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Disciplina: Toxicologia

Professor: Mário Abel


Aluno: Guilherme L. R. Fontinelle

ELEMENTOS RADIOATIVOS
Elementos Radioativos
Os elementos mais radioativos são aqueles que têm isótopos instáveis, que passam por
processos de decaimento radioativo, liberando partículas e/ou radiação eletromagnética
como forma de se tornarem mais estáveis. Alguns dos elementos mais radioativos
conhecidos são:
Polônio (Po): O polônio é o elemento mais radioativo conhecido e também um dos mais
tóxicos. Ele tem muitos isótopos instáveis, sendo o polônio-210 (Po-210) o mais famoso
deles. É altamente radioativo e emite radiação alfa, que é extremamente penetrante e
prejudicial à saúde humana.
Rádio (Ra): O rádio é um elemento metálico altamente radioativo e também muito
tóxico. Ele ocorre naturalmente em traços na crosta terrestre e é usado em algumas
aplicações industriais e médicas. O rádio-226 (Ra-226) é o isótopo mais estável do rádio
e emite radiação alfa e beta.
Urânio (U): O urânio é um elemento químico amplamente conhecido por sua
radioatividade. É usado como combustível em reatores nucleares e também é usado na
produção de armas nucleares. O urânio-238 (U-238) é o isótopo mais abundante do
urânio e é altamente radioativo, emitindo radiação alfa, beta e gama.
Plutônio (Pu): O plutônio é um elemento transurânico altamente radioativo que é
produzido artificialmente através de reações nucleares. É usado em armas nucleares e
em reatores nucleares. O plutônio-239 (Pu-239) é o isótopo mais comum do plutônio e é
altamente radioativo, emitindo radiação alfa, beta e gama.
Césio (Cs): O césio é um metal alcalino altamente radioativo. O césio-137 (Cs-137) é
um isótopo radioativo com uma meia-vida relativamente longa, o que significa que ele
permanece radioativo por um período significativo de tempo. É um produto de fissão
nuclear e é um contaminante comum em acidentes nucleares, como o desastre de
Chernobyl em 1986.
É importante observar que a radioatividade de um elemento pode variar dependendo do
isótopo específico e das condições em que é usado. A radioatividade é uma propriedade
intrínseca dos elementos, mas pode ser controlada e usada com segurança em várias
aplicações, como na medicina, indústria e pesquisa científica. É fundamental seguir
procedimentos de segurança apropriados ao lidar com materiais radioativos para
minimizar os riscos à saúde humana e ao meio ambiente.

Sinais e sintomas da radioatividade


A exposição à radioatividade pode causar uma série de sinais e sintomas, que podem
variar dependendo do tipo e da quantidade de radiação a que uma pessoa foi exposta,
bem como a duração da exposição. Os sintomas da radioatividade podem ser agudos,
ocorrendo imediatamente após a exposição, ou crônicos, desenvolvendo-se ao longo do
tempo. Aqui estão alguns sinais e sintomas comuns da radioatividade:
Náuseas e vômitos: A exposição à radiação pode irritar o revestimento do estômago e
causar náuseas e vômitos. Esses sintomas podem ocorrer logo após a exposição à
radiação e podem ser persistentes, dependendo da dose de radiação recebida.
Fadiga e fraqueza: A exposição à radiação pode causar fadiga e fraqueza, que podem ser
persistentes e afetar a capacidade de realizar atividades diárias normais. A fadiga pode
ser causada pela resposta do corpo à exposição à radiação e pela destruição de células
saudáveis no organismo.
Dor e queimaduras na pele: A exposição à radiação pode causar danos à pele, resultando
em vermelhidão, dor e até queimaduras na pele. Isso pode ocorrer especialmente em
áreas do corpo que foram diretamente expostas à radiação, como mãos, face e outras
áreas descobertas.
Problemas gastrointestinais: A exposição à radiação pode causar problemas
gastrointestinais, como diarreia, dor abdominal e outros distúrbios gastrointestinais.
Esses sintomas podem ocorrer como resultado da irritação do revestimento do trato
gastrointestinal pela radiação.
Problemas hematológicos: A exposição à radiação pode afetar a produção de células
sanguíneas na medula óssea, levando a problemas hematológicos, como anemia,
diminuição do número de plaquetas (trombocitopenia) e diminuição do número de
leucócitos (leucopenia).
Danos aos órgãos internos: A exposição à radiação pode causar danos aos órgãos
internos, como pulmões, rins, fígado e outros órgãos, dependendo da área do corpo
exposta e da dose de radiação recebida. Isso pode resultar em sintomas específicos
relacionados aos órgãos afetados.
Sintomas neurológicos: Em casos de exposição à radiação no sistema nervoso central,
podem ocorrer sintomas neurológicos, como confusão, problemas de memória,
dificuldade de coordenação e outros sintomas neurológicos.

