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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO

CEARÁ – IFCE

CAMPUS HORIZONTE

CURSO: LICENCIATURA EM FÍSICA


DISCIPLINA: FÍSICA EXPERIMENTAL II
PROFESSOR: DANILO ROCHA

PRÁTICA Nº 02
LEI DE HOOKE: A CONSTANTE ELASTICA DE ASSOCIAÇÕES DE MOLAS
HELICOIDAIS

EMILY LIMA FERREIRA

10 DE AGOSTO DE 2022
1. INTRODUÇÃO
Existe uma grande variedade de forças de interação, e que a caracterização de
tais forças é, via de regra, um trabalho de caráter puramente experimental. Entre as
forças de interação que figuram mais frequentemente nos processos que se desenvolvem
ao nosso redor figuram as chamadas forças elásticas, isto é, forças que são exercidas por
sistemas elásticos quando sofrem deformações.
Essas deformações, que podem ser de vários tipos, dentre elas, a elástica. O
exemplo mais comum da atuação dessa força é quando trabalhamos com molas. Neste
experimento, iremos calcular a constante elástica de uma mola helicoidal e analisar
como a mesma se comporta em um sistema de associação em série e em paralelo.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Em 1660 o físico inglês Robert Hooke (1635-1703), observando o


comportamento mecânico de uma mola, descobriu que as deformações elásticas
obedecem a uma determinada lei. Analisando alguns sistemas elásticos, ele verificou
que existia sempre proporcionalidade entre a força deformante e deformação elástica
que era produzida. Então ele enunciou o resultado das suas observações sob forma de
uma lei, que atualmente é conhecida como lei de Hooke, e que foi publicada por ele
mesmo em 1676.

A lei diz o seguinte: “As forças deformantes são proporcionais às deformações


elásticas produzidas”. Matematicamente falando, a Lei de Hooke diz o seguinte:

𝐹𝑒𝑙 = −𝐾. ∆𝑋 (1)

Onde: 𝐾 é a Constante Elástica da mola e ∆𝑋 é a deformação da mola. O sinal negativo


que aparece na Equação (1) significa que o vetor Força Elástica (𝐹𝑒𝑙 ) é oposto ao vetor
deformação (∆𝑋), ou seja, a força elástica é considerada uma força restauradora. Outro
ponto que vale ser ressaltado é sobre o valor de 𝐾, quanto maior for o seu valor, maior
será a dureza da mola.

Quando fazemos associação de molas, obtemos uma mola equivalente, com uma
constante elástica equivalente. Existem dois tipos de associações mais comuns:
Associação em série e associação em paralelo. A primeira associação é realizada
quando tomamos de dois a dois e uma de suas extremidades estarem conectadas uma na
outra, como mostra na figura abaixo.

Figura 1: Associação de molas em serie

Tendo como base a lei de Hooke, podemos calcular a constante elástica de uma
associação de molas em paralelo da seguinte maneira:

1 1 1 1
= + + ⋯+ (2)
𝐾𝑠 𝐾1 𝐾2 𝐾𝑛

Onde 𝐾𝑠 é a constante elástica resultante.

Já a segunda associação mais utilizada, que é a associação em paralelo, é


caracterizada pelas duas extremidades do conjunto de molas estarem unidas em duas
superfícies, como mostra figura 2.

Figura 2: Associação de molas em paralelo

Para calculamos a constante elástica resultante desse tipo de associação, basta


somamos as constantes elásticas de cada mola.

𝐾𝑝 = 𝐾1 + 𝐾2 + ⋯ + 𝐾𝑛
(3)
Analisando ambas as associações, podemos chegar a conclusão de que, quando
associamos duas molas em série, obtemos uma mola mais deformável. Diferente de
quando associamos duas molas em paralelo, onde vamos obter uma mola mais rígida.

