
299.792.458 m/s.
Quais os parâmetros que
caracterizam as radiações
eletromagnéticas?
Parâmetros característicos das radiações eletromagnéticas
1) Comprimento de onda -  (m, cm, nm, Å)
2) Frequência -  (s-1, Hz) Significado físico de ,  e ῡ.
3) Número de onda - ῡ (m-1 e cm-1) 𝟏
𝑬 = 𝒉 = 𝒉𝒄 = 𝒉𝒄ῡ
4) Energia – E (J, erg, eV) 
5) Amplitude – A (m, cm, Å)
6) Velocidade – c (3.108 ms-1)

ῡ = 3cm-1

➢ A energia das radiações tem correlações unívocas com ,  e ῡ.


Dimensões das faixas espectrais em múltiplos de Hz
KHz Quilohertz 103 THz Terahertz 1012
MHz Megahertz 106 PHz Petahertz 1015
GHz Gigalohertz 109 EHz Exahertz 1018

 em Hz

 em m

6,98 nm 400 nm
Espectro eletromagnético do hidrogênio
Estudos sobre este espectro foram
fundamentais para as proposições de Bohr
na criação do seu modelo atômico
Espectro eletromagnético do hidrogênio

Espectro visível do hidrogênio


Espectro eletromagnético do hidrogênio
Espectro eletromagnético do hidrogênio
➢ Série de Balmer (1885) – Linhas visíveis do espectro do hidrogênio

Linhas Nome  em Å  em nm n
Vermelha Hα 656 6565 3
Verde Hβ 486 4863 4
Azul H 434 4342 5
Violeta H 410 4103 6

𝒏𝟐 b é a constante de Balmer
➢ Equação de Balmer 𝒏 = 𝒃 𝟐 b = 3.644 →Å
𝒏 − 𝟐𝟐
b = 364,6 → nm
b = 1,097.107 → m-1

𝒏𝟐 𝒏𝟐 𝟏 𝟏 𝟏
𝒏 = 𝟑. 𝟔𝟔𝟒 𝟐 𝒏 = 𝟑𝟔𝟒, 𝟒 𝟐 = 𝟏, 𝟏. 𝟏𝟎𝟕 𝟐 − 𝟐
𝒏 − 𝟐𝟐 𝒏 − 𝟐𝟐 𝝀 𝒏 𝟐
Espectro eletromagnético do hidrogênio
Espectro do hidrogênio do ultravioleta ao infravermelho

Série de Rydberg 1  1 1  R = 1,0967.107 m-1



=R 2 - 2
 2 n 
➢ Todas as séries do H 1  1 1  R = 1,0974.10 7 m-1
= R 2 − 2 
  n1 n2  R - Constante de Rydberg
Convertendo R em 0 (frequência fundamental de Rydberg): 0 = 3,292.1015 Hz
𝟏
=𝒄 = 𝒄ῡ  = 𝒄ῡ  = 𝟑. 𝒙 𝟏𝟎𝟖 𝒙 𝟏, 𝟎𝟗𝟕𝟒 𝒙 𝟏𝟎𝟕 = 3,292.1015 Hz

Cálculos das energias das linhas da série de Balmer
Cálculos com a equação de Balmer Cálculos com a equação de Rydberg

𝒏𝟐 1 𝟕
𝟏 𝟏
𝝀𝒏 = 𝒃 𝟐 = 𝟏, 𝟎𝟗𝟕. 𝟏𝟎 −
𝒏 − 𝟐𝟐 λ 𝒏𝟐𝒇 𝒏𝟐𝒊

𝟑𝟐 𝟏 𝟕
𝟏 𝟏
𝝀 = 𝟑𝟔𝟒, 𝟓 𝟐 𝟐
= 𝟔𝟓𝟔, 𝟏 𝒏𝒎 = 𝟏, 𝟏. 𝟏𝟎 𝟐
− 𝟐 = 𝟏, 𝟓𝟑. 𝟏𝟎𝟔 𝒎−𝟏
𝟑 −𝟐 𝝀 𝟐 𝟑

➢ Cálculos dos comprimento de onda e o número de onda da linha menos energética da


série de Balmer para a qual o valor de n é 3.

Linhas Nome  em Å  em nm n
Vermelha Hα 656 6565 3
Verde Hβ 486 4863 4
Azul H 434 4342 5
Violeta H 410 4103 6
Comprimentos de onda e números de onda das linhas da série de Balmer

Cálculos com a equação de Balmer Cálculos com a equação de Rydberg

𝒏𝟐 1 𝟕
𝟏 𝟏
𝝀𝒏 = 𝒃 𝟐 = 𝟏, 𝟎𝟗𝟕. 𝟏𝟎 −
𝒏 − 𝟐𝟐 λ 𝒏𝟐𝒇 𝒏𝟐𝒊

𝟑𝟐 𝟏 𝟕
𝟏 𝟏
𝝀 = 𝟑𝟔𝟒, 𝟓 𝟐 𝟐
= 𝟔𝟓𝟔, 𝟏 𝒏𝒎 = 𝟏, 𝟏. 𝟏𝟎 𝟐
− 𝟐 = 𝟏, 𝟓𝟑. 𝟏𝟎𝟔 𝒎−𝟏
𝟑 −𝟐 𝝀 𝟐 𝟑

𝟒𝟐 𝟏 𝟏 𝟏
𝝀 = 𝟑𝟔𝟒, 𝟓 𝟐 = 𝟒𝟖𝟔, 𝟎 𝒏𝒎 = 𝟏, 𝟏. 𝟏𝟎 𝟕
− 𝟐 = 𝟐, 𝟎𝟔. 𝟏𝟎𝟔 𝒎−𝟏
𝟒 − 𝟐𝟐 𝝀 𝟐 𝟐 𝟒

𝟓𝟐 𝟏 𝟏 𝟏
𝝀 = 𝟑𝟔𝟒, 𝟓 𝟐 𝟐
= 𝟒𝟑𝟒, 𝟎 𝒏𝒎 = 𝟏, 𝟏. 𝟏𝟎 𝟕
− 𝟐 = 𝟐, 𝟎𝟔. 𝟏𝟎𝟔 𝒎−𝟏
𝟓 −𝟐 𝝀 𝟐 𝟐 𝟓

𝟔𝟐 𝟏 𝟏 𝟏
𝝀 = 𝟑𝟔𝟒, 𝟓 𝟐 𝟐
= 𝟒𝟏𝟎, 𝟎 𝒏𝒎 = 𝟏, 𝟏. 𝟏𝟎 𝟕 − 𝟐 = 𝟐, 𝟎𝟔. 𝟏𝟎𝟔 𝒎−𝟏
𝟔 −𝟐 𝝀 𝟐 𝟐 𝟔
Obs.: a notação nf refere-se ao nível para o qual o elétron retornou após ser excitado
para o nível ni.
O vídeo seguinte é bastante esclarecedor sobre o espectro do hidrogênio

https://www.youtube.com/watch?v=bi_-Wl08sAM
Quantização da energia radiante
Séries espectrais do hidrogênio
Nome da série Descoberta Região do espectro Valor de m Valor de n
Lyman 1906-1914 UV 1 2, 3, 4, …..
Balmer 1885 UV/Visível 2 3, 4, 5, …..
Paschen 1908 IR 3 4, 5, 6, …..
Brackett 1922 IR 4 5, 6, 7, …..
Pfund 1924 IR 5 6, 7, 8, …..
Humpreys 1953 IR 6 7, 8, 9, .....

Esta equação empírica se constituiu em um dos pilares de


suporte para a teoria de Bohr sobre o modelo atômico.

Por quê existem linhas finas e largas


Hidrogênio – Primeiro espectro analisado
Séries espectrais o hidrogênio (espectro de emissão)
Nome da série Data de Região do Valor de nf Valor de ni λ das transições em
descoberta espectro nm
Lyman 1906-1914 UV 1 2, 3, 4, ….. 91,2 ─ 121,6
Balmer 1885 UV/Visível 2 3, 4, 5, ….. 364,6 ─ 656,3
Paschen 1908 IR 3 4, 5, 6, ….. 820,4 ─ 1.875
Brackett 1922 IR 4 5, 6, 7, ….. 1.458 ─ 4.051
Pfund 1924 IR 5 6, 7, 8, ….. 2.279 ─ 7.460
Humpreys 1953 IR 6 7, 8, 9, ..... 3.282 ─ 12.370

1 1 1
= R ( 2 - 2 ) Equação de Rydberg
 n f ni

➢ As linhas que aparecem no espectro se devem a transições eletrônicas entre


estados energéticos do hidrogênio.
Transições eletrônicas determinantes das linhas espectrais do hidrogênio

1 eV =1,602 x 10-19 joul


1 eV =2,418 x 1014 Hz

Gás (H2) quente


Espectro eletromagnético do hidrogênio
Espectro eletromagnético do hidrogênio

➢ As linhas do espectro do hidrogênio são composta por conjuntos de linhas mais


estreitas (as estruturas finas do espectro). A vermelha é composta por 7 linhas finas.

Linhas visíveis - série de Balmer


26

25

24

23
Linhas de emissão de transições de
níveis superiores para o nível 2. (ni → 2)

A linha menos energética da série de


Balmer é composta por 7 linhas separadas
por pequenas diferenças de energia, todas
juntas formam a linha vermelha.

As outras linhas são compostas por um


número ainda maior de linhas espectrais.
Espectroscopia e quantização da energia radiante

Fonte de Espectro contínuo


luz branca

Lâmpada de Espectro de emissão de linhas do hidrogênio


hidrogênio

Fonte de
luz branca Espectro de absorção de linhas do hidrogênio

H2
Quantização da energia radiante

Hipóteses de Planck (1900)

❖ Havia restrições para os conteúdos de energias emitidos pelos corpos aquecidos.

❖ Essas emissões seriam constituídas por pacotes (quanta) de energia.

❖ A energia de cada quantum seria dada por.

E = h = hc/ = hcῡ

h = 6,63 x 10-34 Js

Planck se baseou nas intensidades de radiações emitidas


por corpos aquecidos para criar estas hipóteses.
Quantização da energia radiante
Radiações emitidas por corpos aquecidos
➢ Um corpo em qualquer temperatura emite radiações. Os  mais emitidos pelo corpo são
tanto menores quanto mais alta for a sua temperatura. (Radiações térmicas).
➢ Será que as radiações podem apresentar qualquer energia?

Emissores/absorvedores ideais – corpos negros.


O dispositivo idealizado para estudar estes fenômenos é conhecido como corpo negro.
Quantização da energia radiante

➢ O aumento da temperatura faz aumentar a emissão de radiações de menores comprimento de


onda até um valor, λmax. A partir daí, a intensidade de radiações emitidas passa a ser decrescente.

λmax é o comprimento de onda da radiação emitida em maior intensidade.


Quantização da energia radiante
Radiação de um corpo negro
❖ Corpo negro é um dispositivo idealizado para se estudar as emissões de um corpo
qualquer. (Corpo negro ideal não existe).

❖ O corpo negro pode ser considerado um absorvente

ideal e, consequentemente, um emissor ideal.

❖ Rayley-Jeans e Boltzamann concluíram que a intensidade

de radiações de um dado comprimento de onda emitidas

por um corpo negro seria dado pelo equação:

8kT Eq de Rayley-Jeans e Boltzamann


I= 4

Quantização da energia radiante
Lei de Stefan-Boltzmann
8kT
I= 4

➢ Se esta equação expressasse a realidade, com o aumento da temperatura, a
intensidade de emissão de radiações de maior energia (maior frequência) tenderia
para infinito.

➢ Esta possibilidade irreal ficou conhecida como a catástrofe do ultravioleta.

➢ Com suas ideias Planck equacionou a curva das emissões de radiações


eletromagnéticas em cada temperatura
A ESTRUTURA ATÔMICA

Radiação de um corpo negro

8kT
I= 4

Equação de Plank

➢ A equação de Boltzamann só se aplica a regiões de baixa energia. A intensidade de emissão de


maior energia (ultravioleta) tenderia para infinito em temperaturas mais elevadas.

➢ Esse fato ficou conhecido como A CATÁSTROFE DO ULTRAVIOLETA.


A Catástrofe do Ultravioleta (expressão usada em 1911 por Paul Ehrenfest)

Uma das primeiras falhas observada nas teorias clássicas da Física surgiu em estudos sobre a emissão de
radiações eletromagnéticas por um corpo negro.
Corpo negro é idealizado como sendo qualquer corpo capaz de absorver todas as radiações que incidam
sobre ele e, consequentemente, capaz de emitir radiações de todos os comprimentos de onda.
Analisando as intensidades das radiações emitidas por um corpo cujo comportamento se aproxime ao que
é idealizado para um corpo negro, Rayleigh-Jeans e Boltzaman definiram a intensidade das radiações de
cada comprimento de onda emitidas se relaciona com a temperatura conforme a equação:

Por essa equação, percebe-se que a emissão de radiações em cada temperatura aumenta com a diminuição
do comprimento de onda das radiações, tendendo a valores infinitos para as radiações de menores λ, até
mesmo em baixas temperaturas. Tal possibilidade ficou conhecida como catástrofe do ultravioleta. Se
ocorresse, se contraporia ao princípio da conservação da energia..
Max Planck, com suas teorias sobre as radiações eletromagnéticas, desenvolveu uma equação que
solucionou os problemas contidos na equação de Rayleigh-Jeans e Boltzaman.
Quantização da energia radiante
Radiação de um corpo negro

O aumento da temperatura faz aumentar a emissão de radiações de maior energia, mas só de


radiações de certos comprimentos de onda.
Qual seria a razão para isso?
Espectroscopia e quantização da energia radiante

Hipóteses de Planck (1900) - Quantização da energia radiante

1) Haveria restrições para o conteúdo energético das radiações emitidas.


