Você está na página 1de 25

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

Engenharia Ambiental e Sanitária

Ana Caroline Caetano Ramos


Gabriel Helmer Baer
Giovanna Maria Barossi
Vanessa Jacob
Letícia de Souza

CONDUÇÃO DE CALOR

CURITIBA
2023
Ana Caroline Caetano Ramos
Gabriel Helmer Baer
Giovanna Maria Barossi
Vanessa Jacob
Letícia Xavier de Souza

CONDUÇÃO DE CALOR

Trabalho sobre “Condução de Calor” a


respeito da disciplina de Mecânica de
Fluidos da Universidade Tecnológica
Federal do Paraná - UTFPR.

Prof: Roberto Carlos Moro Filho

Curitiba,
2023
Sumário

1. Introdução....................................................................................................................... 4
2. Condução de Calor......................................................................................................... 5
2.1 Equação da taxa de condução de calor por condução (Lei de Fourier).................... 5
2.1.1 Fluxo Térmico..................................................................................................6
2.2 Propriedades térmicas da matéria (condutividade térmica em sólidos, líquidos e
gases, capacidade térmica, difusividade térmica);..........................................................7
2.2.1 Condutividade térmica em sólidos, líquidos e gases....................................... 7
2.2.1.1 Condutividade Térmica nos Gases..........................................................8
2.2.1.2 Condutividade Térmica nos Líquidos.....................................................8
2.2.1.3 Condutividade Térmica nos Sólidos....................................................... 9
2.2.2 Capacidade Térmica.........................................................................................9
2.2.3 Difusividade Térmica.....................................................................................10
2.3 Equação de difusão de calor e condições de contorno e inicial;.............................10
2.3.1. Condições de contorno e inicial.................................................................... 11
2.4 Condução unidimensional em regime estacionário;............................................... 13
2.4.1 A Parede Plana...............................................................................................14
2.4.2 Distribuição de Temperaturas........................................................................ 14
2.4.3 Resistência Térmica....................................................................................... 15
2.4.4 Parede composta............................................................................................ 17
2.4.5 Resistência de contato....................................................................................20
2.5 Condução bidimensional em regime estacionário;................................................. 21
2.6 Equação de diferenças finitas..................................................................................23
3. Conclusão.......................................................................................................................23
4. Referência Bibliográfica...............................................................................................25
1. Introdução

A condução de calor é um importante fenômeno na mecânica dos fluidos que está


relacionado à transferência de energia térmica em meios fluidos, líquidos e gasosos. A
transferência de calor por condução ocorre devido às diferenças de temperatura dentro do
fluido, resultando em um fluxo de energia térmica do ponto de maior temperatura para o
ponto de menor temperatura.

Na condução de calor, a energia térmica é transferida através das colisões e interações


entre as moléculas do fluido. À medida que as moléculas mais energéticas colidem com as
moléculas adjacentes de menor energia, a energia térmica é transmitida de uma região para
outra. Esse processo ocorre em um nível microscópico e é responsável por equilibrar as
diferenças de temperatura dentro do fluido.

A condução de calor é um mecanismo fundamental na troca de calor em sistemas


fluidos. Ela desempenha um papel importante em diversas aplicações práticas, como
transferência de calor em dutos, trocadores de calor, tubulações e outros dispositivos.
Compreender os princípios da condução de calor na mecânica dos fluidos é essencial para
projetar sistemas eficientes de transferência de calor, prever o comportamento térmico de
fluidos em diferentes configurações e otimizar processos térmicos industriais.
2. Condução de Calor

2.1 Equação da taxa de condução de calor por condução (Lei de Fourier)

Para entender a equação da taxa de condução de calor, deve-se citar Jean Baptiste
Joseph Fourier (1768 - 1830), um matemático e físico francês que desenvolveu a Lei de
Fourier para condução de calor, que diz que o calor flui da região com a temperatura mais
elevada para a região com temperatura mais baixa, criando assim uma proporcionalidade a
respeito da diferença de temperatura das duas regiões. Com isso, Jean afirmou que a
quantidade de calor que se desloca tem proporcionalidade invertida em relação com a
espessura do condutor, além de constatar que a quantidade de calor que se desloca, é
proporcional à área (A) da seção transversal do condutor e que existe uma proporcionalidade
entre a quantidade de calor deslocado e o intervalo de tempo analisado.

