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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “Júlio de Mesquita Filho”

Curso de Bacharelado em Engenharia Química

GABRIELA MENOSSI FLORIANO


GUILHERME OLTREMARE
RENAN NETTO DA SILVA
FELIPE KREFT BATISTA
JOÃO VICTOR PINTO

RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA

TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONNDUÇÃO

ARARAQUARA
2018
GABRIELA MENOSSI FLORIANO
GUILHERME OLTREMARE
RENAN NETTO DA SILVA
FELIPE KREFT BATISTA
JOÃO VICTOR PINTO

RELATÓRIO FINAL DA PRÁTICA

TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONDUÇÃO

Relatório final de prática, apresentado


como requisito parcial à obtenção de
aprovação na matéria de Fenômeno dos
Transportes II pela UNIVERSIDADE
ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE
MESQUITA FILHO”
RESUMO

Para investigar a perda de carga por atrito durante o escoamento de água em


um tubo cilíndrico reto, foram registrados dados de diferença de pressão em
vários escoamentos laminares e turbulentos, determinando o fator de atrito
correspondente para cada uma.
Palavras chave: Perda de carga, fator de atrito, vazão, escoamento, pressão.
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Massa específica da


água.................................................................12
Tabela 2 – Dados obtidos
experimentalmente....................................................13
Tabela 3 – Dados calculados para o escoamento
laminar..................................14
Tabela 4 – Dados de perda de carga e fator de atrito calculados para o
escoamento laminar...........................................................................................15
Tabela 5 – Erro experimental para o escoamento
laminar..................................16
Tabela 6 – Dados obtidos experimentalmente para o escoamento
turbulento...........................................................................................................19
Tabela 7 – Dados calculados para o escoamento
turbulento..............................19
Tabela 8 – Massa específica do
mercúrio...........................................................20
Tabela 9 – Dados de perda de carga e fator de atrito calculados para o
escoamento
turbulento.......................................................................................21
Tabela 10 – Erro experimental para o escoamento
turbulento............................21
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Representação de um conduto livre e conduto


forçado....................01
Figura 2 – Região da camada limite e do fluido
livre..........................................02
Figura 3 – Representação da camada limite laminar e
turbulenta......................03
Figura 4 – Camada limite no conduto de descarga de um
tanque......................04
Figura 5 – Rugosidade em um
conduto..............................................................05
Figura 6 – Linha de Energia e Linha Piezométrica em Escoamento
Permanente.......................................................................................................08
Figura 7 – Gráfico de ln(f) experimental x ln(Re) para escoamento
laminar......17
Figura 8 – Gráfico de linearização dos valores de Δh em função das
velocidades (escoamento
laminar)........................................................................................18
Figura 9 – Gráfico de ln(f) experimental x ln(Re) para escoamento
turbulento....22
Figura 10 – Gráfico de linearização dos valores de Δh em função das
velocidades (escoamento
turbulento)....................................................................................23
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 1
ANÁLISE DA CONDUÇÃO DE CALOR 1
1.1 TRANSFERÊNCIA DE CALOR 1
1.1.1 CONDUÇÃO 1
1.1.2 CONVECÇÃO 2
1.1.3 RADIAÇÃO 2
1.2 PODER EMISSIVO 3
1.3 OBJETIVOS 4
2. METODOLOGIA 4
2.1 EXPERIMENTO 1: 4
2.2 EXPERIMENTO 2: 4
2.3 EXPERIMENTO 3: 5
5. REFERÊNCIAS 5
1

1. INTRODUÇÃO
1.1. PARTE A
1.1.1. TRANSFERÊNCIA DE CALOR
A prática em questão tem o objetivo termodinâmico de analisar as interações
de energia entre o sistema e a vizinhança em um estado de equilíbrio. Essas
interações podem ser referentes ao trabalho ou a transferência de calor.

Segundo Incropera, transferência de calor é a energia térmica em trânsito


motivada por uma diferença de temperatura. Existem modos diferentes de
transferência de calor, sendo eles a condução, a convecção e a radiação.1

1.1.1.1. CONDUÇÃO
A condução, segundo Incropera, é a transferência e energia de partículas
mais energéticas para as menos energéticas, por meio de interações entre uma
partícula e outra, tal energia está associada a movimentos de translação, rotação ou
vibração das moléculas.1

A condução ocorre devido a ondas na estrutura dos retículos induzidas por


movimento atômicos e pelo movimento dos elétrons em materiais em um condutor.1

Para a condução, a equação usada é conhecida como Lei de Fourier (1),


que leva à taxa de calor.

