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Universidade Federal de São João Del Rei

Departamento de Ciências Naturais (DCNAT)


Disciplina: Física experimental 1
Docente responsável: Profa Dra Ana Claudia Monteiro Carvalho.
Prof. Dr. Cláudio Oliveira.

ATIVIDADE:

Discentes

Felipe Gabriel Santos Carvalho 201400023


Vítor de Paula Silva 211400009
Wilhiam Vinicius da Costa 201300006

Resumo

Neste experimento é analisado o movimento de um corpo em trajetória retilínea com velocidade


constante, e posteriormente, um movimento retilíneo acelerado. Foram utilizados equipamentos
de medição para determinar a posição e o tempo em um determinado momento e, a partir dessas
medições, serão construídos gráficos que auxiliarão na compreensão do movimento.

Introdução

O experimento irá trabalhar primeiramente com o movimento de um corpo descrevendo uma


trajetória retilínea com uma velocidade constante, ou seja, sem a presença de aceleração.

Neste movimento o corpo descreve deslocamentos ∆x iguais em intervalos de tempo ∆t iguais.


A velocidade média, dada em m/s pelo SI, com que um corpo se desloca pelo espaço nesse
movimento é dada pela relação:

∆𝑥
𝑣𝑚 = (1)
∆𝑡

Sendo vm a velocidade média do corpo, ∆x o deslocamento do corpo e ∆t o intervalo de tempo


que o corpo levou para descrever o movimento.

Caso seja necessário obter o valor da velocidade média do corpo em um determinado instante
de tempo, ou seja, a rapidez desse corpo, utilizamos a definição de velocidade instantânea, dada
por:
∆𝑥 𝜕𝑥
𝑣 = lim = (2)
∆𝑡→0 ∆𝑡 𝜕𝑡

Portanto, v é a derivada de x com relação a t, e ainda, a inclinação da reta tangente ao gráfico


posição em função do tempo em um determinado ponto é o valor da velocidade instantânea
naquele ponto.

A partir dos conceitos de velocidade média e velocidade constante podemos obter a posição do
corpo em um dado instante a partir da definição da velocidade média:

∆𝑥
𝑣𝑚 =
∆𝑡

∆𝑥 = 𝑣∆𝑡

𝑥𝑓 − 𝑥𝑖 = 𝑣𝑡

𝑥𝑓 = 𝑥𝑖 + 𝑣𝑡

Ou então:

𝜕𝑥
𝑥𝑓 = 𝑥𝑖 + 𝜕𝑡 . 𝑡 (3)

Sendo xi e xf as posições inicial e final do corpo no eixo do movimento, respectivamente. Dessa


forma, tendo conhecimento dos valores de v e ∆t, é possível determinar o deslocamento da
partícula.

O segundo caso a ser abordado no experimento será quando o corpo se desloca no espaço
descrevendo uma trajetória retilínea, com uma determinada aceleração, configurando assim um
Movimento Retilíneo Uniformemente Variado.

Neste movimento uma aceleração uniforme é aplicada ao corpo, sendo a unidade medida dessa
aceleração, segundo o SI, o m/s². Se essa aceleração possuir o mesmo sentido da velocidade do
corpo, teremos um movimento acelerado, em que a velocidade aumenta, caso a aceleração
possua sentido contrário ao sentido da velocidade, temos um movimento retardado, em que a
velocidade diminui.

A aceleração é a variação da velocidade de um corpo, desta forma, a aceleração média é a


variação da velocidade em um determinado intervalo de tempo, e pode ser obtida pela relação:

∆𝑣
𝑎𝑚 = (4)
∆𝑡
Se for necessário obter o valor da aceleração média em um intervalo de tempo próximo a zero,
isto é, a aceleração instantânea, devemos obter a derivada da velocidade em relação ao tempo:

∆𝑣 𝜕𝑣
𝑎 = lim ∆𝑡 = (5)
𝑡→𝑜 𝜕𝑡

A aceleração instantânea a pode ser também a segunda derivada da posição em relação ao


tempo, denotada por:

𝜕2 𝑥
𝑎= (6)
𝜕²𝑡

Portanto, a inclinação da reta tangente ao gráfico da velocidade em função do tempo, em um


determinado ponto, é a aceleração instantânea.

A partir das definições de velocidade e aceleração, três equações são comumente utilizadas para
descrever um MRUV. São elas:

∆𝑣
𝑎= ∴ 𝑣𝑓 = 𝑣𝑖 + 𝑎𝑡 (7)
∆𝑡

1
𝑥 = 𝑥𝑖 + 𝑣𝑖(𝑡) + 2 𝑎𝑡 2 (8)

𝑣 2 = 𝑣𝑖 2 + 2𝑎 . ∆𝑥 (9)

A partir dessas três relações matemáticas é possível descrever o movimento do projétil e estimar
os fatores de seu movimento, tal como posição final, deslocamento, velocidade em um
determinado instante, tempo de deslocamento, entre outras.

