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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE

Espectroscopia UV-Visível:
Professor: Alexandre Gonçalves Dal-Bo
alexandredalbo@hotmail.com
adalbo@unesc.net

Aula 2 e 3
Objetivos
➢ Introdução

➢ Utilização

➢ Aplicações, Curva de calibração

➢ Componentes básicos de um espectrofotômetro

➢ Transmitância (T)

➢ Absorbância (A)

➢ Lei de Beer

➢ Tipos de Espectrofotômetros para a Região Visível e UV


INTRODUÇÃO:

Introdução aos métodos espectrométricos

A espectrometria compreende um grupo de


métodos analíticos baseados nas propriedades dos
átomos e moléculas de absorver ou emitir energia
eletromagnética em uma determinada região do espectro
eletromagnético.

Fig.1
INTRODUÇÃO:

✓ Identificação de compostos orgânicos , inorgânicos e íons

✓ Análise quantitativa de alguns grupos funcionais orgânicos

✓ Determinação quantitativa de espécies orgânicos,


inorgânicos e biológicos
INTRODUÇÃO:

• Métodos Espectrofotométricos

- Método analítico sensível

- Rápido

- Resultados precisos

- Utilizada na determinação da concentração dos


constituintes do alimento
- Analise barata
INTRODUÇÃO:

• Métodos Colorimétrico

- Leitura dos valores de absorbância de soluções


padrões de concentrações conhecidas

- Curva padrão

- Determinação da concentração de uma


determinada substância presente na amostra
Espectroscopia de Absorção Molecular na Região UV-Vis

➢ É utilizada para a determinação quantitativa de compostos


inorgânicos e orgânicos.

➢ Aplicações:

Amostras ambientais, biológicas, ciências forenses,

efluentes industriais, alimentos, entre outras.


Terminologia

✓ Espectroscopia: Parte da ciência que estuda o fenômeno relacionado à

interação da matéria com a luz eletromagnética.

✓ Espectrometria: É a técnica (aplicação prática/método) pelo qual os

fenômenos espectroscópicos são estudados.


NATUREZA DA ENERGIA
ELETROMAGNÉTICA

 Forma de energia que se propaga no espaço a


enormes velocidades, normalmente em linha reta

 Características ondulatórias e corpusculares


PARÂMETROS ONDULATÓRIOS
PERÍODO (p, 1/)  tempo requerido, em segundos, para a
passagem de máximos ou mínimos sucessivos por um ponto fixo no
espaço.
 FREQÜÊNCIA ()  número de oscilações do campo que ocorrem
por segundo  1/p  depende da fonte  Hz ou ciclos/s ou s-1

VELOCIDADE (vi)  velocidade com que a onda se move no meio 


depende da freqüência e do meio  vi =  
 COMPRIMENTO DE ONDA ()  distância linear entre dois máximos
ou mínimos sucessivos de uma onda  cm, m, nm

 NÚMERO DE ONDA (, )  número de ondas por centímetro de


percurso no vácuo  cm-1

 no vácuo e no ar  c=3,00x108 m/s Fig.2


•Quando a radiação eletromagnética é emitida ou absorvida, ocorre uma
transferência permanente de energia no objeto emissor ou no meio
absorvente. Para descrever esse fenômeno, é necessário entender a
radiação eletromagnética não como uma coleção de ondas mas sim como
uma corrente de partículas discretas chamadas FÓTONS.

•Toda a radiação eletromagnética é quantizada em fótons: isto é, a menor


porção de radiação eletromagnética que pode existir é um fóton, qualquer
que seja seu comprimento, freqüência ou energia.

•Fótons estão sempre se movendo a velocidade da luz (a qual varia de


acordo com o meio no qual ela viaja) em relação a todos os observadores.
•Os fótons são partículas que apresentam propriedades interessantes.

Vejamos algumas dessas propriedades:

1º) São partículas que não apresentam massa.

2º) São partículas que possuem energia bem definida.

Processo de excitação: Quando radiação contínua passa através de


um material transparente, uma porção de radiação pode ser absorvida Como
resultado da absorção de energia, átomos ou moléculas passam de um
estado de baixa energia (estado fundamental) para um estado de mais alta
energia (estado excitado).