3. MATERIAL UTILIZADO

Para a realização do experimento, serão utilizados os seguintes equipamentos:


• 01 Painel metálico multifuncional – EQ032.09;
• 02 hastes acoplada 800 𝑚𝑚, com fixador M5 – EQ017R;
• 01 tripé delta max com sapatas niveladoras – EQ102.03A
• 04 manípulos M5 – 20315.015;
• 02 dinamômetros de fixação magnética, 0 à 2 N, divisão 0,02 N – EQ007.2NM
• 01 mola helicoidal com 𝐾 = 20 𝑁⁄𝑚 – 23301.002;
• 01 suporte móvel para molas com ponteiro – EQ005.05;
• 03 massas acopláveis com pesos 0,2N – EQ032.17;
• 01 gancho curto com o espaçador – EQ009.03C;
• 01 fuso suporte – EQ032.17;
• 01 régua 350-0-350 de adesão magnética, com escala de 355-0-355 𝑚𝑚, divisão
de 14-0-14 polegadas, divisão 0,1 in e orifícios para acoplamentos M3 –
EQ045.43;
• Calculadora;
• Caderno e caneta.

4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Antes de iniciamos o experimento, medimos com o dinamômetro o peso das


massas acopláveis junto com o gancho. Depois montamos o sistema gancho + mola
+ massa acoplável, no painel metálico, junto com a régua. Foi realizado a medição
da constante elástica a partir do deslocamento da mola ao adicionamos as massas
acopláveis.
O experimento foi realizado três vezes: primeiramente foi calculado a
constante elástica com uma mola, em seguida foi realizado o mesmo experimento
com 2 molas em série e por ultimo foi realizado com 2 molas em paralelo.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 Constante elástica de uma mola helicoidal


A constante elástica de uma única mola pode ser obtida através da equação (1)
quando isolamos a constante elástica 𝑘. Na tabela 1 estão os valores da deformação da
mola a partir da variação de força.

Tabela 1 – Força e deformação de uma mola helicoidal

𝑭(𝑵) ∆𝑿(𝒎)
0,00 0,00
0,22 11,00
0,44 25,00
0,66 37,00

A partir desses resultados, conseguimos gerar um gráfico da Força ×


deslocamento, onde o coeficiente linear da reta irá representar a nossa constante
elástica, como mostra o Gráfico 1.

Gráfico 1 - 𝐹(𝑁) × ∆𝑥(𝑚) de uma mola helicoidal

Gráfico - Força versus Deformação


0,80
y = 20,00x
R² = 0,9981
0,60
Força (N)

0,40

0,20

0,00
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00
Deformação X (m)

Em seguida, calculamos a constante elástica em cada variação e calculamos a


média entre elas, como mostra a tabela 2.
Tabela 2 – Constante elástica de uma mola helicoidal

𝑲 𝑵 ⁄𝒎
𝐾1 20,00
𝐾2 17,60
𝐾3 17,80
𝐾𝑚é𝑑𝑖𝑜 18,47

Comparando o valor experimental, que obtivemos através da equação da reta


descrita pelo gráfico, com o valor teórico que está na tabela, podemos calcular o
percentual do erro experimental entre o valor medido e o valor esperado.

𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 − 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜


𝜀= | | ∗ 100% (4)
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐸𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜
18,47 − 20,00
𝜀= | | ∗ 100%
20,00
𝜀 = 7,6%

5.2 Constante elástica numa associação de 2 molas helicoidais em série


Para o caso de duas molas em serie, a constante elástica 𝑘 pode ser calculada
através da equação (2). Na tabela 3 estão os valores da deformação das molas a partir da
variação de força.