Tendo como base o conhecimento das propriedades do MRU e do MRUV, foi desenvolvido o
experimento, onde serão medidas e analisadas as grandezas referentes ao movimento.

Objetivos

O trabalho visa desenvolver no estudante as capacidades de:


• Medir grandezas, como tempo e deslocamento, durante situações de Movimento Retilíneo
Uniforme e Movimento Retilíneo Uniformemente Variado.
• Construir e comparar gráficos contendo os dados obtidos a partir das medições feitas.
• Expressar as equações referentes a cada movimento.
Materiais

Os materiais equipamentos utilizados na construção deste experimento foram:

• 1 trilho de alumínio de 1,2 m.


• 1 carrinho de plástico com dimensões compatíveis às do trilho.
• 2 massas de 250 g cada para o carrinho.
• 1 máscara para a medição do deslocamento.
• 4 sensores fotovoltaicos.
• 1 interface de aquisição de dados.

PROCEDIMENTO
Movimento Retilíneo Uniforme (MRU)

Figura 1: experimento realizado

Primeiramente a montagem do trilho de alumínio deve ser nivelada e os sensores devem estar
dispostos de maneira uniforme, ou seja, com as mesmas distancias entre eles. Os sensores
também devem ser conectados de maneira correta a interface que coletará os dados de
deslocamento por tempo.
Com uma máscara que auxilia na medição acoplada ao carrinho o carrinho é empurrado pelo
seu curso com sua posição sendo coletada durante o intervalo de tempo da ação.
Quanto os sensores, o erro nas medidas de tempo são de +/- 0,001 s e nas medidas de posição
é de +/- 0,001m. Isso é importante na hora de efetuar os cálculos de tratamentos de dados do
experimento.
Os dados devem ser dispostos na forma de uma tabela como a apresentada a seguir, onde, a
coluna posição deve ser preenchida com da medida de cada sensor e as demais colunas com os
dados do tempo relacionados a realização do experimento. Os dados apresentados na tabela
devem ser apresentados com o erro da medida.
O trilho de alumínio tem um dispositivo disparador para auxiliar o experimento para auxiliar
em uma maior precisão do experimento.
Tabela 1

Tempo (s) Posição (m) Velocidade (m/s) Aceleração (m/s²)


0 1,03
0,05 1,03 0,03
0,1 1,03 0 -0,27
0,15 1,03 0 0,03
0,2 1,03 7,20E-04 -0,09
0,25 1,03 -0,01 -0,59
0,3 1,03 -0,06 -1,07
0,35 1,02 -0,12 -1,59
0,4 1,02 -0,22 -1,85
0,45 1 -0,3 -0,87
0,5 0,99 -0,3 -0,07
0,55 0,97 -0,31 -0,04
0,6 0,95 -0,31 9,24E-04
0,65 0,94 -0,31 -0,02
0,7 0,92 -0,31 0
0,75 0,91 -0,31 0,04
0,8 0,89 -0,31 0
0,85 0,88 -0,31 -0,04
0,9 0,86 -0,31 -0,02
0,95 0,85 -0,31 0,02
1 0,83 -0,31 0,04
1,05 0,82 -0,31 0,02
1,1 0,8 -0,31 0
1,15 0,79 -0,31 -2,89E-14
1,2 0,77 -0,31 -7,40E-04
1,25 0,75 -0,31 0,02
1,3 0,74 -0,3 0,04
1,35 0,72 -0,3 0,02
1,4 0,71 -0,3 -6,66E-15
1,45 0,69 -0,3 1,55E-14
1,5 0,68 -0,3 -6,49E-04
1,55 0,66 -0,3 0,02
1,6 0,65 -0,3 0,04
1,65 0,63 -0,3 0,02
1,7 0,62 -0,3 1,55E-14
1,75 0,6 -0,3 -5,74E-04
1,8 0,59 -0,3 0,02
1,85 0,57 -0,3 0,04
1,9 0,56 -0,3 0,02
1,95 0,54 -0,3 0,02
2 0,53 -0,29 0,04
2,05 0,51 -0,29 -0,16
2,1 0,5 -0,31 -0,15
2,15 0,48 -0,31 0,29
2,2 0,47 -0,28 0,23
2,25 0,46 -0,28 -0,14
2,3 0,44 -0,29 -0,11
2,35 0,43 -0,29 0,05
2,4 0,41 -0,29 0,06
2,45 0,4 -0,29 -0,21
2,5 0,38 -0,31 -0,2
2,55 0,37 -0,31 0,22
2,6 0,35 -0,29 0,23
2,65 0,34 -0,29 0,02
2,7 0,32 -0,29 0,02
2,75 0,31 -0,28 0,03
2,8 0,29 -0,28 0,02
2,85 0,28 -0,28 -0,17
2,9 0,27 -0,3 -0,14
2,95 0,25 -0,3 0,22
3 0,24 -0,28 0,19
3,05 0,22 -0,28 0,03
3,1 0,21 -0,27 0,05
3,15 0,2 -0,27 0,03
3,2 0,18 -0,27 0,01
3,25 0,17 -0,27 0,81
3,3 0,15 -0,19

