Você está na página 1de 7

Universidade Federal de São João Del Rei

Departamento de Ciências Naturais (DCNAT)


Disciplina: Física experimental 1
Docente responsável: Pro. Ana Claudia/prof. Claudio

ATIVIDADE

Discentes

• Felipe Gabriel Santos Carvalho


• Renan Moraes de Resende
• Vitor de Paula Silva
• Wilhiam Vinicius da costa

Introdução

Neste relatório, alguns termos tem destaque de importância na teoria


contemplada pelo experimento em questão.

Momento de inercia

O momento de inercia é a resistência que os corpos possuem para realizarem o


movimento de rotação.

Para a realização dos cálculos, se faz uso da formula

I=Md2 (1)

• I= momento de inércia
• M = massa do corpo
• d = distância do corpo ao eixo de rotação

Torque

O torque é o principal responsável por rotacionar os objetos, sendo causado a


partir da aplicação de uma força em um campo

𝑡⃗ = 𝑟⃗ × 𝐹⃗ (2)
• t = torque
• r = raio entre a força e o eixo de rotação
• r = força

Momento angular

O momento angular é análogo ao momento linear, e é definido como:

⃗⃗ = 𝑟⃗ × 𝑝⃗
𝐿 (3)

• L = momento angular
• r = raio
• p = momento linear

Quando um corpo combina dois movimentos, o de translação e o de rotação,


configurando assim um movimento de rolagem. Uma roda de bicicleta, por exemplo,
combina o movimento de translação de seu centro de massa ao movimento de rotação
em torno do eixo perpendicular a seu centro de massa, dessa forma, ela pratica um
movimento de rolagem.

Em um movimento de rolamento, o corpo possui Energia cinética dada por:

𝑚𝑣 2 𝐼𝜔 2
𝐾= 2
+ 2
(4)

Em que m é a massa do corpo, v é a velocidade de seu centro de massa, I é o


momento de inércia e ω é a velocidade angular do corpo. Como o movimento de
rolagem é uma “combinação” de dois movimentos, translação e rotação, cada parcela
da eq (1) representa um “tipo” de Energia Cinética.

O momento de inércia de um objeto esférico ou cilíndrico pode ser obtido a partir


da relação:

𝐼 = 𝛽𝑚𝑟² (5)

Onde r é o raio do corpo e β é um parâmetro obtido a partir da simetria de


distribuição de massa do objeto, tendo valor de 2/5 para esferas, 1/2 para cilindros e
1 para aros.
Com base na lei de conservação de energia, é possível determinar o valor do
parâmetro β:

𝑚𝑣 2 𝐼𝜔2
𝐸𝑚𝑒𝑐 = ( + ) + 𝑚𝑔ℎ
2 2

Sabendo que a Energia mecânica se conserva em um sistema isolado:

𝐸𝑚𝑒𝑐 𝑖 = 𝐸𝑚𝑒𝑐𝑓

𝑚𝑣𝑖2 𝐼𝜔𝑖2 𝑚𝑣𝑓2 𝐼𝜔𝑓2


( + ) + 𝑚𝑔𝐻 = ( + ) + 𝑚𝑔ℎ
2 2 2 2

Como o objeto parte do repouso, as v e ω são nulos no ponto inicial

𝑚𝑣𝑓2 𝐼𝜔𝑓2
𝑚𝑔𝐻 = ( + ) + 𝑚𝑔ℎ
2 2

𝑚𝑣𝑓2 𝐼𝜔𝑓2
+ = 𝑚𝑔(𝐻 − ℎ)
2 2

1
(𝑚𝑣𝑓2 + 𝐼𝜔𝑓2 ) = 𝑚𝑔∆ℎ (6)
2

Considerando que o corpo se movimenta por um piso com uma determinada


inclinação ϴ, se movendo indo em direção ao chão:


sin 𝜃 = 𝑑 ↔ 𝑑 sin 𝜃 = ℎ (7)

Além disso, sabemos que a velocidade angular ω, é dada por:

𝑣
𝑣 = 𝜔𝑟 ↔ 𝜔 = 𝑟 (8)

Substituindo (4) e (5) em (3):

𝑣𝑓2
𝑚𝑣𝑓2 + 𝛽𝑚𝑅 2 ( ) = 2𝑚𝑔𝑑 sin 𝜃
𝑟²

𝑅2
𝑣𝑓2 (𝛽( ) + 1) = 2𝑔𝑑 sin 𝜃
𝑟2
𝑟 2 2𝑔𝑑 sin 𝜃
𝛽 = 𝑅2 ( − 1) (9)
𝑣𝑓2

Onde a velocidade pode ser dada por:

2𝑔𝑑 sin 𝜃
𝑣𝑓2 = (10)
𝛽+1

Objetivos:

Após concluir este trabalho, o estudante será capaz de:

• Descrever o movimento de translação e de rotação de sólidos com simetria cilíndrica.


• Verificar que o rolamento é a combinação de um movimento de translação mais um
movimento de rotação.
• Determinar uma expressão para o momento de inércia do corpo a partir dos conceitos
de conservação de energia

Material utilizado

• 1 corpo cilíndrico, o elemento de movimento.


• Régua ou Trena.
• Paquímetro.
• transferidor.
• cronômetro ou celular.
• 1 trilho de alumínio de aproximadamente 1,0 m.
• balança analítica.