Figura 1 - Condução de Calor

Fonte: Incropera, 2008 (Adaptado)

Em 1822, Jean Baptiste Joseph Fourier, criou a Lei de Fourier de condução de calor
que é representada pela fórmula a seguir:

Fórmula - Lei de Fourier


𝑛 𝑑𝑇
𝑞𝑥 = − 𝐾.𝐴. 𝑑𝑋

Onde K representa a condutividade térmica do material condutor, normalmente


expressa em kcal/s.m.°C.
A constante é uma grandeza indispensável no quesito condução térmica, por isso
podemos atribuir algumas características como por exemplo a redução da condutividade
devido a presença de impurezas, além dela ser ser reduzida devido ao fenômeno da liquefação
(transição ao estado líquido de uma substância que se encontra em estado gasoso ou sólido),
mas também deve-se citar que a condutividade em fluidos aumenta com a temperatura
(DIEHL, 2018).

2.1.1 Fluxo Térmico


𝑛
O fluxo térmico é uma grandeza direcional segundo Fourier, onde 𝑞 é normal à seção
𝑥

transversal A, portanto, a direção do escoamento de calor será normal a uma superfície de


temperatura constante, chamada de isotérmica. Como o fluxo térmico é uma grandeza
vetorial, podemos apresentar uma equação da taxa de condução da forma a seguir:

Figura 2 - Taxa de condução com Fluxo Térmico

Fonte: Incropera, 2008 (Adaptado)


Onde 𝜵 é o operador “grad” de três dimensões e T(x, y, z) é o campo escalar de
temperatura. Com isso, fica implícito que o fluxo térmico ele mantém a sua direção
perpendicular às superfícies isotérmicas (INCROPERA, 2008).
Sendo assim, podemos determinar três expressões as quais relacionam o fluxo
térmico através de uma superfície com o gradiente de temperatura que é perpendicular à
superfície. Sendo elas apresentadas a seguir na Figura 3.

Figura 3 - Fluxo térmico através de uma superfície em relação ao gradiente de temperatura

Fonte: Incropera, 2008 (Adaptado)

A lei de Fourier é de extrema importância para a transferência de calor por condução


devido a ser uma expressão que não pode ser derivada através de princípios fundamentais,
afinal ela é uma equação geral que foi criada em cima de evidências experimentais. Além dela
ser uma definição utilizada para condutividade térmica, a Lei de Fourier é uma expressão
vetorial que indica o sentido do fluxo térmico na direção da diminuição da temperatura.
Portanto, a Lei de Fourier se aplica a qualquer tipo de matéria, seja líquida, sólida ou gasosa
(Incropera, 2008).

2.2 Propriedades térmicas da matéria (condutividade térmica em sólidos, líquidos


e gases, capacidade térmica, difusividade térmica);

As propriedades térmicas definem o comportamento dos materiais quando há


aplicação de calor sobre este.
As principais propriedades dos materiais são a condutividade térmica, capacidade
térmica e difusividade térmica.

2.2.1 Condutividade térmica em sólidos, líquidos e gases

A condutividade térmica (k) mede a capacidade dos materiais de conduzirem calor,


sua unidade de medida é W/m.
A equação que define a taxa de transferência de calor é a mesma que define a
condutividade térmica.
𝑇1−𝑇2
𝑞=𝑘 ×𝐴 × 𝑋2−𝑋1

Essa relação permite definir a condutividade térmica como a taxa de transferência de


calor através de uma unidade de comprimento de certo material por unidade de área por
unidade de diferença de temperatura.
Altos valores de condutividade significam que o material em questão é um bom
condutor de calor, enquanto valores baixos indicam que o material é um mal condutor de
calor.
Tabela X - Condutividade térmica de alguns materiais em temperatura ambiente

Fonte: Incropera, 2008 (Adaptado)

Em gases, a condutividade térmica pode variar por um fator de 104, quando em


comparação com metais puros.
Os cristais puros e metais possuem os maiores valores de condutividade térmica,
enquanto os gases possuem os menores. A condutividade térmica dos líquidos normalmente
representa o intervalo entre os valores da condutividade de gases e sólidos.

