Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Experimento 5: Oscilações
Relatório do Grupo 5: Lucas Ribeiro e Yan - Turma C
São Carlos, SP
07.06.2023
1 Resumo
No presente experimento estudou-se o comportamento de dois sistemas oscilatórios:
sistema massa-mola em situação estática e pêndulos físicos acoplados à mola em duas posições.
Na primeira parte, determinou-se as constantes elásticas de 4 molas a partir do gráfico de
deslocamento por massa, o que possibilitou também a determinação do módulo de cisalhamento
com 76, 8% de concordância com o valor tabelado para o Cobre. Na segunda parte, determinou-se
o momento de inércia e analisou-se a influência da mola por meio da constante de acoplamento
em duas posições distintas para três condições iniciais adotadas. Como resultado, notou-se que
houve mínima influência para constantes de acoplamento consideradas fracas como nos
movimentos simétricos e antissimétricos, e maior influência no caso especial em que se observou
graficamente o fenômenos de batimentos.
1 Objetivos
2
2 Fundamentos Teóricos
3
sendo ω0 = 2π 𝑓 a frequência natural de oscilação (angular). Relacionando a frequência 𝑓 com o
Assim, para um sistema de dois pêndulos acoplados (conectados) por uma mola helicoidal,
podemos analisar a variação angular dependente da constante elástica, agora denominada de
acoplamento efetivo 𝑘𝑎𝑐. Supondo pêndulos de mesmo ω0, as equações de movimento para cada
1 2 2𝑘𝑎𝑐
característica do pêndulo acoplado como ω = 2
(ω + ω0) para ω = ω0 + 𝐼
e a frequência
batimentos, onde basicamente temos a modulação das duas amplitudes em quadratura. Ocorre
que devido os pêndulos oscilarem com mesma frequência natural, uma condição inicial onde o
pêndulo 1 transfere energia para o pêndulo 2, atuando como uma força externa, teremos uma
ressonância envolvida que ocasionará um aumento da amplitude do pêndulo 2 e o decréscimo da
amplitude do pêndulo 1. Como a energia total se conserva, os batimentos representam esse
processo que se repete em sentido inverso diversas vezes [1].
Por último, a fim de obter o momento de inércia 𝐼𝑝 de cada pêndulo é utilizado o Teorema
4
3 Material Utilizados
Para a realização da prática experimental foram utilizados os seguintes materiais
presentes no laboratório de ensino do Departamento de Física - UFSCar:
● 4 corpos de prova para adição ao sistema massa-mola, conforme Figura 1 (a);
● 4 molas de mesmo material e espessura do fio, mas número de espiras diferentes, Figura
1 (b);
● Paquímetro Universal com precisão de 0. 05 𝑚𝑚 da marca Digimess, micrômetro Digimess
com precisão de 0, 01 𝑚𝑚 e trena Brasport, Figura 1 (c);
● Balança eletrônica com precisão de 0, 1 𝑔 da marca Gehaka modelo GB4001, Figura 1 (d);
● Haste com escala milimétrica para prender a mola e dois suportes para produzir o sistema
massa-mola, Figura 1 (e);
● Duas hastes metálicas com níveis de ajuste para posicionamento de discos e acoplamento
de mola, Figura 1 (e).
● Transferidor, alicate e chave de fenda.
Figura 1. Equipamento e montagem experimental.
5
4 Procedimento Experimental
1. Aferir através da balança as massas da haste e disco, bem como a mola de acoplamento;
2. Ajustar o sistema dos pêndulos e disco na mesma altura, isto é, para terem a mesma
frequência oscilatória;
3. Para uma posição específica da mola, analisar o movimento para as 4 condições iniciais,
tomando θ1 como ângulo em relação a haste 1 e θ2 em relação a haste 2, ambos em 8
4. Utilizando o software “Tracker” pela análise das filmagens do movimento oscilatório, obter
a frequência característica respectiva as condições iniciais e consequentemente a
constante de acoplamento da mola.
5 Resultados e Discussões
6
Figura 2. Gráfico do deslocamento de quatro molas em um sistema massa-mola após atingir o equilíbrio.
Fonte: autores.