Tratamento para a radioatividade


O tratamento para a radioatividade depende do tipo e da gravidade da exposição à
radiação. É essencial procurar assistência médica imediatamente em caso de suspeita de
exposição à radioatividade. Os profissionais de saúde treinados podem avaliar a situação
e fornecer o tratamento apropriado. Aqui estão algumas opções de tratamento que
podem ser consideradas:
Descontaminação: Se houver contaminação radioativa na pele, roupas ou outros objetos,
é importante remover a contaminação o mais rápido possível. Isso pode envolver a
lavagem da pele com água e sabão, a remoção das roupas contaminadas e o isolamento
dos objetos contaminados para evitar a exposição adicional.
Tratamento de sintomas: Os sintomas causados pela exposição à radiação, como
náuseas, vômitos, dor, queimaduras na pele e outros sintomas, podem ser tratados de
acordo com a gravidade e a necessidade de cada paciente. Isso pode incluir
medicamentos para alívio de sintomas, como antieméticos para náuseas e vômitos,
analgésicos para dor e cuidados locais para queimaduras na pele.
Terapias de suporte: Em casos de exposição à radiação em níveis mais elevados, podem
ser necessárias terapias de suporte para ajudar a manter a função dos órgãos afetados.
Isso pode incluir transfusões de sangue para tratar anemia ou problemas hematológicos,
terapias para suporte respiratório ou outras intervenções de suporte, dependendo dos
órgãos afetados.
Tratamento específico: Em alguns casos, podem ser usados tratamentos específicos para
combater a radioatividade, como quelantes de metais pesados, que são substâncias que
se ligam aos metais radioativos no organismo e ajudam a removê-los do corpo.
Acompanhamento médico de longo prazo: Após a exposição à radiação, pode ser
necessário acompanhamento médico de longo prazo para avaliar os efeitos a longo
prazo da exposição e monitorar a saúde do paciente.