2.2.1.1 Condutividade Térmica nos Gases

É possível concluir pela Teoria Cinética dos Gases que a condutividade térmica de
gases é proporcional à raiz quadrada da temperatura termodinâmica e inversamente
proporcional à raiz quadrada da massa molar M. Ou seja, ela aumenta com a temperatura, mas
diminui com a massa molar. Além disso, nos gases, a condutividade térmica independe da
pressão (em um grande intervalo de pressões).

2.2.1.2 Condutividade Térmica nos Líquidos

A condução de calor em líquidos é complexada pela aproximação das moléculas,


permitindo um campo de força intermolecular.
Diferentemente dos gases, o aumento da temperatura implica na diminuição da
condutividade térmica, com exceção da água.
Os metais líquidos, como mercúrio e sódio possuem valores de condutividade térmica
altos, sendo de interesse para usinas nucleares, onde no uso é desejada uma alta taxa de
transferência de calor.

2.2.1.3 Condutividade Térmica nos Sólidos

Nos sólidos, a condutividade térmica é devida a dois fatores: as ondas de vibração de


rede, ocasionadas pela vibração dos átomos, posicionados fixamente, e a energia transportada
através do movimento livre dos elétrons presentes nos sólidos.
Como a maioria dos sólidos podem ser considerados isotrópicos, ou seja, com
propriedades uniformes em todas as suas direções, a condutividade térmica pode ser avaliada
na temperatura média, e tratada como constante.
Figura X - Mecanismos de condução de calor em diferentes fases de materiais

Fonte: Incropera, 2008 (Adaptado)

2.2.2 Capacidade Térmica

A capacidade térmica C é a propriedade que define e quantifica a capacidade de um


material de absorver calor de sua proximidade. Ela representa a energia necessária para
produzir um aumento unitário na temperatura e é medida em J/mol.K.
𝑄
𝐶= ∆𝑇

O valor da capacidade térmica varia de acordo com a temperatura, mas como de


maneira geral essa variação é pequena, pode ser desprezada.
Em corpos constituídos por apenas um material, a capacidade térmica é proporcional à
massa do corpo. permitindo a relação seguinte, ao se adicionar uma constante c calor
específico:
𝐶=𝑐 ×𝑚
Relacionando as equações anteriormente obtidas é possível concluir que:
𝑄
𝑐×𝑚 = ∆𝑇

Essa relação torna possível também definir o calor específico como a quantidade de
calor necessária para elevar em uma unidade a temperatura de uma unidade de massa.
Capacidade térmica e calor específico se diferenciam pois o primeiro é expresso em
por unidade de volume e o segundo por unidade de massa.

2.2.3 Difusividade Térmica

A difusividade térmica α é a velocidade com a qual o calor se difunde através de um


material. Pode ser definida como:
𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑜 𝑘
α= 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑎𝑟𝑚𝑎𝑧𝑒𝑛𝑎𝑑𝑜
= ρ𝑐𝑝

É a razão entre o calor conduzido e o calor armazenado por unidade de volume.


Materiais que possuem alta condutividade térmica ou baixa capacidade térmica,
consequentemente possuem valores altos de difusividade térmica.
Quanto maior for a difusividade térmica, maior será a propagação de calor no meio.
Quanto menor for a difusividade térmica, há muita absorção de calor pelo material, e pouco se
propaga no meio.

2.3 Equação de difusão de calor e condições de contorno e inicial;

Um dos objetivos principais da equação de difusão de calor é determinar a distribuição


de temperatura em um campo da superfície, sabendo a distribuição de temperatura, é possível
obter o fluxo ou taxa de calor por condução em qualquer que seja a posição. Para determinar é
necessário seguir a aplicação da conservação da energia, onde nesse caso define-se um
volume de controle diferencial e identificam-se os processos de transferência de energia
relevantes e substituem nas equações das taxas de transferência de calor apropriadas
(Incropera, 2008).