Fig.3 Processo de excitação


O processo de excitação é quantizado: a energia da radiação eletromagnética
absorvida é exatamente igual à diferença de energia entre os 2 estados:
A transição eletrônica envolvida é entre estados eletrônicos de energia

Processo de excitação:
A transição mais provável é do orbital HOMO para o LUMO

Fig.4

A diferença de energias do HOMO e LUMO, denominada salto de banda, algumas


vezes pode servir como uma medida da excitabilidade da molécula: a menor energia,
mais facilmente pode ser excitada.
HOMO e LUMO são os acrónimos para orbital molecular ocupado mais
alto (em inglês highest occupied molecular orbital) e orbital molecular
não ocupado mais baixo (lowest unoccupied molecular orbital),
respectivamente.

Transições mais importantes

Das seis transições apresentadas, somente as duas de menor energia (esquerda)


representam energias em torno de 200 - 800 nm no espectro eletromagnético.
Quando uma molécula é exposta à luz com energia que seja suficiente para uma
transição eletrônica, uma porção desta luz será absorvida para a promoção do
elétron a um orbital de maior energia.
O tipo de transição que cada composto irá apresentar irá depender da sua
estrutura. Em todos os compostos com exceção dos alcanos pode haver mais de
um tipo de transição, como mostrado abaixo:
HOMO e LUMO são os acrónimos para orbital molecular ocupado mais
alto (em inglês highest occupied molecular orbital) e orbital molecular
não ocupado mais baixo (lowest unoccupied molecular orbital),
respectivamente.

Transições mais importantes

Das seis transições apresentadas, somente as duas de menor energia (esquerda)


representam energias em torno de 200 - 800 nm no espectro eletromagnético.
Quando uma molécula é exposta à luz com energia que seja suficiente para uma
transição eletrônica, uma porção desta luz será absorvida para a promoção do
elétron a um orbital de maior energia.
O tipo de transição que cada composto irá apresentar irá depender da sua
estrutura. Em todos os compostos com exceção dos alcanos pode haver mais de
um tipo de transição, como mostrado abaixo:
Fig.5

Se um composto possuir mais de uma transição de energia, a transição


de menor energia é a mais importante. Exemplo a acetona que tem duas
transições π → π* (189 nm), n → π* (280 nm). A transição de menor energia
e de maior comprimento de onda é a mais importante.
PARÂMETROS CORPUSCULARES

 A radiação eletromagnética é um conjunto de partículas


(fótons) de determinada freqüência

 A energia deste fóton é dada pela equação


E=h
E = energia (unidade = erg)
h = 6,624x10-24 erg.s
 = freqüência
Exercícios Propostos n°1:
1) Calcule a frequência em hertz, a energia em joules e a energia em elétron-volts
De um fóton de raio-x com comprimento de onda de 2,70 ångström (Å)
2) Calcule a frequência em hertz, o número de onda, a energia em joules e a
energia em KJ mol-1 associada À banda de absorção vibracional de uma cetona
alifática em 5,715 µm.
3) Calcule o comprimento de onda e a energia em joules associada com sinal de
RMN em 220 MHz.
Fórmulas
v = .
h = 6,626 x10-34J.s
E=h.
N° de onda = 1/ 
Lembrando que joule = N.m = Kg.m2s-2
1eV = 1,602 x10-2

Resposta 1) E = 4,58 x10-3 eV


2) N° de onda 1,749x10-3 cm-1 E = 3,476 10-20J E= 20,93kjmol-1
3)  = 1,36 nm E = 1,456 x10-25J
ESPECTRO
ELETROMAGNÉTICO

 É o arranjo ordenado das radiações conforme seus


comprimentos de onda

 O espectro foi dividido em várias regiões conforme a


origem das radiações, as fontes e os instrumentos
ESPECTRO
ELETROMAGNÉTICO

Região Comprimento de Onda (nm)

Ultra-Violeta Afastado 10 - 200


Ultra-Violeta Próximo 200 - 380
Visível 380 - 780
Infravermelho Próximo 780 - 3000
Infravermelho Médio 3000 - 30000
Infravermelho Afastado 30000 - 300000
Microondas 300000 - 1000000000