Equação (1): Equação de Fourier.


"
𝑞𝑥 =− 𝑘
𝑑𝑇 (1)
𝑑𝑥
Fonte: Incropera1.

Sendo:

k: condutividade térmica [W/(m.K)].

𝑑𝑇
𝑑𝑥
: a variação da temperatura em relação a distância x [(K/m)].
2

1.1.1.2 CONVECÇÃO
Segundo Incropera, a convecção ocorre quando há transferência de calor
entre uma superfície e um fluido em movimento. Esse fenômeno abrange dois
mecanismos, o primeiro é a difusão (transferência de energia causada pelo
movimento molecular aleatório) que ocorre em contato à superfície onde a
velocidade do fluido é nula e a segunda, a transferência devido ao movimento
macroscópico do fluido.1

Para a convecção, a equação da taxa de transferência de calor é conhecida


como Lei do resfriamento de Newton (2)

Equação (2): Lei do resfriamento de Newton.


"
𝑞 = ℎ(𝑇𝑓 − 𝑇𝑠) (2)
Fonte: Incropera1.

Sendo:

Tf: temperatura do fluido [K].

Ts: temperatura da superfície [K].

h: o coeficiente de transferência de calor por convecção [W/(m2.K)].

Existem duas formas de convecção, a forçada e a natural. A primeira ocorre


quando o movimento do fluido é causado por meios externos, como um ventilador,
enquanto a segunda é um fenômeno que pode ser também chamado de convecção
livre. Ocorre quando o movimento do fluido é originado por forças de empuxo
causadas por diferenças de densidade.

1.1.1.3. RADIAÇÃO
Segundo Incropera, radiação térmica é a energia emitida pela matéria que
se encontra a uma temperatura diferente de zero e podem ser associadas a
mudanças nas configurações eletrônicas nos átomos que constituem a matéria. Tal
modo de transferência de calor, diferente dos outros, não precisa de um meio
material para se propagar.1
3

1.1.2. ANÁLISE DA CONDUÇÃO DE CALOR


A condutividade térmica (k) é classificada como uma propriedade de
transporte na qual indica o quanto a matéria consome energia.¹ É possível calcular
seu valor a partir da Equação de Fourier (1), isolando o k.

Equação (3): Condutividade térmica.


"
𝑞𝑥
𝑘𝑥 = 𝑑𝑇 (3)
( 𝑑𝑥
)

Fonte: Incropera.¹

Para um material isotrópico, ou seja, as propriedades físicas independem da


direção, tem-se 𝑘 = 𝑘𝑥 = 𝑘𝑦 = 𝑘𝑧.

Em geral, as condutividades térmicas dos sólidos é maior que a dos líquidos e


dos gases, respectivamente.

Para o estado sólido, o transporte de energia é feito através da migração de


elétrons livres e através de ondas vibracionais da rede, então a condutividade
térmica total é a soma das condutividades térmicas da migração com as da
vibrações da rede, dependendo somente da temperatura. Enquanto, para os fluídos,
as moléculas possuem maior espaçamento e assim, k é menor por depender do
número de partículas por unidade de volume, da velocidade média molecular e do
caminho livre médio, distância média percorrida pela molécula antes de sofrer uma
colisão. Por fim, a condutividade térmica dos líquidos e gases são geralmente
menores que dos sólidos porque o transporte de energia térmica se torna menos
efetivo.

1.1.3. PODER EMISSIVO


É definido pelo conceito de que a radiação emitida pela matéria tem origem
em sua energia interna.

O limite superior para a emissividade é descrito pela Lei de


Stefan-Boltzmann (4), e caracteriza o poder emissivo de um corpo negro.

Equação (4): Lei de Stefan-Boltzmann.

𝐸𝑏 = σ𝑇𝑠
4 (4)
Fonte: Incropera1.

Sendo:
4

Eb: poder emissivo [W/m2].

σ: constante de Stefan-Boltzmann [W/(m2.K4)].

Ts: temperatura da superfície [K].

Para um radiador real o fluxo é menor em comparação ao emitido pelo corpo


negro e é representado pela Equação (5).

Equação (5): Lei de Stefan-Boltzmann (radiador real).

𝐸𝑏 = εσ𝑇𝑠
4 (5)
Fonte: Incropera1.

Sendo:

Eb: poder emissivo [W/m2].