O campo de temperatura dependerá de derivadas parciais da temperatura em relação à


posição do sistema retangular de coordenadas x, y e z. A equação da difusão parte da análise
de um corpo homogêneo, no qual não existe movimento onde é aplicada a conservação da
energia em um volume de controle. As taxas de transferência de calor por condução ocorrem
perpendicularmente a cada superfície, nas superfícies opostas é adotada uma expansão da
série de Taylor (Cruz, 2021).

Figura X - Equação de difusão de calor

Fonte: Incropera, 2008.

Em um determinado meio pode haver uma fonte de energia que proporciona um termo
associado à taxa de geração de energia térmica, esta geração é a manifestação através de um
processo de conversão de energia elétrica, química ou nuclear em energia térmica. O termo é
positivo se há uma fonte e negativo de consome energia.

2.3.1. Condições de contorno e inicial

Para resolver de forma apropriada a equação de calor é necessário levar em conta as


condições físicas existentes nas fronteiras do meio, e, se a situação varia com o tempo. Com
relação às condições nas fronteiras, ou condições de contorno, há várias possibilidades
comuns que são ditas em forma matemática. Como a equação de calor é de segunda ordem
em relação às coordenadas espaciais, duas condições de contorno devem ser fornecidas para
cada coordenada espacial para descrever o sistema. Para a equação de primeira ordem em
relação ao tempo, apenas uma condição deve ser especificada, chamada de condição inicial.
(Incropera, 2008).
As condições são expressas de acordo com características específicas, apresentadas a seguir:

- Temperatura da superfície constante


𝑇(0, 𝑡) = 𝑇ₛ
Gráfico X - Temperatura da superfície Constante

Fonte: Incropera, 2008.

- Fluxo de calor constante na superfície:


i. Fluxo de calor diferente de zero

Gráfico X - Fluxo de calor diferente de zero

Fonte: Incropera, 2008.


ii. Superfície adiabática ou isolada

Gráfico X - Superfície adiabática ou isolada


Fonte: Incropera, 2008.
- Condições Convectivas na superfície

Gráfico X - Condições convectivas na superfície

Fonte: Incropera, 2008.

2.4 Condução unidimensional em regime estacionário;

A condução unidimensional em regime estacionário é um conceito da física


relacionado à transferência de calor através de um material em uma direção específica, em
que não há variação no tempo. Essa situação ocorre quando existe um gradiente de
temperatura em um material condutor, e o calor flui ao longo desse gradiente sem acumulação
de calor em qualquer ponto. (Incropera, 2008).
Na condução de calor, a energia térmica é transferida por meio da vibração das
moléculas em um material. Quando uma extremidade de um objeto é aquecida, as moléculas
próximas a essa extremidade ganham energia cinética, vibrando com maior intensidade. Essa
energia cinética é transmitida de molécula para molécula ao longo do material, resultando em
um fluxo de calor.
A condução unidimensional ocorre quando o fluxo de calor ocorre em apenas uma
direção, geralmente ao longo de um eixo ou uma dimensão específica do objeto. Por exemplo,
considere um fio metálico com uma extremidade aquecida. O calor se propaga ao longo do
fio, do ponto aquecido para o ponto mais frio, seguindo uma única direção. Se não houver
variação no tempo, ou seja, se a distribuição de temperatura ao longo do fio permanecer
constante, o processo é considerado em regime estacionário. (Incropera, 2008).

2.4.1 A Parede Plana

A condução de calor unidimensional em uma parede plana, a temperatura é uma


função somente da coordenada x e o calor é transferido exclusivamente nessa direção.
Geralmente, uma parede plana separa dois fluidos, que se encontram a diferentes
temperaturas. A transferência de calor ocorre por convecção do fluido quente a Ts1, para uma
superfície da parede a Ts1 por condução através da parede e por convecção da outra superfície
da parede a Ts2, para o fluido frio a Ts2. (Incropera, 2008).