▪ Essa restrição era evidenciada pelo limite no aumento de intensidade de emissão de
radiações de maiores energias, observada em cada temperatura.

▪ Não se sabia porque isso acontecia.

2) As radiações seriam constituídas por quanta de energia.

3) A energia de cada quantum seria dada por.

E = h = hc/ = hcῡ

h = 6,63 x 10-34 Js
Quantização da energia radiante – Amostra 1

Intensidade de emissões →

3
2
1
Comprimento de onda (λ) →
❖ Transições possíveis: ocorrem de um nível para outro, sem estados intermediários.
❖ Emissão mais energética: ∞ → 1. Emissão menos energética: ∞ → (∞ - 1).
❖ O nível ∞ é o nível de ionização da amostra. Neste exemplo, em T = 5.000 K
elétrons não alcançam o nível de ionização da amostra.

Temperaturas 500 K 2.000 K 5.000 K


Quantização da energia radiante – Amostra 2
Intensidade de emissões →

Comprimento de onda (λ) →

❖ Transições possíveis: ocorrem de um nível para outro, sem estados intermediários.


❖ Emissão mais energética: ∞ → 1. Emissão menos energética: ∞ → (∞ - 1).
❖ O nível ∞ é o nível de ionização da amostra. Neste exemplo, em T = 5.000 K é
alcançado o limiar de ionização da amostra.
Temperaturas 500 K 2.000 K 5.000 K
6,00E+00

5,00E+00
500 K
Equação de Planck para radiação
emitida por um corpo negro:
4,00E+00

3,00E+00

2,00E+00

Curva construída com planilha Excel


1,00E+00

0,00E+00
0,00E+00 5,00E-06 1,00E-05 1,50E-05 2,00E-05 2,50E-05 3,00E-05 3,50E-05 4,00E-05 4,50E-05


-1,00E+00
3,00E+01
700 K

2,50E+01

Equação de Planck para radiação


emitida por um corpo negro:
2,00E+01

1,50E+01

1,00E+01

Curva construída com planilha Excel


5,00E+00

0,00E+00
0,00E+00 5,00E-06 1,00E-05 1,50E-05 2,00E-05 2,50E-05 3,00E-05 3,50E-05 4,00E-05 4,50E-05

-5,00E+00
Quantização da energia radiante
Outra evidência da quantização da energia radiante
O Efeito Fotoelétrico - Heinrich Hertz

E = h Ec = h - I

Luz UV Elétrons

O efeito fotoelétrico pode gerar corrente elétrica ou ejetar elétrons.


Quantização da energia radiante
➢ Experiência de Hertz
Quantização da energia radiante
O Efeito Fotoelétrico
➢ James Maxuell (1863) – propôs a existência das ondas eletromagnéticas.

➢ Heinrich Hertz (1887) - descobriu acidentalmente.


➢ Wilhelm Hallwachs (1888) – placa “iluminada” por feixe de luz fica positiva.

➢ Thomson (1900) - postulou que isso se devia a emissão de elétrons (e/m).

➢ Lenard (1903) – Mostrou que a energia dos elétrons emitidos independe da intensidade da
luz incidente (I).

➢ Schweidler (1904) – Mostrou que a energia dos elétrons emitidos depende da frequência
das radiações incidentes.

➢ Einstein (1905) – postulou que 1 quantum de luz transfere toda sua energia para
1 elétron e que a energia cinética do elétron ejetado é dada por:
Ec = h - f (f é a função trabalho, igual a energia de ionização)
Quantização da energia radiante
O Efeito Fotoelétrico – Conclusões de Einstein

1) Na colisão, a energia do fóton incidente (Ei) passa para o elétron.

2) O elétron é ejetado se h for superior à energia que liga o elétron ao átomo.

3) A energia cinética do elétron ejetado depende da energia do fóton incidente.

4) Aumento da incidência de uma radiação não aumenta a Ec do elétron ejetado.

5) O aumento da incidência de fótons aumenta a quantidade de elétrons emitidos.

Ei = E0 + Ec

hi = h0 + 1/2mv2


Quantização da energia radiante
➢ O Efeito Fotoelétrico

➢ A energia cinética dos elétrons ejetados depende da energia dos fótons incidentes.
➢ A corrente medida no amperímetro depende da intensidade de incidência de fótons,
Pequena história sobre o efeito fotoelétrico
Heinrich Hertz (1887), estudando a produção de descargas elétricas entre duas esferas metálicas
com potenciais diferentes, observou que uma faísca proveniente desse dispositivo gerava uma
faísca secundária em outro dispositivo semelhante. Para melhor visualizar, Hertz construiu uma
proteção para evitar a dispersão da luz. Ele constatou que o fenômeno não era de natureza
eletrostática, pois não havia diferença se a proteção era feita de material condutor ou isolante.
Hertz, confirmou que a luz poderia gerar faíscas e concluiu que o fenômeno deveria ser devido à
luz incidente (ultravioleta).
Em 1888, Wilhelm Hallwachs mostrou que corpos metálicos irradiados com luz ultravioleta
adquiriam carga positiva. Para explicar o fenômeno, Lenard e Wolf publicaram um artigo na
Annalen der Physik, sugerindo que a luz ultravioleta faria com que partículas do metal com carga
elétrica negativa deixassem a superfície do mesmo.
Dez anos após a descoberta de Hertz, Thomson determinou a relação e/m do elétron e três anos
depois postulou que o efeito fotoelétrico consistia da emissão de elétrons. Para comprovar seu
postulado, demonstrou que o valor de e/m das partículas emitidas no efeito fotoelétrico era igual ao
dos elétrons associados aos raios catódicos. Verificou ainda que esta carga era aproximadamente
igual à carga adquirida pelo átomo de hidrogênio em reações de eletrólise. O valor de e encontrado
por ele (6,8 x 10-10 esu) é próximo do que é aceito atualmente (4,77 x 10-10 esu ou 1,60x10-19 C).
A ESTRUTURA ATÔMICA

O Átomo de Bohr

Fatos básicos precedentes:


❖ O espectro do hidrogênio (1885)

❖ A quantização da energia das radiações (1900)

❖ O modelo de Rutherford (1911)


O átomo de Bohr
• "Adopting Prof. Rutherford's theory of the
constitution of atoms, it seems that it can be
concluded with great certainty, from the
absorption of alpha-rays, that a hydrogen
atom contains only 1 electron outside the
positively charged nucleus, and that a
helium atom only contains 2 electrons
outside the nucleus; the latter was
necessarily to be expected from
Rutherford's theory.
• "These questions and some further
information about the constitution of atoms
which may be got from experiments on the
absorption of alpha-rays, will be discussed
in more detail in a later paper."
O modelo atômico de Bohr
Tradução do início do artigo do Niels Bohr

Adotando a teoria da constituição dos átomos do Prof.


Rutherford, parece certo se concluir, partindo das
experiências com raios alfa, que um átomo de
hidrogênio contém apenas um elétron fora de um
núcleo de carga positiva, e que um átomo de hélio
contém apenas dois elétrons fora do núcleo, fato
necessariamente esperado da teoria de Rutherford.

Essas questões e algumas informações adicionais sobre


a constituição dos átomos que podem ser obtidas a
partir de experiências sobre a absorção de raios alfa,
serão discutidas com mais detalhes num artigo
posterior.
O modelo atômico de Bohr
O Átomo de Bohr (ou de Rutherford)
O modelo atômico de Bohr
Postulados de Bohr

1) O elétron só pode ocupar certos níveis de energia nos átomos.


2) Nesses níveis os elétrons descrevem órbitas circulares ao redor do núcleo.
3) Esses níveis ou estados estacionários permitidos são aqueles em que o
momento angular (mvr) do elétron é quantizado em múltiplos inteiros de h/2.

h
mvr = n
2

4) Ao passar de um estado estacionário para outro, o elétron absorve ou emite um


quantum (h) de energia, que é a diferença de energia entre os estados.

h = E = E2 - E1
O modelo atômico de Bohr
➢ Nas orbitas estacionárias as forças de atração eletrostática entre o elétron e o
núcleo são iguais às forças centrípetas causadas pelos movimentos do elétron.

h
mvr = n
2 2
mv K 0e
= 2 K0 é a constante eletrostática no vácuo.
2
r r K0 = 8,99.109 N.m2 /C2,

K 0e 2 𝑛ℎ
v= 𝑣=
2𝜋𝑚𝑟
mr
K 0e 2
nh n2h2
= r=
mr 2mr 4 2 K 0 me 2
➢ Nessas equações apenas n e r são variáveis.
➢ Os raios das orbitas variam em potências de 2 dos valores de n.
O modelo atômico de Bohr
➢ Em cada orbita estacionária a força de atração eletrostática entre o elétron e o
núcleo é igual à força centrípeta resultante do movimento do elétron nessa órbita.

2 2 Observação:
mv K 0e h
= 2 mvr = n K0 é a constante eletrostática
r r 2 no vácuo, e se correlaciona à
permissividade no vácuo pela
K 0e 2 𝑛ℎ
v= 𝑣= equação: K0 =
1
mr 2𝜋𝑚𝑟 4 0

K 0e 2 nh n2h2
= r=
2mr 4 2 K 0 me 2
K0 = 8,99.109 NmC-2
mr
ε0 = 8,8541878.10-12 C2.N-1.m-2

❖ Capacidade de um meio se polarizar sob a um campo elétrico,


cancelando parcialmente o campo dentro do material.
O Átomo de Bohr – Raio de Bohr
➢ Os raios das órbitas de Bohr no hidrogênio dependem somente de n, uma vez que os
demais termos da equação são constantes.

➢ Operando-se os termos constantes da equação para n = 1, obtém-se:

𝒏𝟐 𝒉𝟐 𝟏𝟐 . 𝟔, 𝟔𝟑. 𝟏𝟎−𝟑𝟒
𝒓= =
𝟒𝝅𝟐 𝑲𝟎 𝒎𝒆𝟐 𝟒𝒙𝟑, 𝟏𝟒𝟐 𝒙𝟖, 𝟗𝟗. 𝟏𝟎𝟗 𝒙𝟗, 𝟏𝟏. 𝟏𝟎−𝟑𝟏 𝒙(𝟏, 𝟔𝟏. 𝟏𝟎−𝟏𝟗 )𝟐

r = 52,918 pm = a0 a0 = Raio de Bohr

r = n a0
2
r = raio de uma órbita qualquer do hidrogênio.

n2
r = a0 r = raio de uma órbita qualquer de um hidrogenóide.
Z
Energias do elétron nas orbitais de Bohr
𝐾0 𝑍𝑒 2 𝑛2 ℎ2
𝑟= 2
𝐸= 4𝜋 𝐾0 𝑚𝑒 2
2𝑟

❖ Introduzindo a expressão de r obtém-se a energia em uma órbita de Bohr.

𝐾0 𝑍𝑒 2 1 𝐾0 𝑍𝑒 2 4𝜋 2 𝐾0 𝑚𝑒 2
𝐸= =
2 𝑟 2 𝑛2 ℎ2

2𝜋 2 𝐾0 2 𝑚𝑍𝑒 4 𝟐𝝅𝟐 𝑲𝟎 𝟐 𝒎𝒆𝟒


𝐸= =𝑨
𝑛2 ℎ2 𝒉𝟐
❖ Operando-se os termos constantes, obtém-se o valor 2,18.10-18 J, que é a energia
do elétron na órbita de Bohr de menor energia do hidrogênio.

2𝑥3,142 𝑥(8,99.109 )2 𝑥9,11.10−31 𝑥(1,60.10−19 )4 −18


𝐴= = 2,18.10
(6,64.10−34 )2

A =2,18-19 J (Constante de Bohr)


O Átomo de Bohr – Energias dos elétrons nas orbitais de Bohr
➢ A constante de Bohr (A) é a energia liberada na ligação do elétron ao núcleo.
Assim deve ser tomado como um valor negativo (-A).
➢ Partindo-se do valor A, é possível calcular a energia de um elétron em
qualquer órbita de Bohr do hidrogênio e dos hidrogenóides (Z de 1 a ).