Para os instrumentos de medição, são utilizados os erros a seguir:

Tabela 1: Especificações dos instrumentos de medida

instrumento Erro
Paquímetro 0,05mm
Régua 0,5mm
Balança 0,01g
cronometro 0,01g
Procedimento
Neste experimento dois corpos cilíndricos (corpo A e B) são abandonados sobre um
trilho de alumínio que está inclinado, realizando um movimento que é denominado
rolamento (movimento de rotação mais o movimento de translação).

Tabela 2: Dimensões dos volantes e suas massas

Diâmetro Diâmetro Comprimento


maior menor (h)
Massa (g)
Volante
(d2) (mm) (d1) (mm) (mm)
(∆±0,01)
(∆±0,05) (∆±0,05) (∆±0,05)

1 28,55 3,80 53,63 25,70

2 28,50 3,80 53,86 25,60

3 28,50 3,80 53,75 25,70

4 28,55 3,70 53,88 25,90

5 28,60 3,85 53,86 25,85

Com tais dados obtidos, determina-se o valor do momento de inercia teórico dos
cilindros fazendo o mesmo rolar pela rampa com 8° graus de inclinação, obtendo os
dados a seguir:

Tabela 3: Medidas para o intervalo de deslocamento do cilindro 3

Distância (cm) tempo (s)

60 5,94

60 5,25

60 5,97

60 5,72

60 5,31

60 5,91

60 5,68

60 5,37

60 6,22

60 5,44
Tabela 4: Medidas para o intervalo de deslocamento do cilindro 5

Distância (cm) Tempo (s)

60 5,00

60 5,19

60 5,17

60 5,19

60 5,03

60 5,10

60 5,12

60 5,00

60 4,91

60 5,06

Após isso, podemos realizar os cálculos da aceleração, a velocidade e do momento


de inercia teórico dos corpos, como feito a seguir.

Cilindro 3:

1
𝑑 = 𝑣𝑖 𝑡 + 𝑎𝑡 2 → 𝑎 = 0,04𝑚/𝑠
2

𝑠 = 𝑠𝑖 + 𝑣𝑡 → 𝑣 = 0,23𝑚/𝑠

𝑟 2 2𝑔𝑑 sin 𝜃
𝛽 = 2( − 1) → 𝛽 = 0,53
𝑅 𝑣𝑓2

𝐼 = 𝛽𝑚𝑟 2 → 𝐼 = 5,7. 10−5

Cilindro 5

1
𝑑 = 𝑣𝑖 𝑡 + 𝑎𝑡 2 → 𝑎 = 0,05𝑚/𝑠
2

𝑠 = 𝑠𝑖 + 𝑣𝑡 → 𝑣 = 0,25𝑚/𝑠
𝑟 2 2𝑔𝑑 sin 𝜃
𝛽= ( − 1) → 𝛽 = 0,44
𝑅2 𝑣𝑓2

𝐼 = 𝛽𝑚𝑟 2 → 𝐼 = 4,8. 10−5

Feito isso, para que haja variação do valor do ângulo de inclinação, o trilho é inclinado
de 8° para 20° graus.

Então, para o cilindro 3 a ϴ = 20°:

1
𝑑 = 𝑣𝑖 𝑡 + 𝑎𝑡 2 → 𝑎 = 0,08𝑚/𝑠
2

𝑠 = 𝑠𝑖 + 𝑣𝑡 → 𝑣 = 0,30𝑚/𝑠

𝑟 2 2𝑔𝑑 sin 𝜃
𝛽 = 2( − 1) → 𝛽 = 0,3
𝑅 𝑣𝑓2

𝐼 = 𝛽𝑚𝑟 2 → 𝐼 = 3,3. 10−6

Conclusão:

A partir desse experimento, foi possível visualizar na prática o funcionamento do


rolamento, se tratando da junção de dois tipos de movimento: translação e a rotação.
E conseguimos observar que a energia potencial gravitacional foi transformada em
movimentos de translação e rotação, relacionamos também a teoria e a prática em
relação ao movimento de inércia. Pelo fato do cilindro não ser totalmente simétrico, a
força peso muito pequena atuando sobre ele, e principalmente a inclinação, pois o
objeto tende a não rolar em seu trajeto e sim a deslizar. Porém, percebemos que o
experimento pode ser uma boa fonte qualitativa (quantitativa quando realizada em
laboratório) para mostrar que o momento de inércia é um fator explicativo de como
dois cilindros com massa e diâmetro próximos têm tempos de rotação diferentes.

Referências:

[1]HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física 1, 8ºed. Livros


Técnicos e Científicos Editora S/A, 2008.

[2]SEARS, F.W., ZEMANSKY, M.W. e YOUNG, H.D. Física – Vol. I. 12ª Edição.
Addison Wesley, 2008.

[3]TIPPLER, P. A., MOSCA, G., Física para Cientistas e Engenheiros – Vol. 1. 6ª


Edição. Livros Técnicos e Científicos Editora S/A. 2009.

[4]NUSSENZVEIG, H. M.. Curso de Física Básica. Volume 1. Segunda Edição. São


Paulo: Edgard Blucker Ltda, 1994

Você também pode gostar