Laboratório de Física B

Determinação do Momento de Inércia Através do Centro de Massa

¹Mariane Silva Costa, ²Raquel Ribeiro Abreu, ³Talita Antunes dos Santos

Universidade Federal de Lavras

27 de Junho de 2022

de indivíduos, atletas de patinação no gelo,

1.0 - Resumo / Objetivos
Este relatório tem como objetivo
apresentar os experimentos e análises,
realizadas a partir dos resultados obtidos
para o experimento do momento de inércia
(IP) através de eixos paralelos. Também
será determinado experimentalmente o IP
de três corpos rígidos com geometrias
conhecidas.
Todo corpo extenso, pode ser considerado
como um sistema de partículas, cada uma
com a sua massa, sendo que, a resultante
total das massas das partículas é a massa
total do corpo. O ponto em que
consideramos concentrada toda a massa da
estrutura, este ponto será chamado Centro
por exemplo, usam o ponto de massa a
favor, para realizar movimentos de giro
sem danificar a coluna vertebral.
2.0 - Fundamentação Teórica
Um corpo tem variações, podendo ser em
relação a um mesmo objeto ou de um
objeto para outro, dependendo do eixo de
rotação. A fórmula matemática que
reconhece o cálculo do momento de
inércia 𝐼𝑐𝑚 de um objeto rígido, é
demonstrado na equação (1): (Tipller; Vol.
1; Cap.: 9.3;)
𝐼𝑐𝑚 = 𝑚𝑟² (1)

de Massa do corpo (Halliday; Vol. 1. Cap.:

9.1).
Onde 𝑚 é massa (quilograma) e 𝑟 é a
distância da margem do objeto até o centro
Conhecer o centro de massa é importante
(metros).
em diversos objetos e se adequa até
mesmo para nós. O centro de massa do
corpo humano fica na altura da lombar,
que pode variar conforme altura e biotipo
A somatória das partes de um corpo rígido massa estivesse concentrada em seu centro
para o cálculo de centro de massa, é de massa mais o seu momento de inércia
descrito pela expressão matemática (2): em relação a um eixo paralelo passando
pelo centro de massa 𝐼𝑐𝑚.

2.1 - Propagação de Erros de um objeto

𝐼𝑐𝑚 = lim = ∑ 𝑟𝑖²𝑚 = ∫ 𝑟²𝑑𝑚 (2)
𝑚→0 Rígido

A medição de uma grandeza N é obtida a

Reduzindo a equação, imagem (3):
partir de medidas de n grandezas
primárias. Assim, para ser conhecido o
𝑀𝑅²
𝐼𝑐𝑚 = 2
(3) valor médio experimental, é obtido pelo
somatório em módulo das n medidas,
A Partir da imagem (3) é obtido o valor divido pela quantidade de medidas
final do cálculo do centro de massa de um somadas, escrevemos (5):
corpo inerte.

(|δ1|+|δ2|+...+|δ𝑛|)
Após determinar o centro de massa, é σ = 𝑛
(5)
possível também determinar o momento de
inércia deste corpo em relação a qualquer
outro eixo paralelo ao primeiro. Conforme Esta expressão (5) é utilizada para
mostra a equação (4) (Halliday; incertezas com mais de uma medida
Cap.:10.5). gerando valores desvio padrão da média.
Fazendo um desenvolvimento matemático
𝐼𝑐 = 𝐼𝑐𝑚 + 𝑀. ℎ² (4) apropriado, temos uma expressão para o
cálculo da incerteza padrão da grandeza de
Onde, M é a massa do objeto e h é a saída (6);
distância entre os dois pontos do corpo.