𝒁𝟐 𝒏𝟐
𝑬𝒏 = 𝑨 𝟐 𝒓= 𝒂𝟎
𝒏 𝒁
n Energia (Joules) Energia (eletron-volt) Raio (nm)
 0 0 
6 -0,61.10-19 -3,81.1018 1,9000
5 -0,87.10-19 -5,44.1018 1,3200
4 -1,36.10-19 -8,49.1018 0,8460
3 -2,42.10-19 -1,51.1019 0,4760
2 -5,45.10-19 -3,40.1019 0,2120
1 -2,18.10-18 -1,36.1019 0,0529
Energias dos elétrons nas orbitais de Bohr
➢ A diferença de energia entre órbitas do átomo de Bohr é dada por:

𝑨𝒁𝟐 𝟐, 𝟏𝟖. 𝟏𝟎−𝟏𝟗


=
𝒉𝒄 𝟔, 𝟎𝟔. 𝟏𝟎−𝟑𝟒 𝒙 𝟑. 𝟏𝟎𝟖

A/hc = 1,096776 x 107 m-1


R = 1,0974 x 10 7 m-1
A/hc = R Constante de Rydberg

𝟏 𝟏 𝟏
= 𝑹 ൭ 𝟐 − 𝟐ቇ
𝝀 𝒏𝟏 𝒏𝟐

Partindo de seus postulados Bohr deduziu a


equação de Rydberg (equação empírica).
Então esses postulados deveriam ser válidos.
Níveis eletrônicos e o espectro eletromagnético do hidrogênio

Veja que as diferenças de energia entre as órbitas de Bohr diminuem à medida


que estas se afastam do núcleo. Você pode explicar porque isso acontece?
Espectro gerado pelas transições no átomo de Bohr
Transições eletrônicas no Átomo de Bohr

➢ Com suas ideias Bohr conseguiu explicar satisfatoriamente o espectro do


hidrogênio. Mas logo se verificou que certos detalhes não podiam ser explicados
com esse modelo.
➢ Não explicava existirem linhas estreitas e largas no espectro do hidrogênio nem o
surgimento de linhas mais finas em espectros obtidos com mais refinamento.
Desdobramento de linhas no espectro do hidrogênio
➢ As linhas do espectro do hidrogênio são composta por conjuntos de linhas mais
estreitas (as estruturas finas do espectro). A vermelha é composta por 7 linhas finas.

Linhas visíveis - série de Balmer


26

25

24

23
Linhas de emissão de transições de
níveis superiores para o nível 2. (ni → 2)

A linha menos energética da série de


Balmer é composta por 7 linhas separadas
por pequenas diferenças de energia, todas
juntas, todas vermelhas, formam a linha
vermelha observada por Balmer.

As outras linhas são compostas por um


número ainda maior de linhas espectrais.
O átomo de Bohr e o espectro de hidrogênio
➢ Refinamento do modelo de Bohr – novos números quânticos (k ou l e m)

2Z 2 0 me 4
2
E= ➢Arnaud Sommerfeld propôs mudanças na
n2h2 equação para explicar as estruturas finas do
espectro.

➢Massa reduzida me m p
=
➢Orbitas elípticas
me + m p
O átomo de Bohr – aperfeiçoamento de Sommerfeld

Arnold Sommerfeld (1868-1951) melhorou a teoria


de Bohr, introduzindo as órbitas elípticas.

Para cada órbita, em vez de um único número


quântico, havia dois, que descreveriam a energia
total e o momento angular do elétron, relacionados
ao eixo maior e ao eixo menor da elipse.

Sommerfeld introduziu ainda um terceiro número


quântico, relacionado à orientação espacial da
órbita.
Arnold Sommerfeld
O aperfeiçoamento de Sommerfeld (1916)

Órbitas circulares e elípticas em


átomos de hidrogênio. Terceiro nível

➢ A primeira órbita circular é a Segundo nível

órbita em que o elétron tem a Terceiro


nível
menor energia.
➢ Entre as 4 próximas órbitas, a
circular é a segunda em termos de
energia e as 3 elípticas têm
energias iguais entre si.

➢ No terceiro nível existem nove órbitas, sendo uma circular (a de


menor energia), 3 com eixos iguais entre si (com as mesmas
energias) e 5 com eixos maiores e menores diferentes dos eixos
das 3 anteriores, estes com as maiores energias e iguais entre si.
Órbitas de Sommerfeld - 1916
➢ Objetivo: explicar os desdobramentos de linhas de
espectros do hidrogênio.

Primeiro nível

Segundo nível

Terceiro nível

A proposição das órbitas Ressalte-se que os números quânticos


elípticos foi precusora do propostos por Sommerfeld (nr e n) não
surgimento dos números são os que foram obtidos com o uso da
quânticos secundário (l) e equação de Schordinger (l e ml), como
magnético (ml). está escrito no quadro anterior.
O modelo atômico de Bohr-Sommerfeld
Número quântico azimutal

Número quântico principal, n 1 2 3 4


Número quântico azimutal, k 1 1e2 1, 2 e 3 1, 2, 3 e 4
Número quântico secundário, l 0 0e1 0, 1 e 2 0, 1, 2 e 3
O átomo de Bohr – aperfeiçoamento de Sommerfeld
Número quântico azimutal, k a=6
b=1
➢ Existe relação quântica entre o eixo maior e o eixo b
a a=5
menor de cada elipse, cujos valores (1, 2, 3, 4, ...) são b=1

os números quânticos azimutais (k). a=4


b=1

a=3
𝐸𝑖𝑥𝑜 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑎
= =1, 2, 3, ... b
a
b=1
𝐸𝑖𝑥𝑜 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑏 a =2
b=1

➢ A deslocalização do núcleo do centro das elipses, b a =1


a b=1
introduzida por Sommerfeld, seguiu princípios
relativísticos, considerando que o núcleo não está
a – eixo maior da elipse = n
parado. Elétron e núcleo movem-se um em relação ao
b – eixo menor da elipse = k
outro, o que afeta a energia do elétron.
O átomo de Bohr – aperfeiçoamento de Sommerfeld
Número quântico azimutal, k

➢ O número quântico azimutal (k) foi precursor do número quântico secundário


(l), este surgido com a mecânica quântica.

➢ À semelhança do n (postulado por Bohr), o k também foi postulado.

➢ No modelo atômico atual, os valores de l são iguais aos valores de k - 1

Número quântico principal, n 1 2 3 4


Número quântico azimutal, k 1 1e2 1, 2 e 3 1, 2, 3 e 4
Número quântico secundário, l 0 0e1 0, 1 e 2 0, 1, 2 e 3

➢ Em termos de energia, Sommerfeld demonstrou que as órbitas de maiores


energias são as que apresentam os maiores valores de k.
Energias das orbitas de Bohr–Sommerfeld
➢ Em cada nível, a órbita de menor energia é a circular (k = n = 1) e a de maior
energia é a de maior eixo maior (neste caso, k = 5).

Órbitas do nível 5

k=6

k=5

k=3

k=2

k=1
O átomo de Bohr – aperfeiçoamento de Sommerfeld
Números quânticos principal e azimutal

Energia do elétron Bohr-Sommerfeld

𝟐𝝅𝟐 𝒌𝟐 𝒁𝟐 𝒆𝟒 𝝁 𝒁𝟐 𝜶 𝟐 𝟏 𝟑
𝑬𝒏,𝒌 = 𝟏 + −
𝒏𝟐 𝒉𝟐 𝒏 𝒌 𝟒𝒏

 - constante de estrutura fina


𝟐𝝅𝒌𝒆𝟐 𝟏
𝜶= ≃
𝒉𝒄 𝟏𝟑𝟕

Se k aumenta o potencial de ligação do


elétron ao núcleo (E) aumenta.
Limitação do modelo de Bohr-Sommerfeld
O modelo Bohr-Sommerfeld se constituiu num passo muito importante na
interpretação do espectro do hidrogênio e na criação do modelo atômico.
Porém, não oferece subsídios para se explicar o espectro desse elemento sob
ação de um campo magnético, pelo surgimento de novas linhas devidas ao
efeito Zeeman.
Se presta menos ainda para explicar os espectros de elementos
multieletrônicos, razões pelas quais os esforços para obtenção de tais
respostas continuaram (ou continuam).
O átomo de Bohr – aperfeiçoamento de Sommerfeld
➢ O modelo de Bohr–Sommerfeld possibilitou explicar (em parte) as linhas
largas do espectro do hidrogênio.

➢ As linhas largas seriam geradas por transições entre as varias órbitas de um


dado nível para as várias órbitas de outro nível. O alargamento se devia a
junção de várias linhas umas próximas das outras.

𝟐𝒁𝝅𝟐 𝜺𝟐𝟎 𝒎𝒆𝟒 𝟐𝝅𝟐 𝒌𝟐 𝒁𝟐 𝒆𝟒 𝝁 𝒁𝟐 𝜶𝟐 𝟏 𝟑


𝑬𝒏 = 𝑬𝒏,𝒌 = 𝟏+ −
𝒏𝟐 𝒉𝟐 𝒏𝟐 𝒉 𝟐 𝒏 𝒌 𝟒𝒏
Limitação do modelo de Bohr-Sommerfeld

O modelo Bohr-Sommerfeld se constituiu num passo muito importante na


interpretação do espectro do hidrogênio e na criação do modelo atômico.
Porém, não ofereceu subsídios para se explicar o espectro desse elemento sob
ação de um campo magnético, pelo surgimento de novas linhas devidas ao
efeito Zeeman.

Se presta menos ainda para explicar os espectros de elementos


multieletrônicos, razões pelas quais os esforços para obtenção de tais
respostas continuaram (ou continuam).
A natureza
dualística do
elétron

Louis De
Broglie - 1924
Comportamento Ondulatório do Elétron

2 r = n 
Estado estacionário de uma órbita de Bohr-Sommerfeld.
Para de Broglie, o comprimento da onda associada ao
elétron deveria ser submúltiplo do comprimento da
órbita de Bohr-Sommerfeld.
Natureza dualística da matéria – Louis De Broglie

➢ Evidência da natureza corpuscular dos fótons

Efeito fotoelétrico

Se os fótons podem se comportar como partículas, porque


partículas não podem se comportar como ondas?
Natureza ondulatória do elétron

Natureza ondulatória do elétron,


supondo que os elétrons descreviam
órbitas (Bohr/Sommerfeld) em trono
do núcleo (Bohr/Sommerfeld).

O comprimento de onda do elétron


em cada órbita teria que ser
submúltiplo do perímetro da órbita,
caso contrário, por interferência, a
onda perderia sua característica ou
se destruiria.
Natureza ondulatória do elétron
➢ Natureza ondulatória do elétron
❖ Energia e  de 1 fóton: Hipótese de de Broglie - elétron
Comprimento de uma órbita circular
hc
E=
 2r = n
Pela teoria da relatividade h
=
𝐸 = 𝑚𝑐 2 = mc.c mv
h
𝑚𝑐 = 𝑝 2r = n
mv
𝐸 = 𝑝𝑐
h
ℎ𝑐 h h mvr = n
= 𝑝𝑐 = = 2
𝜆 p mc Órbita permitida de Bohr

Portanto a hipótese de de Broglie não conflitava com a teoria de Bohr.


➢ Mas era necessário provar que isso era verdade.
Natureza ondulatória do elétron
Prova da natureza dualística da matéria
➢ Propriedade das ondas – Difração.

Figuras de difração

➢ Pela hipótese de de Broglie, se os fótons se difratam os elétrons também


devem se difratar.
Difração de elétrons -1927

1927 – Davidson e Germer publicam resultados de trabalhos sobre


observações realizadas no Laboratório da Bell (companhia telefônica
americana).

Suas primeiras observações ocorreram em 1924 ao verificarem que


um feixe de elétrons acelerados por uma energia potencial de 54 eV
se espalhavam ao incidir sobre um cristal de niquel, à semelhança do
que ocorre com os raios X.
Difração de elétrons -1927
Difração de elétrons – experimento de G.P Thomson (1927)
Difração de elétrons numa película de cristais de ouro

➢ Vejam que um feixe único de elétrons, após incidir sobre o cristal de ouro, se
projeta sobre o anteparo em círculos de alta densidade eletrônica e círculos de
densidade eletrônica tendendo para zero.
George Paget Thomson – 1927
George Paget Thomson era filho J. J. Thomson (descobridor do elétron)
Difração de elétrons incidentes sobre alumínio em pó
a) Representação esquemática da difração.
b) Difração de um feixe de raios X.
c) Difração de um feixe de elétrons.

❖ Cálculos com os dados experimentais


resultaram em iguais resultados sobre
difração de elétrons e de raios-X por
amostras sólidas.
❖ Interpreta-se tal fato como indicativo da
natureza ondulatória dos elétrons, já que
os raios X são ondas eletromagnéticas.

➢ Estava comprovada a natureza ondulatória do elétron.


➢ Um pouco antes (1925), foi demonstrado que o modelo de órbitas não era real.
❖ Princípio da incerteza.
Descoberta do spin
eletrônico
O efeito Zeeman – descoberta do spin eletrônico
➢ Hendrik Lorentz (1890) – As cargas elétricas constituintes dos átomos
devem interagir com campos magnéticos e o efeito provocado deve
afetar os espectros atômicos.
➢ Peter Zeeman (1896) mostrou ser verdade (Efeito Zeeman) e, por essa
descoberta, dividiu com Lorentz o Prêmio Nobel de Física de 1902.