Joint Committee on Nomenclature in Applied Spectroscopy


ESPECTRO
ELETROMAGNÉTICO
300 Visível 800

Raios
Raios cósmicos gama Raios X UV IR Microondas Ondas de rádio

10-6 10 10 10 10 10 1 10 102 103 104 105 106 107 108 109 1010 1011 1012
-5 -4 -3 -2 -1

Fig.7 Energia Comprimento de onda

Espectroscopia UV-Visível: baseia-se em medidas de absorção da radiação


eletromagnética, nas regiões visível e ultravioleta do espectro.
✓ Mede-se a quantidade de luz absorvida pela amostra e relaciona-se a mesma
com a concentração do analito.
ESPECTRO VISÍVEL

 As radiações de 800 nm até 360 nm são detectadas


pelo olho humano

 Essas radiações também são chamadas de LUZ


BRANCA

300 nm 800 nm

Fig.8
De acordo com a energia, o espectro do
UV é dividido em:

• Ondas longas – UVA - λ= 320-400 nm


•Ondas médias – UVB - λ= 280-320 nm
•Ondas curtas – UVC - λ= 200-280 nm
UV

FONTES DA RADIAÇÃO UV
Natural -SOL Artificial - lâmpadas
UVC – é completamente absorvida pela
camada de ozônio e O2
UVB – é atenuada pela atmosfera mas parte
atinge a Terra
UVA – fracamente afetada pela atmosfera
Fig.9
Radiação UV

Praia, piscina, campo, etc

Fig.10: Protegida do sol Fig.11 Sem protetor solar


Excesso de sol – enrugamento, câncer, etc

Fig.12
Existem duas classes de filtros solares: orgânicos e inorgânicos, classificados
rotineira e respectivamente como filtros de efeito químico (filtros químicos) e
filtros de efeito físico (filtros físicos)

A classificação de filtros orgânicos e inorgânicos torna-se mais sensata, uma vez


que nos filtros orgânicos temos a presença de compostos orgânicos e nos
inorgânicos temos a presença de óxidos metálicos. Geralmente, os compostos
orgânicos protegem a pele pela absorção da radiação e os inorgânicos, pela
reflexão da radiação

Os filtros orgânicos são formados por moléculas orgânicas capazes de absorver


a radiação UV (alta energia) e transformá-la em radiações com energias
menores e inofensivas ao ser humano. Estas moléculas são, essencialmente,
compostos aromáticos com grupos carboxílicos

DAVOLOS, M. R.; FLOR, J.; CORREIA,


M. A., Protetores solares, Química
Nova, vol 30, nº 1, p 153-158, 2007
DAVOLOS, M. R.; FLOR, J.; CORREIA,
M. A., Protetores solares, Química
Nova, vol 30, nº 1, p 153-158, 2007
Aplicações

Identificação:
Um espectro é registrado e as bandas presentes são
comparadas e atribuídas com base em valores
estabelecidos na literatura. Geralmente são usadas
outras técnicas e os resultados analisados em conjunto.
Auxocromo: grupo saturado que quando ligado ao cromóforo, altera tanto o
comprimento de onda como a intensidade de absorção (Ex.: OH, NH2 e C2l).
São responsáveis pelas transições n→σ* e n→π*.

Auxocromos de alguns monosubstituídos de benzeno:

Auxocromo λmax ε
-H 203,5 7400
-CH3 206,5 7000
-I 207 7000
-Cl 209,5 74000
-Br 210 7900
-OH 210,5 6200
-CN 224 8700
-COOH 230 11600
-NH2 230 8600
-NO2 268,5 7800
Cromóforos: grupos covalentes insaturados

Deslocamento batocrômico: deslocamento da banda de absorção para um

comprimento de onda maior(para o vermelho).

Deslocamento hipsocrômico: deslocamento da banda de absorção para

um comprimento de onda menor(para o azul).

Efeito batocrômico: aumento da intensidade de absorção.

Efeito hipsocrômico: diminuição da intensidade de absorção.