A partir dos resultados contidos na Figura 2 fica evidente a boa qualidade dos dados a
equação de ajuste aplicada, tendo em vista que desejamos fatores de qualidade 𝑅² → 1 e
𝐶ℎ𝑖² → 0 [4]. Como também, a barra de erro é pouco expressiva devido a estar na mesma
dimensão dos pontos atribuídos. O coeficiente angular da equação de ajuste é obtido
relacionando a Equação (E2) na forma
𝑔 𝑔
𝐴 = 𝑘
⇒𝑘 = 𝐴
, (E14)
2
onde consideramos 𝑔 = 9, 785 𝑚/𝑠 para a cidade de São Carlos [5]. Desse modo, apresentamos
na Tabela 3 as constantes elásticas obtidas utilizando a Equação (E14) com as respectivas
incertezas obtidas através da propagação de erro:
Tabela 3. Cálculo das constantes elásticas de quatro molas com número de espiras crescentes.
𝑁
k(𝑚)
7
1 é possível obter o módulo de cisalhamento e assim determinar o material que as constituem.
Para isso foi utilizada a Equação (E4) no ajuste do gráfico da Figura 3:
Figura 3. Gráfico das constantes elásticas de quatro molas pelo inverso do número de espiras.
Fonte: autores.
Vemos que a qualidade do ajuste foi satisfatória, mesmo com a larga barra de erro devido
a imprecisão da medida na Mola 1. Com isso, o módulo de cisalhamento calculado pela Equação
(E15) foi 𝐺 = 49, 79 𝐺𝑃𝑎 com 76, 8% de concordância com o valor tabelado para o Cobre [6].
8
Tabela 5. Frequências características para condições e posições de mola diferentes.
(a):
Figura 4. Gráfico de deslocamento por tempo para pêndulos em três tipos de condições iniciais.
Fonte: autores.
Pela análise do gráfico da Figura 4 (a), observa-se que o período dos pêndulos são iguais,
sendo 𝑇 = (1, 88 ± 0, 01) 𝑠. Além disso, como a frequência de oscilação do pêndulo e a
9
frequência natural são muito próximos, obteve-se a frequência de modulação bem próxima de
zero, portanto, com a constante de acoplamento também praticamente nula, indicando a pouca
influência da mola neste caso.
Já para a condição θ1 =− θ2, caracterizando um movimento oscilatório fora de fase,
obteve-se o gráfico da Figura 4 (b). Nota-se visualmente que a mola de acoplamento na posição X
tem pouca influência nessas duas condições iniciais, podendo ser desconsiderada do sistema.
Pela análise do gráfico, o período é aproximadamente de (1, 36 ± 0, 01) 𝑠. Com a inserção exata
dos dados de período, obteve-se uma frequência natural muito próxima da frequência de
oscilação, e consequentemente obteve-se valores próximos do zero para as frequências de
modulação e constante de acoplamento.
Por último, na condição θ1 = 0° e θ2 = 8°, obteve-se o gráfico da Figura 4 (c). Neste
caso, observou-se uma maior elongação da mola acoplada, resultando em uma maior
transferência de energia resultante da força potencial elástica, desta maneira, os pêndulos
sofreram maior influência, caracterizando o fenômeno de batimentos, como é observado na Figura
4 (c). Obteve-se a frequência de modulação △𝑤 no valor de 1, 016 𝑟𝑎𝑑/𝑠, e a frequência de
oscilação 5, 692 𝑟𝑎𝑑/𝑠, com isso, o valor de 6, 855 𝑁/𝑚 para a constante de acoplamento. Além
disso, o torque exerce uma influência nos movimentos, sendo o torque resultante composto pela
gravidade e da força elástica, principalmente nos pontos em que há maior influência da mola ou
quando os pêndulos estão mais distantes do equilíbrio. A sua influência se dá na restauração do
equilíbrio dos pêndulos, direcionando-os de volta a posição.
Considerando agora a situação em que a mola está na posição Y, gerou-se gráficos para
as mesmas condições iniciais. As Figuras 5 (a), (b) e (c) são referentes a condições em que gerou
os movimentos simétrico, antissimétrico e batimentos, respectivamente. Nota-se a influência da
constante de acoplamento do sistema, nesse caso, o menor valor comparado com a outra posição
da mola gerou gráficos com menor diferença entre os pêndulos, o que indica a menor influência
da mola sobre os pêndulos. O gráfico dos batimentos, Figuras 4 (c) e 5 (c), é a que mais fica
evidente a diferença quando a constante de acoplamento é diferente: obteve-se a constante de
acoplamento no valor de 2, 698 𝑁/𝑚, observa-se com maior facilidade o fenômeno de batimentos
𝑘𝑎𝑐 2
no caso em que a constante de acoplamento é mais fraca, ou seja, quando 𝐼
≪ ω0, neste caso,
2, 277 ≪ 12,184.