Hendrix Anton Lorentz Pieter Zeeman


(1853 - 1928) (1865 - 1943)

➢ Zeeman observou que certas amostras submetidas a campos


magnéticos geravam linhas que pareciam ser desdobradas a partir
de outras que apareciam sem a ação dos campos magnéticos.
O efeito Zeeman – descoberta do spin eletrônico

➢ Investigando o efeito de campos magnéticos sobre uma fonte de luz, Zeeman


descobriu que uma linha espectral pode se subdividir em várias
componentes quando a fonte é posta dentro de um campo magnético.
➢ Já se sabia que havia eletricidade associada à matéria mas o elétron ainda
não havia sido descoberto.
Experiência de Stern e Gerlach - descoberta do spin eletrônico

Em fevereiro de 1922, a descoberta fundamental da


quantização espacial do momento magnético nos átomos foi
feita por Otto Stern e Walther Gerlach no edifício da
Associação de Física de Frankfurt.
Importantes desenvolvimentos físicos e técnicos do século 20
nasceram dos experimentos de Stern-Gerlach, tais como a
ressonância magnética nuclear e relógio atômico ou laser.
Otto Stern recebeu o Prêmio Nobel em 1943 por esta
descoberta
Experiência de Stern e Gerlach - descoberta do spin eletrônico
Em 1922, 26 anos após Zeeman demonstrar a influência de campos magnéticos
sobre estados energéticos em certas substâncias, Stern e Gerlack obtiveram
evidências sobre a existência do spin eletrônico.

Nesse experimento as dimensões da fenda Esquema de aparelho para realização


colimadora era de 0,8mm x 0,03 mm da experiência de Stern-Gerlack

No experimento eles utilizarão vapor de prata.


Sobre a Experiência de Stern-Gerlach

Stern-Gerlach creditaram a divisão


do feixe de átomos à movimentos
elípticos de elétrons em órbitas de
Bohr-Sommerfeld desses átomos.

Com o advento do modelo orbital de Schrodinger-Heisenberg, esse equívoco foi desfeito,


concluindo-se que essa divisão era causada por um componente magnético próprio do
elétron: o spin.
Os desvios observados nos experimentos de Stern-Gerlach não se devem a movimentos
orbitais porque o único elétron desemparelhado da prata fica em um orbital s (5s) que é
esférico, tendo momento magnético orbital igual a zero.
Elétrons de outros tipos de orbitais (d, f, g, ...), além do spin, têm componente magnética
resultante dos seus movimentos nesses orbitais.
Descoberta do spin eletrônico - resumo
➢ O conceito de spin foi desenvolvido a partir da interpretação dos resultados da
experiência de Stern e Gerlack.

➢ O elétron desemparelhado da prata fica num orbital s (5s1). Então, o momento


angular orbital nesses átomos é nulo pelo fato dos orbitais s serem esféricos.

➢ A divisão do feixe de átomos em 2 feixes ao atravessar um campo magnético


indica a existência de um momento magnético do próprio elétron, não podendo
ser o momento angular orbital, já que este é zero nos orbitais s.

➢ Ao momento angular próprio do elétron foi dado o nome de spin (que é a palavra
inglesa para giro), representado por s, cujo valor é sempre 1/2. (Os valores do
momento angular de spin, ms, podem ser +1/2 ou -1/2).
A estrutura atômica – spin eletrônico
➢ Número quântico spin

s = 1/2

➢ Número quântico momento angular de spin

ms = ± ½

➢ A razão para o desdobramento de linhas espectrais sob campos magnéticos, proposta


por Lorentz e vista por Zeeman, é a existência de momentos angulares orbitais (ml) e
de spins (ms), parâmetros que, na época, não existiam.

➢ Os desvios do feixe de gás de prata, observados por Stern e Gerlack, deve-se ao spin.

Todos os números quânticos são expressos em unidades h/2π.

n h/2π; l h/2π; ml h/2π; s h/2π; ms h/2π.

Todos, portanto, expressam estados energéticos, pois h é 6,63.10-34 j.s.


Outras considerações relacionadas ao efeito Zeeman
➢ Os desdobramentos das linhas espectrais pela ação de um campo magnético
externo se deve a dois componentes magnéticos: o momento angular orbital
relacionado aos “movimentos” eletrônicos em relação ao núcleo; momento de
spin, que é próprio do elétron, independendo de onde esteja.
➢ O magnetismo desses componentes são expressos pelo momento angular orbital
(ml) e pelo momento angular de spin (ms).
❖ l e s expressam as dimensões dos vetores momento angular orbital e momento
angular de spin.
❖ ml e ms expressam as orientações espaciais desses vetores.
➢ Os efeitos das interações desses componentes com campos magnéticos externos
geram o efeito Zeeman normal (devido só ao spin eletrônico) e o efeito Zeeman
anômalo (devido ao spin eletrônico e ao momento angular orbital combinados).
Princípio da Incerteza
O Princípio da Incerteza – Heisemberg (1925)

➢ Pelos princípios da física clássica, conhecendo-se posições, massas e velocidades das


partes constituintes de um sistema num dado instante, é sempre possível determinar
esses referenciais de todas elas em qualquer tempo (leis dos movimentos).
➢ Os elétrons se regem pela mecânica quântica, e para eles só é possível se estabelecer
a probabilidade de localização ou de velocidade num certo instante, nunca os seus
valores reais. ℏ𝐴 = 𝜋𝑟 2
➢ Existe sempre uma incerteza na determinação da posição ou do momento, dada por:

ℏ h
∆𝒑∆𝒙 ≥ ou ∆𝒑∆𝒙 ≥
𝟐𝝅 𝟒𝝅
➢ Essa constatação foi deduzida por Werner Heisemberg em 1925, e é conhecida
como Princípio da Incerteza.
O Princípio da Incerteza e o microscópio imaginário de Bohr

➢ Para localizar o elétron seria necessário observá-lo usando fótons como sonda.
➢ Ao incidir sobre o elétron, o fóton seria espalhados mudando sua quantidade de
movimento (efeito Compton), só podendo ser captado na objetiva se:
𝟐𝒉 ΔF(x) – incerteza na “visualização” do fóton
∆𝑭 𝒙 = 𝟐𝒑. 𝒔𝒆𝒏𝜽 = 𝒔𝒆𝒏𝜽

❖ Lembre-se que estamos falando de uma experiência imaginária.
O Princípio da Incerteza e o microscópio imaginário de Bohr

➢ Ao ser atingido pelo fóton, a posição do elétron é alterada, e essa alteração depende
do comprimento de onda do fóton incidente, em conformidade com a equação:
 𝟐𝒉
∆𝒙 = ∆𝑭 𝒙 = 𝟐𝒑. 𝒔𝒆𝒏𝜽 = 𝒔𝒆𝒏𝜽
𝒔𝒆𝒏𝜽 
➢ Como as incertezas nas quantidades movimento do fóton e do elétron são e iguais, a
incerteza total é dada pelo produto das duas incertezas.
𝟐𝒉  h
∆𝒙∆𝒑𝒙 = 𝒔𝒆𝒏 = 𝟐𝒉 ∆𝒙∆𝒑𝒙 
 𝒔𝒆𝒏𝜽 𝟒𝝅
➢ Este resultado é quase 25 vezes maior do que o estabelecido por Heisenberg. Mas lembre-se
que estamos falando de um experimento imaginário, usado como um exercício de visualização
sobre a incerteza na posição ou na quantidade de movimento do elétron.
➢ Resultados mais próximos dos obtidos por Heisenberg podem ser feitos considerando-se
interferências entre um grande numero de ondas eletromagnéticas utilizadas na tentativa de
determinar a posição ou a quantidade movimento de um elétron em um átomo.
➢ Importante é ver que, nos dois casos, a incerteza nessas determinações ficam bem caracterizadas.
Exercício – cálculos utilizando o princípio da incerteza
Calcular a incerteza na posição do elétron na primeira
órbita de Bohr, considerando a velocidade do elétron
igual a 2,2.106 m/s.
r = a0 = 52,918  53 pm (d = 2 x r = 1,06 x 10-10 m)
m = 9,11 x 10-31 kg
1) Supondo incerteza (Inc.) de 10 % na velocidade
2) Supondo incerteza (Inc.) de 5 % na velocidade
𝒏𝒉 ℎ
Segundo Bohr 𝒗=
𝟐𝝅𝒎𝒓 Incerteza ∆𝑝∆𝑥 
4𝜋
1) Com incerteza igual a 10 % na velocidade → incerteza de 10 % em p

∆𝒑 = 𝒎. 𝒗. 𝒊𝒏𝒄 = 𝟗, 𝟏𝟏𝒙𝟏𝟎−𝟑𝟏 𝒙𝟐, 𝟐𝒙𝟏𝟎𝟔 𝒙𝟎, 𝟏 = 𝟐, 𝟎𝒙𝟏𝟎−𝟐𝟓 𝒌𝒈. 𝒎/𝒔


𝒉 𝟔,𝟔𝟑𝒙𝟏𝟎−𝟑𝟒 𝑱.𝒔
∆𝒙 = = . = 𝟐, 𝟔𝒙𝟏𝟎−𝟏𝟎 m
∆𝒑𝟒𝝅 𝟐𝒙𝟏𝟎−𝟐𝟓 𝒙𝟒𝒙𝟑,𝟏𝟒 𝒌𝒈.𝒎/𝒔

Incerteza na posição é mais de duas vezes superior ao diâmetro da órbita.


J.s/kg.m.s-1 = (kg/m2.s-2.s)/(kg.m.s-1) = m
Exercício – cálculos utilizando o princípio da incerteza
Cálculo de incertezas:
r = a0 = 53 pm
d = 2 x r = 1,06 x 10-10 m (diâmetro)
v = 2,2 x 106 m.s-1
m = 9,11 x 10-31 kg
1) Supondo incerteza (Inc.) de 10 % na velocidade
2) Supondo incerteza (Inc.) de 5 % na velocidade
𝒉
∆𝒑∆𝒙 
𝟒𝝅
2) Com incerteza igual a 5 % na velocidade → incerteza de 5 % em p

∆𝒑 = 𝒎. 𝒗. 𝒊𝒏𝒄 = 𝟗, 𝟏𝟏𝒙𝟏𝟎−𝟑𝟏 𝒙𝟐, 𝟐𝒙𝟏𝟎𝟔 𝒙𝟎, 𝟎𝟓 = 𝟏, 𝟎𝟎𝒙𝟏𝟎−𝟐𝟓 𝒎


𝒉 𝟔, 𝟔𝟑𝒙𝟏𝟎−𝟑𝟒
∆𝒙 = = −𝟐𝟓
= 𝟓, 𝟐𝟕𝒙𝟏𝟎−𝟏𝟎 𝒎
∆𝒑𝟐𝝅 𝟏𝒙𝟏𝟎 𝒙𝟒𝒙𝟑, 𝟏𝟒

Com metade da incerteza na velocidade (ou em p), a incerteza na posição ficou quase 5
vezes superior ao diâmetro da órbita.
O Princípio da Incerteza – Heisemberg (1925)

px ≥ h / 2
Considerações sobre esta relação foram fundamentais para a
utilização da equação de Schrodinger na criação do Modelo
atômico orbital.

O Modelo de Schrodinger-Heisenberg
Arquitetura dos orbitais atômicos

px py pyz

As formas destes orbitais são definidas a partir de soluções da equação de


Schrodinger, podendo ser dito que são soluções gráficas desta equação.
O modelo atômico atual
O modelo atômico e a equação de Schrodinger

➢ Descreve os elétrons nos átomos como sistemas de ondas estacionárias nas quais a
quantificação das energias relacionam-se às probabilidades de distribuição
espacial dessas ondas estacionárias em relação ao núcleo.

➢ Na mecânica quântica, sua importância é comparável a importância da segunda


lei de Newton para a mecânica clássica.

➢ A solução da equação de Schrodinger para o hidrogênio, possibilitou a obtenção


dos números quânticos n, l e ml por uma via teórica.

➢ Cada solução encontrada para um conjunto de n, l e ml é chamada de autofunção.

➢ Cada autofunção define as características de um orbital atômico.


Funções de onda, ,
dos 10 orbitais de
menores energias.
O modelo atômico atual
Orbital 1s, construído a partir de soluções da equação de Schrodinger,
expressando o princípio da incerteza.