Ponto isobestico: a curva de absorbância do gráfico ε vs λ se desloca quando a
concentração muda. O ponto isobestico é o comprimento de onda onde a
mudança de concentração não afeta a absrobância, evitando interferência. No
gráfico abaixo temos duas curvas para duas concentrações diferentes da solução.
O ponto indicado é o ponto isobestico, onde não há mudança de absrobância em
um certo comprimento.

Ponto isobestico
Nos espectros de absorção do 4-HBA (Figura) a banda em 255 nm é
atribuída a transição pi-pi* característica de anel aromático, que sofre influência
do grupo -COOH/COO-. Em meio básico a presença do grupo –OH/O- ocasiona
um deslocamento batocrômico para 281 nm. Para o poli 4-HBA, em meio ácido
ocorre também um deslocamento da banda de absorção para comprimentos de
ondas maiores, em aproximadamente 264 nm este deslocamento na ordem de 10
nm é atribuído ao aumento na extensão de conjugação. Em meio básico
praticamente o comprimento de onda máximo de absorção não é alterado quando
comparado ao monômero.
ELETROSÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO ESPECTROSCÓPICA (UV-Vis E FLUORESCÊNCIA) DE UM POLÍMERO DERIVADO
DO ÁCIDO 4-HIDROXIBENZÓICO

AUTORES: FERREIRA, L.F. (UFU) ; SOUZA, L.M. (UFU) ; DA SILVA, L.G. (UFU) ; RUGGIERO, R. (UFU) ; BRITO-MADURRO,
A.G. (UFU) ; MADURRO, J.M. (UFU)
Uma grande diferença entre alguns compostos é a presença de cor. Desta forma
quinina é amarela, clorofila é verde, derivados de aldeídos e cetonas da 2,4-
dinitrofenilhidrazona apresentam colorações que vão do amarelo claro ao vermelho
intenso, dependendo da relação entre a estrutura e a cor destas moléculas.

Fig.13
No caso dos carotenóides essas transições
eletrônicas são dos orbitais Pi (ligantes) aos
orbitais Pi* (antiligantes). Devido à
deslocalização dos elétrons através das
conjugações do cromóforo, o estado excitado
da molécula é relativamente de menor
energia, de modo que em geral a absorção
da luz visível é suficiente para promover as

Fig.14 transições.
Quanto maior o número de duplas ligações conjugadas (DLC), menos
energia é necessária para promover a excitação e conseqüentemente o valor do
comprimento de onda máximo de absorção é maior. Ao menos 7 DLC são necessárias
ao carotenóide para que haja percepção de cor pelo olho humano.
Comparação entre os
Espectros de Absorção
UV/Vis do beta-caroteno,
beta-criptoxantina e
zeaxantina.

A presença dos
grupamentos OH não
alteram significativamente
o cromóforo.

Fig.15
Diferenciação entre uma estrutura cis e trans.
A análise dos espectros pode ainda

fornecer informações qualitativas

sobre a isomerização cis dos

carotenóides. No caso destes

isômeros, o espectro característico

apresenta uma nova banda de

absorção próxima ou na região do

ultravioleta (Figura ao lado), quanto

mais na região central da molécula

está a isomerização cis, mais intenso

é este pico.

Fig.16
Fig.17
Diferenciação entre uma estrutura cis e trans.
Monitoramento:

Reações químicas podem ser monitoradas pelo


desaparecimento ou surgimento de uma banda ao
longo da reação.
A técnica vale para espécies reativas que
apresentem bandas no intervalo do UV-vis. Ex:
monitorar formação de produtos de corrosão
durante um ensaio de imersão.
Fig.18
Espectro eletrônico da oxidação do trans-[RuCl2(vpy)4] em
EOT/ITO obtido na faixa de potencial de –0,30 a 0,30 V vs
Ag/Ag+ em CH3CN-CH2Cl2 (9:1 v/v) 0,10 mol.dm-3 HTBA
Análise quantitativa:

Determinação quantitativa de diversos


elementos de liga em aços. Procedimentos padrão
são disponíveis.
• Preparo da amostra.
• Preparo de uma curva de calibração padrão.
• Interpolação do valor lido para amostra na curva
de calibração
Curva de Calibração