O momento de inércia de um corpo em

relação a um eixo qualquer é igual ao
σ𝑟 = ( )²σℎ² + ( )²σ𝑡² +... + ( )²σ𝑛² (6)
∂𝑔
∂ℎ
∂𝑔
∂𝑡
∂𝑔
∂𝑛

momento de inércia que ele teria em

relação a esse eixo 𝑀𝑟², se toda a sua
Porém, uma expressão não depende
diretamente uma da outra. A expressão (6)
ajuda a obter um valor de desvio menor.
número superior, esta é sua medida exata
da peça.
Após, calculamos o diâmetro (1), foi usado
a trena e medimos do centro do objeto
(barra) até o limite do mesmo.

3.0 - Materiais Para calcular o diâmetro (2), também

medida com a trena, medimos do centro do
● Barra; objeto até um ponto específico antes do
● Disco; limite do objeto.
● Triângulo;
● Paquímetro (+/- 0,05 cm);
● Balança (+/- 0,01 g); Por fim, a barra foi posta na balança, e
● Trena (+/- 0,05 cm). obtivemos o valor da massa.

3.1 Procedimentos Experimentais 3.1.2 - Medição do Disco:

Para medirmos o disco, consideramos:
3.1.1 - Medição da Barra: - Massa;
Primeiramente, medimos a barra, - Raio;
considerando: - Diâmetro.
- Espessura; Para a massa, o disco foi posto na balança,
- Diâmetro 1; e então obtivemos o seu valor.
- Diâmetro 2;
- Massa. O raio foi obtido usando a trena,
Utilizamos o paquímetro para medir a posicionando-lá do centro do objeto
espessura. O instrumento de medição foi (disco) até o limite do mesmo.
posto ao objeto, atentando-se onde o 0
(zero) do cursor móvel (nônio) está e com Por fim, para calcularmos o diâmetro,
qual número do cursor fixo (superior) está colocamos da trena de um ponto
coincidindo. Isso indicará o primeiro determinado qualquer até o centro do
numeral da nossa medida. Se o número 0 disco.
ficou exatamente alinhado com um
3.1.3 - Medição do Triângulo
Equilátero: 𝐼𝑝 = 𝐼𝑐𝑚 + 𝐷² · 𝑀
Para a medição do triângulo equilátero, 𝐼𝑝 = 2. 306, 61 + 15² · 116, 90
𝐼𝑝 = 28. 609, 11 𝑔/𝑐𝑚²
consideramos:
- Massa; Determinado o centro de massa e seu
- Base; momento de inércia, é possível medir seu
- Diâmetro. erro experimental utilizando a propagação
Para a massa, o disco foi posto na balança, de erros:
e então obtivemos o seu valor.

A base foi obtida usando a trena, σ𝐼𝑐𝑚² = ( ∂𝐼𝑐𝑚·σ𝑀

∂·𝑀 )² + ( ∂𝐼𝑐𝑚·σ𝐿
∂·𝐿 )² +
posicionando-lá de uma das pontas até a
( ∂𝐼𝑐𝑚·σ𝐴
∂·𝐴 )² + ( ∂𝐼𝑐𝑚·σ𝐵
∂·𝐵 )²
próxima ponta.
𝑀
𝐼𝑐𝑚 = 12
· (𝐿² + 𝐴² + 𝐵²)
Por fim, para calcularmos o diâmetro,
σ𝐼𝑐𝑚 (𝐿²+𝐴²+𝐵²) (0,46²+3,4²+15²
colocamos da trena do meio do objeto até = =
∂𝑀 12 12
um ponto determinado qualquer. σ𝐼𝑐𝑚
= 19, 73
∂𝑀