Ψ(r, Θ, Ф) = R(r).Θ(Θ).Ф(Ф)

➢ Cada ponto no orbital expressa a probabilidade de localização do elétron


no orbital.
➢ A soma das probabilidades de localização de um elétron em um orbital
deve ser sempre igual a 1.
O modelo atômico atual
O modelo atômico e a equação de Schrodinger

➢ Para construir um gráfico completo dessa função são necessárias 3


dimensões: x, y e z; ou r,  e ; e os valores da função de onda em cada
dimensão.
➢ Em estudos do modelo atômico, essa equação pode ser decomposta em 3
partes, cada uma relacionada a uma variável:

( r , , ) = R( r ) .( ) .( )
❖ R(r) – relacionada à distância do elétron ao núcleo.
❖  e Ф - relacionadas à dependência angular (formas e orientações
dos espaços em que o elétron pode estar localizado).
O modelo atômico atual
O modelo atômico e a equação de Schrodinger
𝜓(x, y, z) → 𝜓(r, ,  )

𝜓(r, ,  ) = R(r) . Y(,  )


Parte Radial Parte Angular

𝜓n,l,ml(r, ,  ) = Rn,l(r) . Yl,ml(,  )


➢ Função radial, representado por Rnl, depende de r:
❖ Correlaciona-se à distância do elétron em relação ao núcleo

❖ Soluções da função radial geram naturalmente os números quânticos n e l


identificadores dos tipos de orbitais.
➢ Funções angulares (Yl,ml(, ))
❖ Referem-se às formas e orientações espaciais dos orbitais.
Funções radiais para alguns orbitais do hidrogênio

Z é o número atômico e a0 é o raio de Bohr

3dz2
O modelo atômico atual
O modelo atômico e a equação de Schrodinger
( r , , ) = R( r ) .( ) .( )
➢ Função de onda radial, para os 3 primeiros orbitais do hidrogênio:
𝒁 𝟑ൗ −𝒁𝒓/𝒂
Para n = 1, l = 0 e ml = 0 (1s) 𝑹 = 𝟐( ) 𝟐 𝒆 𝟎 = 𝑲 𝒆−𝒁𝒓/𝒂𝟎
𝟏𝒔
𝒂𝟎
𝒁 𝒁 𝟑ൗ 𝒛𝒓 −𝒁𝒓/𝟐𝒂
Para n = 2, l = 0 e ml = 0 (2s) 𝑹 = 𝟐( )( ) 𝟐 (𝟐 − )𝒆 𝟎
𝟐 𝟐 𝒂𝟎 𝒂𝟎
𝒁𝒓 −𝒁𝒓/𝟐𝒂
𝑹 = 𝑲𝟐𝒔 (𝟐 − )𝒆 𝟎
𝒂𝟎
𝟏 𝒁 𝟑ൗ 𝒁𝒓 −𝒁𝒓/𝟐𝒂
Para n = 2, l = 1 e ml = 0 (2pz) 𝑹=( )() 𝟐 𝒆 𝟎
𝟐 𝟔 𝒂𝟎 𝒂𝟎

𝑹 = 𝑲𝟐𝒑 𝒓𝒆−𝒁𝒓/𝟐𝒂𝟎

Z é o número atômico e a0 é o raio de Bohr


O modelo atômico atual
O modelo atômico e a equação de Schrodinger
➢ Operando os termos constantes, essas equações podem ser escritas nas
formas:

Para n = 1, l = 0 e ml = 0 (1s)
𝑹 = 𝑲𝟏𝒔 𝒆−𝒁𝒓/𝒂𝟎 = 𝟎, 𝟎𝟎𝟓𝟏𝟔𝒆−𝒁𝒓/𝒂𝟎

𝒁𝒓 −𝒁𝒓/𝟐𝒂
Para n = 2, l = 0 e ml = 0 (2s) 𝑹 = 𝑲𝟐𝒔 (𝟐 − )𝒆 𝟎
𝒂𝟎

Para n = 3, l = 1 e ml = 0 (2pz) 𝑹 = 𝑲𝟐𝒑 𝒓𝒆−𝒁𝒓/𝟐𝒂𝟎

Expressão geral: 𝑹(𝒏,𝒍) = 𝑲(𝒏,𝒍) 𝒇(𝒓) 𝒆−𝒁𝒓/𝒏𝒂𝟎

Z é o número atômico e a0 é o raio de Bohr


Gráficos da função radial (R)

Zr − Zr / 2 a0
R = K 2 s (2 − )e
a0

3s

2s

3p
1s

2p 3d
Gráficos da função radial (R)
➢ Max Born (1926) propôs que a posição do elétron seria dada em termos de
probabilidade, definida como sendo o quadrado da função de onda (ψ2)

Densidade de probabilidade de R2 para 1s

Distância do núcleo
Função de probabilidade radial (R2) para n = 2 e l = 0 e 1

R2(2s) R2(2p)
Função de probabilidade radial (R2) numa camada de espessura dr
Volume de uma esfera:
V = 4r3/3 𝒁 𝟑ൗ −𝒁𝒓/𝒂
𝑹𝟏𝒔 = 𝟐( ) 𝟐 𝒆 𝟎

dV = 4r2dr 𝒂𝟎

R2dV = 4r2R2dr

➢ 4r2R2dr - Função de probabilidade radial


➢ A integral de 4r2R2dr de r = 0 a r =  é 1.


න 4r2R2dr
𝟎

1) Para r = 0, 4r2R2 = 0 Para r = ∞, 𝒆−𝒁𝒓/𝒂𝟎 tende para 0


2) Entre r = 0 e r = ∞ a integral de 4r2R2dr tem valores positivos.
Função de probabilidade radial (R2) numa camada de espessura dr
Volume de uma esfera:
V = 4r3/3
𝒁 𝟑ൗ −𝒁𝒓/𝒂
dV = 4r2dr
𝑹𝟏𝒔 = 𝟐( ) 𝟐 𝒆 𝟎
𝒂𝟎
R2dV = 4r2R2dr

➢ 4r2R2dr - Função de probabilidade radial


➢ A integral de 4r2R2dr de r = 0 a r =  é 1.

3) O valor máximo da integral de 4r2R2 está na distância r = 52,9 pm.


4) Esta distância (r) é igual ao raio de Bohr (a0 = 52,9 pm).
Se isto é verdade, a solução da equação de Schrodinger para o hidrogênio deve
ser correta, pois coincide com o valor do raio da primeira órbita do átomo de
Bohr, que, por sua vez, é coerente com interpretações do espectro do hidrogênio,
expressas na equação de Rydberg.
Gráficos da função de densidade de probabilidade
radial do orbital 1s

Essa função (4r2R2) expressa a


probabilidade de encontrar o elétron
4r2R2 - ψ2

do orbital 1s em cada distância r, em


qualquer direção em torno do núcleo.

rmax = 52,9 pm, raio de Bohr. Essa distribuição de probabilidades


(52,9 pm) se faz nas três dimensões,

2max no plano xz definindo a forma esférica do orbital 1s.


Gráficos da função de onda do orbital 1s

r - distância da origem a infinito (0 a ∞)


 - ângulo entre a linha do elétron ao
núcleo e o eixo z, indo de 0 a 360 °
 - ângulo em torno do eixo z – 0 a 360 °

𝟏ൗ 𝟑ൗ
𝟏 𝟐 𝒁 𝟐 −𝒁𝒓ൗ
𝟏𝒔 = 𝒆 𝒂𝟎
𝟒𝝅 𝒂𝟎

➢ Gráficos da função de 21s para valores iguais de r em qualquer direção, geram


esferas.
➢ Cada ponto desta esfera corresponde a um valor de densidade de probabilidade
de localização do elétron neste ponto.
Equação de Schrodinger para o orbital 1s

Ψn, l, m
l

❖ A equação não apresenta restrições em relação a  ou 

❖ Essa condição faz com que as soluções da equação gerem um orbital


esférico (orbital 1s)

Orbital 1s
Funções relativas ao orbital 1s
Z 3 2 -Zr / a0
R = 2( ) e
a0

➢ Gráfico da função 4r2R2 (1s) para um ➢ Gráfico da função 4r22 (1s) para 0 < r < 
dado r no plano xz para  de 0 a 360 º. em três dimensões.
Gráficos das funções de probabilidade radial de orbitais s, p e d

Estas funções expressam as


probabilidades de se encontrar o
elétron em cada distância r em
relação ao núcleo numa dada
coordenada (x, y, z).
➢ Número de nós é dado por:
n-l-1
Sobreposição dos gráficos das funções radiais: 1s, 2s, 3s
Sobreposição dos gráficos das funções radiais: 3s, 3p e 3d

Distribuição da função radial

Raio
Densidades de probabilidade radial do orbital 2s

Densidades de
probabilidade
Cada ponto corresponde
a um valor de 4r2R2
Densidades de probabilidade radial do orbital 3s

Cada ponto corresponde


a um valor de 4r2R2

Estão bem notadas as duas Densidades de


áreas nodais do orbital. probabilidade
Estas áreas ocorrem nas 3
dimensões gerando
superfícies nodais esféricas.
Analisando a função radial para orbitais s
➢ O número de máximos de

Função de probabilidade radial (4r2R2)


probabilidades é igual ao valor de n.

➢ A distância do núcleo ao máximo


de probabilidade aumenta com o
número quântico principal.

➢ Aparecem nós nas distâncias em


que a função R (ou 2) é igual a
zero.

O número de nós em cada


orbital é dado por:
n–l-1
Raio
Sobre os nós
➢ Nó – espaço em que a densidade de probabilidade de localização do elétron é igual a
zero. (Isso não significa que a onda elétron não esteja em tais espaços)

➢ Os nós podem ser:

❖ Esféricos (ou radiais) - dependem só da distância;

❖ Angulares – superfícies que passam pelo núcleo, podendo ser planos ou cônicos.

➢ Paul Dirac (1928) - usando argumentos relativísticos mostrou que não existe espaço
em um orbital cuja probabilidade de localização de um elétron seja zero. Pode ser
muito baixa mas não é nula. Argumento para explicar.
A ESTRUTURA ATÔMICA
O modelo atômico e a equação de Schrodinger
𝜳(𝒓,𝜽,𝝋) = 𝑹(𝒓) . 𝜣(𝜽) . 𝜱(𝝋)

Função de onda angular para os orbitais 1s, 2pz e 3dz2

Para n = 1, l = 0 e ml = 0 (1s)  = (1 / 4)1/ 2

Para n = 2, l = 1 e ml = 0 (2pz)
 = [(3 / 4)]1/ 2 cos 

Para n = 3, l = 2 e ml = 0 (3d)  = [( 5 / 16 )]1/ 2 (3 cos2  − 1)


Gráficos da função de onda do orbital 2pz

Giro de 360 ° sobre o eixo z


gera dois lobos esféricos

Gráfico do cos de 0 a 180 ° Gráfico do cos de 180 a 360 ° 2pz independe de , o gráfico do
cos gira em torno de z com r 0 a  .
Equação de Schrodinger para o orbital 2pz
Representações das densidades de probabilidade eletrônica
em diagramas de contorno em orbitais 2pz
Diagrama de contornos do orbital 3pz do carbono

➢ As linhas grafadas correspondem a


densidades de probabilidades iguais.
➢ O plano xy e o círculo (esfera) tracejada são
“superfícies” nodais.
➢ Pontos ou superfícies nodais são espaços em
que a densidade de probabilidade é nula.
➢ Os sinais + e – referem-se ao valor de 
(não de 2) na área.
Equação de Schrodinger para o orbital 3dz2
Gráficos de orbitais d obtidos a partir da equação de
Schrodinger

❖ Soluções das equações de onda resultam em 6 orbitais no subnível d.


❖ Por análises espectroscópicas verifica-se que só existem 5 orbitais neste subnível.
❖ Solução do impasse: combinou-se as equações que expressam os orbitais dx2 - z2 e
dy2 - z2, obtendo-se uma nova equação que expressa o orbital dz2.
Orbitais d – Formas e disposições espaciais
Números quânticos e distribuição espacial dos orbitais atômicos
➢ Orbitais s, p, d e f de menores energias

Ψ(r, Θ, Ф) = R(r).Θ(Θ).Ф(Ф)

Orbitais s: l = 0 e ml = 0

Orbitais p: l = 1 e ml = 1, 0, -1

Orbitais d: l = 2 e ml = 2, 1, 0, -1, -2

Orbitais f : l = 3 e ml = 3, 2, 1, 0, -1, -2, -3


Equação de Schrodinger para os orbitais 1s, 2pz e 3dz2
Números quânticos e distribuição espacial dos orbitais atômicos
➢ Orbitais s, p, d e f de menores energias

Ψ(r, Θ, Ф) = R(r).Θ(Θ).Ф(Ф)

Orbitais s: l = 0 e ml = 0

Orbitais p: l = 1 e ml = 1, 0, -1

Orbitais d: l = 2 e ml = 2, 1, 0, -1, -2

Orbitais f : l = 3 e ml = 3, 2, 1, 0, -1, -2, -3


Formas e orientações espaciais dos orbitais 4f
Orbitais f – Formas e disposições espaciais
Orbitais do subnível f - fz3, fxz2, fyz2, fxyz , fz(x2 –y2)3 , fx(x2 –y2) e fy(3x2 –y2)
Caracterização dos orbitais pelos números quânticos

5f
5g
Origem dos símbolos s, p, d, f, g, ....

❖ Espectroscopistas associaram os diferentes grupos de linhas observadas nos


espectros dos metais alcalinos à transições entre diferentes níveis de energia,
e essas linhas, pelas suas características, foram chamadas de sharp (s),
principal (p), difuse (d) e fundamental (f).

❖ Quando o número quântico do momento angular orbital (l) foi usado para
descrever ou explicar esses grupos de linhas, verificou-se que o valor obtido
para as linhas sharp era l = 0; para as linhas principal, era l = 1; para as
linhas difuse, l =2; e para as linhas fundamental, era l = 3. A partir daí, s, p, d
e f, foram adotados como os símbolos para as linhas observadas nos
espectros desses elementos, sendo, depois, estendidos para designar os
orbitais atômicos. Para valores de l maiores do 3, os símbolos (g, h, i, ...)
seguem-se em ordem alfabética.
Síntese de formas dos orbitais atômicos

Assim, completou-se o ciclo de descobertas que levaram a criação do


modelo atômico atual. Uma saga que já alcança cerca de 2.600 anos.
Marcos importantes do desenvolvimento do modelo atômico
Síntese:

1) Reflexões de natureza filosófica. (Duração: cerca de 2.300 anos)

2) Estequiometria – relações entre massas de reagentes e produtos (balança como


instrumento fundamental). Duração: cerca de 140 anos

3) Medidas elétricas – eletroquímica e descargas elétricas através de gases.