2.4.2 Distribuição de Temperaturas

A distribuição de temperaturas na parede pode ser determinada através da solução da


equação do calor com as condições de contorno pertinentes. Para condições de regime
estacionário, sem a presença de fontes ou sumidouros de energia distribuídos no interior da
parede, a forma apropriada da equação do calor é:

Fórmula X - Distribuição de temperaturas

Fonte: Incropera, 2008 (Adaptado)

Logo, para obter uma solução geral para a condução unidimensional em regime
estacionário em uma parede plana sem geração de calor, o fluxo é constante, independente de
x, deve-se integrar duas vezes a equação:

Obtendo-se a solução geral:


Fórmula X - Condução Unidimensional em regime estacionário PP

Fonte: Incropera, 2008 (Adaptado)

Para obter as constantes de integração, C1 e C2, condições de contorno devem ser


introduzidas. Estabelecendo x = 0 e x = L: T(0) = Ts1 e T(L) = Ts2:

Fonte: Incropera, 2008 (Adaptado)

Então, , provando que a temperatura varia linearmente na


direção x nas condições adotadas.

Para a taxa de transferência, usa-se a lei de Fourier:

Fórmula X - Taxa de Tranferência

Fonte: Incropera, 2008 (Adaptado)

Onde A é a área da parede, normal à direção de transferência de calor. Para esse caso,
independe de x. Assim, o fluxo passa a ser:

Fórmula X - Fluxo de Calor

Fonte : Incropera, 2008.

Indicando que q”x e qx não dependem de x.


2.4.3 Resistência Térmica

A condução unidimensional em regime estacionário envolve a transferência de calor


ao longo de uma direção específica, sem variação no tempo. Isso ocorre quando há um
gradiente de temperatura em um material condutor. A transferência de calor acontece por
meio da vibração das moléculas, transmitindo energia cinética de uma extremidade aquecida
para uma mais fria. Esse processo pode ser descrito pela equação da Lei de Fourier. Uma
analogia interessante pode ser feita com a condução de carga elétrica, onde uma resistência
elétrica está associada à condução de eletricidade, assim como uma resistência térmica está
relacionada à condução de calor. (Incropera, 2008). Definindo resistência como a razão entre
um potencial motriz e a correspondente taxa de transferência, vem da equação de Lei de
Fourier que a resistência térmica para a condução em uma parede plana é:
- Em uma parede plana, a resistência para a condução térmica é:

Fonte: Osvaldo Chiavone Filho, UFRN (Adaptado)


- Pela Lei de Ohm, a resistência elétrica para a condução elétrica no sistema é:

Fonte: Osvaldo Chiavone Filho, UFRN (Adaptado)


- A resistência térmica para a convecção, a partir da Lei de resfriamento de Newton, é:

Fonte: Osvaldo Chiavone Filho, UFRN (Adaptado)

Deve-se analisa as equações análogas, apresentadas a seguir:


- Considerando o regime estacionário (dq/dt constante) e tranferência de calor
unidimensional (q = q͓), tem-se:

Fonte: Osvaldo Chiavone Filho, UFRN (Adaptado)

- Para uma diferença de temperatura e resistência totais,


Fonte: Osvaldo Chiavone Filho, UFRN (Adaptado)
(Resistências condutivas e convectivas em série)
- Se a superfície estiver separada da grande vizinhança por um gás, a resistência térmica
para a radiação é:

Fonte: Osvaldo Chiavone Filho, UFRN (Adaptado)

- As resistências convectivas e radiantes atuam em paralelo, se , elas podem


ser combinadas. No caso, supondo resistor total em paralelo ao resistor de radiação:

Fonte: Osvaldo Chiavone Filho, UFRN (Adaptado)

2.4.4 Parede composta

Os circuitos térmicos equivalentes são utilizados em sistemas mais complexos, como


paredes compostas. Essas paredes podem ter várias resistências térmicas em série e em
paralelo devido às camadas de diferentes materiais presentes nelas. (Incropera, 2008).

Fonte: Incropera, 2008.


- Taxa de transferência de calor:

,
onde:

= Diferença de temperatura total;


⅀R𝗍 = Somatório de todas as resistências térmicas;
Sendo assim, qₓ pode ser expresso da seguinte forma:

Fonte: Incropera, 2008.