σ: constante de Stefan-Boltzmann [W/(m2.K4)].

Ts: temperatura da superfície [K].

ε: emissividade, sendo maior ou igual a zero e menor ou igual a um.

2. OBJETIVOS
● Observar e discorrer sobre os diferentes processos de transferência de calor em
variados materiais com formatos e propriedades diferentes.
● Analisar qualitativamente a transferência de calor por meio do processo de
convecção natural.
● Avaliar o processo de transferência de calor por condução em materiais com
propriedades e espessuras diferentes.

3. METODOLOGIA
3.1. PARTE A
3.1.1. EXPERIMENTO 1:
● Estufa de secagem com circulação de ar.
● Cilindros, esferas e placas de cobre e alumínio.
● Anemômetros.
● Medidores de temperatura.

Dentro da estufa foram inseridos cilindros, esferas e placas de cobre e


alumínio com um sensor de temperatura em seu interior. A estufa foi ligada e foram
5

feitas medidas da velocidade com a qual o ar circulava dentro da estufa em


diferentes pontos, com a ajuda de um anemômetro. Também foram feitas as
medidas de temperatura, nos mesmos pontos nos quais foi feita a medida da
velocidade.

Foram anotadas as temperaturas em que se encontravam os cilindros,


esferas e placas de cobre e alumínio, com a ajuda de um medidor de temperatura
externo.

3.1.2. EXPERIMENTO 2:
● Béquer.
● Resistência elétrica (Rabo-quente).
● Corante azul.

Foi utilizado o rabo-quente para aumentar a temperatura da água contida no


béquer, sendo a tintura necessária para que pudesse ser visto o movimento do
líquido no interior do recipiente.

3.1.3 EXPERIMENTO 3:
● Kits com diferentes espessuras e compostos.
● Termômetros digitais
● Termômetro a laser.
● Régua.
● Placa de aquecimento.
● Lã de vidro.
● Lã de rocha.
● MDF (Placa de fibra de média densidade).

Com o uso de uma régua, foram medidas as espessuras dos materiais de


formato circulares que formavam o kit. Os termômetros digitais foram inseridos no
meio de cada camada, buscando o eixo central, a fim de reduzir-se perdas pelas
laterais, que não estavam com nenhum isolante. Foram anotadas as temperaturas
correspondentes as interfaces dos diferentes materiais que compunham o sistema,
lã de vidro, lã de rocha e MDF.
6

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. PARTE A
4.1.1. CONDUÇÃO
A primeira parte do experimento consistiu em fazer medidas de temperaturas
para analisar a condução de calor em uma parede composta, rearranjando os
materiais de diferentes formas.

4.1.1.1. MODELO 1
A Figura 01 mostra um esquema da disposição dos materiais para ser feita a
análise de condução de calor através das camadas. Sendo a camada superior
composta por lã de rocha, a intermediária por madeira MDF e a inferior, lã de vidro.

Figura 01: Esquematização modelo 1.

Fonte: Próprios autores.

A Tabela x1 mostra os diferentes materiais utilizados com suas respectivas


espessuras, propriedades e temperaturas medidas com o termômetro digital, sendo
a temperatura da fonte de calor, T1, 255°C.

Tabela x1: Valores coletados e dados – Modelo 1.

Condutividade
Camada Espessura (m) Temperatura (°C)
térmica (W/m.K)
Lã de vidro 0,05 75,8 T2 0,04
Madeira MDF 0,02 52,1 T3 0,3
Lã de rocha 0,04 34,2 T4 0,04
Fonte: Próprios autores.
7

Agora, com os dados, pode-se calcular a variação de temperatura em cada


camada, começando através da temperatura inicial T1 e com isso, calcular a taxa de
transferência de calor através da Equação (6) para a primeira camada (lã de vidro).¹

Equação (6): Taxa transferência de calor na condução.

𝑞 (𝑊) =− 𝑘 ( )×𝐴(𝑚 ) × ( )
𝑊
𝑚.𝐾
2 ∆𝑇
∆𝑥
𝐾
𝑚
(6)

Fonte: Incropera¹.
179,2
𝑞 =− 0, 04× × 0,05
= 𝑊

Para calcular o fluxo de transferência de calor, então, é só dividir o valor da


taxa pela área que o resultado é a Equação (1), definida na introdução.