4) Descoberta da radioatividade e experimentos usando partículas alfa (α).

5) Espectroscopia: experimentos e teorias sobre interações matéria energia radiante.


3, 4 e 5. Duração: cerca de 100 anos)

6) Quantização da energia radiante.

7) Natureza ondulatória da matéria.


(Duração: menos de 30 anos)
8) Princípio da incerteza.

9) Mecânica quântica – equação de Schrodinger.


Sobre os números quânticos
➢ Os números quânticos (n, l, ml, s, ms) correlacionam-se às energias dos elétrons nos
átomos e são expressos em h/2, h sendo expresso em J.s no sistema internacional
(SI) de unidades.

➢ Essa correlação foi expressa pela primeira vez por Bohr ao postular que a
quantidade de movimento do elétron nas órbitas do seu modelo para o átomo de
hidrogênio era dada por:
h
mvr = n
2
Assim, contribuições de energias pelos números quânticos são:
❖ Número quântico principal: n = (1, 2, 3, 4, ....) h/2
❖ Número quântico secundário: l = (0, 1, 2, 3, 4, ....) h/2
❖ Número quântico magnético: ml = (-l, ..., 0, ..., +l) h/2
❖ Número quântico spin: s = (1/2) h/2
❖ Número quântico do momento de spin: ms = (+1/2 e -1/2) h/2
Energias do elétron em orbitais de hidrogenóides

Z 2 me 4
➢ Equação de Bohr E=− 2
n 80 h 2

n = 1, 2, 3, 4, 5, 6, ......., 
E0 E = 0

➢ Equação de Bohr/Sommerfeld

➢ As energias calculadas com a equação de Schrodinger são iguais às que se obtém


com essas equações, mas o número quântico azimutal (secundário) é diferente.
Energias do elétron do hidrogênio e de hidrogenóides

➢ Energia do elétron de um hidrogenóide em cada nível:

Z 2 me 4 n = 1, 2, 3, 4, 5, 6, ......., 
E=− 2
n 80 h 2 E0 E = 0

➢ Em cada nível, a energia do elétron pode variar em função dos momentos


angulares orbitais, l, identificadores dos
l = 0, 1, 2, 3, ..., n – 1
s, p, d, f, g, h, ....
➢ Cada subnível tem 2l + 1 orbitais de mesma energia (degenerados).
➢ Sob um campo magnético, as energias do elétron num subnível são
diferenciadas em função das orientações espaciais dos orbitais, caracterizadas
pelo número quântico magnético (ml) do elétron nesse subnível.
ml = - l, -l + 1, -l + 2, ...-1, 0 , +1, +2, ..., l
Para l = 2, ml = -2, -1, 0, 1, 2.
Energias dos elétrons nos subníveis de um mesmo nível
Energia dos elétrons em átomos multieletrônicos
➢ A equação de Schrodinger só possibilita cálculos exatos para o hidrogênio e para

hidrogenóides.

➢ Cálculos de energias de elétrons com essa equação para átomos multieletrônicos

podem ser feitos usando-se o método Hartree-Fock, também conhecido como

método do campo autoconsistente (ACF), mas os resultados obtidos não são exatos.

➢ Com os resultados obtidos nesses cálculos, verifica-se que a sequência das energias

dos elétrons nos orbitais de um subnível para elementos com Z < 18 é:

s < p < d < f < g < .... Enxofre (Z = 16): 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6

➢ Em correlações das energias de subníveis diferentes prevalecem sequências do tipo:

ns < np < (n - 1)d < (n - 2)f Bismuto (Z = 83): [Xe] 6s², 6p3, 5d10, 4f14

➢ Em ionizações considera-se que os elétrons sempre são retirados dos orbitais com

maior n + l: Bi3+: [Xe] 6s², 6p0, 5d10, 4f14

Bi5+: [Xe] 6s0, 6p0, 5d10, 4f14


Energia dos elétrons em átomos multieletrônicos
➢ Não se pode dizer que o modelo atômico desenvolvido a partir da equação de
Schrodinger expresse com realismo a estrutura atômica. Afinal, é um modelo.
➢ Assim, resta como alternativa definir as configurações eletrônicas a partir de um
conjunto de regras, as quais constituem o princípio de aufbau (ou princípio de
construção), tendo como referenciais os números quânticos.
Evolução do princípio de aufbau (ou de construção)
❖ O desenvolvimento do princípio de aufbau teve Niels Bohr como um dos principais
criadores.
❖ Por este princípio, os elétrons se distribuem nos orbitais em ordem crescente de
suas energias.
Contribuições para o desenvolvimento do princípio de aufbau
➢ Regras de Bohr, ou princípio de aufbau: os elétrons se distribuem nos orbitais na
ordem crescente de energia.
1) Regras de Niels Bohr e Charles Bury (1921)
a) O número máximo de elétrons em cada nível é igual a 2n2.
b) O número máximo de elétrons no último nível não pode ser superior a 8.
c) Elétrons não se acomodam em um dado nível antes do nível mais interno ser
preenchido.
d) A distribuição eletrônica se faz na ordem crescente dos valores de n + k (n + l).
2) Princípio da exclusão de Pauli (Wolfang Pauli, 1925)
Partículas idênticas não podem apresentar o mesmo estado quântico, ou seja: 2
elétrons com o mesmo spin não podem ocupar um mesmo orbital.
3) Regra de Hundi (Friedrich Hermann Hundi, 1927)
Princípio da Máxima Multiplicidade – Em um subnível um orbital só pode ser
preenchido completamente quando todos os outros orbitais do mesmo subnível
estiverem semipreenchido.
Contribuições para o desenvolvimento do princípio de aufbau
4) Erwin Madelung/Klechkowski (1926, 1930, 1936) propôs que:
Se dois orbitais têm o mesmo valor de n + l, o primeiro a ser preenchido é o que
apresenta o menor n.
3p: n = 3 e l = 1; n+l=3+1=4
4s: n = 4 e l = 0; n+l=4+0=4
4p: n = 4 e l = 1 n+l=4+0=5
3d: n = 3 e l = 2; n+l=3+2=5
Ordem de preenchimento: 3p, 4s, 3d, 4p
Assim, a distribuição eletrônica deve se fazer na sequência:
1s, 2s, 2p, 3s, 3p, 4s, 3d, 4p, 5s, 4d, 5p, 6s, 4f, 5d, 6p, 7s, 5f, 6d, 7p,
(8s, 5g, 6f, 7d, 8p e 9s).
Subníveis que só são ocupado nos elementos naturais em estados excitados.
Sequência prevista pela regra de Madelung/Klechkowski
Configurações eletrônicas

As configurações eletrônicas são feitas seguindo-se o princípio de aufbau.

Através do princípio de aufbau é estabelecido que a construção de um átomo é feita


pela adição progressiva de elétrons, na ordem crescente de suas energias.

O princípio de aufbau também é conhecido como regra de Bohr ou regra de


Madelung, pelo fato deste haver proposto a condição para a ordem das energia
quando a soma de n + l resulta em um mesmo valor.

Esta proposição possibilitou a criação do diagrama popularizado por Pauling, o


qual, hoje é conhecido como diagrama de Pauling.
Diagrama de Madelung.

Ordenamento das energias para n + l, com n = 1, 2, 3, 4 e 5 e l = 0, 1, 2, 3, 4


A equação de Schrodinger e os átomos multieletrônicos
Diagrama de Madelung (1936)

➢A regra de Bohr/Bury também é


conhecida como regra de Madelung
pelo fato deste cientista haver
completado o procedimento para
construção das configurações
eletrônicas, criando o diagrama
mostrado ao lado.
➢Posteriormente esse diagrama foi
utilizado por Linus Pauling em seus
livros e outras publicações, tornando-
se então mais conhecido como
diagrama de Pauling.
CONFIGURAÇÕES ELETRÔNICAS

Com esse diagrama você pode escrever


de forma correta as configurações
eletrônicas de cerca de 80 % dos
elementos químicos. Mas,

Diagrama de Pauling Cuidado com os cerca


de 20 % restantes.
Configurações eletrônicas

Energias dos elétrons em átomos


multieletrônicos

25Mn
Configurações eletrônicas
➢ Em virtude da complexidade das interações eletrônicas nos átomos, não existe
uma forma que possibilite o estabelecimento das configurações eletrônicas de
todos os elementos através de regras ou procedimentos simples.
➢ Utilizando-se as regras ou o diagrama de Bohr/Madelung/Pauling é possível se
definir as configurações eletrônicas de cerca de 80 % dos elementos.

Observações:
1) O diagrama de Pauling falha mais ainda na definição de configurações
eletrônicas de cátions de metais de transição.
2) Com a regra de máxima probabilidade de Hund é possível explicar algumas das
exceções observadas ao se utilizar o diagrama de Pauling. Exemplos:

Cr: 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3ps6, 3d4 e 4s2 (Por Pauling)
Cr: 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3ps6, 3d5 e 4s1 (Real, multiplicidade maior)

Cu: 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3ps6, 3d9 e 4s2 (Por Pauling)
Cu: 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3ps6, 3d10 e 4s1 (Real, Multiplicidades iguais nos 2 casos)
Configurações eletrônicas

➢ Em virtude da complexidade das interações eletrônicas nos átomos, não existe uma forma
que possibilite o estabelecimento das configurações eletrônicas de todos os elementos
através de regras ou procedimentos simples.

➢ Utilizando-se as regras ou o diagrama de Bohr/Madelung/Pauling é possível se definir as


configurações eletrônicas de cerca de 80 % dos elementos.

➢ Esse diagrama não se presta para, diretamente, se definir configurações eletrônicas de


cátions de metais de transição.

Exercícios:

1) Escreva as configurações eletrônicas dos elementos: 17Cl, 22V, 24Cr, 29Cu, 41Nb e do 46Pd.

2) Escreva as configurações eletrônicas dos íons: 17Cl̶, 22V2+, 24Cr3+, 29Cu


2+ e do 41Nb2+.
Configurações eletrônicas
➢ Com a regra de máxima probabilidade de Hund é possível explicar algumas das
exceções observadas ao se utilizar o diagrama de Pauling (só algumas). Exemplos:

Cr: 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3ps6, 3d4 e 4s2 (Configuração por Pauling) Ʃspins: S = 2

Cr: 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3ps6, 3d5 e 4s1 (Configuração real) Ʃspins: S = 3

❖ Este caso pode ser explicado pela regra de máxima multiplicidade de Hund.

Cu: 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3ps6, 3d9 e 4s2 (Por Pauling) Ʃspins: S = 1/2

Cu: 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3ps6, 3d10 e 4s1 (Configuração real) Ʃspins: S = 1/2

Este caso não é explicado pela regra de máxima multiplicidade de Hund porque as
duas configurações tem multiplicidades iguais, ambas 1/2.
Algumas configurações eletrônicas não paulinguianas
1° período de transição externa 2° período de transição externa
21 Escândio [Ar] 4s2 3d1 39 Ítrio [Kr] 5s2 4d1
22 Titânio [Ar] 4s2 3d2 40 Zircônio [Kr] 5s2 4d2
1° período de transição interna
23 Vanádio [Ar] 4s2 3d3 41 Nióbio [Kr] 5s1 4d4
57 Lantânio [Xe] 6s2 5d1
24 Crômio [Ar] 4s1 3d5 42 Molibidênio [Kr] 5s14d5
58 Cério [Xe] 6s2 4f1 5d1
25 Manganês [Ar] 4s2 3d5 43 Tecnécio [Kr] 5s24d5
26 Ferro [Ar] 4s2 3d6 44 Rutênio [Kr] 5s14d7 59 Praseodímio [Xe] 6s2 4f3
27 Cobalto [Ar] 4s2 3d7 45 Ródio [Kr] 5s14d8 60 Neodímio [Xe] 6s2 4f4
28 Níquel [Ar] 4s2 3d8 46 Paládio [Kr] 4d10 61 Promécio [Xe] 6s2 4f5
29 Cobre [Ar] 4s1 3d10 47 Prata [Kr] 5s14d10 62 Samário [Xe] 6s2 4f6
30 Zinco [Ar] 4s2 3d10 48 Cádmio [Kr] 5s24d10 63 Európio [Xe] 6s2 4f7
64 Gadolínio [Xe] 6s2 4f7 5d1
3° período de transição externa
65 Térbio [Xe] 6s2 4f9
70 Itérbio [Xe] 6s2 4f14
66 Disprósio [Xe] 6s2 4f10
71 Lutécio [Xe] 6s2 4f14 5d1
72 Háfnio [Xe] 6s2 4f14 5d2 67 Hólmio [Xe] 6s2 4f11
73 Tântalo [Xe] 6s2 4f14 5d3 68 Érbio [Xe] 6s2 4f12
74 Tungstênio [Xe] 6s2 4f14 5d4 69 Túlio [Xe] 6s2 4f13
75 Rênio [Xe] 6s2 4f14 5d5 70 Itérbio [Xe] 6s2 4f14
76 Ósmio [Xe] 6s2 4f14 5d6 71 Lutécio [Xe] 6s2 4f14 5d1
77 Irídio [Xe] 6s2 4f14 5d7
78 Platina [Xe] 6s1 4f14 5d9
79 Ouro [Xe] 6s1 4f14 5d10
80 Mercúrio [Xe] 6s2 4f14 5d10
Configurações eletrônicas de cátions de elementos de transição
➢ Configurações de cátions de elementos de transição não seguem o
diagrama de Pauling.
➢ Para defini-las, primeiro define-se a configuração eletrônica do elemento.
➢ Em seguida, retira-se um número de elétrons igual à carga do cátion, com
essa retirada sendo feita sempre a partir dos orbitais de maior n.
Co (Z = 27): 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 4s2, 3d7

Bi (Z = 83): 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 3d10, 4s2, 4p6, 4d10, 4f14, 5s2 5p6, 5d10, 6s2, 6p6
Bi: [Xe] 6s², 6p3, 5d10, 4f14

Co: [Ar] 4s² 3d7 Bi: [Xe] 6s², 6p3, 5d10, 4f14
Co2+: [Ar] 4s0 3d7 Bi3+: [Xe] 6s², 6p0, 5d10, 4f14
Co3+: [Ar] 4s0 3d6 Bi5+: [Xe] 6s0, 6p0, 5d10, 4f14
Energias dos elétrons em átomos multieletrônicos

Porque a sequência das energias dos orbitais não é a mesma para


todos os átomos?
Ou
Quais fatores definem as energias dos elétrons em átomos
multieletrônicos?