10
Figura 5. Gráfico de deslocamento por tempo para pêndulos em três tipos de condições iniciais.
Fonte: autores.
6 Conclusões
Para o sistema massa-mola o método estático se mostrou eficaz para a determinação do
material que constituem as molas através do módulo de cisalhamento, com 76, 8% para o Cobre.
As incertezas maiores apresentadas para as molas com menor número de espiras se dá pelo
pequeno deslocamento apresentado devido a ação da força restauradora, impedindo de realizar
medidas com incerteza menor.
No sistema de pêndulos acoplados obteve-se primeiramente os momentos de inércia
2 2
(1, 1852 ± 0, 0028 ) 𝑘𝑔. 𝑚 e (1, 1152 ± 0, 0027) 𝑘𝑔. 𝑚 para cada pêndulo. Considerando duas
posições da mola foi possível obter o período de oscilação e as frequências de modulação e
oscilação para as três condições iniciais consideradas. Por fim, verificamos que o fenômeno de
batimentos é o que recebe maior influência da constante da mola e para um regime de
acoplamento fraco esse fenômeno é mais evidente.
11
7 Bibliografia
[1] NUSSENZVEIG, H. Moysés. Curso de física básica, 2: Fluidos, Oscilações e Ondas, Calor.
Number v. 2, ed. 5a, Blucher, 2013.
[2] Apostila Física Experimental C, Universidade Federal de São Carlos, Centro de Ciências
Exatas e de Tecnologia, Departamento de Física, 2015. Acesso em: 3 jun 2023.
[3] ROQUE, Antônio. O Pêndulo Físico, Física II, FFCLRP – USP. Disponível em:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5190749/mod_resource/content/1/aula4.pdf. Acesso em:
31 mai 2023.
[4] CANUTE, Ricardo. Tratamento de Dados Utilizando o SciDAVis, Departamento de Física
DAFIS, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Disponível em: http://hpc.ct.utfpr.edu.br/
rsilva/TutorialS ciDaV is.pdf. Acesso em : 2 jun 2023.
[5] Apostila Física Experimental A, Universidade Federal de São Carlos, Centro de Ciências
Exatas e de Tecnologia, Departamento de Física, 2015. Acesso em: 2 jun 2023.
[6] EDGE, Engineers. Shear Modulus of Rigidity Table of Engineering Materials. Disponível
em: https://www.engineersedge.com/materials/shear_modulus_of_rigidity_13122.htm. Acesso em:
5 jun 2023.
[7] NUSSENZVEIG, H. Moysés. Curso de física básica, 1: Mecânica. Number v. 1, ed. 5a,
Blucher, 2013.
12
8 Apêndices
8.1 Perguntas
1) De que forma a mudança na posição de um dos discos pode afetar o comportamento
oscilatório do sistema? Conseguimos fazer previsões gerais sobre esse movimento apenas
pensando sobre a mudança no momento de inércia?
disposição do sistema apresentado na Figura 1 (e) seria mudar o momento de inércia de um dos
pêndulos, impedindo de considerá-los iguais para obter a solução da forma mais simples
apresentada. Esta nova disposição pode causar grandes problemas para a análise do movimento
se a distância entre os dois discos for grande, devido a não permitir uma compressão ou
distensão da mola em um movimento oscilatório longitudinal, ocasionando uma difícil previsão do
comportamento dos pêndulos.
2) Para dois pêndulos físicos com mesmas condições iniciais, é observado a mesma
frequência de oscilação, isto é, em fase. Ao acoplarmos uma mola entre esses pêndulos, é
possível notarmos alguma diferença na frequência natural de oscilação ?
Resposta: Quando dois pêndulos estão em fase, eles possuem a mesma amplitude e frequência
de oscilação. Ao adicionarmos uma mola de acoplamento entre os pêndulos em fase, a frequência
do movimento não se altera, pois não há a troca de energia entre os pêndulos, esse fato se
também se comprova quando analisamos a frequência de modulação e constante de
acoplamento, onde nesta situação, obteve um valor muito próximo do zero, indicando a pouca
interferência no movimento.
8.2 Tabelas
Tabela 1. Medidas das massas e dimensões das molas e dos corpos de prova.
13
Tabela 2. Medidas dos deslocamentos das molas segundo as massas adicionadas ao sistema.
Pêndulo 1 Pêndulo 2
14