1. Preparar uma solução com concentração conhecida.


2. Preparar soluções por diluição (mínimo 4).

✓ Exemplo:
➢ Solução de Fe3+ 5,00 x 10-2 mol/L.
➢ Concentração: 0,25 x 10-3 a 5,00 x 10-3 mol/L

Fig.19
Curva de Calibração

3,0

2,5

2,0
Absorbância

1,5

1,0

0,5

0,0

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0


3+
Concentração Fe , mol/L
Fig. 20
Curva de Calibração

3,0

2,5

2,0
Absorbância

1,5

1,0

0,5

0,0

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0


3+
Concentração Fe , mol/L

Fig. 21
Curva de Calibração

3,0

2,5

2,0
Absorbância

1,5

1,0

0,5

0,0

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0


3+
Concentração Fe , mol/L

Fig.22
Fig.23
Fig.24 Fig.25
Fig.26

Fig.27
Para entender o motivo de alguns compostos serem coloridos e outros não,
devemos compreender as diferentes características de grupos funcionais presentes
nas moléculas e suas possíveis transições eletrônicas. A região do visível
compreende fótons com energias entre 36-72 kcal/mol, e a região do ultravioleta
próximo, abaixo de 200 nm, energias em torno de 143 kcal/mol. A radiação
ultravioleta que apresenta comprimentos de onda menores que 200 nm de difícil
manuseio e não é utilizada como uma ferramenta de rotina para elucidação estrutural
de moléculas. Entretanto, as energias da região do visível são suficientes para
promoverem (ou excitarem) elétrons de valência para orbitais de maior energia.
Consequentemente, a espectroscopia de absorção nesta região é normalmente
chamada de espectroscopia eletrônica. Um diagrama apresentando os diferentes
tipos de transição é apresentado abaixo

Fig. 28
Cinética:

Determinar a velocidade de uma reação

medindo-se indiretamente a variação de

concentração em função da variação de a ao longo

do tempo.
Interação da Radiação Eletromagnética com
a Matéria

 Não Quantizada

 Reflexão
 Refração
 Dispersão
 Espalhamento
Interação da Radiação Eletromagnética com
a Matéria

 Quantizada

ABSORÇÃO DE RADIAÇÃO
 processo no qual energia eletromagnética é transferida para
átomos, íons ou moléculas que compõem a amostra
Interação da Radiação Eletromagnética
com a Matéria

 ABSORÇÃO ATÔMICA
Absorção da energia eletromagnética por átomos 
espectros de linhas  transições eletrônicas de um ou
mais elétrons

 ABSORÇÃO MOLECULAR
Absorção da energia eletromagnética por moléculas 
espectros de bandas

Et = Evibracional + Erotacional + Eeletrônica


ESPECTROFOTOMETRIA DE ABSORÇÃO
MOLECULAR NO
ULTRAVIOLETA-VISÍVEL

 Método baseado na medida da energia


eletromagnética absorvida por soluções iônicas ou
moleculares

 Incidência da radiação monocromática sobre meio


homogêneo b

Io I
➔ Refletida
➔ Absorvida
➔ Transmitida Io = Feixe incidente
I = Feixe transmitido
Fig.29
➢Componentes básicos de um espectrofotômetro
Espectroscopia de Absorção Molecular na Região UV-Vis

Fig.30
Espectroscopia de Absorção Molecular na Região UV-Vis

➢ Componentes básicos de um espectrofotômetro:

FONTE DE RADIAÇÃO

MONOCROMADOR

RECIPIENTE PARA AMOSTRA

DETECTOR

Fig.31
DISPOSITIVO DE SAÍDA
➢ FONTE DE RADIAÇÃO

✓ Lâmpada de deutério → Região Ultravioleta.


✓ Lâmpada de tungstênio → Região Visível.

✓ A região ultravioleta está na faixa de 200 a 380 nm e a região do visível


está entre 380 e 780 nm.

Figura 32. Espectro eletromagnético.


As energias correspondentes a essas regiões são ao redor de 150 a 72 k.cal.mol-1
na região ultravioleta, e 72 a 36 k.cal.mol-1 para a região visível. Energias dessa
magnitude correspondem, muitas vezes, à diferença entre estados eletrônicos de
muitas moléculas.
Lâmpada de quartzo-iodo: incandescente, o invólucro de quartzo emite
radiação de 200 a 3000nm. Sua vantagem é que pode atuar na região do
ultravioleta.

