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ANÁLISE EXPERIMENTAL DA CONSTANTE ELÁSTICA DE MOLAS

Mileny de Almeida Paulino e Julia Soares Ferreira da Silva


Universidade Federal de Minas Gerais

Introdução
O estudo das constantes elásticas de molas, pode ser aplicado a um procedimento
experimental que verifica a relação entre a força aplicada em um sistema e sua deformação.
Segundo a Lei de Hooke, é possível expressar matematicamente o módulo da força elástica
produzida por molas usando a seguinte equação: Fel = -kx. Sendo Fel o produto entre a constante
elástica e a deformação da mola, o sinal negativo simboliza o sentido da força elástica, que é
sempre oposto à deformação da mola.
A fim de fazer experimentos, existem formas de associar as molas, que são: adjacentes ou
paralelas. Adotando m1 e m2 para as molas, e k1 e k2 para as constantes elásticas, é possível
afirmar que na associação adjacente, as molas m1 e m2 estão sujeitas à mesma força F, porém
sofrem deformações diferentes x1 e x2. De forma antagônica, em paralelo, a deformação x é
igual para ambas as molas.

Objetivo
O experimento tem como objetivo determinar a constante elástica de molas em série, em
paralelo e da mola simples.

Procedimentos Experimentais
Os procedimentos adotados para realização do experimento consistiram nos seguintes
passos:
- Colocar a mola em seu suporte (de massa desprezível) e pendurar o suporte de pesos em
sua extremidade livre;
- Estabelecer um ponto de referência no suporte da mola, definido como o alongamento
zero;
- Realizar a leitura do conjunto de alongamentos sofridos, a partir da inserção consecutiva
de pesos no suporte e anotar os valores em uma tabela e;
- Realizar o procedimento anterior com duas molas dispostas em série e em paralelo.

Resultados e Discussões
Durante a realização do experimento, foram obtidos os seguintes valores de deformação
(em metros) para as molas, de acordo com a quantidade de pesos colocados no suporte para
objetos.
Tabela 1 - Dados da deformação, em metros.

Tendo em vista que a força aplicada às molas pode ser definida como a força Peso do
−2
conjunto, dada pela fórmula: 𝐹 (𝑁) = 𝑚 (𝑘𝑔) · 𝑔 (𝑚 · 𝑠 )
temos que as forças aplicadas, decorrentes do número de pesos inseridos, são:

Tabela 2 - Forças aplicadas em relação às massas.

As massas foram calculadas considerando que um peso unitário tem massa igual a
(50±0, 5)g. Por meio da interpolação dos pontos obtidos e posterior realização da regressão
linear, obteve-se o gráfico a seguir.

Gráfico 1 - Força em função da deformação.

Considerando o valor da constante linear b = 0, já que F = kx apresenta-se na forma f(x)


= ax, o valor da constante angular, que define a inclinação da reta, corresponde à constante de
elasticidade (k) em cada situação. A tabela a seguir apresenta os valores de k obtidos em cada
caso, com suas respectivas incertezas:

Tabela 3 - Constante de elasticidade (k) em cada situação .


Chamando de 𝑘1 e 𝑘2, as constantes, respectivamente, da primeira e segunda molas,
podemos encontrar os valores de 𝑘2 a partir dos resultados de k obtidos em ambas as
associações.
- Associação em série:
Sendo 𝑘𝑠 a constante de elasticidade da associação de molas em série, temos:
𝑘𝑠·𝑘1 𝑘 𝑘1·𝑘𝑠 2 𝑘 𝑘1·𝑘𝑠 2
𝑘2 = 𝑘1−𝑘𝑠
= 13, 3723 e ∆𝑘2 = 1
( 𝑘 −𝑘 +
(𝑘1−𝑘𝑠)
2
2 𝑠
) · ∆𝑘𝑠 + ( 𝑘 −𝑘 +
(𝑘1−𝑘𝑠)
2
2
) · ∆𝑘1 = 2, 185
1 𝑠 1 𝑠

Logo, 𝑘2 = (13 ± 2) N/m


- Associação em paralelo:
Sendo 𝑘𝑝 a constante de elasticidade da associação de molas em paralelo, temos:
𝑘2 = 𝑘𝑝 − 𝑘1 = 16, 3 e ∆𝑘2 = ∆𝑘𝑃 + ∆𝑘1 = 1, 1
Logo, 𝑘2 = (16 ± 1) N/m

Conclusão
Neste relatório, foram apresentados resultados acerca do comportamento de um sistema
massa-mola, dos quais, pode-se verificar a Lei de Hooke.
Em uma análise gráfica, é possível perceber a existência de uma relação linear entre o
deslocamento e a massa, com um k diretamente proporcional a F e inversamente proporcional a
x. Dessa forma, percebemos que conforme o valor de k cresce, a força necessária para deslocar
um mesmo comprimento x também cresce, ou seja, maior a rigidez da mola.
No presente experimento, verificamos que como o valor de 𝑘𝑠é menor que 𝑘𝑝, a rigidez
da mola é inferior na associação em série, se comparada à em paralelo. Sendo assim, percebe-se
que o sistema é mais “macio” quando em série, e mais “duro” quando associado em paralelo.
Em virtude dos que foi apresentado, conclui-se que uma constante elástica de 1 N/m
implica que é necessária uma força de 1 N para deslocar o comprimento de 1 m de mola.
É importante mencionar que fatores externos podem afetar os procedimentos, tal como a
medição de peso e o tempo de vida útil das molas.

Referências Bibliográficas
RIGHI, Ariete. Experimento 1 Constante elástica de molas. Apresentação do Powerpoint.
Disponível em: https://virtual.ufmg.br/20222/pluginfile.php/434893/mod_resource/content/2/
Aula-ConstanteElasticaMolas.pdf. Acesso em: 13 out. 2022.

ARANHA, Norberto. A lei de Hooke e as molas não-lineares, um estudo de caso. Revista


Brasileira de Ensino de Física, Sorocaba, p.8-9, jun. 2016. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rbef/a/RBGtKVzKLY99WR8VPS98zLw/?lang=pt. Acesso em: 14 out.
2022.

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