Graficamente:
posição x tempo
1.2

0.8

0.6

0.4

0.2

0
0.3

0.6

0.9

1.2

1.5

1.8

2.1

2.4

2.7

3.3
0

3
0.15

0.45

0.75

1.05

1.35

1.65

1.95

2.25

2.55

2.85

3.15

Figura 2: (MRU) gráfico posição(m) x tempo(s)


velocidade x tempo
0.05

0.75

2.4
0
0.15
0.3
0.45
0.6

0.9
1.05
1.2
1.35
1.5
1.65
1.8
1.95
2.1
2.25

2.55
2.7
2.85
3
3.15
3.3
-0.05

-0.1

-0.15

-0.2

-0.25

-0.3

-0.35
Figura 3: (MRU) Gráfico velocidade (m/s) x tempo (s)

aceleração x tempo
1

0.5

0
2.85
0
0.15
0.3
0.45
0.6
0.75
0.9
1.05
1.2
1.35
1.5
1.65
1.8
1.95
2.1
2.25
2.4
2.55
2.7

3
3.15
3.3
-0.5

-1

-1.5

-2
Figura 4: (MRU) gráfico aceleração (m/s2) x tempo (s)

Movimento Retilíneo Uniformemente Variado (MRUV)

Figura 5: segunda parte do experimento


A montagem do trilho nessa parte do experimento é diferente e deve ser realizada com um leve
declínio que deve ser feito modificando a posição dos parafusos ou se utilizar de um calço.
Sendo assim, a inclinação do trilho deve ser aferida e anotada.

O recolhimento de dados funciona da mesma forma que no experimento de MRU, de forma que
os sensores devam estar nas mesmas posições e diferente do primeiro experimento, aqui o
carrinho não será empurrado, mas sim, solto em seu ponto inicial de partida.
Os dados recolhidos devem ser anotados e disposta da mesma maneira que na tabela 1.

Tabela 2
Tempo (s) Posição (m) Velocidade (m/s) Aceleração (m/s²)
0 0,16
0,05 0,16 -0,17
0,1 0,15 -0,16 2,28
0,15 0,15 0,06 5,6
0,2 0,15 0,4 -0,81
0,25 0,19 -0,02 -6,12
0,3 0,15 -0,22 0,21
0,35 0,17 0 1,2
0,4 0,15 -0,1 -0,08
0,45 0,16 0 0,71
0,5 0,15 -0,02 0,22
0,55 0,15 0,02 0,17
0,6 0,15 -0,01 -0,02
0,65 0,15 0,02 0,14
0,7 0,16 0,01 0,33
0,75 0,15 0,05 -0,52
0,8 0,16 -0,05 -1,6
0,85 0,15 -0,11 0,54
0,9 0,15 0,01 1,7
0,95 0,15 0,06 -0,23
1 0,15 -0,02 -0,98
1,05 0,15 -0,04 0,94
1,1 0,15 0,08 1,27
1,15 0,16 0,09 -0,07
1,2 0,16 0,07 -0,37
1,25 0,16 0,05 -0,93
1,3 0,16 -0,02 -1,13
1,35 0,16 -0,06 0,38
1,4 0,16 0,02 2
1,45 0,16 0,14 1,58
1,5 0,17 0,18 0,42
1,55 0,18 0,18 0,05
1,6 0,19 0,18 -0,24
1,65 0,2 0,15 -0,49
1,7 0,21 0,13 0,08
1,75 0,21 0,16 0,69
1,8 0,22 0,2 0,52
1,85 0,23 0,21 0,17
1,9 0,24 0,22 0,09
1,95 0,25 0,22 0,12
2 0,27 0,23 0,12
2,05 0,28 0,24 0,1
2,1 0,29 0,24 0,1
2,15 0,3 0,25 0,12
2,2 0,31 0,25 0,14
2,25 0,33 0,26 0,12
2,3 0,34 0,26 0,33
2,35 0,35 0,29 0,34
2,4 0,37 0,3 -0,1
2,45 0,38 0,28 -0,12
2,5 0,4 0,29 0,06
2,55 0,41 0,29 0,36
2,6 0,43 0,32 0,43
2,65 0,44 0,33 -0,12
2,7 0,46 0,31 -0,21
2,75 0,47 0,31 0,03
2,8 0,49 0,31 0,1
2,85 0,51 0,32 0,12
2,9 0,52 0,32 0,1
2,95 0,54 0,33 0,09
3 0,55 0,33 0,07
3,05 0,57 0,34 0,1
3,1 0,59 0,34 0,12
3,15 0,61 0,35 0,1
3,2 0,62 0,35 0,12
3,25 0,64 0,36 0,12
3,3 0,66 0,37 0,09
3,35 0,68 0,37 0,08
3,4 0,7 0,37 0,12
3,45 0,72 0,38 0,12
3,5 0,73 0,39 0,09
3,55 0,75 0,39 0,08
3,6 0,77 0,39 0,1
3,65 0,79 0,4 0,1
3,7 0,81 0,41 0,11
3,75 0,83 0,41 0,04
3,8 0,85 0,41 -0,06
3,85 0,87 0,4
Análise dos movimentos
Após a aferição das medidas, foram gerados os seguintes dados.

