Você está na página 1de 12

INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - CAMPUS ARACRUZ

BACHARELADO EM ENGENHARIA MECÂNICA

Henrique Boldrini
Kevim Christopher Ribeiro
Poliany Vicente do Rosário
Vitor dos Santos

CONDUÇÃO EM REGIME PERMANENTE

Aracruz - ES
1

2021
Henrique Boldrini
Kevim Christopher Ribeiro
Poliany Vicente do Rosário
Vitor dos Santos

CONDUÇÃO EM REGIME PERMANENTE

Relatório acerca do tema Condução em


Regime Permanente para a disciplina de
Transferência de Calor 1 do curso de
Engenharia Mecânica do Instituto Federal
do Espírito Santo.

Professor: Alan Patrick da Silva.

Aracruz - ES
2021
2

Sumário
Objetivo 3

Introdução 3

Condução Unidimensional em Regime Permanente 3

Objetivo da Pesquisa 5

A Pesquisa 5

Métodos e Cálculos 7

Resultados 8

Conclusão 10

Referências 11
3

Objetivo

Fazer um relatório com base no tema: Condução Unidimensional em Regime


Permanente, tomando como referências artigos, teses, tcc’s entre outros trabalhos
acadêmicos.

Introdução

Neste relatório, faremos uma breve interpretação acerca do artigo “Pesquisa do


Fosfogesso como Isolante Térmico Utilizado na Indústria” [1], tal pesquisa teve como
objetivo encontrar aproveitamento do fosfogesso derivado da linha de produção de
ácido fosfórico, ocasionalmente tratado como descarte e frequentemente mantido a céu
aberto em condições não ideais, levando em conta sua toxicidade. São geradas entre 4
a 5 toneladas de fosfogesso para cada tonelada de ácido fosfórico, tornando
interessante e essencial a pesquisa sobre novas aplicações deste subproduto.

Dito isso, no decorrer do relatório, analisaremos os ensaios e experimentos


realizados e citados no artigo e também daremos luz à resistividade térmica e ao
método da parede plana, partindo da premissa de um sistema em regime permanente,
fazendo breves explicações da teoria, dos métodos aplicados e dos cálculos utilizados,
tomando como base alguns materiais acadêmicos sobre a transferência de calor com
foco em condução em paredes planas, além do artigo principal a ser estudado.

Condução Unidimensional em Regime Permanente

Para começar, precisamos entender um pouco mais sobre condução e sobre


como a mesma funciona. Condução é o processo pelo qual o calor é transmitido de
uma região de maior temperatura para outra de menor temperatura dentro de um meio
estacionário ou entre meios diferentes em contato físico.[2]

Dizemos que a condução é unidimensional quando a mesma ocorre apenas em


uma determinada direção e que o processo ocorre em regime permanente quando o
calor transmitido em um sistema não depende do tempo. A temperatura ou fluxo de
4

calor mantém-se inalterado ao longo do tempo na transferência através de um meio,


embora estes variam de uma posição a outra.

Abaixo, vejamos na imagem como funciona a condução.

Figura 1: Condução. Fonte [2]

Figura 2: Condução. Fonte [2]

Na imagem acima é possível observar como ocorre a condução de um meio


para o outro através de uma direção. A letra “q” representa o calor em fluxo ou taxa, a
letra “T” indica as temperaturas presentes, “x” mostra a direção pela qual o calor está
sendo conduzido. Com isso, foram criadas equações que nos auxiliam a descobrir
5

como funciona a condução em diferentes situações, estas serão vistas mais a frente,
quando entrarmos de fato na análise do artigo.

Objetivo da Pesquisa

A pesquisa visou avaliar possíveis aplicações deste material tanto no setor


industrial quanto na área da construção civil, caso este seja entendido como ideal para
tais usos, como iremos avaliar ao fim deste relatório.

A Pesquisa

No artigo abordado, para avaliar o desempenho do fosfogesso como isolante


térmico, foi elaborado um ensaio para definir as suas propriedades, começando pelo
coeficiente de condutividade térmica. O experimento consistiu em avaliar a condução
de calor através de parede plana e cilíndrica. Determinado o valor do coeficiente de
condutividade, o próximo passo foi comparar os resultados obtidos com outros
isolantes térmicos existentes.