Toxicocinética da radioatividade
A toxicocinética da radioatividade refere-se à forma como substâncias radioativas se
movem no organismo, incluindo sua absorção, distribuição, metabolismo e eliminação.
A compreensão da toxicocinética é fundamental para entender como a radioatividade
afeta o corpo humano e como os radionuclídeos são processados e eliminados do
organismo. Aqui estão alguns pontos importantes relacionados à toxicocinética da
radioatividade:
Absorção: A absorção de substâncias radioativas pode ocorrer por diferentes vias, como
ingestão, inalação ou absorção cutânea. A forma como uma substância radioativa é
absorvida depende de suas características químicas, físicas e da via de exposição. Por
exemplo, substâncias radioativas inaladas são absorvidas diretamente pelos pulmões e
podem ser distribuídas pelo organismo através da corrente sanguínea.
Distribuição: A distribuição de substâncias radioativas no organismo depende de muitos
fatores, como a forma química do radionuclídeo, sua afinidade com tecidos específicos e
a taxa de fluxo sanguíneo para diferentes órgãos. Alguns radionuclídeos podem se
acumular em órgãos específicos, como o iodo radioativo, que tende a se acumular na
glândula tireoide.
Metabolismo: A maioria dos radionuclídeos não sofre metabolismo no organismo, o que
significa que sua forma química não é alterada. No entanto, em alguns casos,
substâncias radioativas podem sofrer metabolismo, resultando em produtos de
degradação que podem ter características diferentes de toxicidade ou serem eliminados
mais facilmente do organismo.
Eliminação: A eliminação de substâncias radioativas do organismo pode ocorrer de
várias maneiras, incluindo excreção renal, eliminação fecal, exalação pulmonar e, em
alguns casos, pelo suor e saliva. A taxa de eliminação depende de muitos fatores, como
a meiavida do radionuclídeo, que é o tempo necessário para que a metade de uma
quantidade de substância radioativa seja eliminada do organismo.
Meia-vida biológica: A meia-vida biológica é o tempo necessário para que a metade de
uma quantidade de substância radioativa seja eliminada do organismo devido à
combinação de processos de distribuição, metabolismo e excreção. A meia-vida
biológica pode variar para diferentes radionuclídeos e é um fator importante para
determinar a duração da exposição e a dose de radiação absorvida pelo organismo.

Toxicodinâmica da radioatividade
A toxicodinâmica da radioatividade refere-se aos efeitos biológicos e mecanismos de
ação das substâncias radioativas no organismo. Ela engloba os processos pelos quais as
radiações ionizantes emitidas pelos radionuclídeos interagem com as células, tecidos e
órgãos do corpo humano, causando danos às estruturas celulares e provocando efeitos
biológicos.
A toxicodinâmica da radioatividade pode ser complexa e depende de vários fatores,
incluindo a natureza das radiações ionizantes, a dose de radiação absorvida, a energia e
tipo de partículas emitidas pelos radionuclídeos, o tempo de exposição, a distribuição
dos radionuclídeos no organismo e a sensibilidade dos tecidos e órgãos afetados. Aqui
estão alguns aspectos importantes relacionados à toxicodinâmica da radioatividade:
Efeitos diretos e indiretos: As radiações ionizantes emitidas pelos radionuclídeos podem
causar danos diretos às células, como ruptura do DNA, modificação de proteínas e
lipídios celulares, e indução de mutações genéticas. Além disso, as radiações ionizantes
também podem causar efeitos indiretos, como a formação de radicais livres e espécies
reativas de oxigênio, que podem causar danos oxidativos às células e tecidos.
Efeitos agudos e crônicos: Os efeitos da radioatividade podem ocorrer de forma aguda,
quando uma exposição de alta dose ocorre em um curto período de tempo, ou de forma
crônica, quando uma exposição prolongada a doses baixas ocorre ao longo do tempo. Os
efeitos agudos podem incluir síndrome de radiação aguda, que pode ter efeitos graves no
sistema hematopoiético, gastrointestinal, cutâneo e neurológico. Os efeitos crônicos
podem incluir o aumento do risco de câncer e outros efeitos tardios em órgãos e tecidos.
Efeitos tecido-específicos: A radioatividade pode ter efeitos diferentes em diferentes
órgãos e tecidos, dependendo de sua sensibilidade à radiação. Por exemplo, tecidos com
alta taxa de divisão celular, como a medula óssea e o epitélio gastrointestinal, são
geralmente mais sensíveis à radiação, enquanto tecidos com menor taxa de divisão
celular, como o tecido muscular e o tecido nervoso, são menos sensíveis.
Efeitos estocásticos e determinísticos: Os efeitos da radioatividade podem ser
classificados em dois tipos principais: estocásticos e determinísticos. Os efeitos
estocásticos são aqueles que podem ocorrer aleatoriamente e sua probabilidade de
ocorrência aumenta com a dose de radiação, como o risco de câncer. Os efeitos
determinísticos são aqueles que têm uma relação dose-efeito direta e sua gravidade
aumenta com a dose de radiação, como a síndrome de radiação aguda.

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