Alguns fatores:
Momentos angulares orbitais e de spin
Cargas nucleares efetivas
Repulsões intereletrônicas
Fatores determinantes das energias dos elétrons nos átomos

z
𝑳 = 𝒍𝟏 + 𝒍𝟐 𝑺 = 𝒔𝟏 + 𝒔𝟐
Ocupado x
Se 𝒍𝟏 = 𝒍𝟐 = 1 Se 𝒔𝟏 + 𝒔𝟐 = 1/2
Ocupado
𝑳=𝟏+𝟏=𝟐 𝑺 = 𝟏/𝟐 + 𝟏/𝟐 = 𝟏

𝑱Ԧ = 𝑳 + 𝑺

Estas contribuições são pequenas, mas afetam as


energias dos elétrons nos átomos.
Fatores determinantes das energias dos elétrons nos átomos

S = s 1 + s2
S=½+½=1

Em UV-Vis, os 3 últimos termos (2S +1)L


j
são os mais importantes.
Carga nuclear efetiva
Um dos fatores determinantes
das propriedades periódicas.
Regra de Slater
John Clarke Slater (1930)
❖ Formulou regras empíricas para se determinar o efeito de
blindagem (S) de elétrons internos sobre os mais externos.
❖ A carga que atua efetivamente sobre um dado elétrons (Z*) é igual à
carga nuclear menos o parâmetro de blindagem (S)
❖ Na representação seguinte, os elétrons 3s são os menos penetrantes e,
consequentemente, os mais blindados pelos mais penetrantes.

Zef: 1s > 2s > 3s


Carga Nuclear Efetiva
➢ Carga positiva líquida sentida por um determinado elétron em um átomo.

Zef = Z – S, onde
Zef = carga nuclear efetiva
Z = número atômico  carga nuclear
S = fator de blindagem ❖ Elétrons 3s são menos penetrantes e, por efeito de
blindagem, sentem carga nuclear inferior a 12.
 Para o Mg
Carga nuclear efetiva
❖ Em cada átomo, cada elétron é blindado em relação ao
20Ca
núcleo pelos outros elétrons.

❖ Blindagem feita pelos elétrons do mesmo nível é menor


do que a blindagem feita pelos elétrons mais internos.

❖ Em estimativas, a blindagem feita por elétrons mais


externos, mesmo existindo, pode ser considerada nula.

❖ A blindagem total (S) exercida por todos os elétrons de


um átomo é inferior à respectiva carga nuclear (Z).

❖ A parte da carga nuclear não blindada pelos elétrons é


denominada carga nuclear efetiva (Zef ou Z*), e é
Z* = 2,85 Z* = 8,75
definida por:

Z* = Z - S
Cálculos da carga nuclear efetiva (Z*)
Cálculo da Z* Z* = Z – S S é constante de blindagem

Procedimento para cálculos de valores de S sobre elétrons ns, np, nd ou nf


1) Definir a configuração eletrônica segundo o princípio de aufbau.
2) Re-escrever a configuração grupando os orbitais na forma:
(1s) (2s 2p) (3s 3p) (3d) (4s 4p) (4d) (4f) (5s 5p) (5d) (5f)
3) Elétrons situados a direita do elétron do grupo (ns np) não contribuem para o
valor de S.
4) Cada um dos demais elétrons do grupo (ns np) contribui com 0,35.
5) Cada elétron do grupo n – 1 contribui com 0,85 para a blindagem.
6) Cada elétron do grupo n – 2 ou abaixo contribui com 1,00.
Para a blindagem de elétrons d e f;
7) Os demais elétrons do mesmo grupo, (d) ou (f), contribui com 0,35.
8) Cada elétron à esquerda do grupo (nd) ou (nf) contribui com 1,00.
Regra de Slater
Procedimento: elétrons nos orbitais (ns, np, nd ou nf)

1ª Etapa: Escrever a configuração eletrônica do átomo ou íon.


1s, 2s, 2p, 3s, 3p, 4s, 3d, 4p, 5s, 4d, 5p, 6s, 4f, 5d, 6p, 7s, 5f, 6d, 7p, 6f
1s, 2s, 2p, 3s, 3p, 3d, 4s, 4p, 4d, 4f, 5s, 5p, 5d, 5f, 6s, 6p, 6d, 6f, 7s, 7p

2ª Etapa: Dispor a configuração na seguinte ordem para cada n:


(ns np), (nd), (nf)
(1s), (2s 2p), (3s 3p), (3d), (4s 4p), (4d), (4f), (5s 5p), (5d), (5f), (6s 6p), (6d), (7s)

3ª Etapa: Identificar o subnível do elétron a ser estudado

Ex: subnível 3p no Al (Z = 13)  1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p1

 (1s)2, (2s 2p)8, (3s 3p)3


n-1 n
Regra de Slater
4ª Etapa: Calcular S considerando as seguintes situações:
➢ Calcular S para um elétron no grupo (ns, np)
a) Elétrons à direita de um elétron do grupo ns e np em estudo não
contribuem para o cálculo de S.

Ex: Um elétron 3s ou 3p do alumínio não se tem elétrons à sua direita.

b) Cada elétron do grupo n onde está o elétron em estudo contribui com 0,35.

(1s)2, (2s, 2p)8, (3s, 3p)3  2 x 0,35 = 0,70

No grupo (3s, 3p) existem 2 elétrons blindando o terceiro elétron


Regra de Slater
4ª Etapa: Calcular S considerando as seguintes situações:

c) Cada elétron do grupo n – 1 contribui com 0,85.

 (1s)2, (2s, 2p)8, (3s, 3p)3


 8 x 0,85 = 6,80

d) Elétrons à esquerda do grupo n – 2 contribuem com 1,00.

 (1s)2, (2s, 2p)8, (3s, 3p)3

 2 x 1,00 = 2,00
e) S = (elétrons no grupo n x 0,35) + (elétrons no grupo n – 1 x 0,85)
+ (elétrons à esquerda do grupo n – 1 x 1,00)
S = (2 x 0,35) + ( 8 x 0,85) + (2 x 1,00)
S = 0,70 + 6,80 + 2,00  S = 9,50
Regra de Slater
Substituindo os valores na equação Zef = Z – S, temos:

Para o 3p do Al
Z = 13 e S = 9,50

Portanto:
Zef = 13 – 9,50 = 3,50

❖ A carga nuclear efetiva sobre o elétron do subnível 3p do Al é 3,50.

Observação: Z* sobre cada um dos elétrons 3s também é 3,50.


Regra de Slater
Mais um para do grupo (ns, np)
a) Cálculo de Z* sobre um elétron 4s do Fe (Z = 26):
 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 3d6, 4s2
(1s)2, (2s, 2p)8, (3s, 3p)8, (3d)6, (4s, 4p)2
b) Tem apenas um elétron blindando o outro elétron 4s, contribuindo com 0,35,
14 elétrons em n-1, contribuindo com 0,85, e 10 elétrons em n-a ou mais,
contribuindo com 1 para o fator de blindagem (S).

(1s)2, (2s, 2p)8, (3s, 3p)8, (3d)6, (4s)2


 1 x 0,35 = 0,35
 14 x 0,85 = 11,9
 10 x 1,00 = 10,0
S = 0,35 + 11,9 + 10 = 22,25
Z* = 26 - 22,25 = 3,75
Regra de Slater
Cálculo de Z* sobre um elétron do grupo (3d) do Fe (Z = 26):
c) Elétrons do grupo (nd) contribuem com 0,35 e os elétrons dos grupos
à esquerda do grupo (nd) contribuem com 1,00.
(1s)2, (2s, 2p)8, (3s, 3p)8, (3d)6, (4s)2
 5 x 0,35 = 1,75
 18 x 1,00 = 18,00
S = (5 x 0,35) + (18 x 1,00) =19,75
Z* = Z – S = 26 – 19,75 = 6,25
d) Cálculo de Z* sobre um elétron do grupo (3s 3p) do Fe (Z = 26):
(1s)2, (2s, 2p)8, (3s, 3p)8, (3d)6, (4s)2
 7 x 0,35 = 2,45
 8 x 0,85 = 6,80 S = 2,45 + 6,80 = 2 = 14,75
 1 x 1,00 = 2,00
Z* = Z – S = 26 – 12,25 = 14,75
Z* de Slater dos orbitais de valência da 1ª e 2ª séries de transição

Z* sobre elétrons de 3d e 4s da segunda série de transição


10,00
9,00 Os valores de Z* indicam
8,00
3d
7,00 que, em cada série,
6,00 elétrons d devem ter maior
5,00
4,00
4s penetrabilidade do que
3,00
elétrons s, ficando mais
2,00
21 23 25 27 29 31 ligados ao núcleo.

Z* sobre elétrons de 3d e 4s da segunda série de Isso justifica o fato de


transição
elétrons de orbitais ns
9,00 4d
8,00 serem removidos antes de
7,00
orbitais (n-1)d.
6,00
5,00 5s
4,00
3,00
2,00
40 42 44 46 48 50
Periodicidade nos valores de Zef de Slater

Carga nuclear efetiva varia na ordem direta ou inversa de muitas propriedades atômicas.
➢Na realidade, a carga nuclear efetiva é um dos determinantes dessas propriedades.

➢ Calcular Zef para um elétron 3s do fósforo; 4s e 3d do cobalto; e 4f do cério.


Carga nuclear efetiva (Zef ou Z*)
➢ Cálculo de S pelo método de Clementi e Raimondi
Utiliza funções de onda calculando através do método de campo autoconsistente.

Nnl é o número de elétrons nos


orbitais nl.
❖ O método do campo autoconsistente (método de Hartree) foi lançado em 1927 J. R. Hartree.
❖ Possibilita determinações aproximadas das energias nos átomos e íons monoatômicos.
Carga nuclear efetiva (Zef ou Z*)
Z* calculados pelo método de Clementi-Raimondi
1H 2He
1s 1 1,69

3Li 4Be 5B 6C 7N 8O 9F 10Ne


1s 2,69 3,68 4,68 5,67 6,66 7,66 8,65 9,64
2s 1,28 1,91 2,58 3,22 3,85 4,49 5,13 5,76
2p 2,42 3,14 3,83 4,45 5,1 5,76

11Na 12Mg 13Al 14Si 15P 16S 17Cl 18Ar


1s 10,63 11,61 12,59 13,57 14,56 15,54 16,52 17,51
2s 6,57 7,39 8,21 9,02 9,82 10,63 11,43 12,23
2p 6,8 7,83 8,96 9,94 10,96 11,98 12,99 14,01
3s 2,51 3,31 4,12 4,9 5,64 6,37 7,07 7,76
3p 4,07 4,29 4,89 5,48 6,12 6,76
Periodicidade nos valores de Zef de Clementi e Raymondi

Variação de Z* segundo Clementi-Raimond


10

8
Z* do elétron de valência

0
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Números atômicos
CARGA NUCLEAR EFETIVA (Zef ou Z*)
Z* sobre elétrons de valência dos primeiros 36 elementos
Z Slater Clementi Z Slater Clementi 3d 4p
1 1s1 1,00 1,000 19 4s1 3d0 4p0 2,20 3,495
2 1s2 1,65 1,688 20 4s2 3d0 4p0 2,85 4,398
3 2s1 2p0 1,30 1,279 21 4s2 3d1 4p0 3,00 4,632 7,120
4 2s2 2p0 1,95 1,912 22 4s2 3d2 4p0 3,15 4,817 8,141
5 2s2 2p1 2,60 2,241 23 4s2 3d3 4p0 3,30 4,981 8,983
6 2s2 2p2 3,25 3,136 24 4s1 3d5 4p0 2,95 5,133 9,757
7 2s2 2p3 3,90 3,834 25 4s2 3d5 4p0 3,60 5,283 10,528
8 2s2 2p4 4,55 4,453 26 4s2 3d6 4p0 3,75 5,434 11,18
9 2s2 2p5 5,20 5,100 27 4s2 3d7 4p0 3,90 5,576 11,855
10 2s2 2p6 5,85 5,758 28 4s2 3d8 4p0 4,05 5,711 12,513
11 3s1 3p0 2,20 2,507 29 4s1 3d9 4p0 3,70 5,885 13,201
12 3s2 3p0 2,85 3,308 30 4s2 3d10 4p0 4,35 5,965 13,878
13 3s2 3p1 3,50 4,066 31 4s2 3d10 4p1 5,00 7,067 15,093 6,222
14 3s2 3p2 4,15 4,285 32 4s2 3d10 4p2 5,65 8,044 16,251 6,780
15 3s2 3p3 4,80 4,886 33 4s2 3d10 4p3 6,30 8,944 17,378 7,449
16 3s2 3p4 5,45 5,482 34 4s2 3d10 4p4 6,95 9,758 18,477 8,287
17 3s2 3p5 6,10 6,116 35 4s2 3d10 4p5 7,60 10,553 19,559 9,028
18 3s2 3p6 6,75 6,764 36 4s2 3d10 4p6 8,25 11,316 20,626 9,769
Correlações entre Z* de Slater e de Clementi e Raimondi
Z* dos elementos de Z = 1 a Z = 36
25,00
C
20,00
Carga nuclear efetiva

15,00
B
10,00
A
5,00

0,00
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Números atômicos

A – Z* dos orbitais de valência (ns) por Slater


B – Z* dos orbitais de valência (ns) por Clementi-Raimondi
C – Z* dos orbitais 3d por Clementi-Raimondi

Valores de Z* segundo Clementi e Raimondi são maiores sobre (n-1)d do que sobre ns do que os
valores de Slater. Portanto, elétrons d são mais ligados ao núcleo do que elétrons s.
Penetrabilidade dos subníveis 3d e 4s

Gráficos fora de escala.