Graficamente:

posição x tempo
1
0.9
0.8
0.7
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
2.55
2.1
0.15
0.3
0.45
0.6
0.75
0.9
1.05
1.2
1.35
1.5
1.65
1.8
1.95

2.25
2.4

2.7
2.85

3.15
3.3
3.45
3.6
3.75
0

Figura 6: MRUV gráfico de posição(m) x tempo (s)

velocidade x tempo
0.5

0.4

0.3

0.2

0.1

0
2.55
0.3
0
0.15

0.45
0.6
0.75
0.9
1.05
1.2
1.35
1.5
1.65
1.8
1.95
2.1
2.25
2.4

2.7
2.85
3
3.15
3.3
3.45
3.6
3.75

-0.1

-0.2

-0.3

Figura 7: MRUV gráfico velocidade(m/s) x tempo (s)


aceleração x tempo
8

0
0.45
0
0.15
0.3

0.6
0.75
0.9
1.05
1.2
1.35
1.5
1.65
1.8
1.95
2.1
2.25
2.4
2.55
2.7
2.85
3
3.15
3.3
3.45
3.6
3.75
-2

-4

-6

-8

Figura 8: MRUV gráfico aceleração (m/s2) x tempo (s)

Os gráficos acima gerados pelos dados apresentados têm a característica de descredencia na


velocidade do objeto.
Em qualquer movimento uniforme (v constante) a distância percorrida por um objeto é
diretamente proporcional ao tempo t decorrido neste percurso. Este fato é representado
matematicamente por d proporcional a t.
Como observado na tabela 1, os valores da velocidade possuem sinal negativo, isso indica que
a velocidade possui sentido contrário ao deslocamento. Como a velocidade do móvel é negativa,
𝜕𝑥
temos que também possui valor negativo, portanto, o coeficiente angular a reta que
𝜕𝑡
representa a velocidade no gráfico da Figura 3 é negativo e a reta é decrescente.
Assim como fundamentado bibliograficamente, o movimento descrito pela parábola acima, nos
revela que o mesmo consiste em um movimento retilíneo uniformemente variado, tendo em
vista que há a existência de variação da velocidade de forma constante. Ademais, esta é a
definição matemática do conceito físico de aceleração.
Em vermelho, percebemos a linha de tendencia do gráfico. Ela tem a função de auxiliar na
visualização da tendencia de crescimento do gráfico, resultado da aceleração presente no
movimento do corpo no experimento.

Conclusão

No experimento, foi possível observar o comportamento de um corpo em um Movimento


Retilíneo Uniforme e em Moimento Retilíneo Uniformemente Variado.
Devido às adversidades presentes no momento da prática experimental, existem algumas
diferenças na aparência dos gráficos obtidos pelo experimento e nos gráficos encontrados na
bibliografia, obtidos a partir de condições ideais. Contudo, apesar dessas adversidades é
possível perceber a grande semelhança entre os gráficos, onde é possível concluir que os
gráficos obtidos experimentalmente são referentes a um MRU e MRUV, respectivamente.
É importante destacar também que as equações de cada movimento descrevem bastante bem o
comportamento dos móveis no experimento.
Referências

Halliday, David, 1916-2010 Fundamentos de física, volume 1: mecânica / David Halliday,


Robert Resnick, Jearl Walker; tradução Ronaldo Sérgio de Biasi. - 10. ed. - Rio de Janeiro:
LTC, 2016.

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