Tabela 3 – Força e deformação de 2 molas helicoidais em associação em série

𝑭(𝑵) ∆𝑿(𝒎)
0,00 0,00
25,00 0,22
50,00 0,44
75,00 0,66

A partir desses resultados, conseguimos gerar um gráfico da Força ×


descolamento, onde o coeficiente linear da reta irá representar a nossa constante
elástica, como mostra o Gráfico 2.
Gráfico 2 - 𝐹(𝑁) × ∆𝑥(𝑚) de 2 molas helicoidais em associação em série

Gráfico - Força versus Deformação


0,70
y = 9,24x
0,60 R² = 1
0,50
Força (N)

0,40

0,30

0,20

0,10

0,00
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00
Deformação X(m)

Em seguida, calculamos a constante elástica em cada variação e calculamos a


média entre elas, como mostra a tabela 4.

Tabela 4 – Constante elástica de 2 molas helicoidais em associação em série

K 𝑵 ⁄𝒎
𝐾1 8,80
𝐾2 8,80
𝐾3 8,80
𝐾𝑚é𝑑𝑖𝑜 8,80

Utilizando a equação (4), podemos calcular o erro percentual para os valores


obtidos nas associações em serie.
9,24 − 8,80
𝜀= | | ∗ 100%
8,80

𝜀 = 0,5%

5.3 Constante elástica numa associação de 2 molas helicoidais em paralelo


Para o caso de duas molas em serie, a constante elástica 𝑘 pode ser calculada
através da equação (3). Na tabela 5 estão os valores da deformação das molas a partir da
variação de força.
Tabela 5 – Força e deformação de 2 molas helicoidais em associação em paralelo

𝑭(𝑵) ∆𝑿(𝒎)
0,00 0,00
7,00 0,22
15,00 0,44
21,00 0,66

A partir desses resultados, conseguimos gerar um gráfico da Força ×


descolamento, onde o coeficiente linear da reta irá representar a nossa constante
elástica, como mostra o Gráfico 3.

Gráfico 3 - 𝐹(𝑁) × ∆𝑥(𝑚) de 2 molas helicoidais em associação em paralelo

Gráfico - Força versus Deformação


0,70
y = 36,94x
0,60
R² = 0,9972
0,50
Força (N)

0,40

0,30

0,20

0,10

0,00
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00
Deformação X(m)

Em seguida, calculamos a constante elástica em cada variação e calculamos a


média entre elas, como mostra a tabela 6.

Tabela 6 – Constante elástica de 2 molas helicoidais em associação em paralelo.


𝑲 𝑵 ⁄𝒎
𝐾1 31,43
𝐾2 29,33
𝐾3 31,43
𝐾𝑚é𝑑𝑖𝑜 30,73

Utilizando a equação (4), podemos calcular o erro percentual para os valores


obtidos nas associações em paralelo
36,94 − 30,73
𝜀= | | ∗ 100%
30,73

𝜀 = 20,2%
6. CONCLUSÕES

Analisandos os resultados obtidos para o caso da mola isolada e para o caso da


mola em serie, conseguimos atingir uma boa precisão da comparação entre a pratica e o
experimental, levando em consideração que obtivemos um erro percentual baixo. Já
para o caso da associação em paralelo, o erro percentual foi elevado, visto que o seu
valor ultrapassou os 5%.
Tivemos um resultado um pouco fora do esperado, que é justificável pelos erros
aleatórios e erros sistemáticos, pois durante a realização da prática, a régua que era
utilizada para a verificação do deslocamento ficava afastada das molas, podendo causar
uma paralaxe na leitura das medidas realizadas. Assim como o ambiente, pois devido ao
vento, as molas ficavam se balançando, gerando assim uma maior dificuldade na leitura.

7. BIBLIOGRAFIA

ASSOCIAÇÃO de molas. Física e vestibular. Disponível em: <Associação de molas –


Física e Vestibular (fisicaevestibular.com.br)>. Acesso em: 19 de agosto de 2022.

HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de Física –


Volume 1: Mecânica. 9ª Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012.

LEI de Hooke. Wikipédia. Disponível em: <Lei de Hooke – Wikipédia, a enciclopédia


livre (wikipedia.org)>. Acesso em: 18 de agosto de 2022.

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