- Sistema composto pode ser expresso da seguinte forma:

Fonte: Incropera, 2008.

- Lei do resfriamento de Newton:

Fonte: Incropera, 2008.


onde U é o coeficiente global de temperatura de calor. Assim pode-se fazer referência com
cada elemento, como mostra-se a seguir:

Fonte: Incropera, 2008.


Assim, pode-se demonstrar a equação em sistemas de malhas, na figura abaixo:
Figura X - Circuitos térmicos equivalentes P.P

Fonte: Incropera, 2008 (Adaptado)


Assim, após a demonstração de circuitos térmicos equivalentes para uma composição
de uma parede em série-paralela, obtém-se uma fórmula geral, descrita abaixo:

Fonte: Incropera, 2008.


As paredes compostas podem ser divididas em configuração série-paralelo, como
ilustrado anteriormente. Embora o fluxo de calor seja multidimensional, é comum considerar
condições unidimensionais para simplificar a análise. Nesse sentido, são utilizados dois
circuitos térmicos distintos. No caso (a), assume-se que as superfícies perpendiculares à
direção x são isotérmicas, enquanto no caso (b), considera-se que as superfícies paralelas à
direção x são adiabáticas. Isso resulta em valores diferentes para a resistência térmica total
(Rtot) e para as taxas de transferência de calor correspondentes (q), que representam a taxa
real de transferência de calor. Essas diferenças aumentam à medida que a diferença entre as
condutividades térmicas dos materiais (|kf - kg|) aumenta, indicando que os efeitos
multidimensionais se tornam mais significativos. (Incropera, 2008).
2.4.5 Resistência de contato

A resistência de contato, em condução de calor, refere-se à resistência térmica que


surge na interface entre dois materiais em contato. Quando há contato entre dois materiais
com diferentes condutividades térmicas, pode ocorrer uma dificuldade na transferência de
calor entre eles, resultando em uma resistência ao fluxo de calor (Incropera, 2008).
Essa resistência de contato é influenciada por vários fatores, como a rugosidade das
superfícies de contato, a pressão aplicada, a presença de camadas de ar ou outros materiais
entre os materiais em contato, e as propriedades dos próprios materiais. Quanto maior a
resistência de contato, menor será a taxa de transferência de calor entre os materiais.
A resistência de contato é geralmente representada por um valor de resistência térmica
adicional em um sistema de condução de calor, sendo adicionada às resistências térmicas
internas dos materiais em si. É importante considerar a resistência de contato ao analisar ou
projetar sistemas em que a transferência eficiente de calor entre dois materiais é necessária,
como em interfaces entre componentes eletrônicos e dissipadores de calor, por exemplo
(Incropera, 2008).
Para uma área de interface unitária, a resistência é definida como:

Fonte: Incropera, 2008 (Adaptado)

O efeito do preenchimento de interfaces metálicas pode ser visto na tabela abaixo,


coluna (a), que apresenta uma faixa aproximada de resistências térmicas sob condições de
vácuo e o efeito do fluido interfacial na resistência térmica em uma interface de alumínio é
mostrado em (b):
Resistência térmica de contato para (a) interfaces metálicas sob condições de vácuo e
(b) interface de alumínio (rugosidade superficial de 10mm, 10² N/m²) com diferentes fluidos
interfaciais.
Tabela X - resistência térmica de contato para (a) interfaces metálicas sob condições de vácuo e (b)
interface de alumínio (rugosidade superficial de 10 mm, 10⁵ N/m²) com diferentes fluidos interfaciais.

Fonte: Incropera, 2008 (Adaptado)

2.5 Condução bidimensional em regime estacionário;

Primeiramente é importante conceituar cada uma das partes, sendo o regime


estacionário também chamado de regime permanente, nesse tipo de regime as propriedades do
fluido como velocidade, pressão, vazão e etc, são invariáveis ao longo do tempo, ou seja, a
propriedade em um ponto qualquer do fluido é a mesma em qualquer momento.
O Método da Separação de Variáveis, seja uma placa retangular, submetida às
condições de contorno ilustrados, isto é, todos os lados estão à mesma temperatura T1, exceto
o lado superior que está à T2.