𝑞" ( ) = ( ) =− 𝑘(
𝑊
2
𝑚
𝑞
𝐴
𝑊
𝑚
2
𝑊
𝑚.𝐾 )× ( ) ∆𝑇
∆𝑥
𝐾
𝑚
(1)¹

𝑞"( ) =− 0, 04×
𝑊 179,2 𝑊
2 0,05
= − 146, 36 2
𝑚 𝑚

Assim, a Tabela x2 mostra os valores de variação de temperatura e as


respectivas taxas de transferência de calor e fluxos para cada camada. O valor de
diâmetro dos cilindros é de 20,55 centímetros ou 0,2055 metros, assim, utilizou-se
nos cálculos uma área de 0,033167561 m², constante.

Tabela x2: Taxa e fluxo de transferência de calor – Modelo 1.

Camada ∆T ∆T q (W) q" (W/m²)


Lã de vidro T1-T2 179,2 -4,755 -143,36
Madeira MDF T2-T3 23,7 -11,79 -355,5
Lã de rocha T3-T4 17,9 -0,594 -17,9
Fonte: Próprios autores.

Têm-se que a madeira MDF, nessa distribuição, foi responsável pela maior
condução de calor dentre os três materiais, seguido pela lã de vidro e lã de rocha.

4.1.1.2. MODELO 2
A Figura 02 mostra um esquema da disposição dos materiais para ser feita a
análise de condução de calor através das camadas. Sendo que da camada superior
para inferior temos: madeira MDF, lã de vidro, lã de rocha e lã de vidro,
respectivamente.
8

Figura 02: Esquematização modelo 2.

Fonte: Próprios autores.

A Tabela x3 mostra os diferentes materiais utilizados com suas respectivas


espessuras, propriedades e temperaturas medidas com o termômetro digital, sendo
a temperatura inicial da fonte de calor, T1, 231°C.

Tabela x3: Valores coletados e dados – Modelo 2.

Condutividade
Camadas Espessura (m) Temperatura (°C)
térmica (W/m.K)
Lã de vidro 0,045 105 T2 0,04
Lã de rocha 0,04 61 T3 0,04
Lã de vidro 0,05 54 T4 0,04
Madeira MDF 0,015 33 T5 0,3
Fonte: Próprios autores.

Da mesma maneira que foi feito para o modelo 1, com os dados foi possível
calcular a variação de temperatura em cada camada, começando através da
temperatura inicial T1. E com isso calculou-se a taxa de transferência de calor
através da Equação (6) para a primeira camada de lã de vidro.¹

𝑞 (𝑊) =− 𝑘 ( )×𝐴(𝑚 ) × ( )
𝑊
𝑚.𝐾
2 ∆𝑇
∆𝑥
𝐾
𝑚
(6)¹

126
𝑞 =− 0, 04× × 0,045
= 𝑊

Para calcular o fluxo de transferência de calor, então, é só dividir o valor da


taxa pela área, Equação (6) definida no item 4.1.1.1.¹
9

𝑞" ( ) = ( ) =− 𝑘(
𝑊
𝑚
2
𝑞
𝐴
𝑊
𝑚
2
𝑊
𝑚.𝐾 )× ( )
∆𝑇
∆𝑥
𝐾
𝑚
(6)¹

𝑞"( ) =− 0, 04×
𝑊 126 𝑊
2 0,045
= − 112 2
𝑚 𝑚

Assim, a Tabela x4 mostra os valores de variação de temperatura e as


respectivas taxas de transferência de calor e fluxos para cada camada,
considerando a mesma área de 0,033167561 m².

Tabela x4: Taxa e fluxo de transferência de calor – Modelo 2.

Camada ∆T ∆T2 q(W) q" (W/m2)


Lã de vidro T1-T2 126 -3,715 -112
Lã de rocha T2-T3 44 -1,459 -44
Lã de vidro T3-T4 7 -0,186 -5,6
Madeira MDF T4-T5 21 -13,93 -420
Fonte: Próprios autores.

Para este segundo modelo, a madeira MDF também foi responsável pela
maior parte da condução térmica, seguida da primeira camada de lã de vidro e a lã
de rocha. A terceira camada, composta por lã de vidro, foi a que menos propiciou
uma variação de temperatura. Assim, pode-se inferir que a lã de vidro tem um bom
desempenho para isolamento quando colocada próxima a fonte de calor, quando
comparado ao modelo 1.

Além disso, a variação de temperatura da madeira MDF foi maior no modelo 2


que no 1. Notou-se que neste caso, ela propicia um maior isolamento quando
colocada mais longe da fonte de calor.