σ𝐼𝑐𝑚 𝑀 116,90
∂𝐿
= 12
· (2 · 𝐿) + 12
· (2 · 0, 46)
4.0 - Resultados Experimentais: σ𝐼𝑐𝑚
∂𝐿
= 8,96
4.1 - Objeto Barra:
σ𝐼𝑐𝑚 𝑀 116,90
Para fazer o cálculo do centro de massa do ∂𝐴
= 12
· (2 · 𝐴) + 12
· (2 · 3, 4)
objeto barra, primeiramente foi usado a σ𝐼𝑐𝑚
= 66,24
∂𝐴
fórmula (𝐼𝑐𝑚), adaptada ao objeto:
σ𝐼𝑐𝑚 𝑀 116,90
∂𝐵
= 12
· (2 · 𝐵) + 12
· (2 · 15)
𝑀𝑙² 𝑀𝑎² 𝑀𝑏²
𝐼𝑐𝑚 = 12
+ 12 + 12 + 𝐷²𝑚 σ𝐼𝑐𝑚
= 292,25
∂𝐵
116,90·0.46² 116,90·3,4² 116,90·15²
𝐼𝑐𝑚 = 12
+ 12
+ 12

𝐼𝑐𝑚 =
116,90·0,21
12
+
116,90·11,56
12
+
116,90·225
12
σ𝐼𝑐𝑚² = ( ∂𝐼𝑐𝑚
∂·𝑀 ) (
· σ𝑀 ² +
∂𝐼𝑐𝑚
∂·𝐿 )
· σ𝐿 ² +
𝐼𝑐𝑚 = 2 + 112, 61 + 2. 192 ( ∂𝐼𝑐𝑚
∂·𝐴
· σ𝐴)² + (
∂𝐼𝑐𝑚
∂·𝐵
· σ𝐵)²
𝐼𝑐𝑚 = 2. 306, 61 𝑔/𝑐𝑚 =
σ𝐼𝑐𝑚² = (19, 73 · 0, 01)² + (8, 96 · 0, 05)² +
Após, calculamos seu momento de inércia (66, 24 · 0, 05)² + (292, 25 · 0, 05)² =
com a expressão matemática (4):
 ± 0, 15 𝑋 10 𝑔/𝑐𝑚 Para fazer o cálculo do centro de massa do
2
σ𝐼𝑐𝑚 = 224, 7 = 15 =
objeto triângulo, primeiramente foi usado
a fórmula (𝐼𝑐𝑚), adaptada ao objeto:
4.2 - Objeto Disco:
Para fazer o cálculo do centro de massa do
𝑀·𝑏 𝑀·(ℎ)² ℎ
objeto barra, primeiramente foi usado a 𝐼𝑐𝑚 = 12
+ 12
+ ( 2 )² · 𝑀
fórmula (𝐼𝑐𝑚): 𝐼𝑐𝑚 =
209,41·41,3
+
209,41·(20,2)²
+(
20,2
)²
12 12 2

20,2
𝑟 + ( 2
)² · 209, 41
𝑚
𝐼𝑐𝑚 = ∫ 𝑟² 𝐴
2π𝑟 · 𝑑𝑟
0 𝐼𝑐𝑚 = 720, 7 + 7. 121 + 21. 362
𝑟
𝐼𝑐𝑚 =
𝑚2π
∫ 𝑟³𝑑𝑟 𝐼𝑐𝑚 = 7. 868 𝑔/𝑐𝑚
π𝑟²
0
𝑚𝑟² 228,46·12²
𝐼𝑐𝑚 = 2
= 2 Após, calculamos seu momento de inércia
𝐼𝑐𝑚 = 16 𝑔/𝑐𝑚 com a expressão matemática (4):

Após, calculamos seu momento de inércia

ℎ
com a expressão matemática (4): 𝐼𝑝 = 𝐼𝑐𝑚 + ( 2 )² · 𝑀
20,2
𝐼𝑝 = 7. 868 + ( 2
)² · 209, 41
𝐼𝑝 = 𝐼𝑐𝑚 + 𝐷² · 𝑀
𝐼𝑝 = 16 + 25² · 228, 46 𝐼𝑝 = 93, 316 g/cm²
𝐼𝑝 = 142. 803, 5 𝑔/𝑐𝑚²
Determinado o centro de massa e seu
Determinado o centro de massa e seu
momento de inércia, é possível medir seu
momento de inércia, é possível medir seu
erro experimental utilizando a propagação
erro experimental utilizando a propagação
de erros:
de erros:

σ𝐼𝑐𝑚² = ( ∂𝐼𝑐𝑚·σ𝑀
∂·𝑀 )² + ( ∂𝐼𝑐𝑚·σ𝑅
∂·𝑅 )² σ𝐼𝑐𝑚² = ( ∂𝐼𝑐𝑚·σ𝑀
∂·𝑀 )² + ( ∂𝐼𝑐𝑚·σ𝐵
∂·𝐵 )² + ( ∂𝐼𝑐𝑚·σ𝐻
∂·𝐻 )²
σ𝐼𝑐𝑚² = (12 · 0, 01)² + (456, 92 · 0, 05)
σ𝐼𝑐𝑚 = 522 ∂𝐼𝑐𝑚
=
(𝐵²·𝐻²)
=
(41,3²+20,2²)
= 2. 113, 7
2 ∂𝑀 12 12
σ𝐼𝑐𝑚 = 22, 9 =± 0, 22 𝑥 10 𝑔/𝑐𝑚
∂𝐼𝑐𝑚 𝑀 209,41
∂𝐵
= 12
(2. 𝐵) = 12
(2. 41, 3) = 1. 441, 4
∂𝐼𝑐𝑚 𝑀 209,41
4.3 - Objeto Triângulo: ∂𝐻
= 12
(2. 𝐻) = 12
(2. 20, 2) = 705

σ𝐼𝑐𝑚² = (2. 113, 7. 0, 01)² + (1. 441, 4. 0, 05)² +

 (705. 0, 05)²
σ𝐼𝑐𝑚² = 446, 8 + 5. 194 + 1. 242, 6 Entendemos que os resultados estão dentro

σ𝐼𝑐𝑚 = 6. 883, 4 do esperado, pois, os objetos utilizados

σ𝐼𝑐𝑚 = 83 =± 8, 3 𝑥 10²𝑔/𝑐𝑚 para obtenção do centro de massa, ponto

5.0 - Análise e Discussão
Ao fazermos os cálculos experimentais, o
de inércia e propagação de erro se
mantiveram em um limite de variação
aceitável de acordo com o valor de suas
medidas em laboratório.
Conclui-se, que, o experimento construído

grupo analisou que erros sistemáticos é confiável e reproduz os experimentos de

ocorreram (Balança, paquímetro e trena). centro de massa.

Sentimos dificuldade em usar os

algarismos significativos para obter
resultados mais precisos. Porém, 6.0 - Referências Bibliográficas
acreditamos que a resolução do
[1] TOGINHO FILHO;ANDRELLO;
experimento obteve resultados Medição e Propagação de Erros;
satisfatórios. Disponível em: www.leb.esalq.usp.br.

[2] HALLIDAY, David; RESNICK, Robert;

6.0 - Conclusões
O roteiro experimental seguiu a proposta
dada pela professora, realizada pelos
membros do grupo de Laboratório de
Física B, para o experimento do momento
de inércia (IP) através de eixos paralelos.
Também foi determinado
experimentalmente o IP de três corpos
rígidos com geometrias conhecidas.
O material norteador, foi entendido como
linguagem simples e acessível, mostrou-se
eficaz na elaboração em todas as etapas.
WALKER, Jearl. Fundamentos de
Física - Vol. 1 - Mecânica, 10ª edição.
Grupo GEN, 2016. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.
br/#/books/. Acesso em: 27 jun. 2022.
[3] TIPLER, Paul A.; MOSCA, Gene.
Física para Cientistas e Engenheiros -
Vol. 1 - Mecânica, Oscilações e
Ondas, Termodinâmica, 6ª edição.
Grupo GEN, 2009. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.
br/. Acesso em: 27 jun. 2022.