Lâmpada de filamento de tungstênio: incandescente, produz emissão

continua na faixa e 320 a 2500nm. O invólucro de vidro absorve toda radiação

abaixo de 320nm, limitando o uso da lâmpada para o visível e infravermelho.

Lâmpada de descarga de hidrogênio ou de deutério: é a mais usada para


emissão de radiação ultravioleta. Consiste em um par de eletrodos fechados
em um tubo de quartzo ou vidro, com janela de quartzo, preenchido com gás
hidrogênio ou deutério. Aplicando alta voltagem, produz-se uma descarga de
elétrons que excitam outros elétrons gasosos a altos níveis energéticos.
Quando os elétrons voltam a seus estados fundamentais, emitem radiação
contínua de 180 a 370nm.
MONOCROMADOR
➢ MONOCROMADOR (seletor de comprimento de onda)

Figura. Caminho óptico em um monocromador reticular.


MONOCROMADOR

➢ MONOCROMADOR (seletor de comprimento de onda)


✓ Encontrado em instrumentos mais antigos.

Figura. Caminho óptico em um monocromador prismático.


Seletores de 

Resumindo
Monocromadores
Componentes Básicos:
-Fenda de Entrada imagem especular
-Lente (espelho) colimador feixe paralelo de radiação
-Prisma ou rede de difração dispersão da radiação
-Elemento focalizador foco no plano focal
-Fenda de saída isola banda espectral

Principais dispersores: Prisma (refração) e rede de (difração)


Seleção da faixa : rotação do elemento dispersor
Redes de Difração

Superficie polida com série equidistantes de ranhuras


UV-Vis: de 300 a 2000 ranhuras/mm

Tipos Comuns

Rede Echellette: Faces largas; cada face pode ser considerada uma fonte
pontual de radiação. Alta eficiência de difração.
Rede Côncava: Permite desenho de monocromador sem uso de agentes
focalizafores ou colimadores

Redes Holográficas: Formadas por lasers (interferências sensibiliza um


foto resistor que deixa uma estrutura com ranhuras, podendo ser
recobertas com Al ou outras substâncias refletoras.
Pureza Espectral

Feixe de saída: contaminação com pequenas quantidades de radiação estranha ou


espalhadas por partículas

Fontes:
Reflexões de feixe pelas partes ópticas, espalhamento por partículas de pó

Radiação estranha = radiação espúria

Resolução

Habilidade de separar imagens adjacentes com pequenadiferença de 

Onde n = ordem de difração e N = n° de pontos iluminados da rede


Fendas do Monocromador

Fenda de entrada: Atua como ‘Fonte de radiação’, cuja imagem é focada no


plano focal que contém a fenda de saída.
Um  definido pode ser focalizado na fenda de saída girando o elemento
dispersor.

Efeito da Largura de Fenda na resolução

Largura efetiva: ½ quando as duas fendas são idênticas

Resolução entre duas linhas largura efetiva

Largura efetiva da banda: Depende do elemento dispersor e da

largura das fendas


RECIPIENTE PARA AMOSTRA

➢ RECIPIENTE PARA AMOSTRA

✓ Cubeta de quartzo → Região Ultravioleta.


✓ Cubetas de vidro ou plástico → Região Visível.

✓ Existem cubetas de 0,1 – 10,0 cm.


✓ Mais utilizada: 1,0 cm.
DETECTOR

➢ DETECTOR OU TRANSDUTOR DE RADIAÇÃO

✓ Convertem energia radiante em sinais elétricos.

✓ Transdutor Ideal:

✓Alta sensibilidade
✓Alta razão S/N
✓Resposta constante sobre a grande faixa de 
✓Resposta rápida e sinal zero na ausência de
iluminação
✓Sinal elétrico proporcional à potência radiante
DETECTOR

➢ DETECTOR OU TRANSDUTOR DE RADIAÇÃO

(1) Fototubo à vácuo – 150 a 1000 nm;

(2) Tubos fotomultiplicadores – 150 a 1000 nm;

(3) Fotodiodo de silício – 350 a 1100 nm;

(4) Arranjo de diodos – 350 a 1100 nm.