4.1.2. CONVECÇÃO FORÇADA


Neste experimento a estufa foi utilizada para gerar uma convecção que foi
responsável pela transferência de calor entre o ar e os objetos.

Para o cálculo do calor transferido dentro da estufa é utilizada a Equação (7),


que representa a taxa de transferência de calor por convecção.¹

Equação (7): Taxa de transferência de calor por convecção.

𝑞 (𝑊) = 𝑘 ( )×𝐴(𝑚 ) × (𝑇
𝑚 .𝐾
𝑊
2
2
𝑒𝑠𝑡𝑢𝑓𝑎 )
− 𝑇𝑜𝑏𝑗 (𝐾) (7)

Fonte: Incropera.¹
10

Para a variação da temperatura foi utilizada a temperatura da estufa, 62.8°C,

como base. O exemplo abaixo mostra o cálculo da transferência de calor para a

esfera de alumínio com área de 0,0082 m² e temperatura de 59°C.

𝑞 = 237×0, 0082×(62, 8 − 59) = 7, 3849 𝑊


Para calcular o fluxo de transferência de calor, então, é só dividir o valor da
taxa pela área, Equação (2) definida na introdução.¹

𝑞" ( ) = ( ) = 𝑘( ) × (𝑇 − 𝑇 )(𝐾)
𝑊
𝑚
2
𝑞
𝐴
𝑊
𝑚
2
𝑊
2
𝑚 .𝐾 𝑒𝑠𝑡𝑢𝑓𝑎 𝑜𝑏𝑗
(2)¹

𝑞"( ) = 237×(62, 8 − 59) = 900, 6


𝑊 𝑊
2 2
𝑚 𝑚

A Tabela x5 mostra os formatos dos objetos bem como sua composição,


temperatura e área que serão necessárias para o cálculo da transferência de calor.
Por fim, esta mesma tabela mostra a taxa de transferência de calor (q) e o fluxo (q”)
calculada através das Equações, respectivamente, como no exemplo acima,
considerando a temperatura da estufa igual a 62,8°C, o coeficiente de transferência
de calor (h) do alumínio sendo 237 e do cobre 401 W/m²K.

Tabela x5: Taxa e fluxo de transferência de calor por convecção em objetos dentro de uma estufa.

Composiçã
o Formato Área (m²) Temperatura (°C) q (w) q" (W/m²)
7,384
Esfera 0,0082 59 9 900,6
26,29
Alumínio
Placa 0,0292 59 8 900,6
39,17
Cilindro 0,0285 57 6 1374,6
14,82
Esfera 0,0077 58 1 1924,8
44,34
Cobre
Placa 0,0291 59 3 1523,8
88,20
Cilindro 0,0282 55 4 3127,8
Fonte: Próprios autores.

Analisando o formato, a composição e a área das peças dentro da estufa


podemos comparar os valores de transferência de calor. Temos que os materiais de
cobre possuem uma transferência de energia na forma de calor maior devido seu
valor de condutividade térmica que é superior a do alumínio. Agora, com o enfoque
11

nos formatos temos que a esfera, por possuir menor área, é a que menos recebe
calor da fonte seguida da placa e do cilindro.

Feito isso, pode-se também analisar os perfis de velocidade e de temperatura


dentro da estufa através dos valores coletados para diferentes posições.

A disposição das posições que serão melhor detalhadas posteriormente estão


apresentadas na Figura 03.

Figura 03: Esquematização da estufa.

Fonte: Próprios autores.

A Tabela x6 mostra os valores de velocidade e temperatura para cinco pontos


diferentes, chamados de 1 a 5, de cima para baixo na estufa (vertical).

Tabela x6: Valores coletados na vertical da estufa.

Ponto Velocidade (m/s) Temperatura (°C)


1 0,47 38
2 1,1 42,4
3 1,4 43,5
4 1,7 45
5 0,4 46
Fonte: Próprios autores.

Já a Tabela x7 mostra os mesmos valores agora para outros cinco pontos


diferentes, nomeados de 6 a 10, de trás para frente (horizontal).

Tabela x7: Valores coletados na horizontal da estufa.

Ponto Velocidade (m/s) Temperatura (°C)


6 0,85 47
7 1,16 47,3
12

8 1,4 43,5
9 1,65 45,5
10 1,3 42,5
Fonte: Próprios autores.