Para realizar o experimento em parede plana, o protótipo usado foi uma caixa de
madeira revestida internamente por uma camada isolante de lã de rocha de ¾ pol. de
espessura e, sobrepondo esta, uma camada de hidrossilicato de cálcio de ½ pol. de
espessura.

Os lados da caixa foram fechados com uma chapa de alumínio de 2 mm de


espessura, sobre ela também foi posta uma tampa de madeira revestida internamente
com as camadas de isolantes iguais ao do interior do protótipo. No meio da caixa de
madeira, foi instalada uma resistência elétrica retangular de 75 x 45 mm (LxH), com
uma potência elétrica 150 Watts, frequência 60 Hz e tensão 220 Volts.[1]

O uso de um triplo isolante térmico nesse experimento se faz importante para


evitar a fuga de calor durante o processo, o que possibilita uma confiabilidade de que o
fluxo calorífico gerado pela fonte percorreria o material da amostra, garantido assim a
integridade da aplicação da 1ª Lei de Fourier.
6

Figura 1: Protótipo. Fonte [1]

Figura 2: Diagrama Funcional do Experimento. Fonte [1]


7

Métodos e Cálculos

Para determinar a condutividade térmica de uma parede plana em regime


permanente, é usada a Lei de Fourier, uma lei fenomenológica (criada a partir da
observação de fenômenos e não de princípios fundamentais).

A lei de Fourier se dá por:

Onde:
q = fluxo de calor ou taxa de transferência de calor na direção x (kcal/h),
k = coeficiente de condutividade térmica, sendo uma propriedade importante de
qualquer material seja sólido, líquido e gasoso (kcal/h.m.K),
A = a área de secção transversal ao fluxo térmico (m²),
𝑑𝑇
𝑑𝑥
= gradiente de temperatura negativo pois T2 < T1 - (K/m)

A lei de Fourier, como já dito anteriormente, trata da condução térmica em


paredes planas, podemos também relacionar ela com um outro conceito da
transferência de calor, que é a resistência térmica. Ao manipular a primeira equação,
separando as variáveis e integrando de x = 0, onde T (0) = 𝑇1, a x = L, onde T(L) = 𝑇2,

obtemos:

𝐿 𝑇2

∫ 𝑞 𝑑𝑥 = − ∫ 𝑘 ⋅𝐴 𝑑𝑡
𝑥=0 𝑇= 𝑇1

Após integrar e reorganizar, temos:

𝑇1−𝑇2
𝑞 = 𝑘 ·𝐴 𝐿
8

Por essa equação podemos observar que a taxa de condução de calor através
de uma parede plana é proporcional à condutividade térmica, à área da parede e à
diferença de temperatura, porém inversamente proporcional à espessura da parede.
Essa equação, para condução de calor através de uma parede plana pode ser
reorganizada como:
𝑇1−𝑇2
𝑞 = 𝑅
Onde:
𝐿
𝑅 = 𝑘·𝐴

Sendo R a resistência térmica da parede contra a condução de calor, pode-se


ver que a resistência térmica de um meio depende tanto das propriedades dele, como
o coeficiente de condutividade, quanto das características de geometria, como a
espessura e a área do material em questão.

Para se aferir o dispositivo de medição da condutividade térmica, se fez uso de


ensaios com areia de água doce, para este processo foi utilizada uma areia de
granulometria fina e lavada. A areia para o ensaio foi secada a uma temperatura de 60
°C, em uma estufa. Após isso foi feita uma análise granulométrica através do ensaio de
granulometria conjunta, ao fim, o resultado encontrado foi de uma areia de mesh 42/60,
visto que 70% das partículas de areia passaram pela peneira 42 e sedimentaram na
peneira 60.

Para o fosfogesso, foi coletado amostras em seu estado natural, retirado


diretamente de uma linha de produção, por apresentar um pH um tanto baixo (ácido),
foi feita uma passivação com carbonato de cálcio, na proporção de 150g de fosfogesso
para 8g de carbonato de cálcio. Após uma análise granulométrica através de um
ensaio de granulometria conjunta, obteve-se como resultado uma areia de mesh
100/140.