Detectores - Celula fotovoltaica
Características- baixo custo, sem fonte externa de
alimentação, sujeito a fadiga (resposta decresce quando
exposta a iluminação continua)
Detectores - Celula fototubo
Características- Corrente gerada é diretamente proporcional
ao poder radiante. Amplificação do sinal de resposta é fácil
Detectores - Celula fotomultiplicadora
Características- poder de amplificação alto implica que o
poder radiante pode ser pequeno (potência radiante pode
ser 200 vezes menor do que o do foto tubo)
P0 P
Fonte Monocromador Detector

onde,
P0 → Energia radiante incidente.
P → Energia radiante transmitida.
➢Transmitância (T)

➢Absorbância (A)

➢Lei de Beer
➢ Transmitância (T)

✓ Fração da luz original que passa pela amostra.

P ou P
T= %T = x 100
P0 P0

➢ Absorbância (A)

✓ Fração da luz original que foi absorvida pela amostra.

A = - log T
Lei de Beer

A lei de Beer estabelece que a absorbância é proporcional à


concentração da espécie absorvente.

A = absorbância (adimensional)
ε = absortividade molar (L/mol.cm)
A = bc b = caminho óptico da amostra (cm)
c = concentração molar (mol/L)

Exemplo 1: Calcule a absorbância de uma solução com concentração molar


igual a 0,00240 mol/L de uma substância com absortividade molar de 313
L/mol.cm em uma cubeta de 2,0 cm de caminho óptico.
Lei de Beer

Exemplo 2: Uma solução de benzeno com concentração molar igual a 1,32 x


10-3 mol/L foi adicionada em uma cubeta de 5,0 cm de caminho óptico. Essa
cubeta foi colocada em um espectrofotômetro e a absorbância obtida foi de
0,466. Calcule a absortividade molar dessa solução de benzeno.

A 0,466
A = bc = =
bc 5,0 x 1,32 x 10 −3

 = 70,6 L/ mol.cm

Intensidade de uma banda é expressa como absortividade molar no


máximo de absorção: εmax ou log εmax, Transições com valores de
εmax>10.000 são consideradas muito intensas e εmax<1.000 muito
fracas.
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA LEI DE BEER

Curva analítica

y = 0,0476x + 0,0016
Absorbância ( A )

0,300
R2 = 0,9999
0,200

0,100

0,000
0 2 4 6
Concentração ( c )
ESPECTROFOTOMETRIA DE ABSORÇÃO
MOLECULAR NO UV-VISÍVEL
Exercícios Propostos n°2:
4) Converter os valores de absorvância abaixo em transmitância:
a) Abs 0,375 resposta 42,2% b) Abs 1,325 resposta 4,73%
5) Converter os valores percentuais de transmitância abaixo para absorvância:
a) 33,6 b) 92,1 c) 1,75

6) Uma solução com 4,14 x10-3 mol.L-1 de uma substância X tem uma transmitância
de 0,126 quando medida em uma célula com 2,0 cm. Qual a concentração X
seria necessaria para transmitância ser aumentada por um fator de três em uma
célula de 1,0 cm? Resposta 3,89 x10-3 M

A = - log T A = bc
DESVIOS DA LEI DE BEER

 Não constância na relação A/C

 Considerações feitas para dedução da lei não podem


ser rigorosamente seguidas na prática

 Índice de refração não permanece constante quando


as concentrações são altas

 Radiação não monocromática


DESVIOS DA LEI DE BEER
 REAIS
➢Manifestam-se principalmente para valores elevados de
concentração (C > 10-2 M )
➢Interação entre os centros absorvente
➢Iíndice de refração
Dissociação de complexos: excesso ou
 APARENTES insuficiência de agente complexante

➢Químicos ∙Deslocamento do equilíbrio: quando um analito dissocia,


➢Instrumentais associa ou reage com um solvente para formar um
produto que tem um espectro de absorção diferente do
analito. Ex: indicador ácido-base.

Desvios instrumentais
Em soluções muito concentradas, as moléculas de soluto influenciam umas às outras
devido a suas proximidades, pois quando ficam muito perto umas das outras, a
absorvidade pode mudar um pouco.
Critérios para a escolha de um solvente

Primeiro critério: não absorver radiação UV na mesma região que o analito.