É bom ressaltar que o ponto 3 da Tabela coincide com o ponto 8 da Tabela,


uma vez que as medidas foram feitas no centro da estufa, como pode ser visto na
Figura 03. Porém, os valores de velocidade e temperatura não são idênticos porque
as medidas não foram feitas ao mesmo tempo então os valores podem ter variado
de uma medida para outra.

Também é interessante analisar que os valores de temperatura das peças são


superiores ao do fluído dentro da estufa, mostrando que o objetivo de esquentar os
objetos foi atingido e superado de uma forma que a transferência de calor por
condução está no sentido das peças para o fluído.

Com estes valores pode-se montar os perfis de velocidade e de temperatura


do fluído em função das posições. A Figura 04 mostra o perfil de velocidade para as
posições verticais bem como a Figura 05 apresenta o perfil de temperatura.

Figura 04: Perfil de velocidade vertical.

Fonte: Próprios autores.


Figura 05: Perfil de temperatura vertical.
13

Fonte: Próprios autores.

Analisando estes dois primeiros gráficos tem-se que a velocidade é mais


elevada no centro da estufa que é o esperado pela fonte do fluído estar localizada
no centro. Ademais, a temperatura se mantêm quase que constante nas diversas
posições com uma pequena variação de aproximadamente 5°C, estatisticamente
desconsiderável.

Da mesma forma, a Figura 06 mostra o perfil de velocidade para as posições


horizontais bem como a Figura 07 apresenta o perfil de temperatura.

Figura 06: Perfil de velocidade horizontal.

Fonte: Próprios autores.


Figura 07: Perfil de temperatura horizontal.
14

Fonte: Próprios autores.

Como discutido para as Figuras 04 e 05, o perfil de velocidade continua tendo


um valor superior no centro e o perfil de temperatura ainda é constante apesar de
um desvio na posição 8 que provavelmente é devido a erros de medida.

4.1.3 CONVECÇÃO NATURAL


O experimento foi realizado apenas para observação do fenômeno da
convecção natural.

Ao colocar gotas do corante na água foi possível visualizar que conforme o


fluído colorido chegava perto da resistência elétrica, ele se movia para uma altura
mais elevada do béquer enquanto que o fluído que estava na parte superior descia
para próximo da resistência.

Foi possível observar a convecção livre com o experimento uma vez que este
tipo de convecção é caracterizada pela transferência de calor através da
movimentação do fluído devido uma diferença de densidade causada por uma
diferença de temperatura, como foi discutido no item 1.1.2.2.
15

5. CONCLUSÕES

5.1 PARTE A

5.1.1 CONDUÇÃO
O processo de condução através de paredes compostas foi estudado de duas
formas diferentes, alternando-se a composição da parede de duas formas distintas.
Apesar do estudo ter sido realizado com materiais considerados isolantes térmicos
(kcondução <1), observou-se que o desempenho destes materiais foi diferente. Os
valores de kcondução para a lã de vidro e lã de rocha são iguais, enquanto que o MDF é
quase 10x maior, uma ordem de magnitude maior que os outros dois. Isso se deve a
própria estrutura do material: lã de vidro e lã de rocha são fibras emaranhadas e
preenchidas com ar (um isolante térmico eficiente), fornecendo assim um material
pouco denso e composto que consegue segurar bem o calor. Já ao MDF, é um
material fibroso e bem prensado, muito denso, cujas fibras de madeira estão em
contato apenas com outras fibras de madeira, conseguido assim conduzir o calor de
forma mais eficiente se comparado as lãs, preenchidas de ar

5.1.2 CONVECÇÃO NATURAL


Apesar de não ter havido nenhuma medida, observou-se o processo de
convecção natural com o auxílio do corante. A diferença de densidades dentro de
um mesmo fluido acaba sendo a força motriz das correntes ascendente e
descendentes, o que causa uma agitação e mistura do fluido, homogeneizando a
temperatura dele conforme o processo ocorre.

5.1.3 CONVECÇÃO FORÇADA


A estufa foi projetada para secagem uniforme do que estiver dentro dela, o
que faz com que ela tenha um aquecedor e ventilação, fazendo o ar circular em seu
interior mais ou menos de maneira uniforme, evidenciado pelas temperaturas
similares dos objetos que estavam em seu interior (mesmo com geometrias
diferentes). A troca de calor entre o ar da estufa e o objeto em seu interior ocorreu
através da convecção, forçada porque o ar circulava no interior da estufa através de
ventiladores.
16

6. REFERÊNCIAS

1.

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