➢ As penetrabilidades dos subníveis se correlacionam com as densidades de


probabilidades radias (R2). A penetrabilidade de 3d é um pouco maior do que a de 4s.
➢ A pequena diferença nessas penetrabilidades é evidenciada pela pequena diferença de
energia entre elétrons que estejam em orbitais destes subníveis.
Configurações eletrônicas
Apesar do n ser maior no 4s, a energia dos elétrons em 4s “é menor” do que em 3d.

𝒁𝟐𝒆𝒇(𝒏𝒍) 𝒁𝟐𝒆𝒇(𝟑𝒅) 𝒁𝟐𝒆𝒇(𝟒𝒔)


𝑬𝒏𝒍 = 𝒇 𝑬𝟑𝒅 = 𝒇 𝑬𝟒𝒔 = 𝒇
𝒏𝟐 𝟑𝟐 𝟒𝟐

3d 4s
Probabilidade

Distância do núcleo
Configurações eletrônicas

Diagramas de Rich e Suter para energias


dos elétrons em átomos multieletrônicos

Fundamentação:
❖ Interações eletrostáticas entre cada elétron e o núcleo.
❖ Influências da carga nuclear e da penetrabilidade dos
subníveis.
Diagramas de Rich e Suter
Aspectos positivos:
➢ Se aplica assertivamente a todos os elementos do bloco d e a maioria dos elementos do
bloco f, excetuando-se apenas ao Ce (6s2 4f1 5d1), Pa (7s 2 6d 1 5F 2), U (7s 2 6d 1 5f 3),
Np (7s 2 6d 1 5F 4) e Cm (7s 2 6d 1 5F 7).
➢ Talvez se aplique a 100 % dos cátions dos elementos dos blocos d e f.
➢ Procura definir cada estado energético tendo por base as atrações eletrostáticos
elétron/núcleo.

Aspecto negativo:
➢ Não é único. Existe um diagrama para cada período nos elementos neutros e outro
para esses elementos em estados catiônicos.

Observação:
➢ As configurações eletrônicas dos elementos representativos são muito bem
estabelecidas através do diagrama de Madelung/Pauling.

URL de um Produto Educacional elaborado por um aluno do PROFQUI


http://educapes.capes.gov.br/handle/capes/601015
Energias dos elétrons em elementos de transição
❖ Penetrabilidade dos subníveis (probabilidade radial, r)
❖ Carga nuclear efetiva (Z*)

Relacionam-se à forças eletrostáticas elétron-núcleo e


elétron-elétron
➢ A energia de cada elétron em um átomo depende Z* e de r, conforme as equações:

∗ ∗
𝒁 𝒎𝒆𝟒 𝒁 𝒎𝒆𝟒 ∗
𝒁 𝒎𝒆𝟒
𝑬𝐧𝐥 = − 𝟐 𝑬𝟒𝐬 = − 𝟐 𝑬𝟑𝐝 = − 𝟐
𝒏 𝟖𝝅𝜺𝟎 𝒉𝟐 𝟒 𝟖𝝅𝜺𝟎 𝒉𝟐 𝟑 𝟖𝝅𝜺𝟎 𝒉𝟐

➢ Z* sobre elétrons (n-1)d > sobre elétrons ns.


➢ r de elétrons (n-1)d < r de elétrons ns.
➢ As energias de elétrons (n-1)d e ns crescem no mesmo sentido com taxas diferentes.
Energias dos elétrons variam com Z* e com n
∗ ∗
𝒁 𝒎𝒆𝟒 𝒁 𝒎𝒆𝟒 ∗
𝒁 𝒎𝒆𝟒
𝑬𝐧𝐥 = − 𝟐 𝑬𝟒𝐬 = − 𝟐 𝑬𝟑𝐝 = − 𝟐
𝒏 𝟖𝝅𝜺𝟎 𝒉𝟐 𝟒 𝟖𝝅𝜺𝟎 𝒉𝟐 𝟑 𝟖𝝅𝜺𝟎 𝒉𝟐

Números atômicos e Clementi


Elemento
configurações 4s 3d
21 4s2 3d1 4p0 4,632 7,120 Escândio
22 4s2 3d2 4p0 4,817 8,141 Vanádio
23 4s2 3d3 4p0 4,981 8,983 Titânio
24 4s1 3d5 4p0 5,133 9,757 Cromo
25 4s2 3d5 4p0 5,283 10,528 Manganês
26 4s2 3d6 4p0 5,434 11,18 Ferro
27 4s2 3d7 4p0 5,576 11,855 Cobalto
28 4s2 3d8 4p0 5,711 12,513 Níquel
29 4s1 3d9 4p0 5,885 13,201 Cobre
30 4s2 3d10 4p0 5,965 13,878 Zinco

❖ Ao longo da série, a variação de Z* é mais acentuada sobre nd do que sobre ns.


❖ As equações não são exatas. Mas possibilitam indicar que a taxa de variação de
energia de elétrons 3d é 1,5 vezes maior do que sobre elétrons 4s.
Energias nos subníveis de valência
1) Como visto, o subnível 3d deve ser afetado mais intensamente pela carga nuclear efetiva
do que o 4s. Assim, a taxa de diminuição de energia do subnível 3d deve ser maior do
que a de 4s, acarretando cruzamento de suas curvas de energias em algum ponto.
Configurações eletrônicas nos subníveis 3d e 4s
21 Escândio [Ar] 4s2 3d1
3d↓
22 Titânio [Ar] 4s2 3d2

23 Vanádio [Ar] 4s2 3d3 3d↑

Energia →
24 Crômio [Ar] 4s1 3d5 4s↓
2
25 Manganês [Ar] 4s 3d
5 4s↑

26 Ferro [Ar] 4s2 3d6

27 Cobalto [Ar] 4s2 3d7


5
28 Níquel [Ar] 4s2 3d8 1

29 Cobre [Ar] 4s1 3d10

30 Zinco [Ar] 4s2 3d10 Número atômico (Z) →

➢ Expandindo as curvas para a esquerda, deduz-se que no K e no Ca (Z = 19 e 20),


os elétrons de valência ocupam primeiro o orbital 4s, coincidindo com o diagrama
“de Pauling”.
➢ Em seguida os elétrons começam a ocupar o subnível 3d, exceto para o Cr e Cu.
Exercício 01 – Usando este diagrama, mostre que as configurações do quadro são corretas.
Configurações eletrônicas nos subníveis 4d e 5s
Nb 4d ↑ ↑ ↑ ↑↓ ? Pauling

Nb 4d ↑ ↑ ↑ ↑ ↑ ?

Distribuição por Rich/Suter


39 Ítrio [Kr] 5s2 4d1
40 Zircônio [Kr] 5s2 4d2
éeé
41 Nióbio [Kr] 5s1 4d4
42 Molibidênio [Kr] 5s14d5
43 Tecnécio [Kr] 5s24d5
44 Rutênio [Kr] 5s14d7
45 Ródio [Kr] 5s14d8
46 Paládio [Kr] 4d10
47 Prata [Kr] 5s14d10
48 Cádmio [Kr] 5s24d10

Exercício 02 – Mais uma vez, mostre que as configurações do quadro são corretas.
Configurações eletrônicas nos subníveis 5d e 6s

70 Itérbio [Xe] 6s2 4f14


71 Lutécio [Xe] 6s2 4f14 5d1
72 Háfnio [Xe] 6s2 4f14 5d2
73 Tântalo [Xe] 6s2 4f14 5d3
74 Tungstênio [Xe] 6s2 4f14 5d4
75 Rênio [Xe] 6s2 4f14 5d5
76 Ósmio [Xe] 6s2 4f14 5d6
77 Irídio [Xe] 6s2 4f14 5d7
78 Platina [Xe] 6s1 4f14 5d9
79 Ouro [Xe] 6s1 4f14 5d10
80 Mercúrio [Xe] 6s2 4f14 5d10

Exercício 03 – Você compreendeu a fundamentação deste método como argumento para


interpretar as configurações eletrônicas dos elementos? Então explique.
Configurações eletrônicas nos subníveis 4f, 5d e 6s
57 Lantânio [Xe] 6s2 5d1
58 Cério [Xe] 6s2 4f1 5d1
59 Praseodímio [Xe] 6s2 4f3
60 Neodímio [Xe] 6s2 4f4
61 Promécio [Xe] 6s2 4f5 1
1
1 1
62 Samário [Xe] 6s2 4f6 1
1
1
1
1 1
63 Európio [Xe] 6s2 4f7 1 1
1 1
64 Gadolínio [Xe] 6s2 4f7 5d1 6s
1 1 1 1
1 1 1
65 Térbio [Xe] 6s2 4f9 1
1
1
1 1 1
66 Disprósio [Xe] 6s2 4f10 1
1
1
67 Hólmio [Xe] 6s2 4f11
68 Érbio [Xe] 6s2 4f12
69 Túlio [Xe] 6s2 4f13 ➢ Nesta série não é possível explicar a configuração
70 Itérbio [Xe] 6s2 4f14
do cério com o diagrama de Rich/Suter.
71 Lutécio [Xe] 6s2 4f14 5d1
➢ Igual restrição existe para: Pa (7s 2 6d 1 5F 2), U (7s
2 6d 1 5f 3), Np (7s 2 6d 1 5f 4) e Cm (7s 2 6d 1 5f 7).
Configurações eletrônicas de íons
Nas ionizações, os primeiros elétrons Diagrama de Rich/Sulter
retirados são os de maiores energias. Assim,
nos elementos da primeira série de
transição, pela soma n + l, devem ser os
elétrons 3d.
Mas com a perda de elétrons, a carga
nuclear efetiva sobre os elétrons aumenta.
Como o subnível 3d é mais afetado por Z*
do que o 4s, acentua-se a diminuição da Por estes gráficos, só o Sc+ e o
energia dos orbitais 3d em relação às do 4s. Ti+ perde elétron do subnível 3d.

A essa altura, não importa quais elétrons Exercício 04:


saíram, pois todos são iguais, e as Com base no diagrama acima, defina as
configurações eletrônicas dos íons M+ da
configurações tornam-se sempre 3dn 4s0. primeira série de transição.
Configurações eletrônicas de íons

Diagrama de
Diagrama deRich/Suter
Rich/Sulter
Logicamente, a perda de um segundo
elétron torna o efeito descrito no
slide anterior ainda mais acentuado,

Por consequência, configurações de


cátions M2+, M3+ ou superiores de
elementos de transição são sempre
(n-1)dn 4s0. Configurações para M2+

Exercício 05:
Com base no diagrama acima, defina as
configurações eletrônicas dos íons M2+
da primeira série de transição.
Configurações eletrônicas nos subníveis 4d e 5s
Exercício 02:
Usando o diagrama de Rich/Suter, complete as configurações dos elementos da
segunda série de transição.
[Kr] 5s 4d
39 Ítrio
[Kr] 5s 4d
40 Zircônio
[Kr] 5s 4d
41 Nióbio
[Kr] 5s 4d
42 Molibidênio
[Kr] 5s 4d
43 Tecnécio
[Kr] 5s 4d
44 Rutênio
[Kr] 5s 4d
45 Ródio
[Kr] 5s 4d
46 Paládio
[Kr] 5s 4d
47 Prata
[Kr] 5s 4d
48 Cádmio
Exercício 06:
Como seriam as configurações eletrônicas de íons M2+ destes elementos?
Olé turma do PROFQUI 2024
Concluímos nossas aulas sobre o desenvolvimento
do modelo atômico, analisando fatos de uma
história não concluída.
Modelo atômico
Em que nível estão nossos conhecimentos sobre o modelo atômico?
Graus de certeza sobre um fato

Conclusão: sobre o modelo atômico, por enquanto o que temos são teorias.

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