Mais usados:

H2O, O, EtOH 95% e hexano

Segundo critério: polaridade. Alteração da resolução do espectro por ligações

de H com solvente

Terceiro critério: habilidade de influenciar a intensidade da luz UV que será

absorvida (estabilização do estado fundamental ou do excitado)

Solventes polares deslocam n p* para l mais

baixo e p p* para l mais alto


Faixa de transparência útil de solventes próximos da
região UV
Tipos de Espectrofotômetros para a
Região Visível e Ultravioleta

• Espectrofotômetro mono-feixe :
a) Fonte: fonte de radiação

b) Monocromador: selecionar uma banda ou um único comprimento de onda

c) Cela para a amostra: cubetas

Região visível: material transparente como vidro ou plástico

Região ultravioleta: não pode ser de vidro, porque ele


absorve radiação nesta região, sendo utilizada a cubeta de quartzo, que é
mais cara
d) Detector

Fotocélulas que detectam a quantidade de radiação transmitida após


a passagem pela amostra, porém o resultado pode ser convertido em
quantidade de radiação absorvida pela amostra.

e) Amplificador

Amplificação da resposta (fótons-multiplicadores)


Fóton da radiação passa pelo amplificador e é registrado com maior
número de elétrons

f) Registrador

Registrador transforma o sinal elétrico que chega ao detector e


amplificador em energia mecânica fazendo o registrador mover-se,
• Solvente :

Região visível:
qualquer líquido que não tenha cor, e o mais
usado é água destilada.

Região UV:
qualquer solvente que não absorva nesta região,
que não tenha duplas ligações conjugadas, como,
por exemplo, a água ou hidrocarbonetos saturados.
• Etapas:

1º) Coloca-se o solvente (branco) no caminho ótico e mede-se


a intensidade da energia radiante,que atinge o detector;

2º) Substitui-se o recipiente com o solvente (branco) pelo


recipiente com a amostra e faz- se a determinação
propriamente dita da absorbância.
• Espectrofotômetros mono-feixe:

- Não são cômodos pois a amostra e o branco


tem que ser colocados alternadamente no
único feixe de radiação;

- mais simples e baratos

- não registra espectro


Espectrofotômetro duplo-feixe
◼ Dois feixes de radiação são formados no espaço, por um espelho que
divide o feixe vindo do monocromador em dois. Um feixe passa através da
solução referencia (branco) até o transdutor e outro, ao mesmo tempo,
passa através da amostra até o segundo transdutor.
◼ As duas correntes serão determinadas e mostradas no indicador de sinal.
Com o auxílio de um dispositivo apropriado, calcula-se a diferença de
transmitância entre os dois feixes, essa diferença será mostrada no
indicador de sinal como absorvância –
REGISTRA APENAS O ESPECTRO DA AMOSTRA
Espectrofotômetro duplo-feixe
Espectrofotômetro duplo-feixe
VANTAGENS aplicação extensiva a muitos elementos químicos

✓ instrumentação relativamente barata

✓ as amostras podem ser de natureza inorgânica ou orgânica

✓ disponibilidade de métodos simultâneos e contínuos

✓ intervalo de aplicação :10-3 a 10 -6 M

✓ tempo gasto por análise: moderado

✓ Custo : relativamente baixo

✓ Tipo de amostras: sólidas liquidas e gasosas


BIBLIOGRAFIA
1. SKOOG, D. A.; HOLLER, F. J.; NIEMAN, T. A. Princípios de Análise
Instrumental. 5 ed. Porto Alegre: Bookman, 2002.
2. SKOOG, D. A.; WEST, D. M.; HOLLER, F. J.; CROUCH, S. R.
Fundamentos de Química Analítica. 8 ed. São Paulo: Cengage Learning,
2009.
3. HARRIS, D. C. Análise Química Quantitativa. 7 ed. Rio de Janeiro: LTC,
2008.
4. SILVERSTEIN, Robert M.; WEBSTER, Francis X.; KIEMLE, David J.
Identificação espectrométrica de compostos orgânicos. 7. ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2007.

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