Fonte: Incropera, 2008.


Placa retangular com as condições de contorno indicadas, procura-se T (x,y). Com
isso, temos a equação de condução de calor apresentada abaixo:

Portanto, a partir da equação de condução de calor acima, pode-se criar algumas


hipóteses, como:
- Regime permanente
- Sem geração interna de calor
- Bidimensional
A partir dessas hipóteses, obtém-se o resultado abaixo:

Com isso, para as condições de contorno exigidas, deve-se determinar as temperaturas


dos quatro lados em relação ao plano cartesiano (x; y). Tem-se:

Com essa determinação das temperaturas através do plano cartesiano, pode-se


trabalhar em cima das variáveis encontradas, obtém-se então:

Com a nova variável 𝞡, deve-se determinar novas condições de contorno, as quais


são:

A equação elementar da temperatura é descrita por:

Assim, assimilando as equações apresentadas, obtem-se a equação da condução de


calor na nova variável 𝞡:
2.6 Equação de diferenças finitas

Em certos casos os métodos analíticos podem ser usados na obtenção de soluções


matemáticas exatas para problemas de condução bidimensional em regime estacionário. Essas
soluções foram obtidas para um conjunto de geometrias e condições de contorno simples.

Contudo, é muito comum problemas bidimensionais que envolvem geometrias e/ou


condições de contorno que impedem tais soluções. Nesse caso, a melhor alternativa é a
utilização de uma técnica numérica para a solução da equação diferencial parcial resultante e
suas condições de contorno.

As técnicas numéricas mais comuns são: elementos finitos, volumes finitos e


diferenças finitas.

O regime estacionário, ou “steady-state”, caracteriza- se por um fluxo de água que não


varia no tempo e pode ser determinado pela medida da condutividade hidráulica saturada
(K0).
A temperatura ao longo do comprimento do condutor depende apenas da posição, ou
seja, não é mais função do tempo. A corrente térmica não depende mais da posição ao longo
do comprimento do condutor.
3. Conclusão
Neste capítulo, foram abordadas as propriedades térmicas da matéria, como a
condutividade térmica, capacidade térmica e difusividade térmica, que desempenham um
papel crucial na transferência de calor. A condutividade térmica varia de acordo com a
natureza do material, sendo alta nos sólidos, menor nos líquidos e ainda menor nos gases. A
capacidade térmica está relacionada à capacidade de um material armazenar calor, enquanto a
difusividade térmica indica a rapidez com que o calor se difunde através do material.
Essas propriedades são essenciais em áreas como engenharia térmica, isolamento
térmico, projeto de materiais e eficiência energética. Ao selecionar materiais para aplicações
específicas, é importante considerar suas propriedades térmicas, além das propriedades
mecânicas, a fim de garantir um desempenho eficiente e seguro.
A condução de calor em regime estacionário pode ocorrer de forma unidimensional ou
bidimensional. No caso da condução unidimensional, a transferência de calor ocorre ao longo
de um único eixo, como em uma barra reta, enquanto na condução bidimensional, ocorre em
duas direções, como em uma placa plana. Esses regimes são utilizados em diferentes
aplicações, desde sistemas lineares até geometrias mais complexas.
A compreensão das propriedades térmicas e a aplicação adequada das equações de
condução de calor são essenciais para a análise e o projeto de sistemas térmicos. A utilização
de equações diferenciais finitas, juntamente com condições de contorno e iniciais apropriadas,
permite a resolução numérica destas equações, facilitando a modelagem e a simulação de
problemas de transferência de calor.
Em resumo, o estudo das propriedades térmicas da matéria e das equações de
condução de calor é crucial para entender e controlar a transferência de calor em diferentes
materiais e sistemas. Isso contribui para o avanço da engenharia térmica e o desenvolvimento
de soluções eficientes e seguras em várias aplicações tecnológicas.
4. Referência Bibliográfica

GASPAR, A. Física. São Paulo, v.2, Ática, 2002.

Você também pode gostar