Resultados

Com base na 1ª Lei de Fourier para determinação da condutividade térmica, em


regime permanente, o autor do artigo estudado tabelou experimentalmente valores de
9

temperatura em certos períodos de tempo para dadas tensões e correntes. Então,


aplicou os valores de dt/dx encontrados (gradiente de temperatura) para obter o
coeficiente de condução da areia fina, onde teve-se por resultado um k médio de 0,362
w/m.K. Por esse valor estar bem próximo ao das literaturas para este mesmo material,
sendo na literatura encontrado um valor de 0,3462 w/m.K., o equipamento foi
considerado calibrado e apto a realizar a aferição da condutividade térmica do
fosfogesso.

Tabela 1: Areia, tempo do experimento, temperatura dos termopares 1 a 6, amperagem, tensão elétrica.

Para o fosfogesso, após tabulação das temperaturas, e substituição na equação,


foi encontrado um valor de condutividade médio de 0,177 W/m.K usando o mesmo
método laboratorial da areia fina.

Tabela 2: Fosfogesso, tempo de experimento, temperatura dos termopares 1 a 6, amperagem e tensão


elétrica.[1]
10

O autor do artigo está a criar outro experimento para uma certificação final da
condutividade térmica do fosfogesso utilizando o método experimental do Sistema
Radial, mas até o momento não conseguimos encontrar este artigo.

Por fim, temos a comparação entre a condutividade térmica do fosfogesso e de


outros isolantes térmicos, lembrando que quanto menor esta condutividade for, maior a
resistência térmica do material, o que nos é importante na aplicação desejada.

Tabela 03 - Condutividade térmica de alguns materiais isolantes

Conclusão

O fosfogesso possui condutividade térmica menor do que uma parte


considerável dos isolantes térmicos, o que torna fácil perceber que (ao menos) neste
aspecto sua aplicação seria viável como um bom isolante térmico.

Vale lembrar também que a condutividade térmica foi o único assunto pautado
pelo autor nesse artigo, e desempenho não é a única característica desejada no setor
industrial/civil. Então, o artigo respalda este, e apenas este, aspecto acerca da
aplicação do fosfogesso.
11

Referências

[1] Da Silva, V.H., Moraes D., Santos R.A. “Pesquisa do Fosfogesso como Isolante
Térmico Utilizado na Indústria.” Universidade de Santa Cecília (UNISANTA), 2012.
Fonte:https://periodicos.unisanta.br/index.php/sat/article/download/84/50.

[2] Copetti, J. Transferência de Calor. Laboratório de Estudos Térmicos e Energéticos


- LETEF. Fonte:http://professor.unisinos.br/jcopetti/transcal_ppg/Introducao.pdf.

[3] Rodrigues, R. Transferência de Calor: Condução em Paredes Planas e


Cilíndricas. Universidade Federal do Pampa - Campus Bagé. 2019.
Fonte:http://rodolfo.chengineer.com/data/uploads/ba200_aula08.pdf.

[4] Montoro, S. Fenômenos de Transporte em Engenharia de Materiais.


Universidade de São Paulo - Escola de Engenharia de Lorena (EEL). Fonte:
http://sistemas.eel.usp.br/docentes/arquivos/5022779/LOM3083/AULA%205%20-%20F
TEM%20-%20PAREDE%20C0MP0STA-P2.pdf.

[5] Simões, J. Processos de Transferência de Calor: Aula 4 - Paredes Planas


Compostas. Universidade de São Paulo (USP). 2016.
Fonte:http://www.usp.br/sisea/wp-content/uploads/2016/08/Aula-4-Paredes-compostas-
e-com-gera%C3%A7%C3%A3o-de-calor.pdf.

[6] Engenharia e Cia. Transferência de Calor: Condução de Calor em Paredes


Planas. Fonte:https://www.youtube.com/watch?v=pUDTqwmbooo.

Você também pode gostar